NARRAÇÃO DE SAVANNAH

Depois de um abraço talvez, verdadeiro que Aaron havia me dado. Ele me levou até a cozinha fazendo me comer alguma coisa, mas sua tentativa foi em vão. Eu não quis comer, apenas enrolei. Enquanto isso ele e Nathan estavam tendo uma conversa no quarto. Fui me dar de curiosa, assim que cheguei à porta, Nathan alterou a voz, eu dei um passo pra trás sem fazer barulho tentando ouvi-los.

– Você acha certo hipnotizar a melhor amiga dela e tentar fazer a vida dela um inferno? -Perguntou Nathan, batendo a mão contra a mesa.

– Não, Nathan não! Mas eu não tive escolha! Elas haviam brigado, eu precisava disso. Precisava me vingar de Savannah... - Disse Aaron, passando as mãos no cabelo.

– Sempre há escolhas Aaron! Sempre! –Antes que Nathan pudesse continuar, entrei no quarto empurrando a porta com toda a força fazendo-a bater contra a parede.

– Aaron, me diga que tudo o que eu ouvi é mentira. POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? - Eu não aguentei e comecei a chorar novamente.

– Não é nada disse que você está pensando Savannah...

–Nunca será o que eu estou pensando Aaron. Sempre as mesmas histórias! Mas você é um mentiroso, só quer destruir minha vida. Eu faria de tudo pra não ter te conhecido! Eu achei que você tinha mudado. Por um segundo pensei que pudesse existir alguém bom dentro de você Aaron! EU TE ODEIO! – Eu gritei tão alto que mal podia ouvir a mim mesma.

–Savannah, você não entende não é mesmo? COMO CONSEGUE SER TÃO ESTUPIDA? –Ele gritou me fazendo tremer. Aaron está furioso, o que será que ele vai fazer? Questionei. Ele me fuzilava com os olhos, logo então sumiu. Caída no chão do quarto, eu choro desoladamente. Arrepio-me, assim que sinto fazerem carinho nas minhas costas. Assim que levanto o rosto, lá está ele. Nathan. Com seus olhos verdes, e seu rosto completamente lisinho. Perfeito.

–Vamos Savannah, levante-se, eu te levo pra casa. – Nathan se oferece a ajudar-me a levantar do chão, graciosamente. Ele me surpreende, me pegando no colo. Sem reação aconchego meu rosto em seu peito, fechando os olhos. Sinto-o sorrir, e como num passe de mágica, já estou em casa. Assim que chegue, fui logo me aconchegando na cama, Nathan se senta na ponta e me observa.

–Apenas durma. Durma... –Seu tom de voz é tão calmo que eu apaguei...

A minha cabeça rodava, acho que estou tonta, mas não doía absolutamente nada. Abri os olhos com certa dificuldade e para minha felicidade estava em casa. Estico o braço até o criado mudo e alcanço um relógio de braço. Nele marca 08h45min da manhã. Deixando novamente em seu lugar, olhei para o teto em busca de entender o que exatamente aconteceu na noite passada.

“Aaron é um estupido. O que será que ele tem? Não gosta de ser questionado. Não atura perguntas. Ele é estupido.”

Pensar nele fez minha cabeça latejar, como se fosse um apelo para que eu o esquecesse de vez. Estou decidida, vou confronta-la. Sim, é irei fazer. De decisão tomada, eu me levantei e fui até o banheiro onde fiz minha higiene diária e tomei um banho demorado. Após o banho, coloquei uma roupa leve e normal. Jeans azul, camiseta e All Star. O de sempre. Saí do banheiro e observei bem o quarto, eu estava com um pressentimento de que alguém estivesse me observando, mas não era nada.

“Vou confronta-lo.”

Repeti mais uma vez para mim mesma. Descendo as escadas do segundo andar, não consigo pensar em outra coisa que acabo tomando um susto com Jason que vem subindo a escada.

–Ei, aonde vai senhora cabeça de vento a essa hora? - Brinca ele.

–Uau. Você realmente me assustou Jason! –Sorri. Suspirei, aliviada por ele estar em casa- Hm... Vou dar uma volta. Vou aproveitar o sábado.

–Aproveitar? Você? É piada - Ele riu e voltou a subir as escadas.

–Ah, qual o problema? - Revirei os olhos ouvindo-o rir - Ah, Jason. Cadê a mamãe e o papai?

–Eles estão na casa do Tio Pedro. Cabeça de vento! - Ele disse, batendo a porta do quarto como de costume. Isso é ótimo, quanto mais tempo meus Pais ficarem fora melhor. Agora, só preciso manter Jason em casa e nada acontece. Mal terminando de descer as escadas, já estava na rua, andando mais rápido possível. E em poucos minutos, na velocidade da luz eu já estava na frente da Mansão.

Dei três batidas de leve na porta da casa, eu fiquei pensando no que exatamente dizer. Tirando-me dos meus devaneios a porta começou a se abrir lentamente. E quando estava completamente aberta Nathan estava lá, sem camisa, com uma calça caída em sua cintura, com o cabelo desarrumado, descalço. Completamente... GOSTOSO!

“Savannah. Foco.”

Sorri e me foquei no que pretendia fazer. Aaron. Era com ele com quem eu deveria falar.

–Savannah! Bom dia... - Ele mal pode terminar a frase eu já estava na metade da escada. Indo a caminho o quarto de Aaron. Empurrei a porta do quarto de Aaron com toda a força, me deparei com uma das piores cenas até hoje. Aaron está deitado na cama, com o lençol de seda sobre suas partes íntimas, o peito nu e uma garota completamente nua ao seu lado.

“Rir ou chorar?”

Perguntei-me, mesmo sabendo a resposta. As lágrimas brotam nos meus olhos e queimam ao decorrer do meu rosto.

“Mas por quê? Por que eu estava chorando ao ver aquilo?”

Devido ao barulho da porta, Aaron sentou-se rapidamente na cama e me encarou ainda sonolento.

–Savannah? Uau! Bom dia. - Ele esfregou os olhos e balançou a cabeça, tentando organizar os pensamentos. Saí do quarto tão rápido quanto um trovão, acabo esbarrando com Nathan que fez sinal de silêncio com o dedo indicador. Eu obedeci, mas não consegui conter as lágrimas. Ele então me abraçou.

–Obrigada! –Sussurrei e ele me fez sentar em uma poltrona perto dali.

Nathan foi até o quarto de Aaron com passos firmes, bateu à porta com força, fazendo com que Aaron assustasse.

–Será que não posso ter um minuto de descanso? - Questionou Aaron, irritado.

– Parece que teve um bom descanso noite passada não foi Aaron? –Nathan argumentou para Aaron- Primeiro me pede ajuda e diz que ama a garota, e agora está nu com uma prostituta na cama. –Nathan fez uma breve pausa, e então continuou- Bravo Irmão! - Ele aplaude, fazendo a cabeça de Aaron lateja. -Você está conseguindo perder a garota de vez.

– Você é um saco sabia? –Disse Aaron tentando fechar a porta.

– Cale a boca Aaron! Você é um estupido, inconsequente. Aquela garota voltou por você, se fosse qualquer outra estaria provavelmente em outra cidade. Ontem, você me disse que a amava! - Ele girou sobre os calcanhares e foi em direção à porta - Eu sabia que não deveria acreditar naquelas palavras estúpidas. Você não merece confiança Aaron. - Ele terminou o que tinha a dizer e deu as costas a Aaron. Nathan observava Savannah chorar enquanto caminhava no longo corredor. Sentindo a presença do rapaz, ela enxuga as lágrimas com as costas das mãos. Ele se aproximou dela e faz sinal para que ela entrasse no quarto. Ela obedeceu, e assim que entrou ele diz em um tom baixo para espera-lo um minuto. Indo até o closet, Nathan colocou um Jeans, tênis e uma camiseta normal, branca. Escovou os dentes e lavou o rosto. Com o cabelo desgrenhado, ele foi até Savannah, segurando-a pela mão ele a conduziu até a porta da mansão. Em absoluto silêncio.