A Outra Face De Um Badboy... escrita por Duda


Capítulo 10
Capítulo 10 - Típico de um Badboy!


Notas iniciais do capítulo

Tanto tempo, hein! Mas aqui estou de novo capitulo.
Obrigado pelos 200 reviews!
Espero que gostem e boa leitura...



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POV TIAGO

Ela parou no ultimo degrau da escada e se segurou no corrimão. Fiquei onde estava acarinhando o pelo do cachorro que aparentava ter gostado de mim. Pois se sentou de meu lado olhando para a dona, com a língua de fora, arfando por ar, coisa típica de cachorro. Ri de canto com a atitude do bicho e depois olhei para a ela.
Desfiz o sorriso e engoli em seco, pensando bem no que aí falar, se não ainda me sujeitava a levar outro tabefe como ontem. Um foi o suficiente, para perceber que sua mão é bem pesada e que não devo brincar com coisa séria.

_ Preciso conversar com você. – parei de acarinhar o cachorro e atentei, totalmente nela, que como sempre desviava o olhar para outro lugar qualquer.

_ A gente não tem nada pra conversar! – a forma decidida como queria dizer aquilo, virou o inverso. Pois tremeu com a voz, expressando uma decisão muito insegura e que nem mesmo um garoto de cinco anos acreditaria se estivesse em meu lugar.

_ De certeza que a gente não tem mesmo nada para conversar?

_ Absoluta. – quem ela estava tentando convencer? Podia ser boa em ciência, em química, em biologia, em matemática e em português. Mas na arte que toca ao improviso, definitivamente ela era ruim e abominável.

_ Porque eu não acredito em uma única palavra sua?

_ Problema seu. – ela falou sarcástica ao mesmo tempo que cruzava os braços.

_ Sabe o que eu acho? Que você está se fazendo de durona, porque tanto quanto eu, também não vê a hora de falar sobre o que rolou.

_ Foi apenas um beijo.

_ Será que foi, mesmo apenas um beijo.

_ Fala baixo! - ela olhou para o corredor onde a mulher que me abriu a porta desapareceu.

_ Me obriga. Vem até aqui e me obriga! – estava desafiando, e minha intenção era mesmo essa. Ou ela vinha me calar e falava que íamos ter o tão desejado papo ou então continuaria falando alto e em bom som, pra todos ouvirem o que quer que minha mente obrigasse minha boca deitar pra fora.

_ Tá bom! - ela falou forçada, meu plano resultou. Sempre resulta com as mulheres. Elas sempre cedem.

_ Tá bom o quê?

_ Eu falo com você, mas em outro lugar. Aqui não!

_ Perfeito, vamos então!

_ Espere um segundo. Vou lá em cima pegar minha bolsa, e volto já. – ela começou subindo a escadaria.

_ Não vai fugir pela janela, para escapar de falar comigo? – ela virou pra trás fazendo seu cabelo esvoaçar e depois me encarou. Soltou um pouco de ar dos pulmões em tom de gargalhada e me ignorou por completo.

Fiquei á espera poucos segundos, dando um pouco de carinho ao cachorro que permaneceu sentado, muito quieto de meu lado. Cachorro estátua, ele tinha talento!

Entretanto ela desceu, com uma bolsa segura no ombro. Passou na minha frente e abriu a porta pegando num molho de chaves de uma mesa que tinha ao pé da porta.

Quando nos vimos fora do território pertencente á casa ( se bem que aquilo era mais uma mansão ), atravessamos a rua. Ela ia na minha frente e com dois passos mais largos e rápidos a alcancei.

_ E qual é o lugar ideal para conversamos?

_ Tem um parque no fundo da rua, onde costumo passear com o Benny, a gente pode ir pra lá.

_ Demora muito tempo?

_ Não. A entrada é já aqui. – olhei para o lado e de fato, nem um minuto demorou pra chegarmos onde queríamos.

Caminhávamos lado a lado. Com o passo sincronizando movendo pé a pé ao mesmo tempo. A grama estava verde e sobre ela, uns quantos garotos corriam atrás da bola, sempre sobre vigilância dos pais. Que saudade eu tinha de ser assim.

Havia velhos sentados nos bancos lendo o jornal, com as esposas ao lado jogando migalhas aos pássaros. Sempre se via casais passeando com as mãos entrelaçadas ou rodeando a cintura um do outro.

Qual seria a reação dela se eu fizesse o mesmo? Deixei minha mão vaguear até á sua e toquei de leve. Queria pega-la não força-la. Peguei num de seus dedos e depois Madalena sacou sua mão logo do contacto com a minha. Me olhando tímida e repreendendo minhas intenções.

Passamos por um café onde numa placa falava em pizza. E pra mim pizza é o tipo de alimento dos deuses, sagrado e santo. Só de pensar de como é ter uma na frente, prontinha pra devorar meu estomago dá uma volta de 360 graus. Passei a mão pelo bolso e peguei o celular. Olhei a hora e num é que estava na perfeição! Meio dia e meio a passar. Hora perfeita para almoçar.

_ E se a gente almoçasse enquanto conversa? – ela parou de andar e me olhou.

_ Tá com fome? – assenti. – E o que quer comer? – não falei nada apenas fiz um sinal discreto com a cabeça para a tabuleta a meu lado. Ela leu o que tinha escrito. – Vamos então.

Sentamos numa mesa a um canto. Longe da confusão das entradas e saídas. Fizemos nossos pedidos e em poucos minutos estávamos ambos devorando uma pizza toscana. Minha preferida. Ambos bebíamos cola, bebida também sagrada na secção dos sucos e refrigerantes, pois haviam muitas outras que eu também venerava. Estávamos sentados frente a frente. Sentia suas pernas cruzadas debaixo da mesa.

Fiquei comendo e a apreciando. Seu jeito calmo, tímido. Seu olhar frágil e repreendido. E algo me chamou mais uma vez a atenção. Seus lábios. Não apenas por serem provocadores ou agoniantes, mas sim por nunca esboçarem um sorriso. Ela nunca sorria, ela nunca mostrava os dentes.

_ Porque você nunca sorri? – ela parou de mastigar. Pousou os talheres e engoliu o pedaço de pizza que lhe preenchia a boca. De seguida a limpou com o guardanapo. Acho que minha pergunta assustou-a.

_ Porque a vida não me dá razões pra isso. – não sei mas custou ouvir aquilo. Nem um mendigo, pobre e velho, em que andar de rua em rua fosse o seu dia a dia diria que a vida nunca lhe deu razões pra sorrir.

Levei um outro pedaço de fatia a boca e fiquei sem fome. Perdi-a do nada. Engoli forçadamente o que ingeri e depois arrumei o prato. Fiquei vendo ela remexer com o garfo a cobertura da pizza.

_ Já terminou? – me atrevi a perguntar.

_ Eh! Acho que sim. E você? – ela pousou o garfo, com seu jeito delicado, pra não provocar muito ruido com o colidir com o prato.

_ Também! Vamos? – me levantei, queria estar em outro lugar. Não queria conversar com ela numa mesa de café, sujeito a ter ouvintes de todas as direcções.

Ela assentiu e eu me levantei, aproveitei o lance para pegar a carteira do bolso. A abri e peguei de lá a quantia que tínhamos a pagar. Eu e ela. Vi que ela pegou também em sua carteira mas não deixaria ela terminar seu ato.

_ Moço? – chamei pelo servente. – Tá pago, guarde a gorjeta pra você! – sabia que tinha uns trocos a mais.

_ Tá pago. Eu convidei, eu pago. – fiz ela pensar duas vezes antes de resmungar e guardar a carteira de novo na bolsa. 

Seguimos o caminho que uma hora e meia antes seguíamos.

Fomos andando, andando. Até chegarmos a uma área que apenas tinha uns quantos meninos jogando bola. Sentamos num banco, virados para o sol, mas protegidos pela sua luz  por umas árvores de grandes ramos e folhas.

Ficamos calados durante um tempo olhando a vida á volta. Mas não sei. A uma determinada altura senti a necessidade de abrir a boca e parar de sufocar com isso. Não a encarei, apenas continuei apreciando a paisagem em torne de mim.

_ Você gostou? – perguntei baixo, mas a um nível sonoro suficiente pra ela escutar.

_ Do quê? – ela também não me olhou. Se encantava com o que a rodeava. De fato aquele era um bom lugar para por a conversa em dia e para nos acomodarmos.

_ Do beijo? – dessa vez desliguei de tudo e me liguei apenas nela.

Acho que Madalena também hesitou e depois devagar foi virando o rosto pra mim, me encarando sem falar nada. Apenas afundada em meus olhos.

_ Eu não sei. – ela sussurrou, mas mesmo sussurrando eu consegui ler em seus lábios o que proferiu.

_ Quer que eu esclareça suas duvidas? – sorri. Sabia como dar forma de um sim ou não a esse não sei.

_ Tem forma? – fiquei olhando constantemente dos olhos dela, pra seus lábios. Dos lábios para os olhos. E assim sucessivamente.

Me aproximei de sua boca, me mantendo a um nível mais baixo do dela. Encarei seu rosto, queria um consentimento, mas se ele não viesse fazia o que o instinto falava.

Ela baixou também um pouco a cabeça. Ela também queria. Me aproximei mais um pouco ainda sem descolar o olho daqueles pontos que agora estavam escuros quase pretos, mas mesmo assim brilhantes.

Mais um pouco de ar cortado e por fim a junção dos lábios. O beijo propriamente dito tive que ser eu a começar. Mas segundos depois ela também se rendeu e contraiu com mais força seus lábios contra os meus. Os encaixando e desencaixando. Abrindo um pouco eles e deixando minha boca aprofundar mais cantos na sua.

Só mesmo uma bolada pra cortar o clima. Uma bola bem direcionada acertou no banco onde nos sentávamos nos fazendo saltar. Ela deixou os lábios escorregarem por minha bochecha e com vergonha, talvez, escondeu o rosto na curva de meu pescoço, controlando a respiração, que já entrava em contacto com minha pele.

Um garoto veio pegar a bola. Passei a mão pelas costas dela, deslizando e encostei minha cabeça na sua, sentindo seu cabelo escorrer por meu queixo.

_ Desculpa. A gente não queria… É isso! – o menino estava atrapalhado, muito atrapalhado, não dizia sequer coisa com coisa.

Nem liguei o que ele falou e quando se pôs a andar. Acarinhei o cabelo dela e de seguida o beijei segredando apenas pra ela ouvir:

_ Então já sabe o que sentiu? – ela não respondeu, apenas se encolheu um pouco mais. Ficou sem jeito e encostou a cabeça de novo em meu peito. Sentia sua respiração pesada bater contra meu pescoço. Assim como pressentia que seus lábios estavam, muito próximos de minha pele.

Encostei os meus em sua cabeça e os contraí em forma de beijo. Os colando ali que nem lapa. E não os desgrudei assim tão rápido. Sua mão acabou por agarrar forte minha camiseta.

Ficamos ali por um bom e longo tempo. Fiquei pensando no que estava acontecendo.

Será que isso estava certo? Porque eu estava tão atraído por ela? Afinal ela não passava da Madalena! Já conheço essa menina faz não uns dias ou meses, mas sim anos. Sempre convivi com ela todas as aulas que tive desde os treze anos e nunca a olhei com os olhos de agora. Nunca me preocupei com seu estado, com sua forma de pensar e agora tudo nela despertava algo em mim que eu não sabia o que era. 

Porque desde o dia daquela troca de celulares eu fiquei assim?

POV MADALENA

Abri a porta com cuidado, pra ninguém escutar. Não é que se importassem muito com isso, mas pelo sim e pelo não o melhor mesmo era evitar o barulho.

Entrei e pousei as chave com o maior cuidado na mesa de entrada. Tiago estava de meu lado. Subimos as escadas o mais silenciosamente possível, se bem que elas rangeram um pouco, mas nada estrondoso.

Entramos em meu quarto e tive que fazer ainda menos barulho para o Benny não começar fazendo festa e acordar toda a casa.

_ Shhh. Benny. Sou eu! Caladinho. – fechei a porta e só depois acendi a luz.

Mal o quarto se iluminou os olhos de Tiago varreram todos os cantos. Todos sem exceção. Mostravam admiração. Espanto. Surpresa. Curiosidade.

Fiquei sem jeito. Não sabia bem o que falar e quando ele descansou o olhar, mordi o lábio inferior.

E agora? O que dizia?

_ Aí. Tem o quarto de hospedes livre pra você passar a noite. Se arranja por lá?

_ Claro! – ele coçou a nuca e me olhou estranhamente.

_ Eu vou te acompanhar até lá. – voltamos a abri a porta e conduzi-o até ao fundo do corredor. Era lá onde ficava o quarto de visitas, ao lado da biblioteca e em frente ao quarto da empregada.

_ É aqui! – apontei para o puxador. – Você fica bem?

_ Fico. Não tenho medo de bicho papão e muito menos da cuca.

_ Típico de um Badboy! – ele sorriu de canto, ele sempre sorria de canto. Depois de uns segundos o olhando virei costas. Não sabia o que fazer.

_ Madalena? – ele chamou baixinho, bem baixinho. Me virei pra trás. Que queria ele? – Deixa a porta destrancada!

_ Você vai invadir meu quarto durante a noite?

_Eu não sou o Badboy? Não vou conseguir dormir sem você!


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Quero opiniões.
Se gostaram deixem review! Será que ele vai mesmo ser um Badboy? Será que lhe vai valer a porta destrancada?
Um beijo, aguardo opiniões!
Se tiver muitos reviews com ideias e criticas boas ou más talvez poste amanhã!
Leitoras fantasma, um review sempre faz o autor feliz se apresentem, expressem suas opiniões. O que gostam não gostam, podia ser melhorado!
Não tenham medo.
xD