For Amelie - 2a Temporada escrita por MyKanon


Capítulo 8
VII - Uma difícil aproximação


Notas iniciais do capítulo

Música: All Because Of You (Saliva) (*Nome sugestivo não? //Zoay)



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_ Anti-frizz, anti-pontas, anti-manchas... Ahá! Anti-volume. - comentava comigo mesma enquanto procurava um creme para domar a guerra nuclear na qual meu cabelo se encontrava.

Minha mãe devia ter creme até anti-tristeza naquele armário, mas resolvi não perder muito tempo, caso contrário, me atrasaria para a aula.

_ Aguente só até o intervalo... Não estou pedindo muito... - pedia encarecidamente ao pote.

Distribuí o creme uniformemente pela extensão do meu cabelo, tentando não exagerar na dose. Eu ainda me perguntava por que ele me despertava aquela vaidade que nunca tive.

Eu nunca havia me arrumado para ninguém. Por isso a falta de habilidade...

Ao terminar, dei uma olhada geral.

_ É... Nunca vou ser uma Daphne da vida, mas já é um começo. - depois, irritada ralhei comigo mesma – E não diga mais palavrões logo pela manhã. E pare de falar sozinha.

Em seguida, corri para o ponto de trólebus pois já havia perdido mais tempo que o planejado.

 

~*~

 

_ Oi. - ele me cumprimentou com um beijo assim que desci do trólebus.

_ Oi... - respondi surpresa.

_ Você demorou...

_ Ahn... É. Estava arrumando... Umas coisas. - depois sorri despretensiosa.

Ele riu também e depois reparou:

_ Uau, como você está cheirosa... E linda.

Corei como havia muito tempo não corava...

_ O-obrigada. Bondade sua.

_ Não. Você sabe que não.

_ Já estamos atrasados. Vamos logo.

Ele riu da minha atitude esquiva e pegou minha mão para subirmos a passarela.

Chegando na porta da sala, sentei-me no mesmo banco de sempre, e ele foi cumprimentar os garotos de time.

_ Ah, bom dia Cris. - começou a Bia no tom mais falso que já havia tentado.

_ Bom dia.

_ E então? Se entenderam? - perguntou olhando do Aquiles para mim.

_ Perfeitamente.

_ Você não sabe como fico feliz.

_ Ah, eu sei...

_ Bom dia amiga!!! - gritou a Thaís aproximando-se da gente.

_ Bom dia Thaís.

Ela virou-se para Bia e disse:

_ Ahn... Não, pra você eu não desejo um bom dia.

_ Thaís! - chamei sua atenção.

A Bia fez uma careta e afastou-se da gente. Logo em seguida, a Camila também se juntou a nós.

_ Olha a Cris, toda pimposa! - comentou reparando no meu cuidado com meu cabelo.

_ Ah, não exagerem...

_ Awwn, o que o amor não faz, não é mesmo? - comentou a Thaís com a amiga.

_ Meninas, por favor...

_ Aquiles, chega aí! - chamou a Thaís, me ignorando completamente.

Ele fez sinal para que ela aguardasse e continuou conversando com o amigo.

_ Ai, ai, e agora, o que vai fazer? - perguntei preocupada.

_ E aí, quer ir a um salão comigo hoje? Tô precisando retocar meu reflexo... Você notou como meu cabelo cresceu? - perguntou me mostrando a raiz.

_ É...

_ Eu vou com você Thatha... Acho que vou fazer uma franja, o que você acha? - perguntou a Camila.

_ Ah não amiga, não faça isso...

Eu estava me sentindo tão alheia à conversa...

_ E aí, o que vocês estão aprontando? - perguntou o Aquiles ao se juntar a nós.

Ele sentou-se ao meu lado, abraçando meu ombro.

_ Só queria saber se está tratando a Cris direitinho. - disse a Thaís em tom protetor.

_ Espero que sim... - ele virou-se para mim, lindo como nunca – Estou me saindo bem, Mel?

Maravilhosamente bem...”

_ Sim, sim. Eu diria que sim.

_ É, parece que está agradando. E.... Já se resolveu lá com a sinhazinha? - ela perguntou novamente.

_ Thaís, Thaís... Isso não te diz respeito, mas como eu sou muuuito legal, vou te responder. Sim, já está tudo acertado. A Mel agora tem exclusividade total. - depois me abraçou e beijou minha bochecha.

_ É Camila, parece que estamos sobrando... Simbora.

E foi se juntar a alguns garotos, junto com a amiga.

O professor de hipnose da aula de geografia acabou chegando parei de no falar com o Aquiles também.

Em seguida tivemos aula de língua e literatura, a professora devolveu o trabalhado que havíamos feito sobre os livros, e recebemos a nota máxima.

_ Eu continuo me impressionando... - comentou o Aquiles para mim.

_ É Aquiles, você não deveria terminar com ela até pelo menos o fim do ano. - brincou a Bia.

Uma brincadeira de muito mal gosto, como sempre.

 

Something's wrong with me

Algo está errado comigo

Cause I can't even feel you now

Porque eu não posso nem ao menos te sentir agora

Or know that this is real

Ou saber se isto é real

Am I too blind to see that there's something there behind your eyes

Estou tão cego para ver que tem alguma coisa ali, atrás de seus olhos

and it's bringing me to my knees?

E está me fazendo cair de joelhos?

 

_ Ah não se preocupe com isso. Isso quem decide é a Mel. Eu não vou abrir mão dela tão cedo.

Existe declaração mais poética? Tá, admito que estou influenciada por estar apaixonada, mas... Enfim, tem como não amá-lo?

_ Certo, Mel? - ele perguntou.

Mas eu não tinha resposta à altura.

_ Não diga bobagens Aquiles... - disse baixo por falta de forças.

Ele beijou minha cabeça antes de se sentar, e eu fiz o mesmo.

 

All I want is you and I don't care

Tudo o que eu quero é você e eu não me importo

All I want is you and I don't care

Tudo o que eu quero é você e eu não me importo

 

Na aula de física ele sentou-se comigo na última bancada e eu tive de ajudá-lo com a matéria de ótica.

_ As imagens refletidas em espelhos convexos são virtuais, direitas e menores em relação ao objeto independente da posição dele. Já nos côncavos, as imagens podem variar de acordo com a posição...

_ Claro, como não pensei nisso antes...

_ Aquiles, pelo amor... Você tem que aprender isso.

_ Tá, eu vou aprender. Qual a diferença do côncavo para o convexo mesmo?

Fiquei encarando-o perplexa.

_ Calma, dessa vez foi brincadeira!

_ Então me diga a diferença.

_ Ah, o côncavo é o fundo... E o convexo... O contrário.

_ É, melhor que nada.

_ Fica tranquila. Passo raspando, mas passo.

_ Hum.

Eu já tinha terminado meu exercício, então fiquei apenas a observá-lo fazendo o dele. E me dei conta que não sabia muita coisa sobre ele. Sobre a família dele, os planos dele para o futuro ou o doce preferido dele. E por quê? Por que eu nunca perguntava nada sobre a vida dele?

_ Você vai prestar vestibular? - perguntei.

_Também não é pra tanto Mel... Vou começar um cursinho intensivo agora no segundo semestre, e juro que vou me dedicar.

Poxa, ele achou que eu o estava desmerecendo... Preciso rever meus preceitos.

_ Não, você não entendeu... Não foi isso que eu quis dizer. Eu só queria saber mesmo se você vai prestar vestibular e onde...

_ Pretendo. Ciências da computação na FEI. Meu pai queria que eu fizesse engenharia elétrica, pois segundo ele o campo de trabalho é maior... Mas convenhamos, se eu não consigo fazer um exercício de espelhos...

_ Ah, também não é para tanto... - Na verdade, era sim.

_ Mas eu me identifico mais com a informática. Terminei. Está certo?

Dei uma conferida.

_ Está sim.

_ E você Mel?

Eu ainda não sabia.

_ Vou prestar medicina.

_ Uau! Tenho certeza que vai passar. Onde vai prestar?

Pensei por alguns segundos.

_ Na verdade ainda não sei... Acho que também vou precisar de um cursinho intensivo...

_ Bom, eu acredito muito em você, mas de nós dois, você é quem sabe o que faz.

Dei risada, mas depois o cutuquei para que tomasse cuidado com o professor que nos observava meio descontente.

No intervalo ele me levou para perto do bloco dois, e nos sentamos no gramado onde muita gente fazia pique-niques. De lá era possível ver uma sala treinando fervorosamente na quadra.

_ Segunda vamos ter outro jogo. Quartas de final. Sabia? - me perguntou quando eu e encostei no seu ombro.

_ Desculpa Aquiles... Mas não sei nem quando é a copa.

_ Não importa. Só não vá deixar de assistir. Você não assistiu da última vez.

_ É...

E aquele episódio foi lamentável. Eu fiquei a manhã inteira esperando para vê-lo jogar, e quando finalmente chegou a hora, ele estava com a namorada. Naquele dia eu finalmente admiti que o amava. E arriscaria dizer que foi o dia mais triste da minha vida. E olha que minha vida foi repleta de tragédias...

_ Não faz mal... A culpa foi minha. - disse me cercando em seus braços.

_ Tem toda razão.

Ele riu.

_ Mas sabe... Aquela comparação serviu para me abrir os olhos.

_ Que comparação?

_ Como vou dizer... Quando te vi nos observando... Não sei, mas eu nunca tinha visto aquilo com ela.

_ Que ótimo, sou indiscreta.

_ Ah, você entendeu...

Entendi mesmo. Sempre me disseram que meus olhos eram muito expressivos.

_ E sobre o dia em que me beijou a primeira vez? Aquela vez em que me pediu desculpas? Foi só para me consolar?

 

Cause all I do is wait in, wondering and hoping, that we'll survive it

Porque tudo o que eu faço é esperar, imaginando e torcendo, para que nós sobrevivamos a isso

I know that all this is true

Eu sei que tudo isso é real

All because of you

Tudo por sua causa

 

_ Você curte distorcer as coisas não é? - perguntou brincalhão – Naquele dia foi automático. Eu te abracei e não deu outra... Eu não consegui nem pensar que era uma burrada. Por isso as desculpas. Pra você ver como isso começou há muito tempo. Eu só não tinha percebido.

O que me custou um coração partido muitas vezes... Homens!

_ Tá bom Aquiles... O que importa agora... É que... - É que o quê? Que estamos namorando? - Bom, você sabe.

_ Disse tudo agora Mel.

Não resisti e ri da observação boba.

De repente o intervalo pareceu muito curto e logo já estávamos na sala de SIC. Passamos a aula toda jogando forca, o que foi uma covardia para com o Aquiles.

_ Púbere? Você imaginava que eu descobrisse? - perguntou indignado.

_ Foi você quem quis jogar. -respondi encolhendo os ombros.

_ O que é isso? Púbere?

_ Qualidade de puberdade. Aquele que está na puberdade.

_ Ahn... Podia jurar que tinha outra conotação.

Forcei a memória e corei violentamente quanto alcancei o pensamento dele.

_ Deus, como sou inocente... - comentei apagando a palavra do meu caderno.

_ Isso mesmo Mel. Mantenha-se desse jeitinho. Pura, inocente e principalmente casta. - sussurrou ao meu ouvido.

Parei de apagar meu caderno. Observei se alguém prestava atenção à nossa conversa.

_ E quem disse que sou virgem? - perguntei ofendida.

Ele boquiabriu-se não acreditando. Eu também queria que fosse mentira. Voltei a apagar a palavra do meu caderno.

Fiquei com medo de que ficasse chateado comigo ou até mesmo que perdesse o respeito. Mas depois me lembrei que ele era a pessoa mais fascinante que eu já tinha conhecido. Mesmo assim continuei com muita vergonha, por isso não mais me dirigi a ele até o fim da aula. Ele fez o mesmo.

 

Something's wrong with you

Algo está errado com você

The walls you build around you now

As paredes que você construiu a sua volta agora

Seem to fit you like a glove

Parecem se encaixar em você como uma luva

Something's wrong with you

Há algo errado com você

Cause stars cannot be found in clouds that cover up their love

Porque as estrelas não podem ser encontradas em nuvens que mascararam seu amor

 

Quando tocou o sinal, ele me aguardou e fomos juntos para a quadra de educação física. Dessa vez, a aula foi na quadra interna.

_ Então quer dizer que... - ele começou sem saber ainda como se expressar.

_ Todos somos adolescentes Aquiles. - tentei parecer descontraída.

_ Mas é que...

_ Mas é que nada Aquiles! Eu não vou questionar sua vida... Íntima. Então... Melhor fazer o mesmo.

Depois percebi que havia sido rude.

_ Desculpa, mas é que não acho que precisamos falar disso agora, não é mesmo?

_ Tem razão. Eu só fiquei curioso. Mas me ignore! - depois disso me deu um beijo discreto.

Suspirei aliviada depois dele se juntar ao time para jogar. Que situação mais esquisita... Como nunca pensei nisso antes?

Sentei na arquibancada e tentei não pensar mais na conversa que um dia teríamos que ter, assistindo o treino.

Eu não cansava de admirá-lo. A cada momento parecia mais lindo e mais ágil. Mais estrategista, mais líder, com os olhos mais verdes.... Não tinha sombras de dúvida, era amor. Na sua forma mais pura e intensa.

 

All I want is you and I don't care

Tudo o que eu quero é você e eu não me importo

All I want is you and I don't care

Tudo o que eu quero é você e eu não me importo

 

Infelizmente a aula acabou. E era sexta-feira. Como seria meu final de semana?

Os amigos dele o acompanharam até a saída, discutindo sobre a partida de segunda-feira, mas ele não deixou de segurar minha mão por todo o caminho.

Só ficamos a sós quando chegamos ao ponto de trólebus.

Ele me beijou delicadamente e em seguida me abraçou.

_ Eu devo estar fedendo... - comentou entre risos.

Mas mesmo suado ele tinha um cheiro ótimo.

_ Impressão sua.

Continuamos em silêncio, abraçados.

_ É o meu... - disse contrariada quando minha condução se aproximou.

_ Amanhã talvez os meninos queiram se encontrar para treinar, mas a gente se fala, tá bom?

_ Tá.

_ Até Mel. - disse se despedindo com um beijo.

_ Até... - Até quando?! Mas preferi não pressionar.

 

Cause all I do is wait in, wondering and hoping, that we'll survive it

Porque tudo o que eu faço é esperar, imaginando e torcendo, para que nós sobrevivamos a isso

I know that all this is true

Eu sei que tudo isso é real

All because of you

Tudo por sua causa

All because of you

Tudo por sua causa

All I want is you and I don't care

Tudo o que eu quero é você e eu não me importo

All because of you

Tudo por sua causa

All I want is you and I don't care

Tudo o que eu quero é você e eu não me importo

 

Continua 

 

 


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Notas finais do capítulo

*
N/a.: Juro q vou responder os reviews q faltaram, palavra!! =P