O telefone tocava, demorou um pouco até Moniki ir atender, e estava de tão mau humor que falou com rispidez:
- Quem é?
- Moniki? Aqui é a Maki... – dava pra perceber de longe que Moniki estava irritada, e nem precisaria olhar para o cabelo dela.
- Maki? – aparentemente ela parecia ter se esquecido da garota.
- É a Maki do clube de judô.
-Ah... Sim... Tudo bem? – na verdade ela não tinha se lembrado quem era, mas não tinha paciência alguma, pra tentar se lembrar.
- Tudo! Aliais, eu queria falar com você sobre o campeonato que vai ter semana que vem...
- Não quero saber. – ela desligou o telefone na cara da outra, finalmente tinha se lembrado quem era, era uma garota chata que sempre lhe falava pra entrar no clube de judô, e lutar no campeonato.


Mais tarde, depois daquela briga insana do Kyo e Haru...
- Vamos embora. – Yuki fala sério, estava de tão mau humor quanto Moniki. –Já incomodamos elas demais por hoje...
- É verdade... - o black Haru, agora estava normal...  Voltando a ser o “White Haru”. – Ainda tenho que falar com o Hatori sobre essas duas.

Moniki não estava nem aí sobre quem seria esse tal de Hatori, queria dormir... Estava muito cansada.
- Acho que ela não acorda hoje... – os olhos avermelhados olhados mostravam cansaço. Até quando ela teria que agüentar aquilo?

Depois de algumas horas na casa dos Sohma.
- Entendo... Bem o que irá acontecer com elas é decisão de Akito...
- Não acho que apagar a memória daquela garota vá adiantar alguma coisa, ela sabia quem eu era antes mesmo de eu ter me transformado... – Haru de certa forma tinha razão.
- Isso você não me contou. – Hatori não sabia dos detalhes, o boi estava com certa preguiça de se explicar então resumiu os fatos.
- A outra garota não sabia de nada pelo que eu vi, ficou tão assustada...

Depois disso foi tudo contado a Akito.
- Entendo... Essa menina pode ser interessante, apague a memória apenas da outra garota. – talvez pudesse ser útil.
-Certo. – Hatori concordou, sempre era ele que tinha que fazer esse tipo de coisa... Quantas memórias ele teve que apagar? Ter feito tal ato com sua amada foi tão doloroso, queria poder nunca mais fazer isso.

No dia seguinte foi à escola.

- Keiko, já te disse... Aquilo tudo não aconteceu, - Moniki tentava fazer a amiga parar de falar naquela história toda.
- Tenho certeza que não foi um sonho! Eu vi um gato se transformar num garoto! – a tentativa da garotai estava sendo em vão.
Para Moniki era mais fácil fazer Keiko acreditar que aquilo fora um sonho...
- Eu não me lembro de nada disso ter acontecido, e você ainda disse que eu estava junto!

De tanto sua amiga de cabelos de cor indefinida ficar falando que aquilo não passara de um sonho estranho, a ingênua garota acabou acreditando...
Até...
- Desculpa! – Keiko se esbarrou em um garoto de cabelos laranja... Só podia ter sido o Kyo.
Ela viu com seus próprios olhos o garoto se transformar em um gato,
- Tinha que ser o gato idiota. – Moniki colocou uma das mãos no rosto.
- Moniki, você disse que era um sonho! – a amiga estava incrédula.
- É, né... Disse. – após discurso isso pegou o gato e a amiga, os arrastando para outro lugar, embora o corredor estivesse vazio, alguém poderia ver a cena.

- Seu gato imbecil! – a garota agora com os cabelos vermelhos, esbravejou com o amaldiçoado animal.
- Sua idiota, essa daí que esbarrou em mim!
- Você que devia ter cuidado! Pelo visto também não olhou para onde estava andando! Meu trabalho todo foi em vão! Gato i-di-o-ta!
- Ora sua! – nessa hora o animal tomou outra forma.

-Argh!!!. – Moniki virou-se, não queria ver o ruivo nu.

Como da outra vez as roupas dele tinham ficado para trás... E no corredor alguém achou.
- Por que tem um uniforme largado aqui? – uma das colegas de Kyo achara as roupas.
- Não sei... Estranho. – a outra menina respondeu.
O ratoi estava com as meninas, afinal era do conselho estudantil.
- Acho que sei de quem é! – ele pega as roupas das mãos da garota e sem dizer nada sai correndo. – Até quando esse idiota vai dar problemas?!

Yuki estava cheio de ser um dos amaldiçoados, sempre tendo que tomar cuidado para não ser abraçado por alguém do sexo oposto, sempre se esquivando... Como ele queria ser um garoto normal. Kyo pelo contrário, queria ser aceito como um dos doze. Ser o amaldiçoado do gato, o que tinha de bom naquilo? Além de não ser normal, não era aceito... Só por ser o gato.

Antes que qualquer um pudesse dizer qualquer coisa, Hatori entra no porão da escola, mal sabia que era pra lá que Moniki tinham levado os dois.
- O que fazem aqui? – ele pergunta, olhando bem o local sujo e empoeirado, obvio que fazia muito tempo que ninguém entrava ali, pelo menos não para fazer uma limpeza. Ele viu Kyo sem roupa, mas fingiu não ter visto nada...
- Acontece que esse idiota fez o favor de se transformar no corredor lá da escola, antes que alguém visse a gente eu os arrastei pra cá. Por que não ficam numa escola só de garotos? Ia ser bem melhor pra vocês...  Não ia precisar se preocupar com as pessoas andando pelo corredor.
- Percebi. – Hatori soube assim que viu o amaldiçoado sem suas roupas.
- Sim... Espera ai... - pelo que o Kyo se lembrara ninguém tinha dito pra ela que se transformavam quando abraçassem alguém do sexo oposto. – Quem contou isso pra você?
- Não te interessa. – Moniki respondeu ignorando o gato.
- Depois falamos disso, eu vim fazer algo aqui. – Hatori corta o assunto dos dois.
- Veio apagar a memória delas? – Kyo irrompeu.
- Sim, mas somente daquela garota... – apontou para Keiko, que estava quieta, nem tinha notado a presença de Hatori, estava assustada demais para poder falar.

Foi o que ele fez, sentou-se em frente dela, respirou fundo... Ia mais uma vez apagar a memória de alguém.
- Você se esquecerá de tudo sobre eles... – foi apenas o que disse e logo após dissolveu as lembranças da menina de olhos arregalados, que aos poucos, esquecia tudo o que viu, e também de tê-los conhecido.