Sussurros De Uma Suicida. escrita por Aprimorada


Capítulo 27
Capítulo 27- "Duvidas" - Vitor.


Notas iniciais do capítulo

Galera to com uma puta inspiração kkkk' e vou aproveitar para postar o quanto aguentar hoje.



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Disquei o número dele, e enquanto chamava meu coração acelerava, e quando ouvi o sua voz, quase me pus a chorar.

– Oi. – Sua voz saiu doce e calma. –

– Desculpe não ter ti atendido e nem ti retornado. O que houve?

– Eu preciso de você. – Entre soluços ele disse. –

Ele estava chorando e eu fiz o mesmo do outro lado do telefone, meu coração estava apertado de mais dentro do meu peito e eu não pudia negar ajuda ele, controlei o choro e com a voz firme disse:

– O que houve?

– Eu preciso de você.

E ele repetiu isso tantas vezes, que eu fui obrigada a desligar o celular, a guardar a minha dor no bolso e sair de casa e ir até a dele, ver o que ocorria. Bati na porta e ele não veio me atender, abri a porta e entrei, o encontrei no canto do quarto de sua mãe, encolhido e chorando, o guarda roupa estava escancarado, e sem nenhuma roupa, me aproximei, sentei do seu lado e o abracei, não perguntei nada, só fiquei ali, o acolhendo em meu peito. Acho tão estupido, quando as pessoas dizem que homens não choram, que bobeira, eles também tem sentimentos e não são de ferros. Ficamos uns minutos abraçados, até que ele levantou a cabeça, fitou seus olhos em mim e disse:

– Me desculpe.

Eu só o abracei mais forte, fazendo assim algumas lágrimas escorrerem de meus olhos, depois de muitos minutos longes e exaustivos naquele chão, ele decidiu me contar o que aconteceu. Sua mãe fugiu, com um homem estrangeiro que disse que só queria ela, que não queria filhos.

Ela saiu com as malas, e eu me agarrei nelas, o táxi já estava lá fora esperando, ela me disse que precisava ir, que voltaria depois para me pegar, que mandaria dinheiro e tudo mais, mas eu não pudia deixar ela ir, agarrei mais firme nas malas, na esperança que ela desistisse dessa ideia, e então ela soltou a mala, fechou os olhos e com a voz fraca e triste me disse "Tchau" e saiu correndo, não tive tempo para reação nenhuma e estou até agora aqui chorando.

Me contou ele enquanto dizia as lágrimas rolavam em seu rosto e era inevitável não chorar ao vê-lo daquele modo. Andamos até o seu quarto, deitamos na cama e ele se apoiou no meu peito, eu tremia, ao sentir ele ali, perto de mim, ao ver sua dor. Eu lhe fazia cafuné, na esperança que ele dormisse e esquecesse tudo o que ocorreu por alguns segundos que fosse, eu cantava baixinho para ele a musica Birdy - People help the people, meu inglês não era dos melhores, mas eu tentava, sempre me diziam que eu tinha uma voz bonita e eu acreditava, alias, eu também achava isso. Meu peito já estava molhado de lágrimas e a música já havia acabado, ele reclamou, dizendo que queria outra e eu comecei a cantar Birdy - Shelter, talvez ele não entendesse o que eu cantava, mas ele sentia, como eu sentia, que aquela música era perfeita com o cenário e eu tentava não chorar em meio a música, já que ele ainda se debulhava em lágrimas sobre o meu peito, poucos minutos depois, ele adormeceu, pudi sair de baixo dele e ir ao banheiro e então eu chorei, sem bem entender o motivo do choro, eu não sei se estava feliz, triste, ou ambos, só sei que doía, ainda mais ao vê-lo daquele jeito, desci até a cozinha, peguei a faca mais afiada e fiz um pequeno corte, só para aliviar a tensão, voltei para o quarto e me deitei ao seu lado e adormeci, acordei com o meu celular tocando, era a minha mãe, levantei rapidamente saindo do quarto, já que ainda Vitor dormia.

– Oi mãe.

– Cade você?

– To na casa da tia, com o Vitor, ela fugiu mãe, ela abandonou ele, trocou por um estrangeiro. – E eu comecei a chorar.– Como ela pode fazer isso? O deixar sozinho, que mãe faz isso? ...

– Calma, ela me ligou aqui e me explicou tudo, sei que é difícil, mas assim que possível para a casa que eu te conto tudo.

– Ok.

Desliguei o celular e vi Vitor na porta do quarto a me olhar, suspirei e segurei o choro, ficamos nos encarando, então me aproximei e o abracei e fiquei repetindo "Vai ficar tudo bem, eu to aqui amor.", ele só ficou ali em silêncio, perfeitamente encaixado em meu corpo, dessa vez, minha cabeça que se apoiava em seu peito, já que ele é bem maior que eu, ele me apertava forte e pudi sentir gotas pingarem em meu ombro, levantei a cabeça, segurou em seu rosto e sorrindo disse:

– Não fique assim, eu sei que é difícil, que doí, que parece que nunca vai passar, que é insuportável, mas eu to aqui, to aqui com você, por você e eu não vou ti abandonar, não igual ela. Não vale a pena ficar sofrendo por isso, ela, a que diz ser sua mãe, não merece, não merece isso. Ouviu? Entendeu?

E ele fez que sim com a cabeça, os seus olhos estavam cheios de lágrimas e ele tentava conter para que elas não escorressem, o abracei mais uma vez forte, voltamos para o quarto, deitamos na cama e ficamos ali mais algumas horas em total silêncio, até que deu a hora de mim ir embora. Ele me levou até a esquina da minha casa, eu lhe dei um abraço bem forte, criei coragem e sussurrei em seu ouvido "Eu te amo", não sei se foi a melhor hora, mas eu queria mostrar que alguém se importava com ele. Infelizmente quando cheguei em casa minha mãe já estava dormindo e continuei curiosa sobre tudo o que ocorreu com a minha tia. Subi para o quarto e tinha um grande pacote na minha cama e um bilhete da minha mãe "Mandaram ti entregar kkk'", abri o pacote, tinha um outro bilhete, agora não era da minha mãe "É pra você usar, sábado comigo e não aceito um não como resposta. Obs: Você vai ficar linda. Beijos. Edgar" desembrulhei e pudi ver que era um vestido, um lindo vestido, era longo. Devia ser algum evento especial e eu estava na duvida do que iria fazer agora. Me joguei na cama e dormi logo em seguida, ainda me encontrava cansada.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Beijos.



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