A Outra Face De Um Badboy... escrita por Duda


Capítulo 27
Capítulo 27 - O segredo e as grandes revelações...


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas lindas!!!
Demorei pra caramba. Mas hj o capitulo é bastante grande. Grande reviravolta na fic.
Boa leitura...



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POV MADALENA

Abri a porta para regressar a meu dormitório e a fechei, tendo a certeza que bateu. Quando me virei encontrei dois olhos fulminantes me analisando de cima a baixo. A análise valeu que nossos olhos se cruzassem. Senti meus batimentos acelerarem e a temperatura de meu corpo subiu de tal maneira que comecei transpirando e sentindo meu estomago se contrair. Engoli em seco.

Como eu podia ter esquecido que o dono do quarto em frente ao de Carlos era Tiago? Como?

Fiquei com medo de perguntas, mas não, mais uma vez ele mostrava indiferença á minha presença. Tiago riu seco, sarcástico, embora seu brilho no olhar também transparecesse um pouco de desilusão.

_ Não sabia que agora virou esse tipo de garota! – seu comentário soou que nem um tiro no silencio.

_ E o que te importa isso?

_ Nada, estritamente nada, apenas nunca pensei que se tornasse numa dessaszinhas.

_ pelo menos me mantenho calada e não ando pra aí comentando sobre minhas coisas, já Vanessa quando abre a boca meu deus, mais valia estar calada mesmo!

_ Olha o que fala! – ele ameaçou. Nossa ele nunca tinha falado daquele jeito pra mim, nem mesmo quando brigávamos.

_ E mais uma vez defendendo ela, hein! – era incrível, duvidava seriamente se alguma vez ele me tinha defendido daquele jeito.

_ E mais uma vez, provocando ela. – ele queria briga, mas eu não daria chance.

_ Olha aqui, eu não tou afim de brigar com coisas que não valem a pena, se eu sou dessas, eu não tou nem aí pra sua opinião, nem pra nada que seja seu. Quero mais é distancia. Me erra! Lembro de á uns dois meses falar pra você, pra me deixar e nunca mais me dirigir a palavra, qual foi a parte que não entendeu?

Ele não respondeu, melhor, sempre preferia vê-lo calado. Andei até meio do corredor e depois me voltei de novo:

_ Ah, e antes de levar suas amiguinhas cabras e peçonhentas pra cabana, lembra que ela é minha! Não quero correr o risco de esbarrar com uma camisinha ou com um sutiã.

Entrei na cantina, mais cedo que o comum. Queria comer rápido pra depois pegar os livros que excecionalmente deixei no armário, queria adiantar uns trabalhos, era sábado.

Estava terminando o café quando Valéria se sentou na minha frente com um sorriso de meio metro, mais um pouco e saltava fora do rosto.  Acho que já tinha visto um idêntico, e supunha que os motivos eram os mesmo.

_ Bom dia amiga! – nossa e a boa disposição até dava pra ela cantarolar quando falava.

_ Bom dia coisa enjoativa! – é esse era o termo correto pra ela, me estava pondo nauseada. Ela não respondeu e eu foi obrigada a falar. – Viu um passarinho? Que cor já agora?

_ Com nome Lucas, com cabelos sedosos e cheiroso. Com um sorriso encantador e….

_ Ah, sei! – peguei meu tabuleiro e saí da mesa, eu vomitaria não tardava. – A gente se vê na sala de convívio. Beijo!

Nem olhei mais pra trás. Fui até ao armário e peguei o que precisava.

Prestava minha total atenção nas explicações e apontamentos que recolhi na aula de Biologia, enquanto aturava uma coisa me enchendo os ouvidos. Simultânea o som de vários celulares se fez ouvir. Olhei em volta e vi todo o mundo sacando o seu respetivamente. Peguei o meu e não tinha nada, nenhuma mensagem nova, qual a razão pra tanto barulho?

Senti mil e um olhares caírem sobre mim sem saber a razão. Pedi pra Valéria me deixar dar uma olhada na mensagem que lia e ela se afastou, mantendo seu celular o mais distante possível do meu alcance.

Não respeitei isso e o saquei.

“ Madalena, a ex garota do gatão do colégio, tem um passado trágico. Alguém desconfiava que ela tinha uma irmã? Pois tinha, agora não tem mais! Pelo que reza a história ela matou a própria irmã!”

_ Isso é verdade? – Valéria percebeu quando eu terminei e questionou baixinho.

Mas como? Quem tinha enviado a mensagem? Olhei pra trás em direção á única pessoa que sabia disso. TIAGO.

Como ele foi capaz? Que raio ele ganhava com isso?

Meus olhos ardiam e minha boca termia. Arrumei rápido minhas coisas, peguei minha bolsa e atravessei os relâmpagos de todos aqueles olhos penetrantes, em direção á porta do espaço restrito a alunos.  Tinha certeza que Valéria me seguiu.

Entrei no quarto e não deixei ela entrar. Apenas me tranquei lá dentro e não queria nunca mais sair.  Meu corpo escorregou pelo roupeiro e eu caí no chão.

Amarrei as pernas e deixei as temíveis lágrimas invadirem meu rosto e apenas marcarem ele. Precisava de gritar de chorar e de deitar tudo pra fora.

POV TIAGO

Como descobriram isso? Ninguém sabia e agora todos sabiam. Vi a desilusão, o desespero e a mágoa nos olhos dela, quando me lançou o olhar no meio da aula. Ela pensava que tinha sido eu.

Caminhava pelos corredores, precisava encontrar Valéria. Queria. Precisava saber onde Madalena estava, como estava.

Passei por uma porta entre aberta e ouvi o nome de Madalena, mas dito de uma forma diferente, não num murmúrio ou com admiração.

Me encostei na porta pra escutar mais um pouco da conversa entrecortada.

_ Eu falei, que era verdade! Finalmente vou ver essa coisa longe. Se eu soubesse, nunca tínhamos provocado o incendo ou destruído o quarto. Nem sujado as unhos com os ratos. Isso foi bem mais fácil. Você viu como eles se olharam. Madalena pensa que o rico príncipe encantado revelou o temível segredo.  Ela odeia ele. Tiago é meu. Finalmente. – ela gargalhou satisfeita.

_ Não gosto de ver você falando desse jeito.

_ Meu amor, você sabe o que eu quis dizer.

_ Eu sempre sei o que você quer dizer, né! Mas não curto muito a ideia de te ver agarrada nele. Te quero pra mim. Só pra mim. E não me obriga a fazer mais esforços como o de ontem, te vendo no colo dele, te esfregando nele e…

_ Eu sou sua! Deixa de drama. – Ela o calou e depois ecoou o estalido de um beijo.

Impossível! Eu estava ouvindo mal com certeza! Não era real. Afonso e Vanessa? Foram eles que… Não.

Queria entrar logo na sala e revelar que tinha escutado tudo, partindo de seguida a boca a Afonso.

Ouvi passos, alguém se aproximava e o melhor mesmo era correr e não fazer nada.

Ela tinha razão. Ela sempre teve razão. Madalena estava certa! Ela me abriu os olhos e eu simplesmente ignorei. Contrariei, briguei!

Meu celular me fez estremecer. Valéria? O que ela queria? Abri a mensagem que apenas dizia.

“ Preciso que venha até meu quarto, o mais rapidamente possível. È urgente! Não ignora!”

Será que era Madalena? Meu Deus eu precisava falar com ela de dizer tanta coisa e de…

Não pensei mais e corri, mais uma vez. Entrei o dormitório de  Valéria sem bater, mas ela não se incomodou com isso. Lucas também estava presente, encostado num canto.

_ Me chamou? – o olhar de Valéria falava tudo aquilo que sua boca encobria. – Que passou com ela. Não entra com rodeios e fala logo tudo de uma vez. – exigi de um jeito que Lucas reprimiu.

_ Cara, olha como fala pra ela… - Valéria encostou a mão no peito de Lucas pedindo pra ter calma e não mostrando qualquer tipo de constrangimento com minha forma de falar.

_ Tentei falar com ela mas não consegui, depois de várias tentativas. Me encontrei com Lucas num intervalo mínimo de uma hora, vim até meu quarto e tinha isso entre a soleira da porta. – ela estendei uma folha dobrada pra mim, me convidando a pega-la.

_Que é isso?

_ Leia! – abri a folha com cuidado e temendo o que lá pudesse estar escrito. Parecia uma carta.

“ Valéria,
Deixa eu começar por te pedir desculpas, sei que queria respostas e mesmo que não quisesse, queria saber se eu estava bem, se queria um abraço ou algo do tipo, mas naquele momento não era capaz de falar com ninguém, apenas queria chorar, respirar, estar um pouco sozinha. Sei que gostaria de ter algumas justificações e sei que sou cobarde por não te estar falando isso nesse momento, na sua frente mas não sou capaz de te olhar no olho e contar tudo isso. É uma longa história que me persegue e que eu guardo faz muito tempo.
Cresci no meio de uma família em que meus sentimentos pouco ou nada importavam, e talvez isso até tenha sido culpa minha, pois nunca falei pra eles o que realmente sentia, o que realmente achava, o que queria. Eu não era compreendida por eles.
Tinha uma irmã, a única que me entendia. Um dia graças a uma forte tempestade  ficamos sem luz em casa. A gente partilhava o quarto na altura e como eu era a mais velha tive que resolver rapidamente a situação. Peguei umas velas e imitei a mamãe, como quando ela acendia uma com cheiros frescos. Era de noite e como ainda era criança fiquei com medo e falando que tudo ficaria bem deixei ela brincando com as bonecas. Fui até ao quarto de meus pais e quando voltei no meu quarto tudo estava em chamas.
Chorei tanto nessa noite. Ainda hoje enquanto durmo ou até mesmo quando fecho os olhos lembro dos soluços aflitos de minha mão ou das palavras bruscas de meu pai. Eles me odeiam, todos me odeiam.
Só uma pessoa sabe um pouco dela, e vendo as coisas hoje, cometi um grande erro ao abrir meu coração pra ele. Confiei na única pessoa, que nesse mundo eu achava que se importava comigo, mas me enganei. Ele não estava nem aí.
Amei a pessoa que mais me machucou, e que eu supunha que era incapaz de me machucar. Amei ele, como nunca tinha amado ninguém. Gostava da perversidade, da doçura, do sorriso, do cheiro, de tudo nele… pensei que as coisas seriam mais fáceis. Mas não foram e eu falei que nunca mais o perdoaria, mas durante esse tempo percebi que não posso obrigar ninguém a me amar. Ele é o tipo de garoto que todas querem, e eu sabia, eu sabia que sempre seria segunda opção, mas me deixei levar e achei que não. Me apaixonei completamente. Ele era o único que eu queria só meu. E em poucos meses virou meu mundo ao contrário.
Tentei não lembrar dele de todas as maneiras possíveis e impossíveis e nem mesmo dormindo com Carlos eu consegui tirá-lo de mim. Ele persegue todos os meus pensamentos. Ele é o especial.
Quero ser forte, mas não consigo. Estou cansada de o ser. Necessito ter alguém que me ame, que me cuide. Necessito ser feliz.
Desculpa mais uma vez, não estar aí te explicando, mas acho que compreende meu lado. Em breve nos veremos de novo, mas por agora ainda é muito cedo.
Um beijo,
Madalena.
  

Quando terminei de ler levantei os olhos pra as dois na minha frente. Engoli em seco e a raiva fazia meu sangue fervilhar.

_ Onde vai? – Lucas perguntou.

_ Matá-lo. – falei e corri até á sala onde tinha ouvido Afonso e Vanessa antes conversarem.

_ Quem vai matar? – Valéria perguntou aflita. Nem respondi.

Afonso não estava no quarto, nem na escola. O que me fez pensar e concluir que como era sábado ele devia ter seguido pra casa. Apanhei um táxi e reparei que Lucas me perseguia noutro logo atrás.

O homem do volante me deixou mesmo em frente á porta. Ouvi uns travões chiarem, Lucas acabava de chegar. Bati a porta e acelerei o passo pois estava chovendo.

_ Onde vai cara? Porque vai matar Afonso?

_ Foi ele que armou tudo isso pra Madalena, junto com Vanessa.

_ Como é que é? – Lucas cuspiu aquilo no impulso e parou de andar, levando com as gotas no corpo.

Foi a mãe dele que nos recebeu e como eu felizmente já sabia o mapa até ao quarto dele nem foi preciso indicações. Abri a porta e ele estava sentado na cama com Vanessa entre as pernas. Ele levantou-se rápido começando a cacarejar e ele logo depois.

_ Isso não é o que parece Tiago! – replicou mas nem liguei. Meu punho ficou duro e não parei mais. Joguei ele no chão recebendo resistência e depois foi cada um por si. Estava sangrando pelo lábio, mas ele não estava muito melhor, seu nariz pingava e seu olho dava sinais de inchaço.

Lucas tentou intervir mas entre levar um soco ou sair ileso a segundo opção com certeza soou melhor nos seus ouvidos.

_ Parem os dois! Já chega! – a mãe de Afonso gritou tentando também meter-se no meio. Mas ninguém escutou. – Tiago larga ele. Afonso já tá de bom tamanho. Parem os dois já. Isso já foi longe demais. – e mesmo puxando por Afonso a gente continuou sucando um ao outro.

_ Te vou matar! Como foi capaz de tentar matá-la? Que mal ela fez pra você? – estava por cima e tinha mira pra todo o seu rosto, fosse qual fosse o lugar ideal pra marcar meu punho. – Filho da put… - não terminei porque a voz da mãe dele se fez ouvir.

_ Da puta e de seu pai! – congelei…


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Notas finais do capítulo

O que acharam? mereço reviews? Será que Tiago depois de congelar vai derreter?
Será que mais um terrível segredo foi descoberto?
Beijocas da Duda!