A Outra Face De Um Badboy... escrita por Duda


Capítulo 11
Capítulo 11 - Eu não sei o que estou sentindo...


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus amores.
Demorei pra postar? Desculpem, mas... é complicado,não vou falar sobre isso.
Novo capitulo.
Desfrutem e boa leitura...



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POV MADALENA

Entrei no quarto e fechei cuidadosamente a porta. Sabia bem que ao mínimo ruido Benny saltava, ladrava, grunhia e disparava pra cima de mim, fazendo um barulhão raspando as patas no soalho.

Me encostei nela e respirei fundo. Nossa que dia! Deixei a bolsa que ainda segurava no ombro cair no chão e levei minhas mãos na cabeça, agarrando forte meu cabelo. Bufei e como eu esperava Benny caminhou até mim.

Não todo entusiasmado, mas sim com as orelhas mais descaídas do que o normal e com os olhos mais fechados.

_ Desculpa! Sei que sábado é o dia de te dar atenção, - acarinhei seu pelo do pescoço. – Nem imagina como foi meu dia. Não te vou falar agora como foi. Depois te conto. Tou com sono, ams desconfio que não vou pregar olho. Vá. – me ergui e fui no banheiro.

Tomei um banho rápido, vesti meu pijama e escovei meu cabelo molhado.

Abri a cama e quando estava prestes a me deitar olhei para a porta. “ Deixe a porta destrancada, não vou conseguir dormir sem você…”. E agora?

Andei até a porta e encostei a mão nela, depois encostei minha cabeça na mão e pensei duas vezes. Suspirei tensa.

Porque haveria eu de estar nervosa? Que raio estava dando em mim? Deslizei a mão até á maçaneta e nem sei quantas vezes agarrei e larguei a chave.

O melhor era deixar tudo como estava. Não tranquei a porta. Voltei para a cama e me deitei. Agarrei forte o travesseiro e suspirei. Acho que adormeci olhando para a porta pois a ultima imagem que meus olhos captaram foi ela.

Senti alguma coisa se mexer na cama e logo depois outro calor corporal. Me virei assustada, sem sequer raciocinar direito, tendo em conta que ainda estava sobre o efeito pesado do sono.

_ Shhhh…. Sou apenas eu. – mal ouvi aquela voz. Porque não era qualquer uma, era aquela, acho que despertei logo.

Ele era mesmo um Badboy. Puxou o lençol e se deitou de meu lado. Pouco a pouco se foi chegando pra mim, devagarinho. E como quem monta um quebra cabeça quando reparei na forma como estávamos na cama, dei conta que estávamos em conchinha. Sentia a mão dele, fixar minha cintura firmemente. Seu peito encaixar com minhas costas e sua respiração bater contra meu pescoço.

Não sabia o porquê, o certo é que não conseguia dormir e muito menos fechar o olho. Não tinha a noção das horas mas deviam ser umas quatro da manhã ou mais, visto que quando chegamos em minha casa era quase uma e meia da noite.

Fiquei um bom tempo ali quieta, com medo de me mexer, de o incomodar, de fazer alguma coisa errada. A verdade é que nunca, em qualquer que foi a situação de minha vida tinha estado assim com um menino. Não sabia bem o que fazer, não sabia se isso estava certo.

Será que ele já estava dormindo? Queria saber, mas para isso teria que me virar. Mas não me queria mexer. O mais provável era se ele estivesse dormindo eu acordá-lo. O ideal era eu ficar bem quietinha e tentar dormir, se bem que tava difícil.

Fechei o olho, voltei a abrir, voltei a fechar, voltei a engolir em seco, voltei a conter um suspiro…

_ Já tá dormindo? – bom. Ele não estava dormindo. Ou seja, durante esse tempo todo esteve também quieto e calado, pois eu não senti ele se mexendo.

Não respondi. Fiquei na mesma feito estátua. Se respondesse qual seria a reacção. Ele mexeu-se. Levantou um pouco a cabeça, como se quisesse alcançar meu rosto e meus olhos para se certificar de como eu estava.

_ Estou! – dispensava qualquer tipo de certificação. Respondi logo, não alimentando qualquer atenção desnecessária que em breve receberia.

_ Porque demorou tanto tempo pra responder? – Tiago falou largando minha cintura.

_ Porque tem que fazer perguntas idiotas, nessa hora? – sabia bem que ele largou minha cintura pra eu me virar, e por isso fiz a vontade pra ele.

Ficamos um segundos calados e quietos. Senti seu pé se aproximar do meu e logo um choque me varreu de cima a baixo.

_ Gostou do dia? – não sei, mas fiquei com a sensação que o que ele estava querendo perguntar, não era propriamente se eu gostei do dia.

_ Foi legal. – e a reacção que ele teve quando respondi ao que perguntou, mostrou claramente que a pergunta não tinha o sentido que eu estava dando.

Ele respirou fundo e mais silêncio. Mas daqueles silêncios onde tem muita coisa pra se dizer, mas nenhum dos dois fala. Aquele silencio que chega a ser incomodativo. 

_ E então já sabe o que sentiu? È que no parque não lembro de você ter respondido pra mim!

_ Quer que eu seja sincera?

_ Agradecia! – ele falou aquilo com convicção e com clareza, sem se engasgar.

_ Tiago, - me ergui um pouco na cama, me virando de barriga pra baixo, me apoiando com os cotovelos, e arrumando o cabelo pra trás. – tudo isso é novo pra mim. Eu nunca tinha beijado nenhum garoto antes, eu nunca senti o que estou sentindo.

_ Então você sente alguma coisa, certo?

_ Alguma coisa que ainda não sei dar nome, não sei dar forma, não sei lidar com ela. Tudo está acontecendo tão rápido. Faz uns meses atrás eu e você, não dávamos certo. Ontem a gente se beijo, hoje se beijou de novo e agora estamos os dois na mesma cama, conversando que nem um casal!

_ E isso é ruim? Quer ir mais devagar?

_ Eu não sei. Eu nunca na minha vida passei por isso antes. E nunca imaginei que fosse você o primeiro.

_ Porque não?

_ Por simplesmente ser você! Eu não tenho certezas de muitas coisas. E você é uma incerteza pra mim. Porque está me dando tanta atenção agora? Antes nunca o fez. Porquê agora? Eu te conheço faz anos. E eu sempre fui seu objecto de xingamento e de humilhação das horas vagas. E de um dia para o outro isso muda? De um dia para o outro você decide que agora sua vontade não é passar o tempo todo me gozando e sim passa-lo me beijando? Correndo atrás de mim? Porque está fazendo isso, hein Tiago? Por isso talvez eu não te possa falar o que estou sentindo. Eu não sei se você me está usando. Quem me fala que essa não é sua mais nova e hilariante estratégia para me gozar perante todos? – estava falando baixo. Ninguém dentro daquelas num sei quantas paredes podia ouvir a gente.

_ Quer dizer que você acha que eu não estou sentindo nada por você e apenas te estou usando? È isso?

_ Prove que não é!

_ E como eu posso provar isso?

_ O que você sente? – fui fria. E falei bem rápido.

Ele bloqueou por uns momentos, virando o rosto, com ar de quem estava arranjando uma forma de se expressar.

_ Eu também não sei o que eu estou sentindo. E você tem razão quando fala isso de um dia para o outro. Eu também não sei ao certo o que tá dando comigo. Eu nunca pensei que você e eu… Oh, cê entende! - ele falava meio sem saber como se explicar. – Mas desde aquele dia em que você esbarrou comigo no corredor e me enfrentou daquele jeito, fazendo aquilo que nenhuma garota antes foi capaz de fazer. Nunca esquecerei sua frase, - ele sorriu e mordeu o lábio, citando as palavras que eu disse – “E o que um garoto como você, cheio de fama, reputação, popular e um tremendo gato faz perdendo seu tempo com uma nerd como eu que vagueia pelos corredores dessa escola sem óculos?” E depois desse dia, quando dei por mim já sonhava com você. Achei que fosse uma fase, que a vontade e o desejo de estar com você não aumentasse, simplesmente vazasse. Madalena, - ele se vidrou em mim e por uma fração de segundos mil e uma coisas passaram por minha cabeça, só de pensar o que viria depois desse chamamento de meu nome. – e é bem claro e compreensível que você esteja duvidando e desconfiando, está no seu direito de o fazer, mas eu te garanto que eu me estou sentindo atraído por você.

POV TIAGO

Ela olhou pra mim e ficou sem jeito, apertou minha mão e sorriu, encostando sua cabeça em meus másculos abdominais. Nossos dedos brincaram debaixo dos lençóis e acabaram por se encaixar perfeitamente, não permitindo que nem mesmo o ar os separasse. Afaguei seus cabelos e depois os cheirei, me envolvendo logo num cheiro tropical a pêssego.

Ela voltou a levantar o rosto e dessa vez, tal como as outros sem qualquer sorriso nele se estampando.

_ Penso em você e dou por mim sonhando acordado! – puxei seu cabelo pra trás e me aproximei de sua boca a olhando nos olhos. Madalena cortou também um pouco de ar que nos desunia e depois acabamos colando os lábios.

Deslizei meus lábios até seu pescoço e depois distribui uns beijinhos por seus ombros, desarrumei a alça de sua blusa de dormir e senti suas mãos empurrando meu peito de leve.

_ Vamos com calma!

_ O que queria que eu fizesse quando você me provoca dentro de um pijama como esse? Já imaginou como um cara fica quando tem uma menina linda em cima dele, usando um mini short de pijama?

_ Tá bom. Mas se controla!

_ Acha que eu faria alguma coisa? – queria testa-la. Mas ela não respondeu e torceu o nariz em reprovação. – Sem segundas intenções, tá bom? – me rendi, erguendo as mãos e abrindo uma certa trégua.

_ Sem segundas intenções. – ela levantou o dedo repetindo o que eu falei e depois me beijou. Nossa, nem foi preciso pedir, agarrei sua cintura e trocamos de posições.

Acordei, não tinha a noção das horas, mas por minha moleza poucas horas tinha dormido. Olhei para o lado, e Madalena, fazia de meu braço, travesseiro ideal para apoiar a cabeça. Levantei-me bem devagar e tentado não acordá-la, me descolei da cama e apanhei minha camiseta que com o calor saquei fora

Abri a porta e…


POV MADALENA


Acordei com um barulho forte de algo partindo. Me sentei na cama escutando melhor. Será que foi sonho? Mais um daqueles sonhos?

Ouvi um grito. Definitivamente não era sonho.

Me levantei e abri a porta do quarto. Uma bandeja caída no chão, com pratos á volta partido. Levantei o olhar e vi a Betânia ( empregada desde sempre da casa), com um ar assustado. Olhei para o lado e vi a razão de seu susto. Tiago estava na sua frente também um pouco assustado.

_ Ó meu deus! – foi a única coisa que consegui dizer. Não tardava e o corredor estava cheio. Meus pais apareceriam, Moisés ( o motorista da casa) também vinha para assistir ao fim do mundo, o jardineiro e todos mais.

_ Betânia, calma! Ele é apenas um amigo lá do colégio. Não tinha onde passar a noite e eu o deixei ficar no quarto de visitas. Está tudo bem, não á razão pra tanto pânico.

_ Ai, minha rica menina quando eu vi esse menino me aparecer assim de repente, pensei que estava vendo miragem. Meu Deus. Meu coração já não aguenta isso.

_ Não. Ele é bem real. E não é ladrão é apenas um amigo. Mas meus pais não podem saber que ele está cá. Por isso preciso que você disfarce, eles não tardam estão aparecendo.

_ Não aparecem não, menina Madalena. - Que alivio. Por um lado, mas por outro porque isso não aconteceria?-Saíram bem cedo. Pediram pra avisar que Moisés a vai levar no colégio, mais logo. Falaram que tinham uma conferencia e que só voltam terça feira. Estarão instalados num hotel qualquer durante hoje e amanhã e disseram pra eu preparar o jantar de terça, pois contam chegar nessa hora. Mas bem eu agora vou limpar isso e preparar o café da manhã para os dois. Tenho certeza que o menino está com fome. Com licença.

A velha Betânia foi descendo as escadas mas chegou no degrau do meio e voltou pra trás.

_ Você falou que ele ficou no quarto de visitas! Então porque eu o vi saindo de seu?

Agora fudeu! Como eu explicaria isso? Troquei um olhar com ele, mexendo com a boca que apesar de estar tomando muitas formas não falava nada. Estava ferrada. E essa com certeza ainda era a primeira pergunta do questionário.

Estava já me preparando pra falar alguma coisa quando um fato iluminou minha mente. Era minha salvação. Betânia para o café da manhã de domingo sempre fazia bolo de chocolate e um rocambole. E sendo hoje domingo, esse fato não era excepção. Disfarcei cheirando o ar.

_ Betânia? Tá fazendo alguma coisa no forno?

_ Porquê? – ela perguntou confusa.

_ Tá cheirando a queimado!

_ Ai o rocambole! – Betânia levou a mão na cabeça e depois correu escadaria a baixo. Por enquanto estava livre dela.

_ Foi por pouco! – Tiago passou a mão no peito e na nuca.

_ Foi por pouco? Mais cuidado, Tiago! Imagina que eram meus pais! Qual a justificação que eu daria? Betânia já é velha e engole qualquer coisa, mas meus pais ainda não têm a inocência da velhice com eles. Mais cuidado para a próxima!

_ Isso quer dizer que vai ter próxima? – ele pôs uma mão na minha cintura e me puxou pra ele. Mas um celular tocando interrompeu o momento. E até foi melhor assim. Ainda dava na cabeça da Betânia subir de novo as escadas e o que falaria se nos visse grudados, fazendo coisas indecentes? ( num é que eu tivesse com ideias de fazer alguma coisa com ele, mas essa era a verdade nua e crua).

_ Não vai atender? – ele não mexeu um dedo, que fosse e se manteve ali quieto. Sem ter a iniciativa de pegar o celular do bolso.

_ Acho que não.

_ E se for importante?

_ Eu acho que até sem olhar, adivinho quem é o desgraçado que incomodou um grande momento!

_ Virou vidente?

_ Não. Mas assim como você sabe que se botar a mão no fogo queima, eu também sei que se desaparecer, sem falar nada pra ninguém, umas horas depois tenho o celular carregado de chamadas não atendidas e uma caixa de mensagens recebidas que nunca mais acaba.

Quando o aparelho se calou ele deslizou a mão dentro do bolso e ao mesmo tempo que pegou o celular, uma camisinha caiu no tapete. Acho que ele não notou, mas eu tratei de apanhar.

Vi ele remexer com o celular, muito atento e concentrado. Me encostei na porta de onde antes tinha saído e o encarei, segurando entre o indicador e o dedo feio, o que ele deixou escapar do bolso.

_Com que então, sem segundas intenções. – falei olhando a camisinha e a girando em frente de meu olhos.

_ Hã? – ele desligou os olhos do visor e me encarou. Tive a sensação que apenas ouvindo ele não decifrou minhas insinuações, só deu conta do que  estava se passando quando me olhou. Perdendo o pio quando viu o que eu possuía entre os dedos.

_ Ué! Um homem prevenido vale por dois…


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Notas finais do capítulo

Será que um homem prevenido vale, mesmo por dois? Se gostaram deixem reviews, criticas, ideias, sujestões, melhoramentos, elogios...
O que estão achando da fic?
Fico aguardando reviews! Me animem um pouco. Estou passando por uma fase complicada e necessito de alguma coisa pra me animar e fazer rir.
Beijão xD.