Dama Da Noite escrita por HanyouNee


Capítulo 39
Algo Inesperado


Notas iniciais do capítulo

"Então você quer postar capítulo?" disse o Nyah para mim semana retrasada, quando eu tinha esperança que ia sair daquilo até sexta. Por causa do feriado, eu viajei (para um lugar distante onde não se tem internet) e ficamos sem capítulo de novo mas... Agora eu estou aqui (avá) e vamos dar seguimento á isso!



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A ideia de sair me pegou de surpresa. Realmente, eu talvez, apenas talvez, não soubesse me comportar como um ser humano normal, mas sair poderia ser uma experiência ótima e bem divertida também.

Haviam vezes em que tudo corria de maneira comum, e outras em que ambos, eu e ela, parecíamos viver em universos totalmente diferentes, o que não era lá muito longe da verdade. Mas eu prefiro acabar com esse gelo logo.

“Espere... A Guardiã não vai junto de nós, vai? Ela pode estragar meus planos, com aquela sua cara severa. Está sempre pensando que vamos acabar fazendo algo de errado.” Eu não deveria nem estar fazendo planos, mas quando ela saiu simplesmente deslumbrante do quarto e começamos a caminhar terminei por me esquecer de tudo.

–Vamos ali! –Ela me puxou pela mão em direção á um parque e me disse para esperar enquanto comprava alguma coisa.

Tanta gente, tantos carros. Será que isso é um dia normal? Tem muito barulho e calor. Avery interrompe meus pensamentos de maneira alegre:

–Aqui. Chocolate para você, baunilha para mim. Sorvete é bom nesse calor.

–Esse é seu preferido? –Pergunto, de um modo que me parece estúpido.

–Hum... –Pôs uma colherada na boca, enquanto observo tal gesto como se estivesse em transe. –Eu gosto dos dois.

–Entendo. –Dou uma resposta vaga, anotando essa informação na minha cabeça, para que eu aprenda quais os gostos dela.

Já estava achando que eu tinha um transtorno de múltipla personalidade. Ás vezes eu me comportava como um garoto idiota, outras era bem malicioso, e apenas em algumas conseguia ser eu mesmo.

–Avery. –Chamei.

–Que foi? Quer ir embora?

–Não é isso, é só que... –Hesitei, enquanto ela me olhava esperando por uma resposta. –Tem algo na sua... Ahn... Bem aqui. –Apontei.

Talvez fossemos bem atrapalhados. O que aconteceu na noite anterior se repete agora, só que com ela. Avery começa a corar, fitando o chão. Nós dois devemos ter múltiplas personalidades, sei lá. Mas agora quem manda em mim é a parte maliciosa.

–Pode...?

Cheguei perto para conseguir fazer o que ela me pediu... e me flagrei olhando para ela fixamente. Mas quando me inclinei, acabei por bater em uma espécie de campo de força invisível.

–O que?! –Meu eu malicioso está protestando dentro de mim. –Porque não pude te...

–Andy. –Ela me olhou, a apenas poucos centímetros de distância, meio corada. –Acha que você está sendo um cara mau. Se comportando de modo ruim. –E sorriu. –Precisa provar para ela que não é.

–Mas você sabe que eu não...

–Sei? Será mesmo? –Desafiou. –E também, não precisa ficar usando truques para me beijar, apenas o faça.

Passei da malícia para a idiotice em uma velocidade sobre-humana.

–Eu... eu não... Espera!

Recebo um beijo breve que me deixou muito mais idiota e atônito do que já estava e, quando notei, Avery já tinha se levantado e eu havia ficado para trás. Me apressei para acompanha-la.

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Todo mundo a nossa volta passeava com tranquilidade, mas nós não. Eu levava um belo sermão na minha cabeça, com Andy dizendo “Avery isso, Avery aquilo, porque foi que você beijou ele, sua idiota?”.

Caminhava em silêncio enquanto tentava vencer aquela briga estúpida. “Cale a boca, Andy. Beijo ele quando quiser” replico zangada. “Mas Avery...”. “Você não o conhece ainda. Dê uma chance.”

–Você nunca escolheu certo. –Ela teve a coragem de sussurrar no meu ouvido, me deixando com uma imensa vontade de apertar o pescoço dela.

Quando pude me concentrar e pensar direito, não gostei nada do que vi. “O dia não vai ser nem um pouco divertido se as coisas continuarem desse jeito”. Um cara loiro atravessava a rua em nossa direção. Aparentemente, ele ainda não tinha nos visto.

–Andy, para casa. Agora. –Digo, esquecendo da raiva, alarmada.

–O quê?

–Para casa. –Repeti, já ficando ansiosa.

–Por quê?

–Joey. Vindo em nossa direção, bem ali. Para casa. Agora!

Senti a mão ela em meu ombro, mas era meio tarde, ele me vira e a Sebastian também. Pude sentir os dois trocando olhares nada amistosos. De algum modo, conseguimos desaparecer sem que os transeuntes notem.

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Ela não demonstrara nada, mas com certeza havia visto aquele cara. Logo que chegamos no apartamento, ela e a Guardiã começam a conversar baixo e rápido, sobre coisas que eu não deveria saber ou sequer ouvir. Tento ignorar isso, mas...

Raiva. Eu sentia bastante raiva. Podia voltar lá e matar aquele cara, apagar a existência dele desse mundo. Algo tomava o controle de mim, algo desconhecido e forte. Eu quis resistir, eu tentei, mas não consegui.

Minha visão ficou turva. Primeiro vermelha, depois tudo apenas escureceu. Queria ver sangue, uma vontade de matar me dominou. Lembro somente de fazer sabe-se lá como surgir minha espada e então perdi a consciência.

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–Andy, não... –Eu insistia.

–Cuidado! –Avisou.

Tarde demais. Dor atravessa meu braço direito e me viro para encarar Sebastian. Ela estava estranho, os olhos desfocados, era como se não me visse ali. Aquela era só uma das Consequências, o preço a pagar em troca dele ser humano.

–Meu braço habitual da espada. Porque parece que gostam de acabar com ele? –Resmunguei. Mas eu conseguiria perfeitamente lutar com a mão esquerda se preciso. –Tente segurá-lo.

–Não dá, ele parece estar muito mais forte!

Então vai ser na luta mesmo. Primeiro eu o mato, daí ele fica alterado. Só espero que ninguém morra dessa vez. Andy estava certa, ele parecia estar bem mais forte, o que significava que eu teria mais dificuldade.

Digo para ela que fique afastada enquanto tento vencê-lo. Demora um tempo, mas ele me sobrepuja com sua nova força monstruosa. Termino com uma espada negra cortando levemente minha garganta, um braço forte me prendendo na parede e tento apenas respirar.

“Não faça nada” a alerto mentalmente e me preparo para o que talvez fosse meu golpe final. Ele aperta meu pulso, me prendendo melhor e... para e retira a mão rápido... O que é que está acontecendo? Não consigo entender mais nada.

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Senti algo quente escorrendo pelos meus dedos e vi que era sangue. Era o sangue dela. E eu a sufocava. Por quê? Eu não havia feito isso, não poderia ter feito, nem me lembrava de nada dos últimos minutos.

–O que... –Digo surpreso.

No instante em que me afasto, ela cai, apertando a garganta com força, arfando forte, suas mãos sujas com seu próprio sangue.

–Que aconteceu?

–Nada... Não foi nada.

–Eu quase te matei.

–Está tudo bem. –Sussurra.

–Podia ter te matado. –Repeti.

A expressão dela muda drasticamente e sou olhado com... raiva?! Será que não entendeu o que eu disse? Ela podia estar morta, mas que droga.

–Avery, você quase foi... –A Guardiã começa.

–Calem a boca os dois. –Grita, nos olhando séria por mais um tempo. Só para depois desmaiar.

“Bem, acho que essa é a segunda vez que a faço desmaiar. Que progresso espantoso na nossa relação” penso de modo irônico, amargo. A Guardiã, Andy, balança a cabeça como quem diz “Que idiota, porque ela fez isso?”

–Deve ter gastado suas últimas forças para berrar com a gente. Para o quarto. –Disse apenas.

E de novo foi minha função carrega-la. Não posso reclamar, afinal a culpa é minha, mas também não era nada desagradável. Dei de ombros, pensando em como os fatos se repetiram hoje, a segurando nos braços, e segui a Guardiã.


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Notas finais do capítulo

Tem provas essa semana, mas eu vou ver se consigo o capítulo da semana passada para não ficar com falta e o dessa sexta com certeza virá, então logo continuo com o ritmo normal.



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