Dama Da Noite escrita por HanyouNee


Capítulo 36
Estou Morto?


Notas iniciais do capítulo

Mika vai me matar depois do que fiz no capítulo anterior, mas... Foi uma experiência muito divertida.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/337008/chapter/36

Quando abri os olhos não tinha ninguém ali. O tempo voltara ao normal, não chovia mais e estava tudo como sempre. “Talvez tenha sido apenas um sonho. Mesmo que seja, é a única mudança que a Terra das Sombras verá em toda sua existência.”

Coloquei minha mão no lugar em que imagino que a espada me perfurou não havia nenhum buraco e nem sinal de sangue, ao invés disso senti algo batendo ritmadamente. É estranho.

De imediato olho em volta. Vi meu sangue no chão, minha espada meio afastada e minha camisa cheia de cortes. “Droga, não foi um sonho. Estou morto e ela me matou. Mas... Porque diabo não parece que estou morto?”

=====================================

Apareci na frente da muralha que guardava o reino de Mitchell e fui andando decidida para o castelo no centro. Abro as portas com um estrondo e começo a vasculhar o lugar. “Vou acha-lo o mais rápido que puder e reverterei essa situação. Ele não pode estar realmente morto.”

=====================================

Parte de mim me alertou de que ela deveria ter ido para o castelo de Mitchell, para que pudesse voltar para seu mundo. “Não vou permitir que ela vá outra vez”. E sem saber direito porque, confiei nesse instinto e fui.

“Espere aí, droga... Porque ainda estou aqui? Porque não funcionou?” Ao que parecia, meus meios convencionais de viagem não estavam funcionando. Que ótimo. Eu tinha de chegar o mais rápido que pudesse, não importa como.

Corri pelos corredores, que pareciam se estender de uma maneira irritante agora, procurando por uma passagem secreta, um atalho. Paro em frente á um quadro grande de um cara qualquer e o tiro da parede. A pequena rachadura se estende ao meu toque, formando uma passagem estreita e pequena.

Seria meio humilhante que alguém me visse fazer aquilo, mas resolvi esquecer o posto de soberano e que se danasse, comecei a engatinhar pelo túnel. Se eu conseguir nada importa, valerá a pena.

=====================================

-Avery, espera!

-Você me fez mata-lo!

-Devia ter dado certo!

-Mas não deu! Morra logo para que eu possa reviver Sebastian!

Que inferno, ele está morto agora. Eu destruía o gabinete com minha espada, munida com uma fúria assassina e muitos outros sentimentos confusos espiralando dentro de mim como aquela névoa aos meus pés, me fazendo pensar mil coisas diferentes. Dói muito. E o maldito Mitchell se esquiva de meus golpes com habilidade. Mas claro que isso não pode continuar por muito tempo, sangue branco já mancha o chão.

=====================================

Saí em uma das muralhas mais longínquas, mas ao menos não precisei gastar momentos preciosos pensando em um modo de quebrar aquela barreira, tentar trespassa-la seria um grande atraso. Demorou um pouco até chegar mas o castelo não se encontrava longe, eu só tinha de saber onde ela estava.

=====================================

Me concentrar apenas em apenas matar o que quer que esteja se movendo na minha frente era muito fácil. Eu não queria realmente matar Mitchell, mas esta é apenas minha última alternativa.

Eu sentia medo. As coisas deram errado, como Dante disse, e então ele virá atrás de mim. Ele talvez já soubesse que tudo isso fosse acontecer, queria destruir minhas esperanças por completo antes. O primeiro dos Cinco não deixaria de cumprir com sua palavra, mas eu também não pretendia deixa-lo me pegar com facilidade. Prefiro morrer á aceitar tal coisa. Nunca me renderei á ele. Nunca me darei por vencida.

-Avery! –Andy chegara, bem provavelmente atraída pelo barulho, que não era pouco. –Existem outros meios de resolver...

-Quais?! Sabem ressuscitar mortos sem dar uma outra alma em troca? –Pergunto de maneira agressiva.

-Não, mas...

-Então não importa! Ele morre também, e o uso para meus fins.

Minha Guardiã arqueja de repente e Mitchell para tão de imediato que é acertado no braço, abrindo um talho nele. Me virei para olhar tão rápido que quase realmente matei um deles dessa vez.

-S-S-Sebastian? –Um sussurro me escapa, quase inaudível.

“Tem de ser um truque. Ele está morto. Eu vi. Eu mesma o matei, com essas minhas malditas mãos e essa droga dessa espada.” Minha cabeça estava entrando em choque, mas ali estava ele, parado na porta de modo quase casual, embora estivesse com um olhar perplexo dirigido a mim. “Impossível.”

=====================================

Não sei direito o motivo, mas não pude deixar de sorrir. Não sabia o que estava acontecendo, mas o gabinete de Mitchell estava parcialmente destruído e o sangue dele coloria o chão.

Quando ela me viu, eu também não soube o que fazer o pelo que esperar. Se ela ia chorar, me abraçar, beijar ou quem sabe os três ao mesmo tempo ou até nenhuma das opções, se bem que eu quero que uma delas se realize.

Como sempre acontecia quando se tratava de Avery, fui surpreendido.

Começou a sufocar meu irmão com uma mão enquanto o socava violentamente com a outra. Devia estar apertando o pescoço dele com muita força porque a cor de seu rosto estava até mudando. “Engraçado, nunca vi Mitchell dessa cor.” Em nenhum momento me ocorre que eu talvez devesse impedir isso de continuar, mas prefiro esperar para ver o que acontece. Quem sabe ele morre mesmo, pelas mãos de uma humana.

-Seu desgraçado, idiota, cretino, estúpido, filho de um... –O xingou de uns nomes bem mais extensos, furiosa. –Porque não disse que ia demorar tanto tempo assim? Eu teria esperado, droga!

-Eu... não... sabia. –Respondeu, rouco.

-Avery! –A Guardiã protestou, em um tom de censura. Um olhar cheio de fúria encontrou outro censurador e travaram uma breve batalha silenciosa.

-Tudo bem. –A fúria foi contida e deu lugar á uma frieza simplesmente glacial. –Você fique aqui e cuide desse babaca. –Chuta Mitchell, que estava caído no chão, em meio a poças de seu próprio sangue. Esta é uma cena divertida de vê-lo. –E você. –Ela se virou para mim e parei de me divertir com a desgraça do loiro. Noto que a fúria foi contida apenas temporariamente e senti como se algo em mim congelasse diante daquele olhar. –Venha comigo.

=====================================

Arrastei ele para o quarto em que eu havia ficado pouco antes de fugir, quando quebrei meu braço. Bati a porta com força mas no momento em que alcancei a cama foi como se toda a energia tivesse sido tirada de mim de maneira súbita.

Que fazer? Não havíamos conversado sério durante o período que passamos juntos, quatro anos atrás. Mas concluí que uma hora alguém tem de dizer algo. As coisas não seriam tão ruins, a primeira parte difícil estava feita, agora seria como uma conversa entre dois que se conheciam a muito e a muito não se reencontravam. Com certeza, a parte fácil, mas nunca fácil demais. Resolverei a situação entre nós e terei o que quero.

=====================================

Eu estava bem nervoso e não entendia nada. Hesitante, criei coragem para me sentar ao lado dela e a olhei direto nos olhos castanhos. De repente, parece que perdi toda minha capacidade de fala.

-Você é humano agora. –Disse, simples e direta.

“Por isso não pude usar meus poderes.” Concluí, mas logo depois pensei de modo infantil “Droga, os truques que eu estava aperfeiçoando, não posso mais me entreter com eles”.

-Tudo bem. –Consegui dizer. Aquilo estava meio estranho, ela parecia meio magoada, ressentida, retraída, como se tivesse medo de me encostar e eu desaparecer entre seus dedos. Meu primeiro impulso foi querer desesperadamente conforta-la de qualquer modo.

-Escuta. –Ela parou de fitar o tapete e se virou para mim. –Estive muito tempo esperando.

Olhos castanhos me encaravam com um brilho diferente do de instantes atrás e senti um calor me percorrendo por inteiro. Ela estava tão perto que fazia meu novo coração bater rápido e forte, era como se ele estivesse na minha boca. Não consegui fazer nada além de ficar parado. Eu quis fazer, mas não consegui.

-Cansei de esperar.

Fui pego de surpresa com um beijo, mesmo que já estivesse aguardando com ansiedade por ele, e retribuí com gentileza. “Não, não. Dane-se a gentileza. Ambos esperamos tempo demais por isso.” Beijei-a com força e nada mais parecia importar quando sussurrei seu nome.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, vamos ver se vocês entenderam as coisas:
1. Avery pega o Sopro
2. Sebastian morre
3. e daí ele se torna humano
Reação normal das pessoas: "wtf, como assim?!"
Mas é, é isso mesmo, meus caros. Foi bem divertido escrever isso. Por hoje é só, os encontro semana que vem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dama Da Noite" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.