Sirius

Não paro de me revirar na cama, ainda não consegui me acalmar. Ok, a Hilly está bem, mas só de pensar no que poderia ter acontecido se as meninas não chegassem a tempo, meu coração dói. Ver ela daquela forma, pensar que ela poderia estar morta, quase fez meu coração parar. Eu já passei por isso antes. Pelo pior. Cristine foi uma garota trouxa que acabei conhecendo nas férias depois do nosso quarto ano. Ela era incrível e foi a única garota que namorei.

Porem, acabei confiando e Regulus e contei sobre meu namoro para ele. Além de repudiar e falar coisas horrorosas para mim, ele foi e contou para minha prima, Bellatrix, aquela vaca. A desgraçada foi e matou a garota. Nunca vou me perdoar por ela. A morte dela sempre estará nas minhas costas.

Katie também está me deixando preocupado. Claro, eu to bravo com ela, e provavelmente é melhor ela não aparecer na minha frente. Mas ao mesmo tempo, eu tenho quase certeza que ela está sob um feitiço. Como ela vem andando com Avery, Ranhoso e outros não seria difícil eles terem planejado um atentado a Hilly.

Só de pensar que Hilly poderia estar morta, eu sento frio. Eu fiquei com tanto medo, quando vi Lily levando o corpo dela, levitando escada abaixo do dormitório feminino, eu realmente achei que ela estava morta naquela hora. Aqui lembrando, meu coração está duro e eu estou tremendo ainda. Será que foi por conta do nosso relacionamento? Será que é melhor terminarmos? Não seja idiota, pensei, vocês se amam. Mas talvez, só talvez, fosse melhor Hi se mudar daqui.

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Na manhã seguinte eu estava destruído. Dormi tão pouco e não consegui tomar um café da manhã. James também parece ter perdido a fome. Nos levantamos logo e fomos para a nossa primeira aula.

— Eiiii, esperem ai!- O som da voz da Hilly, fez meu coração pular. E lá estava ela, linda, já no uniforme vindo pra gente como se nada estivesse acontecido na noite anterior. Meu coração perdeu uma batida, ela vinha em minha direção e logo estava em cima de mim. Eu a abracei logo e não me importei nem um pouco de estar no meio do corredor. Tudo que interessa agora é Hilly. Tocar, sentir seu calor me trazia alegria. Logo minha boca encontrou a dela e nos beijamos fortemente.

— Ah-ahã, procurem um quarto! - Disse James, enquanto puxava Hi de mim e abraçava ela forte. Depois de ser abraçada por todos os nossos amigos, seguimos para aula de transfiguração enquanto Hilly nos conta que Dumbledore tinha pedido pra irmos no escritório dele depois do jantar. Ela não sabe o motivo, ele não deu nenhuma explicação, o que é bem típico dele. O que esse velho -gênio – louco está planejando?

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O dia pareceu voar, talvez pela leveza que eu sentia – apesar de todo o cansaço – por Hillian estar bem. Porém, nenhum sinal da Katie. De tarde Hillian recebeu uma carta preocupada de Charlus (pelo jeito Dumbledore havia entrado em contato) e ele disse que os aurores estão a procura da garota. Ficamos preocupados que algo pior tenha acontecido com ela. Todos temos a certeza que ela foi enfeitiçada.

 Os filhos da mãe dos sonserinos pereciam desapontados quando viram Hi no almoço. E também não pareciam nem um pouco preocupados com o desaparecimento de Katie. E olha que Avery é o namorado dela. Idiotas, nojentos.

Durante o jantar recebemos da Professora McGonnagall a senha para acessar o escritório do diretor. “Sapos de Chocolate” por algum motivo o maluco é ficcionado em doces para senhas. Vai ser a primeira vez que subo naquele lugar sem ter feito algo. Acabamos o jantar e fomos ao encontro do diretor.

Chegamos lá e Dumbledore nos esperava com várias cadeiras na frente da escrivaninha dele. Fiquei sério, sempre que estive ali, foi quando as piores confusões aconteceram.... Como aquela vez que nós 'apenas' colocamos firewhisk no suco de abóbora dos sonserinos no 4° ano e eles ficaram dançando em cima da mesa deles no jantar.... Então por algum motivo sentia que tinha aprontado algo muito ruim, mas não sabia o que.

—Bem senhores, devem estar se perguntando o porquê chamei vocês aqui hoje- Dumbledore começou, olhando-nos com energia.

— Dessa vez nós não fizemos nada professor, eu juro- James começou fingindo uma cara de anjo tão descarada que achei que o rosto dele ia derreter e aparecer um demônio no lugar. Rolei os olhos e vi as meninas segurarem o riso.

—Eu sei disse sr Potter. O que eu tenho para falar com os senhores hoje não diz respeito a escola, e por isso peço que não comentem com ninguém o que vou falar agora- Ele disse sorrindo pra nós. Trocamos um olhar entre nós, e assentimos ao diretor. Ele nos mostrou os assentos e nos sentamos. Eu e Hi continuamos de mãos dadas.

— Devido as últimas ocorrência entre a senhorita Hundoph com a srtª McMillan, achei melhor adiantar essa conversa- Ele falou casualmente, dando a volta e se sentando na sua cadeira.

— Adiantar?!- Lily exclamou, logo depois ficou mais vermelha que o cabelo dela. Isso fez James arrumar uma mecha do cabelo dela e acaricia-la. Dei um chute pra acabar com o "romance muito água com açúcar adolescente" dos dois e Dumbledore voltou a falar.

— Sim, srtª Evans, adiantar. Eu ia ter essa conversa com vocês nos últimos dia do ano letivo, mas acho que será melhor vocês entenderem certas coisas desde agora. Como todos vocês bem sabem, Lord Voldemort está cada vez mais forte. E tem cada vez mais seguidores, por isso eu formei uma sociedade secreta. - Ele deu uma pausa e olhou para todos nós. Sociedade Secreta? Isso é maneiro- sim, esse foi meu primeiro pensamento. Então Dumbledore continuou:

— Essa sociedade tem como objetivo deter Voldemort e seus comensais da Morte. Ela se chama Ordem da Fênix- Ele sorriu bondoso, dando deixa para nós fazermos perguntas.

— Mas como? Vocês vão lutar, vão aparecer como aurores quando souberem que tal comensal está em certo lugar? - Dorcas perguntou.

— Não apenas dessa forma srtª. Além de fazer confrontos, se necessários, queremos ir mais além. Temos vários membros, cada um é diferente e faz algo único para a Ordem. Alguns são sim aurores, e servirão para combates que com certeza ocorrerão. Outros trabalham em cargos administrativos do Ministério, no Departamento de Mistérios e até aqui em Hogwarts observando e sim, espionando mesmo para que possamos nos preparar contra planos que Voldemort possa ter, como tomar o Ministério ou invadir Hogwarts por exemplo. - Ele explicou calmamente.

— O que Voldemort iria querer em Hogwarts? - Perguntei. Tipo, ele já deve ter uns 50 anos, deve ter até estudado aqui, então pra que voltar?

— Porque Voldemort veio há uns anos atrás pedir emprego como professor de DCAT pra mim sr Black, mas claro a época ele já estava engajado com magia negra e tinha ajudado no projeto de Registro dos Ninfos de Avery, então claro não aceitei.- Ele respondeu.

— É por isso que nenhum professor consegue ficar mais de um ano no cargo? - Lily perguntou.

— Sim, senhorita.

— O que isso tem a ver com a gente? - Moony perguntou, estava tão sério que tive vontade de rir dele, mas me segurei.

— Esse é o ponto; quando criei a Ordem uma das coisas que deixei claro é que todos os participantes dela deviam ser maiores de idade e não frequentarem mais a escola, porém, depois de ontem ficou claro que Voldemort tem sim algum ou alguns comensais da morte em Hogwarts, então acho perigoso esperar mais. Quero vocês na Ordem da Fênix.- Ele falou. A última parte com energia e certeza. Me senti especial por esse convite.

— Por quê? - James perguntou. Dava para ver que ele estava sem jeito com o convite. Não é todo dia que alguém como Dumbledore convida você para uma sociedade secreta.

— Porque, senhor Potter, esse grupo é especial: você e o senhor Black por exemplo, mesmo tendo quebrado todas as regras...- Ele falou, mas eu o cortei.

— Não todas senhor, ainda faltam umas 30 para conseguirmos esse feito- Disse, dando uma piscadela pro diretor. Ele sorriu.

— Bem, quase todas as regras então. Vocês são corajosos, leais e os melhores alunos do 7° ano. O senhor Lupin é um aluno extremamente aplicado, uma pessoa muito lógica. A senhorita Evans é inteligente e corajosa, assim como a senhorita Hundoph. E você cara senhorita Meadowes, é leal e tem grande talento para organizar informações. Quero vocês pois são os melhores e únicos. Mas não irei mentir, entrar na Ordem pode ser algo muito perigoso e pode acabar levando a morte de vocês, principalmente das srtªs Evans e Hundoph. Por isso se quiserem podem ter um tempo para pensar. - Ele nos olhava com seus olhos azuis que podem ver minha alma, sério, mas ainda com bondade no olhar.

— Não preciso de tempo senhor. Eu quero ajudar, quando sair daqui quero ser um auror, então no que eu puder ajudar, farei- Eu disse. Se isso for tudo que eu posso fazer, é o que farei. É o melhor para todos. Principalmente se isso ajudar a proteger Hillian e Lily.

— Eu também! - exclamou James levantando o braço.

— Pode contar comigo diretor. - Remus disse assentindo. 

— Eu quero ajudar e muito, fiquei sem minha família por isso, então é claro que lutarei- Hills disse do meu lado, havia um olhar corajoso nela.

— Eu também, esse é o melhor jeito pra proteger minha família- Lily respondeu.

— Pode contar comigo também, farei o meu melhor para isso- Dorcas falou lentamente.

— Então que assim seja. Por enquanto, quero apenas que observem. Quero que olhem e tentem achar os comensais infiltrados na escola, e quem foi o responsável por enfeitiçar a senhorita McMillan. - Ele disse, num tom grave.

— Acharam ela professor? - Dorcas perguntou, ansiosa.

— Sim, senhorita Meadowes. Um centauro achou ela no coração da Floresta Proibida hoje cedo, ela estava extremamente machucada e foi levada imediatamente pro St.Mungus, infelizmente os curandeiros não nos deram muita esperança para a recuperação dela- Ele falou tristemente. Nos entreolhamos com pesar, no fim Hillian tinha razão, devíamos ter dado ouvidos a ela. Me senti muito mal por não ter confiado na minha namorada. Ela estava com um olhar bem triste.

— Agora vão, e lembrem-se de não comentarem alto nada que foi dito nessa sala, nem mesmo sobre Katie. - Ele falou se levantando.

Descendo as escadas, tive a sensação de que aquela escolha guiará os nossos futuros a partir de agora, porém, não me arrependo ou tenho medo, isso nunca. Mas tive uma intuição, que provavelmente a Ordem não teria todos os membros no fim dessa guerra.

Chegamos a Sala Comunal da Griffinória, as meninas se despediam e iam subir, mas pedi para Hillian ficar ali um instante. Todos os outros subiram, ali na Sala só ficou eu e Hi.

— Hillian, eu nem sei por onde começar...- Falei, me aproximando dela. Peguei na sua mão e a puxei para um abraço apertado. Ela suspirou pesadamente contra o meu peito.

— Está tudo bem, Six, o pior já passou- Ela falou, sentia sua respiração quente no meu pescoço. Encontrei com o olhar dela.

— Eu sei. Mas só de pensar no que poderia ter acontecido, eu fico desesperado. Eu te amo, Hillian Hundoph, de verdade- Falei para ela, encarando seus olhos azuis. Ela se aproximou e me beijou, foi um beijo rápido, mas cheio de sentimentos, carinho, paz.

— Eu também te amo Six, demais- Ela falou, recuperando o folego. 

— E me desculpe por não ter ouvido você sobre a Katie... – Eu falei, com pesar. Cara, se eu não fosse tão egocêntrico, a garota poderia estar bem. A gente poderia ter avisado algum professor sobre ela, ter feito algo.

— Você não precisa pedir desculpa. Eu mesma não levei a sério, eu poderia ter feito algo, mas fingi que era só canalhice dela. Eu espero que ela se recupere, de verdade, ela não merecia isso. – Havia lágrimas nos olhos dela.

Eu abracei-a novamente, deixei ela ali, segura em meus braços, até que ela se acalmou. Secou os olhos, e eu a puxei para o sofá, onde aninhei ela, deixando-a ainda no meu peito.

— Six, teve uma hora ontem, enquanto a Katie estava... você sabe... do nada, veio uma voz na minha cabeça. Falou para aguentar firme que a ajuda estava vindo. Era a voz do meu pai, eu tenho certeza disso- Ela contou, séria. Deitada no meu peito, senti o peito dela se encher de ar pesadamente.

— Zeus te enviou uma mensagem? - Falei, um pouco surpreso. Sabia que eles nunca tiveram muito contato. Só agora parei para pensar que meu sogro é o Rei do Olimpo, o Senhor dos Raios. Cara, isso é muito estranho.

— Sim, foi esquisito, mas bom por um lado, as vezes eu fico achando que estou à deriva e ontem foi importante ver que meu pai ainda está me olhando- Ela comentou, sorrindo. Eu sei o quão importante é para ela a família. Acariciei seu braço.

— Bem, isso me tranquiliza um pouco. Saber que seu pai está de certa forma de espionando em você- Falei em tom de brincadeira. Ela rolou os olhos, mas sorriu. 

— Você acha que ele iria gostar de mim, como seu namorado? – Perguntei, imaginando se ele não poderia me fulminar por fazer algo que ele não aprovasse com sua filha.

— Eu não acho que ele liga para essas coisas. E mais, eu não acho que ele pode se meter no quesito relacionamento. – Ela disse, rindo. Nossa conversa seguiu para outras coisas banais, só para ficar mais tempo juntos.