For Amelie - 2a Temporada escrita por MyKanon


Capítulo 9
VIII - Oficializando (?)


Notas iniciais do capítulo

Música: Come hear boy (Imogen Heap)
*



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It's dark in here

Está escuro aqui
Visions are flashing into my head

Visões estão brilhando em minha cabeça
As I reminisce

Como eu relembro
My re-occuring dreams and you said:

Meus recorrentes sonhos e você disse:

 

Naquela mesma noite eu sonhei com ele. E havia muito tempo nem sonhava. Por isso acordei muito bem humorada.

_ E então, como dormiu a Rapunzel? - perguntou minha mãe animada, claramente se referindo ao meu cuidado com o cabelo no dia anterior.

_ Muito bem. - respondi me servindo de leite quente.

_ E então... Vocês vão se ver?

 

I'm falling, falling for you babe,

Estou caindo, caindo por você querida
And my feelings are getting stronger”

E meus sentimentos estão ficando fortes”
So why don't you stay with me for a...

Então porque você não fica comigo por um...
For a little longer?

Por um um pouco mais?

 

_ Ah, eu não sei. Ele tem umas coisas pra fazer... E você? Hoje você tinha um compromisso... Não tinha?

_ Eu? - ela colocou café no leite tentando evitar a conversa.

_ Aceitou o convite ou não?

_ Bem... Sim. Eu aceitei! Não quer ir com a gente?

_ Mãe, por favor né... Enfim, estou muito feliz. Espero que aproveitem. Mas por favor mãe, juízo.

_ Olha só! Até parece que não me conhece!

_ É justamente por isso dona Diangeles de Prado.

_ Oras!

Dei risada e ela riu também.

Apesar de saber que não tinha nada mais deprimente do que ficar em casa mofando enquanto minha mãe tinha um encontro...

Fiquei o dia todo torcendo para que ele me ligasse ou mandasse uma mensagem, mas não aconteceu...

 

Come here boy

Vem aqui garoto
Oh Oh come here boy

Oh Oh, vem aqui garoto
Come here boy

Vem aqui garoto
Oh Oh come here boy

Oh Oh, vem aqui garoto

 

Logo que anoiteceu minha mãe foi se arrumar.

_ Você está maravilhosa, mãe! - elogiei.

Estava usando um vestido tubinho preto com sapatos na mesma cor, porém com salto cromado. Os cabelos estavam soltos e com um ótimo caimento. Por que o cabelo dela ficava lindo simplesmente com shampoo?

A maquiagem também estava leve, mas realçando os olhos expressivos que eu herdara dela.

_ Não estou exagerada?

_ Não. Está ótima. Ele vem te buscar?

_ Não. Preferi marcar lá mesmo no restaurante. Sei lá né Mel... Vai que a noite acabe em um desastre...

_ Você não pode ir a um encontro pensando em dar errado. Isso é pessimismo

_ Necas. Isso é teoria da contingência.

_ Mudou de nome?

_ Mel, você pode ser um gênio, mas a analista de negócios aqui sou eu.

_ Mãe, pare de analisar seu encontro como se fosse uma transação.

_ Certo. É que estou nervosa.

_ Não vejo motivos. Você está deslumbrante. Ele é quem deve ficar nervoso.

Ela olhou as horas.

_ Bem... A hora chegou. Faz tanto tempo que não faço isso... Que estou com medo de me sair mal...

_ Quem é você, e o que fez com a minha mãe, aquela mulher tão confiante e debochada?

_ Estou parecendo uma idiota, não estou?

Na verdade ela estava parecendo comigo.

_ Você gosta dele, não é, mãe?

Ela finalmente parou de gesticular e me encarou seriamente.

_ Acho que um pouquinho. De nada. É quase imperceptível.

_ Não tenha dúvidas que ele gosta mais de você que você dele.

_ Obrigada filha!

Depois disso me deu um abraço e pegou a chave do carro. Eu acenei para ela enquanto o carro se afastava.

Assisti um pouco de televisão para tentar matar o tempo, já sem esperanças de receber algum telefonema.

 

Why are you taking so long?

Porque você está levando tanto tempo?
You need to come and find me, honey

Você precisa vir e me achar, querido
To set your mind at rest

Pra deixar sua mente descançar
And let your dreams run free

E deixar seus sonhos correrem livremente

 

Acabei adormecendo, e quando acordei, com muita dificuldade, minha mãe estava me chamando para ir para o quarto.

_ Como foi? - perguntei automaticamente.

_ Foi ótimo. Mas amanhã a gente conversa. Está tarde e você nem colocou seu pijama.

No dia seguinte acordei com a vaga lembrança desse diálogo e desci ansiosa para a cozinha a fim de saber dos detalhes, mas para minha tristeza ela ainda não tinha acordado.

Tive de aguardar até quase as onze da manhã para falar com ela.

_ Bom dia! - cumprimentei animada.

_ Bom dia Mel! - respondeu no mesmo tom.

_ Acho que temos que ter uma conversa muito importante!

Ela me encarou encabulada e concordou com a cabeça.

Ela foi para a cozinha e sentou-se num dos lugares, servindo-se de café. Eu fiz o mesmo e comecei:

_ E então? Como foi?

_ Foi ótimo Mel... - o olhar dela se perdeu no tampo da mesa – Ele é um cavalheiro... Nós jantamos... Conversamos... Dançamos... Foi tudo perfeito.

_ Vocês...?

_ Nós o quê? - perguntou voltando à realidade.

Fiz um gesto circular com a mão, torcendo par não ter que fazer a pergunta em voz alta.

_ Ah Mel, claro que não!

_ Então agora me conte sobre ele.

_ Ele é divorciado... Tem dois filhos... Um menino e uma menina.

_ Ihh mãe... Que problema...

_ Nem tanto. As crianças ficam com a mãe... E ele às vezes fica com o menino aos finais de semana. Pelo que entendi a menina não fica muito com ele. Só almoçam juntos algumas vezes.

_ Quantos anos eles têm?

_ Parece que o menino tem doze e a menina quinze... Ou o inverso, não lembro. Preferi não conversar sobre isso.

_ Há quanto tempo ele está separado?

_ Parece que três ou quatro meses.

_ Mas foi tudo numa boa, ou a mulher é daquelas perseguidoras?

_ Ele disse que foi tudo muito civilizado. E ele realmente me passa muita tranquilidade.

_ E... Ele é bonito?

_ Ah Mel... - ela corou – Eu o acho lindo. Você precisava conhecê-lo... Mas não! Vamos com calma.

_ Você também contou que tinha uma filha?

_ Disse. Contei que era uma menina linda e super-dotada.

_ Ah mãe, por favor, me diga que não disse isso...

_ Estou brincando. Só disse que era um crânio. E sabe o que ele disse?

_ O que? - perguntei enfezada.

_ Que bem que você poderia ajudar os filhos dele... - e riu.

_ Claro. Já estou lá.

_ Agora é a sua vez. E aí, falou com o seu namorado?

_ Eu não tenho namorado. - respondi mais irritada ainda.

_ Certo... Falou com o Aquiles?

_ Não.

_ Hum. - então ela entendeu a razão do meu mau-humor repentino. - Você não vai ligar pra ele?

_ De forma alguma.

Ficamos em silêncio o resto do café. Depois fui ajudá-la com o almoço e não tocamos mais no assunto.

Eu não saberia se não tinha motivos, ou se os tinha de sobra para ficar chateada por não ter recebido nenhum sinal de vida daquele idiota mais que lindo... Tá, ele não tinha a obrigação, mas ele disse que nos falaríamos...

 

Come here boy

Vem aqui garoto
Oh Oh come here boy (x4)

Oh Oh, vem aqui garoto (x4)

 

Na segunda-feira cheguei muito cedo na escola, e logo subi para a sala de língua e literatura. Sentei-me no banco e comecei uma nova leitura.

Aos poucos o corredor foi ficando cheio e barulhento.

_ Bom dia Criiis! - por que ela sempre estava tão animada?

_ Bom dia Thaís.

Ela estranhou meu tom, mais desanimado que o normal, mas preferiu não comentar. Pra minha sorte, garotas se entendem...

_ Bom dia Mel.

Depois de o Aquiles me cumprimentar, me deu um rápido beijo.

_ Bom dia. - respondi e em seguida voltei para o livro.

_ Olha só, livro novo... O que é dessa vez?

_ Corpo virtual. - respondi sem me desviar.

_ Como você é eclética.

_ Hum-hum. - confirmei outra vez sem encará-lo.

_ Ei, Mel... - ele chamou enquanto acariciava minha bochecha.

_ Sim? - finalmente encarando-o.

_ Tá tudo bem?

 

You know, I'm no stranger in your dreams

Você sabe, eu não sou estranho em seus sonhos
You know, I'm no stranger in your dreams

Você sabe, eu não sou estranho em seus sonhos

 

Droga... Ele era tão meigo... Era injusto ele sempre me ganhar com tanta facilidade...

_ Claro.

_ Então tá bom.

Mas acabei não conversando muito com ele nas aulas de língua e literatura. Depois tivemos aula de educação física e ele veio se juntar à mim e à árvore que sempre me fazia companhia nessa aula.

_ Não vai treinar? - perguntei.

_ Acho que já treinamos o suficiente. Vem cá.

Ele me puxou para mais perto de si, e me cercou.

_ Sábado eu fui para o curso de inglês e à tarde fui com meu pai me matricular naquele cursinho semi-extensivo que estava te falando. Ontem eu fui treinar com os meninos. Pensei em te chamar, mas achei que não ia curtir muito. E o seu fim de semana, como foi?

Improdutivo.

_ Ah, normal. Não fiz muita coisa... Bom, modéstia minha, não fiz absolutamente nada.

_ Ô do chapéu, não vai jogar não? - gritou um dos meninos na quadra.

Ele acenou negativamente.

_ “Do chapéu”? - perguntei.

_ É, eu também não entendi. Mas cada dia eles me arrumam um apelido diferente. Ontem foi “chachoeirinha”.

_ Que gente mais criativa. - comentei sem muito interesse.

Ele soltou meu cabelo e começou a alisá-lo. O que ele via de tão interessante nisso?

_ E a sua mãe, como está?

_ Está ótima. Sábado ela teve um encontro.

_ Sério? Que legal.

_ É, também achei... Mas sei lá... É tão estranho.

_ Você nunca me falou sobre seu pai. Eles são separados?

_ Não... Na verdade ele faleceu. Há quase dois anos.

_ Poxa Mel... Sinto muito.

_ Tudo bem.

_ O que houve? Bom, se não quiser, não precisa falar sobre isso.

_ Não faz mal. Bom, não é um assunto muito legal, já que foi uma tragédia. Mas eu nunca contei para ninguém... Eu nunca conversei de forma tão pessoal com alguém. Foi uma cirurgia mal sucedida. E era algo que ele nem precisava fazer. Uma remoção de um cisto benigno no pescoço... Que evoluiu para uma parada cardiorrespiratória, que evoluiu para um coma vígil, que evoluiu para óbito...

Parecia que eu podia ver aquele mês inteiro se passar diante de mim novamente. Quando senti-o me apertando em seus braços, voltei para o presente.

_ O importante é que sua mãe está se recuperando, não é?

_ Ah, sim. Isso é muito bom.

_ Você também?

Eu era muito parecida com meu pai. Introspectiva e racional. Ele me entendia perfeitamente. Conversávamos sobre ciência e política. Ele ia me ajudar a escolher minha faculdade... E agora não poderia ver isso. Eu não estava me recuperando.

_ Estou tentando Aquiles.

_ Tenho certeza que logo vai conseguir. Não há nada que não consiga. Bem, meus pais são casados, mas acho que não está tudo muito bem.

_ Por quê?

_ Eu sempre achei que eles eram muito diferentes. Mas sempre lideram muito bem com essa diferença... Ultimamente eles andam brigando muito. Minha mãe reclama que ele trabalha muito e eu desconfio que ele faça isso justamente para evitar as reclamações dela. O que acaba virando um círculo vicioso.

_ Que chato Aquiles...

_ Tenho certeza que uma hora eles vão se entender. Eles são muito inteligentes e se amam. É mais uma crise. Eles precisam de uma nova lua de mel. Sempre se resolvem. Essa seria a oitava...

Dei risada.

_ Sua mãe também trabalha? - perguntei.

_ Não, ela anda se dedicando... À carreira da minha irmã.

_ Carreira da sua irmã? Você não disse que ela era mais nova que você?

_ É. Ela tem dezesseis anos. Mas é que... Ela foi influenciada a seguir carreira de modelo.

Imagino por quem.

_ Ah. Você parece insatisfeito.

_ Insatisfeito é apelido. Espero que logo essa brincadeira perca a graça.

Que bonitinho, preocupado com a irmã...

_ Ei, Cris! - chamou um dos meninos aproximando-se do gramado onde estávamos sentados.

_ Hum? - perguntei curiosa.

_ Você não poderia nos emprestar nosso atacante um pouquinho?

_ Não poderia coisa nenhuma. - ele respondeu no meu lugar.

_ Deixa de ser donzela! Com o perdão do ajetivo! - dirigiu-se a mim.

_ Pô meu, mais do que a gente já treinou? Quem tá precisando de treino é você.

_ Acorda cara! Hoje é contra o 3H! Vice do ano passado.

_ Mas você é moça hein Guilherme... Tá, eu vou antes que comece a chorar também. Mel, você se importa?

Claro que me importava...

_ Tudo bem. Falta pouco tempo pra acabar a aula.

 

I'm craving and I'm howling

Eu estou suplicando e rugindo
I'm begging and I'm pleading

Estou implorando e pedindo
Be mine tonight

Seja meu esta noite

 

Ele se levantou e seguiu o amigo para a quadra. Continuei com a minha leitura. Pra minha tristeza eles continuaram treinando durante o intervalo.

_ E aí Cris, vai com a gente na lixo? - perguntou a Thaís.

_ Não, vou esperar o Aquiles.

_ Tá certo. Cuida do que é seu. Até daqui a pouco.

Em seguida, apareceu a Bia.

_ Cris! E aí, animada para o jogo?

_ O que você quer?

_ Ai, credo, que agressividade! Só queria te avisar: A escola toda ficou sabendo que o Aquiles tá solteiro... E parece que virão várias fãs assistirem também. Se eu fosse você, abria os olhos! Fui!

Depois subiu com a amiga Bruna para a lanchonete também.

Como assim “solteiro”? Ele não estava “solteiro”. Não completamente. E que fãs?!

Droga, eu não tinha nem ajeitado o cabelo! Bom, eu tinha que assumir a responsabilidade de me relacionar com um garoto infinitamente mais lindo que eu...

Quando acabou o intervalo, fomos para a aula de química, claro, depois de aguardá-lo sair do banheiro.

O professor passou mais um atividade em dupla. Ele sabia que só de nota de prova a turma não passaria...

Ele não teve tanta dificuldade para resolver os exercícios, e logo terminamos. Como estava muito cedo para deixar a sala, ficamos aguardando a liberação do professor.

Eu estava com o queixo apoiado numa das mãos, observando o quadro branco.

_ Você ficou chateada por eu ter ficado no treino durante o intervalo?

_ Hã? Não. Não estou chateada. - estava era preocupada.

_ Ahn... Menos mal. - ele pegou minha outra mão por baixo da mesa e ficou acariciando-a.

Sorri contente. Em seguida o professor permitiu nossa saída.

Na aula de história também não conversamos muito, pois era uma aula muito importante para os meninos acertarem as últimas estratégias.

_ Vamos lá Mel? - perguntou o Aquiles apressado no fim da aula.

Por sorte eu já havia juntado meu material justamente para não atrasá-lo. Esperei-o se trocar e descemos juntos para a quadra.

Juro que tentei não me ater nas pernas dele, mas foi impossível. Pra minha sorte ele era extremamente avoado, e não notou meu assédio silencioso. Não me contive e deixei escapar um riso por causa das minhas ideias.

 

Oh and I'm waiting I'm dying

Oh! E eu estou esperando e estou morrendo
I'm wanting and needing

Estou querendo e estou precisando
To show you the slut I am

Pra mostrar a vulgar que sou

 

_ O que foi? - perguntou curioso.

_ Não, bobeira minha.

_ Espero que não esteja rindo de mim.

_ Muito pelo contrário. - inclinei-me e dei um beijo naquele rapaz lindo.

Ele beijou minha mão e seguimos para a quadra.

Já tinha muita gente na quadra, inclusive a sala adversária. Meu lugarzinho costumeiro estava ocupado, então fiquei próxima à quadra, encostada num muro de concreto. Até que não foi ruim, lá a vista era bem privilegiada.

Quando ouvi um grupinho de meninas barulhentas se aproximando, me lembrei do comentário da Bia.

_ Ali, ali, aliii!!! - apontava uma entre pulinhos.

_ Ah meu Deus! Que visão! - respondeu a outra.

Por favor, estejam falando do Rafael... Ele é mais alto e mais forte...”

_ E quando você ficou sabendo? - perguntou uma terceira.

_ Ontem, foi uma menina da sala dele mesmo que disse pra Manu. Mas e aí, como vamos dividir?

_ Dividir uma vírgula querida, ele vai escolher uma oras! Sou ciumenta!

_ Combinado então... Desculpem meninas, mas depois daquela modelo esquelética, creio que ele vai querer um pouco mais de carne! - dizendo isso estapeou o próprio traseiro.

Que maravilha, era dele mesmo que estavam falando... E eram extremamente vulgares. E escolheram justamente ficar ao meu lado.

Massageei as têmporas, tentando pensar numa forma de me concentrar única e exclusivamente no jogo, sem sucesso.

O jogo teve início, mas era impossível prestar atenção ouvindo tanta besteira.

Por sorte o grito das torcidas, os comentários de outros meninos começaram a se sobrepor aos comentários imorais.

O primeiro tempo acabou, no zero a zero. Depois de beber água ele veio na minha direção, e como o grupinho de gralhas nunca imaginaria que ele estaria vindo na direção de uma garota como eu, ficaram esfuziantes.

_ Tá difícil Mel. - comentou dando risada ao se aproximar de mim.

Acho que pra mim estava mais ainda.

Ele me beijou e o grupinho silenciou instantaneamente. Acho que preferia ter continuado no anonimato.

_ Ahn... Confio em vocês. - podia sentir o olhar delas queimarem na minha nuca.

Ele recostou-se no mesmo muro que eu e ficou observando o movimento da quadra. Pouco depois se despediu de mim com outro beijo e foi se juntar ao time.

Ouvi as meninas atrás de mim cochicharem entre si, e preferi trocar de lugar.

Finalmente saiu o primeiro gol, da classe adversária. Seria possível eu estar trazendo azar também?

Mas acompanhando meu pensamento, veio um gol da nossa sala. Feito por um garoto que eu ainda nem conhecia.

E o jogo ficou por isso mesmo. Eu não entendi porquê, mas a nossa sala estava comemorando. Só depois do Aquiles me abraçar é que entendi. Alguma coisa sobre nossa sala ter mais pontos...

Os outros garotos da sala continuaram comemorando, mas ele preferiu ficar comigo.

_ Mas fiquei decepcionado...

_ Por quê?

_ Acabei não marcando nada.

_ Tenho certeza que oportunidades não faltarão. - dei um beijo rápido tentando animá-lo.

Por que os homens tem essa obsessão? O time ter ganhado não era suficiente?

Os estudantes começaram a deixar a quadra, mas o Aquiles continuou no mesmo lugar. Então fiquei fazendo companhia a ele.

Ele sentou-se na mureta onde estávamos encostados e me convidou a fazer o mesmo. Sentei atrás dele e abracei sua cintura.

 

Where I'll be touching and holding

Onde serei tocada e abraçada
Caressing and giving you

Te acariciando e dando
Your every fantasy

Toda sua fantasia

_ Vai descansar um pouco antes de ir embora? - perguntei.

_ Só um pouquinho. Troquei o expediente de hoje para amanhã com o meu pai. Tenho um patrão tão compreensivo...

Demos risada do comentário irônico dele.

A quadra já estava quase vazia.

_ Mel... - ele chamou.

_ Hum? - respondi, recostada nas costas dele, ouvindo sua respiração.

_ Eu também amo você.

Céus...

 

I'll get you dreaming and lusting,

Te terei sonhando e desejando
I'm burning and I'm praying

Estou queimando e rezando
For more of this ecstasy

Por mais deste entusiasmo

 

E como se não fosse suficiente, continuou:

_ Você namoraria comigo?

 

Come here boy

Vem aqui garoto
Oh Oh come here boy (x4)

Oh Oh, vem aqui garoto (x4)

 

E diante de falta de resposta, acrescentou rindo:

_ Quero dizer, oficialmente...

Mas eu só estava meio... Chocada.

 

You know, you know I'm no stranger in your dreams

Você sabe, eu não sou estranho em seus sonhos

 

Continua

 


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Notas finais do capítulo

*
Warning: Semana de provas. Provável linchamento agendado para semana q vem...
Kissus flores de meu jardim! -q