Eskalith escrita por haru


Capítulo 21
Rapaz Angelical


Notas iniciais do capítulo


Limãonada. Eu ainda vou ser castigada. q

(OBS: aviso nas notas finais, se é importante ou não, eu não sei D: )



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– Oh meu deus.

Shigeto abriu a boca para falar, mas as palavras simplesmente pareciam ter permanecido entaladas em sua garganta. Sua expressão era de completo desconforto, e uma dose de decepção.

Fuusuke se levantou e nos olhos sério, mas sem parecer preocupado com alguma coisa. Apenas permaneceu em pé, perto de mim, esperando seja lá o que estava pra acontecer.

– Shigeto – falei, enquanto me levantava  um pouco desajeitado – olhe, eu ia te contar...

– O que? – Shigeto me interrompeu, bravo – O que, Haruya? Você não tem que me contar nada...

– Você não precisa ficar tão bravo...

– Claro que não. Eu realmente não preciso!

Fuusuke passou as mãos nos cabelos começando a parecer desconfortável.

– Você... bem, você faz o que você quiser – Shigeto balançou a cabeça e saiu, pisando forte.

Cheguei a me mover para ir atrás dele, porem, algo parecia me dizer que eu devia deixa-lo sozinho.

Era incompreensível para mim, entender o que se passava na cabeça dele, ou o porquê que ele ficava tão irritado quando o assunto era Fuusuke, e o porque dele ser tão perturbado com o fato de Fuusuke estar comigo ou coisa assim. Mas eu precisava deixa-lo pensar sozinho sobre isso, por alguma razão.

– Você devia ter sido mais cuidadoso, se não queria que seu namoradinho descobrisse – falou Fuusuke, assim que ouvimos Shigeto batendo a porta do próprio apartamento não muito perto dali.

– O-o que? Ele não é meu namorado, Fuusuke – respondi, bravo.

– Bem, você diz isso, mas ele parecia uma garota que acabou de encontrar o namorado na cama com outra mulher.

Bufei.

– Ele é... meio dramático. Por alguma razão, eu sabia que ele ficaria assim, mas... ah, cara eu não posso fazer nada. Vou cuidar disso depois – esfreguei as mãos o rosto. Elas estavam frias, o que era estranho para mim,

Fuusuke fechou a porta – que Shigeto havia largado aberta – e caminhou até mim, sério.

– Que pena – foi o que ele disse, antes de rumar até a cozinha e começar a fuçar os armários.

Aquela tarde foi um tanto perturbadora. Fuusuke pareceu evitar ficar muito próximo de mim, ou ao menos falar comigo.

Ele parecia distraído, pensativo. Mas era melhor do que sua aparência jogada e suja que ele havia tido há alguns dias. Ele já estava recuperando sua cor natural e parecia sentir fome, o que era bom, apesar de que eu não tinha tanto para oferecer a ele para sacia-la.

Acordei cedo na manha seguinte. Nem queria pensar em como encarar Gouenji depois de faltar mais uma vez sem nenhuma boa justificativa. Eu não poderia ser despedido, não agora.

Suzuno dormiu num colchão velho, que eu guardava nos fundos do guarda-roupa e nem me lembrava. Era fino, quase dando para sentir a temperatura gelada do chão, mas não cheirava mal – como o sofá – e isso já era uma coisa positiva.

Preferi não acorda-lo, então sai.

Eu sabia que ele provavelmente não iria para a faculdade, ainda. Seu aspecto ainda não era o de um cara saudável, como ele costumava ser, e seus olhos estavam fundos. Ele, com quase certeza, não conseguiria progredir em nada mesmo se frequentasse as aulas. Eu sabia disso, porque algo me dizia que ele não tinha cabeça para se concentrar em muita coisa naqueles últimos dias.

Shigeto estava saindo, quando desci as escadas. Pensei em oferecer a ele carona, agora que eu tinha uma moto, porem, a lembrança ainda fresca de Shigeto entrando em meu apartamento e pegando Suzuno e eu em uma posição embaraçosa me fez recuar com tal ideia, como se me desse um tapa para acordar.

Baixei a cabeça e esperei que ele tomasse seu rumo, numa distancia que não fosse possível ele me ouvir ligando a moto ou coisa do tipo.

– Sorte sua, Nagumo, que o chefe não apareceu esse fim de semana, como ele pretendia – falou Gouenji, quando eu cheguei – mas, mesmo assim, você sabe que vou ter que informa-lo de todas as suas faltas, certo?

– Sim, eu sei – falei, tentando disfarçar a irritação.

– E você tem alguma boa justificativa para essa?

– Er... na verdade, não.

Gouenji suspirou. Seus cabelos não estavam no mesmo penteado de sempre, notei, era como se ele estivesse maior e mais caído, o que não era ruim, ao meu ver. Sua pele bronzeada e seu corpo definido eram apenas alguns dos motivos pelos quais muitas garotas – que alguns rapazes – apareciam constantemente para comprar coisas aleatórias – notei que, naquele ultimo mês, haviam sido vendidos quase todo o estoque de copos de liquidificador na primeira semana.

Fui para o meu lado do balcão e me escorei. O movimento de clientes foi normal, e, como de costume, Fubuki apareceu um pouco antes do horário do almoço, para ver ou falar com Gouenji – eu sei lá.

Ele me cumprimentou com um sorriso, antes do outro fazer um sinal para ele se aproximar.

“A-rg” pensei.

Fubuki Shirou era apenas um pouco mais baixo e consideravelmente mais atraente. Seus cabelos eram tão brancos quanto os de Suzuno e mais arrumados, olhos grandes e profundos. O que eu podia fazer, era impossível não ter raiva dele naquele momento.

Eu sabia que ele e Suzuno deviam ter dito uma coisa. Por que... se não fosse isso, então qual seria o motivo de Suzuno ter um desenho esboçado de seu rosto em sua parede?

Para não mencionar o fato de que, supostamente, Fuusuke o evitada, por algum motivo, me levando a pensar que talvez... Mas só talvez... Fubuki houvesse feito algo ruim para Fuusuke, ou, quem sabe, o contrario.

E eu não podia perguntar sobre nada.

Porque não era da minha conta.

Ou, pelo menos, não DEVIA ser.

E outra.

Como não ter nenhum pouco de raiva de alguém que era tão belo?

Comparado a ele, eu não passava de um cara sarnento e mal arrumado.

Toda a grande merda de ser um ruivo, era a quantidade de sarnas e manchas que apareciam constantemente em meu rosto. E meu cabelo? Ele nunca ficava penteado, e era grosso demais, para parecer natural. E tão vermelho.

Não era atoa que na escola primaria costumavam caçoar comigo por ser “esquentadinho”. Era o que diziam: “Nagumo, sua cabeça esta pegando fogo”.

Fubuki provavelmente era paparicado. Sempre e sempre. Ele era do tipo de rapaz que todos adoravam apenas por olhar para ele, e os que não o fazia, provavelmente era por inveja. Assim como eu, devo admitir.

Se Suzuno já houvesse tido algo com um cara como ele. Então porque ele olharia para mim?

Balancei a cabeça com esses pensamentos.

“O que diabos estou pensando?”

--

– Nagumo, esta me ouvindo?

Despertei, afastando-me do balcão como se ele estivesse dando choque.

Gouenji e Fubuki me olharam um pouco confusos.

– Tudo bem? – perguntou Goenji.

– Ah sim, sim, eu só estava...huh, distraído. – respondi, ajeitando a gola da camisa.

– Você já pode ir agora – continuou o maior – já vamos fechar para o almoço.

– Ah sim, tá bom – falei, correndo para os fundos pegar minha bolsa.

Por alguma razão, preferi me trocar ali mesmo e ir direito para a faculdade, almoçar no refeitório, talvez. Pensar em ir para casa e Suzuno estar lá me fazia nervoso, e eu, por uma razão ou outra, preferia não precisar vê-lo tanto.

Não que eu não gostasse.

Talvez eu só não quisesse pensar mais bobagens, e não conseguir me concentrar na aula.

A primeira aula era calculo, como em toda segunda-feira.

Me arrastei até o fundo da sala, onde preferia sentar, ao lado da janela. Os alunos iam entrando logo depois de mim, fazendo barulho, conversando.

Como desejaria estar em um lugar mais calmo do que aquele. A faculdade era como o primário: cheio de pessoas querendo se divertir zombando de outras, barulho e brincadeiras maldosas. Os calouros sofriam nas mãos dos veteranos, e os mais inteligentes eram excluídos das rodinhas sociais enquanto a época de provas não chegavam.

A professora já estava arrumando a bolsa em sua mesa – provavelmente procurando por um livro ou coisa assim – quando uma pessoa diferente entrou.

De inicio, pensei que fosse uma garota. Os longos cabelo loiros, e o rosto quase angelical, com olhos enormes e castanhos, sobrancelhas bem feitas.

Ele chamou atenção de todos na sala, por sua beleza e seu estilo. Roupas de cores claras, provavelmente muito caras, um pouco femininas demais, talvez.

O único lugar vazio na sala de calculo era ao meu lado. Se isso era bom ou ruim, eu não sei.

Apenas perto o suficiente era possível perceber que ele era um rapaz.

Olhei para ele, de soslaio, tentando parecer casual, e ele me lançou um olhar simpático, porem, de alguma forma, pareceu desdenhoso.

– Olá, me chamo Terumi Afuro – falou ele, quando se sentou na carteira ao meu lado, inclinando o corpo para olhar para mim.

Franzi um pouco a testa, desconfiado.

– Sou Nagumo Haruya.

– Espero que possamos nos dar bem, eu sou meio tenso nessa matéria – falou ele, tentando parecer divertido – me sinto um pouco perdido.

– Acho que é normal – falei, ainda sem parecer muito simpático – você vai se acostumar, eu acho.

– Tomara – ele tirou os ramos de cabelo que caiam sobre os olhos com os dedos – bem, de qualquer forma, prazer em conhecê-lo.

– Igualmente.

Terumi se ajeitou na cadeira e voltou-se para o quadro negro. Deixei escapar uma bufada leve, um pouco frustrada.

Não precisava de mais uma pessoa tão bonita andando pelo campus aquele ano.

--

Já estava saindo da faculdade quando senti o celular vibrar em meu bolso.

Era um milagre que eu tenha sentido, na verdade, mas talvez eu apenas não estivesse tão distraído quanto eu pensei que estava naquele fim de tarde.

Shigeto me ligou, ele parecia um pouco irritado”.

Era Hiroto, e por um instante, eu desejei que fosse Shigeto mesmo.

“Um pouco não, muito. Não me pergunte por que.” Respondi.

Você devia falar com ele”.

“Tenho certeza que ele não vai melhorar se eu for falar com ele”.

Omg, porque vocês sempre tem que ficar com raiva um do outro e fazer pirraça? Plmmds, apenas resolvam isso logo. Semana que vem é aniversario de Shigeto”.

“Ok, eu vou tentar, mas não garanto nada. E tenho certeza de que nem ele se importa se é ou não aniversario dele”.

Eu sei, mas, mesmo assim, ao menos não ficam emburrados um com o outro até lá”.

Suspirei. Tudo o que eu NÃO precisava agora era falar com Shigeto.

Não que eu não me importasse com ele, mas, ele não tinha motivos para ficar tão irritado, assim como eu não tinha motivo para me desculpar ou coisa assim.

Porque as pessoas tinham que ser tão complicadas?

Montei na moto e cheguei em casa antes da noite cair. O que era um pouco estranho, considerando que levava horas para chegar a pé e bastante tempo para chegar de ônibus.

Suzuno estava deitado, todo esticado, no chão da sala, quando entrei. Percebi que haviam menos tralhas no chão do que quando eu sai, e, para minha ligeira surpresa, o sofá não estava lá.

– Fuusuke, o que você fez com o sofá? – perguntei, largando a bolsa num canto.

Ele suspirou, parecendo um pouco aborrecido e cansado.

– Eu o carreguei para fora – respondeu, com a voz um pouco rouca.

– O QUE? Pra que?

– Você nunca pensou em deixar ele no sol para tirar aquele fedor? – Fuusuke esticou um pouco o pescoço para olhar para mim por alguns segundos, parecendo um pouco indignado.

– O que? Em que isso vai ajudar? E se alguém pegar?

Ele suspirou novamente.

– Ah, Haru, já vi que você não entende nada de limpeza mesmo – ele pareceu um pouco sarcástico – e, por favor, quem em sã consciência levaria aquele sofá feio e empoeirado? Ainda por cima, pesado como aquele?

– E como diabos você o carregou lá pra fora?

– Eu pedi ajuda a um vizinho, é claro.

– Um vizinho?

– Claro, eu não ia arrastar aquela merda sozinho. E olha, você tem uns vizinhos atraentes, eu não esperava por isso.

Rangi os dentes. Eu não precisava se mais pessoas “atraentes”.

– Não, não tenho.

– Aquele do 6º quarto parecia um daqueles modelos de academia, você nunca reparou? Haha – ele deu um risinho estranho.

– Ah, claro. Ele só é estúpido e fedorento como uma mula.

Ele riu.

– Você esta de mau humor? – perguntou, se sentando.

– Não.

– Parece que chupou limão. Ou sei lá.

Resmunguei, tirando a camisa e a jogando em cima da mochila. Suzuno pareceu um pouco surpreso.

– O que foi? – perguntei.

– É que... Bem. Sei lá.

– Hum.

Nos olhamos por quase um minuto inteiro, de uma forma que foi bastante desagradável para mim, pois encarar Suzuno era, no mínimo, desconfortável. Eu simplesmente não conseguia olhar tanto tempo para seus olhos, sem ter pensamentos estranhos.

– Porque você não se senta um pouco? – ele perguntou, depois de um tempo.

Hesitei um pouco, e Fuusuke fez sinal para que eu me sentasse ao seu lado.

Era notável que não fazia muito tempo que ele havia acabado de sair do banho, pois parecia haver algumas gotículas de água em alguns fios de seu cabelo platina. Ele parecia estar usando as roupas que ele estava vestido quando chegou, porém, lavadas – o que eu não me lembrava dele ter feito.

O chão estava limpo, e só percebi realmente quando me sentei, e não senti nenhuma espécie de gastura quando a palma de minhas mãos roçou no piso.

– Você limpou isso? – perguntei surpreso.

– Bom, mais ou menos. Eu não aguentava mais toda aquela poeira.

– Wow.

Ele se inclinou para olhar para mim um pouco, de uma forma que, poderia ele pensar ser agradável, porem, me deixava nervoso demais para ver como sendo simpático ou algo do tipo.

– Você parece cansado – falei, tentando não parecer nervoso.

– Você também, eu acho.

– Hum... você quer comer alguma coisa?

– Eu já comi – ele deu um sorriso de canto de boca quase imperceptível.

– Ah...

– É estranho. – ele desviou o olhar de repente.

– O que?

– Bom, estar aqui... Tudo isso. Eu não me sinto muito bem, estando aqui – ele falou lentamente – ah, eu não sei nem o que eu estou falando.

– Acho que eu entendi. É um pouco estranho pra mim também. Mas acho que é porque eu estava acostumado a chegar e não ter ninguém deitado no chão da minha sala.

– Talvez seja isso.

– É isso.

Mais uma vez o silencio. Estranho e quase torturador. Eu queria ter algo para dizer, mas minha cabeça parecia completamente vazia, e, percebi, Fuusuke parecia estar compartilhando de uma sensação parecida, uma vez que ele parecia estar prestes a falar alguma coisa e, do nada, suspirava e abraçava seus joelhos.

Poderia ser impressão minha, mas ele parecia um pouco nervoso também. Estava diferente, falando de forma diferente. E isso me deixava um pouco esquisito, pois, era como se Suzuno tivesse mais de uma personalidade.

Uma hora ele era tão violento e grosseiro, e então, de repente, tão vulnerável e confuso. E depois, ele era sarcástico e irritante. Agora, ele era silencioso, pensativo, e um pouco confuso, talvez.

Desde que Shigeto havia entrado pela aquela porta, ele parecia mais distante. Às vezes parecia tentar me trazer para mais perto e então, nada...

“Qual é o problema?”.

Pisquei algumas vezes e percebi que a noite já havia começado a cair lá fora. Era estranho, pois eu não sabia se eu deveria levantar e acender a luz ou continuar ali.

Algo parecia não querer que eu levantasse dali, e Fuusuke continuava abraçando seus próprios joelhos de uma forma que ele quase se encolhia a meu lado. Isso fazia ele parecer tão pequeno. Era estranho.

Me virei para ele, vendo como, mesmo com a falta considerável de iluminação que enchia a sala, seus cabelos pareciam brilhar. A luz dos postes da rua pareciam se direcionar especialmente para eles, e eu não resisti em acaricia-los.

Ele levantou a cabeça, provavelmente assustado com o toque surpresa.

– Oh – ele murmurou – você finalmente tocou em mim.

– Hum? – perguntei confuso, quase cochichando – Você estava esperando por isso?

– Sim, seu idiota.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem :3

AVISO:
Eu estava re-lendo minha fanfic um dia desses e, notei que ela parecia um pouco confusa em algumas partes (umas partes um pouco sem sentido que não se encaixavam e tal) e que havia muitas partes que eram pura enrolação (principalmente sobre o lemon).

Foi então que falei com um amigo (ele é o usuario deviantAngel no Nyah!) e ele é um dos meus escritores lemon favoritos ( quem quiser, ele esta doido para que alguem leia sua fanfic "Eu não sou um Cara Mal", na categoria originais/agora chega de propaganda q), e ele topou me ajudar a re-escrever a historia.

SIM, Eskalith vai ser totalmente re-escrita e provavelmente sera postada no Anime Spirit (eu tenho uma conta lá mas eu nunca entro T_T).
Tenho certeza de que vai ficar bastante diferente, e sem enrolação, com mais partes "picantes" hoh. Mas não se preocupem (quem se importa, claro), a historia seguira com o mesmo objetivo e enredo, e apenas seram mudadas algumas coisas importantes e tera um ritimo mais rapido e com as partes q eu n tive coragem de colocar!

E para aqueles que acham q lemon estraga uma fanfic (eu entendo como se sentem, na vdd), lhes garanto que o lemon de meu amg é de qualidade QQNN (pelo menos eu acho).

Enfim, era isso
nada demais

Até a proxima :3