-Volte aqui agora, Savannah. –Meu pai estava muito bravo, mas eu não podia ficar ouvindo ou ser castigada por algo que estava certo.

-Depois, quando estiver em condições de conversar eu volto, vou andar e tentar me livrar de todos meus problemas.

-Savannah, eu estou mandando você voltar aqui agora. –Eu desobedeci meu pai pela primeira vez e continuei andando... Sai de casa por aí sem rumo.

Quando percebi estava na rua da casa de Tristan. Aproveitei pra ir falar com ele. Bati à porta e esperei.

-Boa noite, senhora Lewis. O Tristan está em casa?

-Esta sim Savannah... Não esta tarde para a senhorita estar andando sozinha por aí?

-Sim, está. Mas, é que eu estou com problemas em casa, precisava pensar, longe de lá. Pode chamar o Tristan, por favor?

-Claro, só um minuto. Entre e espere aqui, que ele já vem. –Ela subiu para o quarto de Tristan e logo em seguida ele desceu...

-Savannah, por que está andando sozinha essa hora?

-Tristan, eu precisava sair de casa, meus pais não acreditam em mim...

-Como assim não acreditam em você? O que está acontecendo Savannah? –O telefone da casa de Tristan tocou e ele foi atender.

-Alô? –Ele ouviu atento. –Sim Mrs. Johnson, ela está aqui! Eu a levo ai agora mesmo. Até mais. –Ele desligou.

-Preciso te levar para casa Savannah. Agora.

-Mais eu não posso ir pra lá. Meus pais não me deixaram fazer mais nada!

-Mais, pense bem Savannah... Ficar fugindo dos problemas não vai adiantar em nada!

- Tristan, por favor, eu não quero ir, por favor! - sussurrei chegando mais perto dele para que pudesse me ouvir.

- Eu não posso fazer nada Savannah, você precisa ir... 

- Tristan...

- Eu te levo até a sua casa, pode ser?

Assentindo com a cabeça decidi aceitar. Dei boa noite aos pais de Tristan e saí da casa, Tristan veio logo atrás. Dando-me um leve puxão pelo braço fazendo-me ir para trás.

- Vai me contar o que está acontecendo Savannah?

- Eu só quero que acredite em mim Tristan...

- Eu acredito, só que você...

- Por favor, quando chegarmos lá, eu lhe conto.

Fizemos o percurso inteiro em pleno silêncio, eu não o dirigia uma palavra e ele fazia o mesmo. Mal tínhamos saído de sua casa e já estavam à frente da minha. Papai estava na porta, de braços cruzados. Esperando-me, provavelmente.

- Já era hora Savannah, agora entre! Precisamos conversar.

- Eu já vou Pai, só um minuto. - Disse quase bufando, assim que ele entrou em casa revirei os olhos.

- Savannah, me conta! AGORA - Tristan faltava gritar.

- Não pode ser aqui, precisa ser lá dentro. No meu quarto. 

- Mas seu pai... - Não o deixei terminar a frase, encostando meu dedo indicador em seus lábios queria que ficasse calado e me deixasse falar.

- Entra pela janela, tem uma escada do lado da garagem. Eu subo rápido, prometo. Agora vai.

Caminhei o mais de pressa possível até a porta de casa, entrei e lá estavam eles. Mamãe e Papai me olhando de braços cruzados.

- Olha Pai, eu sei que fui ignorante e desobediente. Peço desculpas, mas você não acreditou na sua própria filha!

- Estou muito chateado com você Savannah, só pra saber você está de castigo. Nada de festinhas escolares, treino de líderes de torcida, shopping... NADA! 

- Mas Pai... Eu tenho quase 16 anos, faltam poucos dias e ai eu serei responsável, não tenho mais idade pra ficar de castigo... - Disse incrédula.

- Mas nada Savannah! Já pro quarto. E como você mesma disse, tem quase 16 anos, não completou ainda e eu ainda mando em você, por lei. Agora sobe!

Aquilo era real? Eu não conseguia acreditar, meu pai estava me dando uma bronca, me pondo de castigo. Ele nunca havia reagido daquela maneira, não acredito. Virei às costas e subi as escadas em silêncio, caminhei o corredor e entrei no quarto. Ao trancar a porta com as chaves, chamei por Tristan que estava perto da janela.

- Tudo, agora eu conto. Mas peço que confie em mim, independente de qualquer coisa.

- Eu confio Savannah. 

Comecei a contar a Tristan que Aaron era perigoso, mas não que era um vampiro e tinha retornado a cidade depois de anos, só disse que não o queria aqui e que não queria nenhum mal a minha família. Tristan acreditou. Sei que é errado mentir, mas não podia arriscar de contar a ele algo que poderia acabar com tudo. Ele me deu um abraço forte, como nunca havia dado antes, o que me deixo bem impressionada. Ele deixou uma mensagem na caixa eletrônica de casa, avisando aos pais que ia passar a noite na casa de um amigo, porque se soubessem que seria aqui, ligariam para minha mãe imediatamente.

Tristan se deitou na cama, e me fez deitar em seu peito. Alisando-me rosto, me fez dormir. Em dias de completa agonia para descobrir quem era Aaron, aquele momento me sentia completamente segura. Mais do que nunca. Então nós dormimos... Eu ouvi um barulho e acordei assustada...