Reyna e os Caminhos Sombrios escrita por Renan Almeida


Capítulo 2
Mais sombrio do que eu esperava


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora para escrever o segundo capítulo, tentarei escrever o próximo em duas semanas.



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Com o choro de minha irmã cessado, com a súbita visita de minha suposta mãe, acordei assustada, com medo de tudo isso ser verdade. O que ela fez com minha irmã?, pensei. Levantei da cama, calcei minha pantufa de coelhinho - também sou criança, mê um dê um crédito - e fui correndo até o quarto.

Nada do meu pai.

Meu pai havia desaparecido, mas isso não era o mais chocante da cena. Minha irmã estava em seu moisés com um rosto pacífico, mas seu macacão me dizia outra coisa. Ela não estava quieta por que caiu no sono, e sim por quê provavelmente sentia uma dor excruciante. Ao me aproximar senti um arrepio e medo profundo do que poderia encontrar. Vi uma marca de queimadura no pescoço de minha irmã e que dava continuidade por debaixo de seu macacão. Fui abrindo os botões do sutil macacão rosado, empapado de suor de um bebê de apenas 1 ano, deveria ser uma dor profunda.

Ao tirar o macacão segui as linhas, vi que não eram cortes aleatórios, havia uma palavra queimada em minha irmã. O que eu deveria esperar da 'deusa' da guerra?. Vi que era ilegível. Peguei minha irmã no colo, sentindo as lagrimas rodearem meus olhos, querendo se esgueirar pelos cantos, mas eu tinha de ser forte nessa situação. Ao chegar na cozinha, peguei um pano de prato e esfreguei no queimado na pele de Hylla. Ela soltava pequenos gemidos de dor enquanto eu limpava o pequeno sangramento.

Havia 3 palavras escritas indo direto do pescoço até a base do cóccix dela, escritas em letras de forma mal feitas:

TEMPLO BELLONA CAMINHO

Não fazia nenhum sentido essas três palavras para mim. Até eu ver pequenos pontos entre elas, indicando que não era uma frase e sim palavras separadas. Como eu libertaria minha suposta mãe? Como eu encontraria meu pai? Acho que a primeira deveria ser a mais óbvia já que ela é uma deusa e ela iria me ajudar. O jeito era fazer as malas, ir para biblioteca e encontrar o templo de minha mãe.

–--

Então, morar em Las Vegas não é nada fácil com todo esse movimento e tumulto em toda parte. Aos poucos as cicatrizes de minha irmã desapareceram. Não me pergunte também como. Agora ela estava vívida, com o rosto rosado e soltando risadinhas enquanto faço cócegas em sua barriga. Mas chegou a hora de ir. Uma menina de 7 anos com um bebê de 1 procurando o nada. Como a situação financeira não estava nada boa, decidi recorrer a meu amigo Lockroy, mas eu o chamo apenas de Roy. Ele trabalha como porteiro num hotel super famoso chamado Lótus. E quando as coisas na minha casa ficam apertadas, ele rouba comida do hotel para mim e minha irmã.

Coloquei o colete que prende minha irmã a mim e sai.

Ao fechar a porta principal, olhei para trás, me questionando como tudo mudara tão repentinamente. O desaparecimento de meu pai, minha mãe desaparecendo e eu sendo uma 'SEMIDEUSA'. Nem sei o que isso significa, mas eu deixarei tudo correr naturalmente.

Ao chegar na porta do hotel, depois de ter recebido olhares reprovativos em todas as ruas, por eu ser uma menina da minha idade carregar uma mais nova ainda num colete pesado. Ao chegar no hotel vejo meu amigo Roy na entrada, ele me da um aceno e vem em nossa direção.

Ele fica feliz por um momento até ver minha irmã no meu colete e uma pequena mala de rodinhas nas minhas mãos. Eu explico tudo pra ele, sobre meu sonho, sobre a queimadura de minha irmã, e sobre o desaparecimento do meu pai. Pensei que ele me chamaria de louca e me mandaria de volta pra casa, mas não foi o acontecido.

Ele apenas falou:

– Reyna, olhe nos meus olhos e force sua visão, olhe bem profundamente como se tivesse procurando uma outra dimensão

Não entendi mas fiz o que ele disse, fiquei olhando para o olho dele enquanto ele agachava até ficar da minha altura. Foi então que dei um pulo para trás. Ao olhar bem, ele tinha apenas um olho! Eu estava embasbacada. Como podia isso? Esse mundo virou de pernas pro ar.

– Viu? - disse Roy.

– Vi. E eu estou com medo - E eu estava um pouquinho mesmo.

– Reyna, preciso que você entre no hotel e fique lá até que eu te chame, e... não coma nenhuma flor de lótus. Acredite em mim.

Foi o que eu fiz. Ao entrar no hotel, fiquei de boca aberta com a sua proporção, parecia bem maior ali dentro. Sentei em um banco, perto de um menino de aproximadamente 12 anos e uma menina de aparência jovial. O menino me intrigou. Olhei nos olhos deles e decidi fazer uma amizade antes que Roy voltasse para me buscar. Ao chegar, ele olhou pra mim, e eu disse:

– Oi, meu nome é Reyna. - disse com uma súbita coragem

– Oi - disse o menino, parecia uma pergunta na verdade - han... é... meu nome é Nico... Nico di Angelo. Prazer.


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Notas finais do capítulo

Algumas coisas citadas sobre Bellona nesse conto, são fictícias. Eu inventei algumas dessas coisas, falando que tinha na mitologia original, sendo que não é dito, foi apenas criado por mim para deixar a história mais interessante e dinâmica.