- Não era você mesmo que achava o Fugaku um ótimo menino? – perguntava Hinata já quando estávamos sozinhos em casa.

- Ele era ótimo antes de estar saindo com a Aka! Eu já disse que eu quero esse filho do Sasuke bem longe dela! Ele é igualzinho ao pai!

- Naruto! Onde você pensa que vai? – continuava a indagar Hinata ao me ver pronto para sair de casa com a mão a postos para girar a maçaneta da porta.

- Eu... eu... eu vou no Ichiraku! – gaguejei tentando disfarçar meus reais objetivos.

- Sei! Uzumaki Naruto! Você já acabou de comer ramen! E nem pense em sair por essa porta! – gritava Hinata me vendo correr pela rua.

A mulher pára aparvalhada no portal olhando passivamente para minhas costas apressadas desaparecendo pela rua.

- Depois diz que é moderno e que não é possessivo com a filha. – aposto todo meu estoque de ramen que Hinata está resmungando isso lá, parada daquele jeito...

Eu peguei o caminho mais curto para chegar ao cinema... Tropecei algumas vezes, esbarrei em muita gente, mas não tinha tempo a perder. Ah... se aquele garoto encostar um dedo na Aka eu juro que eu faço picadinho de Uchiha hoje!

Ela é tão indefesa! Eu tenho que protegê-la desses lobos maus carregados com estoque extra de testosterona. Só podia ser filho daquele irritante do Sasuke!

- Onde você vai com tanta pressa? – perguntou aquela voz que era com certeza a última que eu gostaria de ouvir naquele momento.

Eu fechei a cara e olhei raivoso para meu velho amigo de time.

- Sasuke. – resmunguei com uma nuvem negra pairando tempestuosa sobre minha cabeça.

Continuei andando como se o Uchiha não existisse. Eu não queria de jeito nenhum falar com aquele traidor de araque que iria ficar fazendo piadinhas dizendo que agora seremos da mesma família! Eu?! Da mesma família que esse Uchiha metido a besta?! Nunca!!

Não adiantou nada eu apressar meu passo, pois logo Sasuke veio me seguindo. Tenho certeza que ele está mancomunado com o filho pra me provocar!

- O que foi Naruto? – perguntou com aquele habitual jeito seco de deboche, mas demonstrando uma ponta de curiosidade.

- Não venha falar comigo. 

- Ora! Acordou com o pé esquerdo hoje, foi?

- Acordei. Por culpa do pirralho do seu filho! – disse seco olhando para os lados para procurar por algum sinal de Aka.

- O que o Fugaku fez desta vez?

- Simplesmente ele fica dando em cima da minha filha!

- Que eu saiba eles estão namorando. Não é isto que você queria dizer?

- Hunf! – fiz uma carranca medonha.

- Deixa os dois em paz. – falou Sasuke me dando um tapinha nas costas.

- Deixaria se seu filho não fosse tão atrevido.

- O Fugaku não tem culpa de ser um galã nato... Não é problema dele se aquela sua filha desastrosa é toda derretida por ele!

- Minha filha não é derretida pelo seu filho! – disse franzindo o cenho contrariado.

- E o meu não é um moleque inconseqüente. – falou Sasuke com aquela cara de superioridade. Ele ainda tenta competir comigo até no quesito filhos...

De repente nós nos entreolhamos. Eu ergui a sobrancelha e Sasuke segurou o riso. Quase que instantaneamente, começamos a gargalhar feito dois bobos.

- Papai ciumento! – ironizou Sasuke me dando mais um tapinha nas costas.

- Convencido! – falei sorrindo.

- Deixa os dois aproveitarem o filme, Naruto. – disse Sasuke. – Eles são jovens, merecem se divertir e não precisam ter a vida estragada por dois velhos ranzinzas. Vamos lá no bar, que o Shikamaru deve estar resmungando alguma coisa sobre as missões problemáticas dele.

Meio contrariado, eu acompanhei o Uchiha, para comer churrasco com os velhos amigos, enquanto virávamos copos de saquê.

Mas não pense que me esqueci da Uzumaki e do Uchiha!