Dama Da Noite escrita por HanyouNee


Capítulo 5
Passagens secretas




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A maçaneta começou a girar. Avery deixou tudo que estava vendo e foi para trás de uma das portas do outro lado do quarto se esconder.

Mas era só Sebastian. Ele voltara com uma mochila e um pergaminho antigo na mão.

-O que é isso? –Avery perguntou, saindo de seu esconderijo e indo até ele.

-Um mapa. Veja. –Estendeu-o para ela.

Apanhou e abriu no chão de madeira. Tinha traços detalhados, eram linhas sem fim. Ela não entendia nada. Uma mão surgiu e apontou um tracejado em particular.

-Vê? Está passagem lá fora não existe. Bem como estas outras... –E ele apontou mais linhas. –São atalhos. Só eu sei deles.

-Agora, pegue a mochila, use o que está dentro e ponha nela o que precisar. Vá rápido. Na porta á direita.

Avery obedeceu. A porta apontada por ele era um banheiro. “Oh, não, ele não tem obsessão por humanos. Só um interesse saudável.”, pensou ironicamente.

Descobriu roupas limpas e mais outros utensílios. Depois de estar limpa, ela se surpreendeu ao ver que as roupas lhe caiam bem e eram confortáveis. Deixou o que era seu ali e saiu.

-Pronta? –Ele perguntou, parecendo impaciente.

Por alguns segundos, ela vasculhou o quarto até o encontrar deitado na cama, com os braços atrás da cabeça.

-Ah... –Ela estava prestes a admitir uma verdade que verdadeiramente estava a matando. –Só uma coisa.

-O que é?

-Bem, eu... eu... –Hesitou.

-Você o que?

-Bem, estou com fome. –Disse por fim.

Ele deu um sorrisinho. Então, fez um aceno de cabeça para a porta á sua esquerda.

Caminhou meio insegura até lá. Abriu a porta, entrou e ela se fechou atrás de si. Aquele Sebastian não tinha um interesse saudável nem uma obsessão, ele era totalmente maluco pelos humanos.

Aquilo era um depósito. Enquanto andava, meio grogue, por entre as prateleiras, foi apanhando tudo o que ela podia levar.

-Não leve água! –Ouviu dizer no outro cômodo.

No fim, a mochila estava pesada. Ela respirou fundo, recompôs a expressão séria e saiu.

-Vamos.

-Ah, que bom. Me dê a mochila. –Ele se levantou em um segundo e a pegou, pôs o mapa no bolso.

Então, empurrou um pesado armário para o lado e procurou por algo na parede. Uma escada apareceu e ele disse, como se aquilo fosse normal:

-Vem, vamos embora.

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Agora, Sebastian andava tranquilamente por seu atalho super secreto. Então, ela não precisava ficar olhando para ele o caminho todo. Mas ainda olhava, por um medo interno de que ele se desfizesse em fumaça e a deixasse sozinha ali.

Podia dedicar sua atenção á decoração do lugar. Ainda estilo medieval, com tema dedicado ás batalhas. Havia elmos, espadas lanças, armaduras e mais outros.

Um a atraiu. Ela parou e ficou observando a espada. Era bem simples se comparada ás outras. Tinha o cabo prateado cravejado de pedras brancas e brilhantes. A lâmina, longa e afiada, tinha inscrições. Simples mas magnífica.

-Ah, gostou dessa. Ela é do século...Vocês estão no século XXI, certo? Não consigo me lembrar. É de muito tempo atrás, não importa. –Ele saiu de seus pensamentos e voltou á realidade. –Gostou?

-Sim. –Respondeu, ainda a admirando.

-É uma boa espada. Pode desintegrar qualquer um desse lugar. –Parou para pensar de novo, e propôs: –Pode ficar com ela, se quiser

-Sério? –Avery não estava acreditando.

-Desde que prometa que não vai usá-la contra mim. –Ele sorriu. –Então, tudo bem. Prenda-a no cinto e vamos continuar.

Ela o fez radiante. Mas depois de um tempo de caminhada e silêncio, disse:

-Eu não sei usá-la.

-Não tem de saber agora. –Ele entendeu de imediato e a encorajou. –Você fez uma boa escolha.

Por alguns instantes, ela quase acreditou no que ele dizia. Só que um segundo depois, ele completou a frase, com um tom debochado, mas que pareceu sombrio para ela.

-A experiência virá com as lutas. Só tem de não morrer antes.

Depois desse comentário animador, ela decidiu que era melhor continuar andando em silêncio. Mas parece que Sebastian decidiu o contrário, ele desatou a fazer perguntas sobre a vida dos humanos.


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