O Último Jogos Vorazes escrita por Oceanchild


Capítulo 1
Parte 1- Os tributos da capital




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Desligo o despertador e pulo da minha cama quentinha em apenas um segundo. Ponho as pantufas em meus pés e rastejo até o banheiro, o frio me invade dando arrepios. Não ligo as luzes, consigo ter uma visão boa com os olhos de gato que implantei há um ano atrás. Estou nervosa, tremendo, com a respiração ofegante por conta da agitação, meus pesadelos ainda gravados na minha mente. Tento relaxar, penso que só tem 4 papeis com meu nome entre outros 500. Lavo meu rosto e ligo a luz para poder me olhar melhor no espelho. Minha imagem reflete no espelho. Percebo que a tintura cor de rosa da minha pele está saindo, meu cabelo, que antes era roxo, está lilás, e minha maquiagem não consigo ver mais nenhum vestígio. Penteio os meus cabelos e os prendo em um coque, já que não me sobra mais nada legal. Ando até a cozinha onde meu pai já está preparando um farto café da manhã.

–Bom dia. -Digo eu rispidamente.

Ele me dá um sorriso e me diz: -Mal humor? Querida, Kennedy's não temem nada! Nem mesmo esse tal de jogos vorazes!

Mas a verdade é que eu estou com medo. Sinto minha alma tremendo. Tenho medo de ser morta brutalmente. Medo é a única palavra que me resta. Tomo meu café da manhã rapidamente, com meu pai ao lado tentando puxar assunto. Saio da cadeira, corro para meu quarto e pego a roupa escolhida para a colheita. Uma roupa feita pelo meu pai, uma blusa de manga só, cor rosa chá, um casaco de pele branco, e uma calça roxa. Ele sabe as minhas cores preferidas. Enfio o braço na manga com certa dificuldade e ponho a calça que gruda em minha perna. Tento sorrir para o espelho, mas não consigo, parece que esqueci como isso se faz, desde a invasão dos rebeldes e da morte da minha mãe, eu não sei mais sorrir. E meu pai só tem olhos tristes, sua boca sorri, mas não seus olhos. Sento na minha cama, esperando meu pai vir me chamar, ele vai me levar até a frente da casa da Presidente, onde vai ser realizado a colheita. Espero não ver nenhum dos meus colegas lá, estou simples, não quero ser vista assim. Meu pai bate na porta, ele está pronto e me chama. Vejo o forte deliniador laranja fosco em suas pálpebras, ele só o usa em ocasiões especiais para ele. Seguro na mão dele, percebo que ele também está tremendo, ele está com medo de perder a única coisa que restou para ele, eu. Vamos andando devagar pela rua, onde ainda faz frio, vemos vários adolescentes indo com seus familiares também. Ninguém fala, só se escuta o barulho dos passos ecoando pela rua.


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