Sob o Signo de Vênus escrita por Ray Shimizu


Capítulo 18
Akamui


Notas iniciais do capítulo

Ah, dessa vez foi rápido, não foi???!!



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A youkai mantinha um sorriso ardiloso nos lábios, fixando o olhar em Megume, esta por sua vez não sabia que reação tomar, devia falar alguma coisa? Ou talvez devesse deixar Kurama tomar a dianteira?

Era um fato que ela sabia quem a morena era, afinal, havia dito que queria conhecê-la pessoalmente. Então a mulher levantou de seu trono, podia se ver que era uma youkai bem egocêntrica pelo modo como era a decoração de sua mansão e por suas vestes; sendo um quimono vermelho sangue, com detalhes bordados a ouro, parecendo de uma princesa chinesa.

– Megume… querida. Você quer saber onde está seu pai, não é mesmo? - a voz da youkai era aveludada e firme, um timbre beirando ao grave, mas ainda sim muito feminino e sensual. - Pois bem, eu sei onde seu pai está.

A morena arregalou os olhos, surpresa pelo que ela ouvira, poderia ser tão fácil assim saber onde seu pai estava? Sentiu uma grande ansiedade lhe preencher, entretanto, em seguida a ficha caiu e ela percebeu que não seria tão fácil assim. Sem saber exatamente o que fazer, Megume lançara um olhar para Kurama e o viu com uma expressão inabalada, como se soubesse o que youkai iria dizer a seguir.

– Oh! - a youkai colocou suavemente uma das mãos sobre os lábios avermelhados, como se tivesse falado algo errado. - Como eu pude não me apresentar? Creio que Kurama não falou muito sobre mim. - Logo em seguida voltou a sorrir. - Me chamo Akamui, uma youkai de fogo… antiga esposa de seu pai.

– Como? Esposa? - Megume a encarou incrédula, não imaginava de longe que ela pudesse ser esposa de seu pai, isso foi antes ou depois de Hitome? A morena olhou para o ruivo novamente, e este pareceu tão surpreso quanto ela com a noticia.

Akamui se aproximou dos dois, mas seu olhar pertencia apenas para Megume, como se Kurama não existisse naquele momento, sendo brevemente descartado do assunto:

– Naquela época eu era uma youkai tão fraca e patética quanto Shibata. - a mulher de fogo pegou em alguns fios de cabelo de Megume, como se tocá-los fosse levá-la de volta ao passado. - Podíamos dizer que nos apaixonamos… Ficamos juntos durante alguns anos, mas acabei enjoando dele e do seu jeito meio… imbecil! Querendo ajudar os outros, muito tolerante… e nos separamos. - ela deu mais uma breve pausa antes de continuar, suspirou e sorriu. - A verdade é que até hoje eu gosto dele, mas não combinamos!

A jovem ouviu aquilo com atenção, embora não lhe interessasse quem era essa mulher, a única coisa que realmente importava era saber sobre seu pai. Ouvir de alguém que o conheceu de fato, e não de alguém que apenas sabia quem foi ele, descobrir realmente sobre o passado dele, informações que talvez nem seu Koenma saiba. E ter esta oportunidade logo a sua frente, deixava-a muito ansiosa.

– Eu sei o que você mais deseja saber! – exclamou a youkai, observando os últimos fios de cabelo escorrer entre seus dedos. – Você quer o paradeiro dele, mas tenho condições para lhe dizer isto.

– E qual seria? - Kurama perguntou antes de Megume, lembrando as duas que ele ainda estava lá.

O youkai raposa não sabia o que ela iria pedir, afinal poderia ser algo totalmente imbecil e supérfluo ou algo realmente difícil de conseguir, além de ser extremamente complexo.

– Se o seu grupo ganhar o torneio eu digo onde ele está, caso contrário pode esquecer. - Akamui soltou um riso alto. - Com ela fraquinha assim, duvido muito que vão conseguir, a não ser que…

As palavras ficaram soltas no ar, deixando o mistério mesclar com o tom de voz incógnito da mulher, junto ao seu olhar insinuante sobre os convidados.

– Você não está sugerindo que ela... - Kurama começou a suar frio, imaginando que não seria uma idéia ruim, mas sentia pena de Megume.

– Sim, raposinha! Isso mesmo, ela ficará aqui para treinar comigo até a próxima luta, garanto que ela se tornará uma youkai classe S.

– Kurama… qual é meu rank agora? - Megume perguntou um pouco apreensiva, será que ela estava realmente assim tão fraca quanto achava que estava.

– Classe D. - A ruiva adiantou a informação, colocando-se entre os dois novamente. - Você ganhou as lutas por sorte, apenas isso… Quer que eu demonstre pra você o quanto você é fraca? - A youkai nem esperou a resposta e já entrou em ação, levantando um único dedo, junto de um movimento rápido, e a morena já estava no chão sem conseguir respirar.

O que tinha sido aquilo? Pensou a jovem, sendo que ela nem sequer viu a youkai se mexer. De repente estava no chão com uma dor alucinante lhe sufocando.

– Tem youkais muito fortes ali, mais forte que Hiei e Kurama, mais fortes que eu. Acha que vai achar seu pai com esse espírito fraco? - o olhar da youkai era totalmente diferente, era sombrio e determinado. - Você está cheia de dúvidas, não sabe que atitude tomar, precisa de ajuda para seguir um caminho… Acha mesmo que eu vou dizer onde está seu pai para uma garotinha como você?

Kurama não conseguiu reagir, foi um movimento rápido até mesmo para ele, precisaria estar em sua forma original para conseguir acompanhar aquele movimento, apesar de ter conseguido ver alguma coisa, não teria tempo de se defender se o alvo fosse ele.

– Você escolhe, fique e terá uma chance a mais de encontrar seu pai. Ou vá embora e morra na próxima luta!

– E por que você a treinaria? - Perguntou Kurama desconfiado, afinal conhecia o gênio dela, uma egoísta, que se não tivesse algum benefício jamais iria mexer um dedo para ajudar, mas também não era de seu feitio maltratar os outros, só os que atrapalhavam seus objetivos. Era apenas uma pessoa que não media esforços e nem escrúpulos para ter o que queria.

– Porque sou muito generosa! - de repente a voz da youkai voltou ao normal, falando de maneira pomposa e um pouco escandalosa. - Ela é filha de uma pessoa que eu admiro muito, apesar dele ser um molenga!

– Sabe que não convenceu, não é? - Megume aos poucos ia recuperando seu fôlego, ainda sentia uma dor horrível no estômago, mas conseguiu se levantar e falar.

– Certo, certo… Não que eu deva satisfações, mas tenho uma dívida com seu pai, e eu pagarei desta forma.

– Dívida? E o que seria? Você não me parece do tipo que paga favores. – e esta foi a vez de Megume questionar.

– Você tem uma visão muito equivocada de mim… mocinha. - Akamui sorriu de uma maneira falsa, deixando explicito o sarcasmo.

– Tenho que concordar, ela sempre devolveu favores… - afirmou o ruivo. - Apesar de ser de seu costume demorar séculos e fazer somente os favores que lhe convém…

Akamui olhou feio para Kurama, como se reprovasse o que ele havia dito, mas a youkai sabia que era verdade. Sendo assim continuou com seu humor e disse:

– Então, o que me diz?

Megume queria ficar mais forte, não negava a sua fraqueza e era por isso que precisava de ajuda, mas sua preocupação era se de fato a youkai de fogo iria treiná-la ou se era alguma armadilha. Akamui disse que era para retribuir um favor que ela nem sabia qual era e se realmente havia um, e aparentemente não existia motivos para ela ajudá-la. Pensou por um momento em recusar, ia tentar se virar sozinha, mas sabia que não teria muito êxito.

– Eu vou ficar. – Falou determinada. Sabia de todos os contras que esta escolha poderia lhe causar, entretanto não havia outra forma de se manter viva por lá, se não fosse ficando forte.


Kurama saiu do castelo, não havia mais nada a fazer ali, mesmo porque Akamui exigiu que ficassem apenas elas. O ruivo não concordou de início, mas Megume insistiu para que fosse dessa forma. Ele entendia que a morena queria ficar mais forte, não dependendo deles para conseguir sobreviver no Makai, mas fazia pouco tempo em que havia chegado, porém achou melhor que as coisas caminhassem dessa maneira, agora ela tinha razões para continuar vivendo, era de certa forma um alívio.

O raposa fez o caminho de volta pela floresta bem mais rápido de quando estava indo a procura da youkai de fogo. Já havia decorado cada planta que aparecia em seu caminho, evitando do mesmo modo que antes as carnívoras e as venenosas. Um pouco antes de sair da floresta, avistou alguém caído no pé de uma arvore. O fruto produzido por ela faz com quem a come adormecer e suas raízes vão envolvendo a presa até sufocá-la e quebrar todos os seus ossos. Kurama reconhece a criatura que caiu na armadilha e refletiu se deveria ou não tirá-la de lá.

Hiei não estava na casa de Akamui, apesar de ter entrado pelo portão, foi pego em uma ilusão que o levou para fora, a youkai de fogo não gostava muito dele, por motivos pessoais. No passado já se enfrentaram, brigavam por tesouros, algumas décadas atrás ele teve a coragem de invadir seu lar para roubar um tesouro que acabara de conseguir do mundo espiritual, mesmo ele sendo um youkai de classe mais baixa, conseguiu tal feito, o que a deixou ainda mais brava.

Assim como Kurama, ele se pôs a voltar para o torneio, sozinho. Ele não sentia a energia sinistra dos amigos, mesmo que o da raposa fosse normal, o de Megume também estava oculto, porém ela ainda não sabia controlar sua energia, será que aconteceu alguma coisa?

Sem notar começou a ficar preocupado, sabia que Akamui não era uma youkai muito gentil, podia ter matado os dois, com o ruivo iria ter trabalho, mas ela? Embora tivesse evoluído muito desde que a conhecera ainda não era páreo para a mulher de fogo. Muito antes de ele conhecer Yusuke, ela já era classe S.

Meio que inconsciente deu meia volta em direção à casa da youkai.

– Vamos começar o seu treinamento!

O sorriso esboçado por Akamui era de dar calafrios, como se adiantasse que seria algo bem doloroso, um olhar sádico era evidente, aqueles olhos vermelhos brilhavam, para Megume seria um verdadeiro desafio, para a youkai seria divertido. Fazia muito tempo em que ela não treinava alguém.


A morena sentia calafrios, nunca em sua vida teve aquela sensação de medo, insegurança. Mas não iria fugir, mesmo que quisesse não havia mais volta.


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Notas finais do capítulo

Hey, espero que tenham gostado!!! :)
Beijos, galerinha!!! Se puderem comentar, ficarei agradecida!
Fui!!!