Sussurros De Uma Suicida. escrita por Aprimorada


Capítulo 18
Capítulo 18 - "Tormento." - Pai II.




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Eu acordei na madrugada, com a boca seca e tive que me levantar para beber água, eu não me olhei no espelho, mas pudi sentir que meu rosto estava inchado, principalmente minha boca, eu me levantei e senti uma grande dor em minhas costelas, mal consegui ficar em pé, andei devagar e desci as escadas quase parando, me apoiei na pia da cozinha, enquanto enchia o copo de água, minhas pernas bambeavam, o meu peso era de mais sobre meus pobres pés. Ouvi vozes vindo da sala, parecia uma discussão, mais em um volume controlado, caminhei lentamente até a sala, me apoiei na viga e pude ver meus pais discutindo, minha mãe segurava uma garrafa de vodca na mão e dizia:

– Você quer destróir sua vida, sua família, por isso? – E esfregava o litro em seu rosto. –

Não sei como meu pai continuava calado diante aquilo, pelo pouco que sei do modo que ele age, ele já estaria espancando minha mãe ali mesmo. Eu continuei a observar e vi que meu pai não se encontrava mais bêbada e isso foi um alivio, eles continuaram a discutir, até que meu pai fitou seus olhos e conseguiu me ver, eu tentei sair correndo, mas minhas costelas doíam tanto, que tive que andar com passos largos, cheguei no meu quarto e me deitei, a dor estava insuportável, pensei que talvez tivesse quebrado algum de meus ossos, e talvez seja isso mesmo. Voltei a dormi e acordei com uma voz mansa e calma me chamando, quando me virei, vi que era Vitor, consegui ver o espanto em seu rosto quando viu que eu estava toda machucada, ele me abraçou forte, e eu o empurrei, dizendo:

– Agh! Estou dolorida.

– Me desculpe. Seu irmão me disse o que aconteceu, sinto muito.

Eu dei um leve sorriso que durou em meu rosto poucos segundos, eu queria que ele fosse embora, pois eu estava horrível. Então decidi levantar da cama, já que pelo jeito Vitor não sairia dali, fui ao banheiro e então pudi ver o quão mal eu estava, minha boca estava enorme, roxa, meu olho se encontrava da mesma forma, levantei minha blusa e vi o quanto mal estava minha barriga, eu não conseguia relar, pois a dor estava absurda, lavei meu rosto, escovei os dentes e sai do banheiro, pedi para Vitor que pegasse um pouco de gelo e assim ele fez, trouxe uma bolsa com gelos, quando levantei a blusa e a coloquei, Vitor ficou sem reação, congelou seus olhos e ficou em silêncio, eu fiquei sem reação também, então eu disse:

– Acho que é melhor você ir embora.

Ele ficou em silêncio, e concordou com a cabeça, não queria que ele fosse embora, mas ele fez isso, eu queria que ele retrucasse comigo e disse-se que iria ficar ali comigo, mas ele não fez isso. Minha mãe disse que era melhor eu ficar o resto da semana em casa, para evitar comentários e perguntas de outras pessoas. Eu concordei com a ideia, até achei melhor mesmo, eu continuei em meu quarto, estava um tédio e eu não sabia o que fazer, passei a tarde assistindo filme, e acabei voltando a dormi, acordei era umas 22hrs00min com os gritos de meus pais, eles discutiam gritando, como se fosse para todo mundo ouvir, eu desci as escadas e vi meu pai segurando o braço de minha mãe com força, e minha mãe o empurrando, então eu gritei:

– PAREM COM ISSO. QUE INFERNO. – Ele virou para mim, e eu continuei a gritar. – VOCÊ, É UMA DESGRAÇA, EU TE ODEIO, ESPERO QUE VOCÊ MORRA.

Ele veio em minha direção, eu tentei me afastar, andando para trás, mas não adiantou de nada, só me lembro de sentir um murro forte em meu rosto, que me fez cair e depois seguidos chutes que senti em meu corpo, principalmente na costela que estava machucada, minha vista começou a embaçar e eu só ouvia os gritos de minha mãe: " PARE, SOCORRO, ALGUÉM ME AJUDA.", então depois dele me dar um chute na cabeça eu adormeci, não sei bem por quanto tempo, eu tinha momentos de lucidez e acordava de vez enquanto, via o rosto de minha mãe e ela aos prantos, parecia que a gente estava em um carro, não sei direito. Então finalmente eu acordei em um quarto branco, era o hospital, me movi e logo parei, a dor estava insuportável, minha mãe se levantou da cadeira que se encontrava do lado da minha cama, ela apoiou em minha cama e com a voz calma e doce, me disse:

– Você esta bem?

Eu fiquei quieta, ela saiu do quarto e chamou o medico, ele entrou e olhando para a fixa disse:

– Oi mocinha, como esta? Você fraturou 3 costelas, e quebrou o braço, teve o coagulo na cabeça, fora os hematomas causados pela queda.

– Queda? – Eu disse surpriendida.–

– Não se lembra querida? Você caiu do segundo andar.

Disse a minha mãe, enquanto apertava a minha mão, eu fiquei indignada, eu não estava acreditando que ela estava encobrindo o meu pai, que estava mentindo, eu estava tão brava com a situação, morrendo de raiva. Eu fiquei sem reação, eu não sabia o que fazer, eu fiquei em silêncio, travando uma briga dentro de mim, tentando entender o porque dela ter feito aquilo, eu queria gritar ali mesmo e dizer que eu não cai não, que eu fui espancada, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa. Ouvi minha mãe dizendo para o medico que eu as vezes tinha surtos que eu pirava, que era melhor me dar algum calmante logo. Eu estava perdida naquele momento, eu queria fugir daquilo, então ela entrou no quarto, veio até mim e disse em meu ouvido:

– Desculpe, estou fazendo isso pro nosso bem, se eu contar o que ele fez, ele vai matar todos nós, me desculpe bebê.

Ela deu um beijo na minha testa e eu comecei a chorar, a enfermeira entrou e disse que daria uma pequena doce de um remédio, eu não entendi o nome, mas devia ser um calmante, porque eu poucos minutos eu adormeci.


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