Fábulas Fabulosas escrita por Leh-chan


Capítulo 3
Bouderella - Parte III


Notas iniciais do capítulo

Bandas: An Cafe, Malice Mizer, The GazettE e Versailles.

Paródia do(s) conto(s): A Gata Borralheira, vulgo "Cinderella".



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:: Bouderella - Parte III ::



     – BOOOOOOU! Trás um analgésico para mim? – Chamou Jasmine, gritando num tom manhoso, típico de quem acabou de acordar com uma ressaca desgraçada. E não era como se Bou estivesse em situação diferente, mas o que poderia fazer? Todos acreditavam que ele não havia ido ao baile, portanto, não tinha motivos pra estar cansado, e, assim sendo, tinha que trabalhar.


            – Sim, só um minuto... – Já estava na cozinha preparando o café da manhã, que por sinal, teria que levar na cama para todos. Tudo foi muito mágico na noite anterior, mas... Depois que dormiu, o carro e o vestido foram levados. E tudo que tinha agora era UMA bota e NENHUM Kanon. Nunca mais o veria... Não deixariam um esfarrapado de nariz torto como ele ir ao palácio ver o príncipe sem mais nem menos.


            Foi bom enquanto durou... Mas Kanon sequer deveria lembrar-se dele agora.



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    – Mas Manaaaaaaaaaa! – Repetia Kanon pela vigésima vez para Mana, que estava ficando nervoso(a). O baile tinha o intuito de fazer Kanon parar de enchê-lo, porém, teve o efeito absolutamente contrário. – O garoto... Ele fugiu! Eu preciso achá-lo, eu... O que eu devo fazer?


            Vossa majestade suspirou profundamente, enquanto mentalmente contava até dez. Ao lado dele(a), ficava sempre um rapaz bem apessoado que transmitia tudo que ele(a) queria dizer. Mana não gostava de ser ouvido(a) falando.


            Logo, Mana chamou com a mão enluvada o rapaz, chamado Gackt, para mais perto de si. Cochichou algo em seu ouvido, e segundos depois, o rapaz transmitiu com as mesmas palavras que ouviu:


            – Kanon. – Respondeu, a voz áspera. – Eu não sei. Se você só conseguiu pegar a bota de um mendigo raivoso que te mordeu, tudo que eu posso dizer é pra ir ao médico antes que passe a raiva pra mais alguém. Tome uma vacina anti-rábica e...


            – Vacina pra tirar meu rabinho? Mas não meeeeeeeeesmo...


            Novamente, Mana chamou o servo para repassar as palavras, num ato automático.


            – Quer dizer que é pra evitar a raiva, Kanonzinho. – Frisou o apelido. – Se te faz tão feliz, por que não sai colocando essa botija em todo mundo do reino? Duvido que tanta gente tenha um pé tão grande e desajeitado...


            – Mas... CLARO! Como não pensei nisso antes! Obrigado, Mana-sama! – Abraçou rapidamente a madrasta, ou padrasto, que o repeliu de imediato. Era uma ideia estúpida, mas se fosse fazer com que ele ficasse ocupado, isso bastava. – Tem alguém desocupado que possa me acompanhar?


            Mais uma vez, Gackt ouviu as palavras calmamente. Alguma dentre elas pareceu-lhe estranha, pois fez uma careta.


            – Todo mundo nessa porra é desocupado, pode levar qualquer um... – Na mente do pobre “tradutor”, passavam coisas nada bonitas. Ele estava trabalhando, oras! E era um trabalho inútil que ele fazia com prazer. Não poderia dizer que todos são desocupados, poxa... Magoou.


            – Obrigado, mesmo, mesmo! – Dizendo isso, Kanon fez uma última reverência e abandonou o recinto correndo para ir atrás de algum louco pra sair consigo.



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           Havia passado toda a manhã atendendo pedidos até do papagaio do vizinho que reclamava de dores nas asinhas. Já estava cansado. Porém, para a sua sorte, agora era a hora do “soninho de beleza” de Jasmine (e Bou não sabe qual é a finalidade disso até hoje, uma vez que nunca houve resultados), Hizaki também dormia junto a Kamijo agora. Teria tempo para fazer alguma coisa para si, o que era um milagre.


            Jogou-se no sofá. Sem muito se esforçar, passou a pensar (o que era um grande feito, pensar sem se esforçar!). Seus pensamentos não demoraram em achar um rumo que não deveriam: Kanon. Era uma paixão impossível. Provavelmente, o príncipe só fora simpático consigo como teria sido com qualquer pessoa, e depois de sua partida, deve ter arrumado alguém a quem comer, tal como era o intuito do baile.


            E mesmo que aquilo tudo fosse só por educação... Céus, como era gracioso! Tudo lhe parecia perfeito demais pra ser verdade. E de fato, a verdade logo voltou. Só uma noite fora de sua costumeira rotina, nada mais. Nada...


            – Bou. – Uma voz cortou seus pensamentos. Era Hizaki quem vinha descendo as escadas, o que fez o loirinho imediatamente sentar-se para receber o irmão. Provavelmente queria que lhe fizesse um chá ou algo do tipo.


            – Sim, Hizaki? – Respondeu, prestativo.


            – Você pode fazer um chá para mim, por favor? – Como conseguiu adivinhar com precisão o que Hizaki queria? Simples: era rotineiro. O chá das cinco, praticamente. Mas o irmão estava diferente... Não tinha algo de tão hostil. Descia os degraus lentamente, com algum tipo de incômodo, passando as mãos pelos cabelos, agora lisos. Não estava de vestido tampouco cheio de maquiagem, o que era raro. Além disso... Ele disse “por favor”. Que tipo de brincadeira seria esta?


            – Faço sim... – Dirigiu-se para a cozinha, notando que era seguido pelo mais alto. Apenas continuou o curso.


            Lá chegando, tirou as coisas dos armários, colocou tudo sobre uma superfície e botou água para ferver, começando os preparativos. Virou-se para trás e notou Hizaki sentado à mesa, observando seu trabalho.


            – Eu não vou te envenenar não, pode ir dormir, exu.


            Mediante o comentário, Hizaki sorriu.


            – Acho que eu mereço tudo isso... Mas... É tão triste... – Bou não entendeu nada. Continuou fazendo o chá, ouvindo apenas o silêncio deixado pelo outro. Só faltava dizer que ele ia começar a reclamar agora...? Tinha uma vida tão boa! Ganhava comida na boquinha (e também no rabisteco) e tudo o mais... Não tinha do que reclamar!


            – Você fala como se sofresse muito. Não tem motivos.


            – Você acha mesmo? Eu sou obrigado a ser praticamente estuprado por meu próprio pai e irmão todos os dias da minha vida! – Disso Bou tirou uma informação interessante: Jasmine era, de fato, homem. – Eu queria às vezes fazer algo simplesmente porque queria... Com alguém diferente... Com quem eu pudesse ser seme de vez em quando... – Então era isso... Hizaki ‘tava mesmo fodido... Ahá!


            O cheiro doce da camomila se espalhou agilmente pelo ambiente. Ninguém mais falou nada, mas Bou sabia que estava sendo observado. Apenas continuou o trabalho, e, terminando o mesmo, serviu o chá para ele.


            – Vai querer algo pra acompanhar? – Um olhar malicioso fora desferido sobre si quando terminou a pergunta.


            – Você. – Respondeu Hizaki com simplicidade. Se fosse possível, o loirinho conseguiu ficar ainda mais branco do que já era. Demorou pra processar o pedido, quando finalmente foi cortado pela voz do maior. – Toma chá comigo... Bou.



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            – Por favor, por favor, por favoooooooooooor, Takuyaaaaaaaaa! – Kanon já implorava para o ruivo pela milésima vez. Este, por sua vez, continuava com o crochê que fazia, não cogitando a ideia de sair por aí vestindo uma bota mordida em pés com chulé.


            – Noooon-chan, isso não vai dar certo!


            – Ah... Tudo bem, Tak... ‘Cê vai ver... – Dizendo isso, o príncipe fez cara de bebê chorão e birrento, da qual qualquer um seria incapaz de resistir. Mas Takuya era mais forte.


            – Você quer que eu vá? ‘Tá bom. Mas vai ter que me dar algo em troca.


            – O quê? – Os olhos do moreno brilhavam em expectativa.


            – Tem duas letras... Começa com “c”... É redondinho... E tem um furo no meio.


            Kanon ficou perplexo com o pedido. Estava justamente pedindo ajuda pra achar o amor da sua vida e Takuya o pedia isso?


            – Mas Tak... Eu ‘tô guardando isso pra dar de presente pra outra pessoa, e...


            – Ele ‘tá lá em cima da sua cama, jogado... Ninguém usa, oras...


            – N-não ‘tá não, ‘tá aqui, oras!


            – Então deixa eu ver?


            – CLARO QUE NÃO! Não saio mostrando meu cu pra todo mundo!


            – Que isso menino... O tarado da história é teu pai, não eu... Eu quero aquele CD do Mana cantando que você gravou esses dias pra vender no Mercado Livre, poxa '-'


            – Ah ‘tá... Assim sendo... Beleza então... Vamos logo que eu pego lá pra você. Mas eu acho melhor você tirar quatrocentas cópias e vender no eBay mesmo... É lá que eu costumo vender as Barbies que eu roubo do quarto do papy às vezes...


            Então os dois saíram do quarto de Takuya, este último ainda rindo do que Kanon achara que ele queria. Se bem que... Nem era uma ideia tão má.



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            Estranhamente, Hizaki não tinha as más intenções que Bou pensara. Estavam tomando chá tranquilamente, agora acompanhados por alguns biscoitos, num silêncio raramente quebrado por alguma palavra. O menor resolveu puxar assunto.


            – E o baile ontem... Como foi?


            – Ah... Eu conheci algumas pessoas que disseram que meu vestido era fashion, mas nada demais... O Jasmine espantava o resto só de olhar. – Um sorriso maroto surgiu no rosto de ambos antes que Hizaki continuasse. – Mas e você, gostou?


            – Foi muito bom, mas eu tive que... – Parou no meio da frase ao notar o que fez. Ninguém sabia que ele tinha ido... Achou-se o maior idiota do mundo por cair em um truque tão idiota!


            – Hahá, eu vi você com o Kanon no banheiro, só precisava confirmar. Tudo bem, eu não conto pro Kamijo. – O loirinho suspirou aliviado. – Deve ter sido gostoso... Lá... No banheiro e tals...


            – Ah, mas não aconteceu nada não... Eu só queria me esconder de você. A gente não fez nada, e aliás, ele nem sabe meu nome ou nada assim... Foi só... Como um sonho.


            – Mesmo? Então me conta em detalhes... Bouzinho. – Um brilho estranho encheu seu olhar, o olhar de um pervertido cujo sonho parecia ser voyeur.



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            – Já estamos botando essa coisa no pé de tanta gente e nada do meu menino... Ain Tak, que eu faço?


            – Já pensou que esse tal menino pode ser estrangeiro? – O terror acometeu Kanon. Teria que colocar essa bota em meio mundo, senão no mundo inteiro, pra achar o loiro? Valeria a pena quando achasse, mas... O pequeno loiro ia ficar no mínimo dolorido quando Kanon fosse pegar sua “recompensa”.


            – De qualquer forma, a gente continua tentando por aqui... De porta em porta... – O moreno bocejou – Não pode ser tão ruim...


            – Não é ruim pra você que fica do lado de fora esperando... Na última casa, eles tinham uma ALPACA DE ESTIMAÇÃO. Aquela porra ficou cuspindo em mim enquanto eu colocava a bota fedida em DEZESSETE TRAVECOS. Só você mesmo pra me convencer, viu...


            – Nya, por isso que eu te amo, primiiiiinho! – Abraçou superficialmente o ruivo enquanto caminhavam, ainda o ouvindo reclamar algo, mas não identificando as palavras. Deu de ombros. Só captou algo como “Uma alpaca na tua cama pra você ver...”.


            O sol já estava ameaçando sumir àquela altura do dia, e eles continuavam andando.


            – Primiiiiiiinho... – Chamou o ruivo. Kanon estranhou, pois raramente usavam esse tipo de tratamento. – Vamos bater na porta da próxima casa e sair correndo?


            – M-mas... E se for a casa dele, Tak? A gente não pode...


            – Duvido que seja. Talvez na próxima casa tenha uma lhama... Ouvi dizer que são mais carismáticas.


            Mais um tempo passou até que o príncipe falasse algo, quando já se aproximavam da próxima porta.


            – Por que mesmo a gente estacionou a carruagem lá na ponta da rua?


            – Porque a rua é estreita...


            – Mas a gente podia ter pego o cavalo... Vir à pé não dá uma boa impressão, sabe? Cavalo é mais chique.


            – Mas só tem um cavalo, e eu não ia resistir ao ímpeto de te encoxar, gostoso. – Ambos riram da brincadeira quando Takuya bateu na porta da próxima casa. Era uma casa grande, bonita... Mas mais bonita ainda foi a visão que teve da porta. Melhor dizendo, da pessoa que a abriu.

 

»~ x ~«


            – Já volto, Bou. Vou ver quem é. – O menor meneou a cabeça em afirmação enquanto Hizaki dirigia-se a porta. Ao abri-la, para sua surpresa, reconheceu imediatamente o ruivo que estava do outro lado como o rapaz que não o deixara entrar no banheiro. Obviamente, este segundo não o reconheceu sem toda a maquiagem, os apliques e os artifícios.


            – Erm... Boa tarde. – Disse, meio acanhado.


            – Cuidado pra não babar, menino... – Hizaki sorriu, safado, vendo o garoto ir ficando com a mesma coloração que o cabelo.


            – E-eu.... Venho em nome do príncipe. – Ao ouvir estas palavras, o loiro ficou mais atento, pensando o que poderia ser. Talvez tivessem descoberto onde Bou morava... Era realmente um sortudo. Queria ter só uma chancezinha de foder Kanon... Só uma... – Vossa alteza pediu para que eu vestisse essa... Imensa... Botija em todos os rapazes solteiros do reino, para que ele ache quem a vestia ontem e, consequentemente, o garoto do qual gostou. – De repente, uma ideia lhe ocorreu.


            – Claro, claro, senhor... Entre aqui um instante. Esta bota é minha, e eu tenho como provar.


            – SÉEEEEEEEERIO? Ah, eu não acredito menino... Andei o dia inteiro te procurando! Finalmente! Vamos, vamos... – Adentrou a casa sem pudor.


            – Só um minuto, certo? – Falou, saindo delicadamente do recinto e caminhando até a cozinha.


            Lá chegando, ainda encontrou o menor comendo alguns biscoitos e sorriu.


            – Bou... Você disse que deixou a bota lá no porão, né?


            – Foi sim... Por quê?


            – Ah, nada não... Só pra saber. – Seu sorriso transformou-se em algo maldoso. – Tchauzinho, idiota. – Terminando de falar, saiu da cozinha e fechou a porta com a chave da mesma, que permanecia sempre na fechadura.


            Vitorioso, Hizaki correu para o lugar mencionado pelo irmão de criação e logo avistou o objeto. Voltou para a sala e notou Takuya com os olhos brilhando ao achar o par daquele objeto grotesco.


            – AAAAAAAAAAAAAAAAAAH! Não acredito, não acredito! Prííííncipe, chega mais... Achei teu macho, menino! AEAEAEAE! – O escândalo do ruivinho era tão grande que fez com que Kamijo descesse as escadas para ver o que acontecia. Iria ficar escondidinho num canto, mas ao ver o próprio Kanon adentrando sua casa com um sorriso que ia de orelha a orelha, não resistiu. E na mesma hora que apareceu, os olhares dos dois visitantes recaíram sobre si por motivos óbvios.


            – QUEM É O TARADO SÓ DE CUECA?! ISSO É ALGUM TIPO DE BRINCADEIRINHA, TAKUYA? – Gritava o príncipe, assustado com a figura de Kamijo.


            – Ah, não é nenhuma brincadeira... Eu sou seu futuro sogro, vossa alteza, não tem problema ser íntimo da família!


            – Íntimo demais... – Resmungou para si, sem ser notado.


            – Então deixa eu te apresentar para meu filho, seu futuro...


            – Eles se conhecem. – Cortou Takuya, querendo ser rápido pra passar o menos tempo possível naquela casa de doidos. Estava pensando qual era pior: cuspe de alpaca... Ou isso. Se bem que o tal “sogrão” ainda dava pro gasto...


            Kanon aproximou-se de Hizaki, o suposto garoto que o conquistou.


            – Você não é...


            – É, eu sei, eu não sou tão bonito sem toda aquela maquiagem, é o que dizem, né... Mas se você quiser, amor, eu passo maquiagem sempre que for te ver!


            O moreno passou a pensar... Maquiagens realmente faziam milagres... Será que era mesmo seu garoto?


            Sua análise foi interrompida por um barulho estranho proveniente de não muito longe. Hizaki apressou-se em explicar:


            – Isso? Ah, isso não é nada... É que a cachorra do vizinho ‘tá no cio, sabe como é, né...


            Mas o barulho cada vez aumentava, e agora palavras eram formadas, desmentindo o fato de ser um cachorro.


            Podiam-se ouvir, simultaneamente aos gritos, passos na escada.


            – Será que alguém pode calar a porra da boca do Bou? Eu estou tentando ter meu sono de beleza aqui! – Ao que terminou de descer a escadaria, todos puderam vê-lo. Os cabelos completamente bagunçados e para cima, uma máscara de gosma verde espalhada por todo rosto e uma camisola muito curta e justa que deixava clara a existência infame de Jasmine Júnior. O primeiro ímpeto de Takuya foi se esconder atrás de Kanon, que se escondeu atrás de Hizaki e ainda falou baixinho ao ouvido do primo:


            – Sono de b-beleza?


            E neste meio tempo, os gritos não cessavam. Agora que estavam no silêncio causado pelo profundo choque daquela visão, as palavras eram inteligíveis.


            – SOCORRO! ESTOU TRANCADO NA COZINHA! WAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!


            Com esta última exclamação, Jasmine retirou-se, sem nem se dar conta da presença de visitas. E Kanon... Estava hipnotizado. Aquele grito... Aquele mesmo grito, estranhamente fofo e familiar... De um garoto chamado Bou, que estava preso na cozinha, pedindo por socorro.


            Esqueceu-se do medo que sentia da besta denominada Jasmine e correu para a porta, abrindo-a com a chave que permanecia lá. E Bou, que estava apoiado na porta, caiu em cima de Kanon com a abertura da mesma. O moreno o segurou.


            – N-non-chan?


            – Você é...


            – Bou. Me chama de Bou.


            – Prefiro chamar de... Meu.


            E foi com um gritinho estridente que Bou desmaiou nos braços do príncipe, de tanta emoção. Aquela frase foi completamente doce e gay. Gay demais para o loirinho aguentar.


            O maior apenas sorriu e segurou-o mais firmemente nos braços, saindo rapidamente pela porta daquele hospício. Correu diretamente para a carruagem que lhe pertencia, soltou o cavalo branco Fogo no Rabo da mesma e montou-o, ainda segurando Bou, o que era um grande feito.


            E assim, deixou seu adorável primo ruivinho para trás.


            – Erm... Então... Como é seu nome mesmo? – Dirigiu-se para Hizaki, sem jeito.


            – Ah, sai daqui, seu pirralho. – A beshah glamorosa e irritada em fase de possível TPM subiu as escadas até o quarto, deixando apenas Kamijo e Takuya para trás.


            – E você, tio... – Olhou para Kamijo, fitando sua boxer branca e ficando satisfeito com o conteúdo que via. – Tem telefone, huh?


            Kamijo apenas sorriu malicioso.

 

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            – Acordou, Bou? – O loirinho ouviu uma voz doce próxima a seu ouvido o chamar. Já imaginava quem era, mas ainda assim, era tão inacreditável! Abriu os olhos para encontrar um mar de fios negros perto de si. Queria saber que era real, queria tocar... Mas quando foi erguer a mão para tal, notou que estava acorrentada à cabeceira de uma cama. Obteve os mesmos resultados tentando mexer os demais membros. Foi quando vislumbrou um sorriso maldoso da parte do príncipe.


            – Você fugiu ontem de mim... – Começou a falar, em tom baixo e com a voz rouca. Não obstante, tocou um objeto gelado na nuca de Bou, que instantaneamente sentiu seus poucos pelos arrepiarem. – Hoje você não vai fugir, não mesmo... – Deu-lhe um beijo suave no pescoço, tirando dali o objeto gelado que o loiro pôde reconhecer como uma faca. E antes que pudesse ver, aquela faca já percorria sua camiseta tão abatida, partindo-a em dois pedaços de pano esfarrapado. – Você não me escapa porque é meu.



           
E assim, Bou e Kanon viveram felizes para sempre... Ou pelo menos pelos próximos trinta minutos.



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Notas finais do capítulo

N/A: Bem, este é o fim de Bouderella. O desgraçado ainda se deu bem, todo mundo se deu bem, até o KAMIJO (lindopegael) se deu bem. Nenhum guaxinim foi traumatizado no processo desta história, o que me deixa feliz. As penas de pavão do Jasmine-Et-Da-Jasminelândia-que-nem-sexo-tem são sintéticas, nenhum pavão foi judiado também.

Espero que tenham gostado da história. Até que foi agradável fazê-la...

E... Eu vou fazer uma coisa (nãomediga -.-). Eu quero a sugestão dos leitores pra me ajudar, então me mandem reviews ou mp’s com suas ideias.

A pergunta é: Qual outro conto de fadas vocês gostariam de ver aqui? Estou aberta a sugestões. A tia Nemesys sugeriu “A Bela e a Fera”, talvez eu faça; ADORO essa. Mas quero mais ideias, gosto de ter opções.

Não tenho nem uma linha escrita sobre nada, e estou concentrada em acabar uma outra fic minha. Ou seja: mais fábulas nem tão cedo. Mas se eu postar, eu aviso por MP pra quem quiser. E, quem quiser, me manda um review no capítulo de “avisos”, que aí eu aviso ;D

Então eu quero um review bem bonito comentando esse capítulo e com ideias para mais contos, podem também sugerir os personagens, os ambientes... Amo sugestões e nem mordo. E se você não me mandar reviews, eu vou mandar o Teru ter uma aloka aqui e colocar uma bomba nuclear na J-rockerlândia, e depois fugir comigo para Las Vegas. E eu não sentirei remorso algum. Estarei sentindo... Erm... Outras coisas. Menos remorso.

Passar bem e até mais ^^=