Ponto de Vista: Blood

Meus olhos ardiam, meu corpo doía, minha cabeça parecia explodir, e todo o resto me torturava. Quando acordei, tudo estava escuro. Parecia que eu não tinha aberto os olhos direito, senti a presença do ruivo.

- Agora que está sequestrada, vai parar de fugir, querida Blood? - Escutei a voz dele ecoar pelas paredes, eu tentei me soltar, mas eu estava presa por correntes. E nenhum sinal do meu poder, aquela presença me deixava fraca.

- Me solte, seu desgraçado. Me prendeu por que? Tem medo de mim? - Perguntei com um meio-sorriso.

- Não. Eu te prendi por que eu preciso te entregar para a Phantaville.

- E desde quando é uma das quinhentas mil ovelhinhas do governo? Da Phantaville? Não era você o rebelde Drack?

- Sim, era. Mas digamos que meus interesses são outros, Blood. - S

ua voz se encontrava praticamente do meu lado. Senti sua mão passear por meu corpo e ele me roubou um beijo, que eu tentei fugir, mas como estava presa, de nada adiantou. - Seus lábios continuam doces como sempre, pequena.

- Doce é sua mãe agora me solta daqui! -

Eu estava sem paciência e com o ódio me consumindo, ele acariciou meus cabelos, e mais uma vez, roubou outro beijo de mim, um beijo incrivelmente doce e carinhoso. - Pare! Seu...

- Você ainda é fraca perto de mim, Blood.

- Cale a boca, idiota. -

Estava cansada, estava farta, estava assustada, estava presa, estava louca. Jogada na insanidade. Era isso... A loucura estava me consumindo. - O que fez com os arcanos? Ficou com medinho, por isso está bloqueando? - Perguntei, de novo, tentando me soltar das correntes.

Senti a presença de Jared, e ouvi um barulho de sangue. E o cheiro do sangue de Drack espalhado pelo chão, sorri.

- Jared! Já estava na hora. - Disse sarcástica, escutei uma risada abafada, e logo ele estava me desamarrando. Ele sussurrou em meu ouvido, me causando arrepios:

- Com saudades?

- Nem em seus pesadelos. - Disse meio envergonhada, ele riu, e beijou minha cabeça, enquanto eu sentia meu arcano voltar. Concentrei-me em seu coração, escutei as batidas e um zunido comum. Quando nos concentramos assim, é comum que tudo se silencie.

Me concentrei em meu arcano juntamente, e aí, eu pude sentir seu coração explodir. De certa forma arrependida, mas de certa forma, aliviada.

- Você matou ele.

- Sim, eu matei Jared. Agora vamos logo. A Phantaville está atrás de nós, vão vir alguns mutantes aí bem mais fortes do que o Drack.

- Drack, esse é o nome dele? -

Abrimos a porta, enquanto ele podia ver o ruivo morto no chão, eu sorri ele ficou surpreso.

- Quem dera eu poder te garantir, Jared. - Vi o corpo falso imitando Drack se desmanchar, o desgraçado tinha feito um clone. Eu rangi os dentes perturbada... Enquanto saíamos daquele lugar.