Dama Da Noite escrita por HanyouNee


Capítulo 35
Sangue Negro


Notas iniciais do capítulo

Yo minna! Semana passada eu lhes disse que estava ansiosa por esse capítulo, certo? Ele será muito bom, então peço que apreciem cada parte, por favor.



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Surgi a uma certa distância do castelo negro, para me assegurar de que não perceberiam minha chegada. Tinha certeza de que estava muito séria. Eu precisava cumprir meu objetivo. Se não desse certo... “Mate-me” Mitchell dissera. Ele apostara sua existência naquele jogo de azar que poderia ser cheio de imprevistos.

Nuvens negras começaram a se formar por toda a extensão do castelo. Raios, trovões e finalmente a chuva. Tudo mergulhou na mais profunda escuridão, inclusive eu. Era meu sinal para eu mesma. Hora de ir.

Eu deveria estar séria e preparada para fazer o que fosse necessário, mas quando me dei conta, eu já estava chorando. A chuva serviria aos meus propósitos de esconder as lágrimas. Mesmo assim, continuei meu caminho.

Passei pela entrada e vi o pandemônio se instalando no lugar. As sombras estavam confusas com tudo que eu causava, o escuro e as nuvens. Agora, isso me ajudaria a não nota-las. Ergui minha espada branca e abri caminho com ela, as sombras saiam ás pressas de minha frente. A espada era a única coisa para guiar meu trajeto.

Nem elas ou nada daquilo me interessava. Só o meu objetivo, somente ele. “Por favor, que dê certo.” Rumei para o castelo no centro, determinada, mas contendo ao máximo alguns soluços leves. Agora eu fizera surgir um vento uivante e fazia frio, muito frio. Tudo estava corretamente adequado ao meu estado.

A porta de metal negro também estava gelada, mas a empurrei sem hesitar. Vi uma sala imensa, decorada em um estilo antigo, e uma mesa separando duas cadeiras confortáveis. A lembrança teimava em invadir minha mente, mas me foquei na figura que surgiu no canto.

-Mas o que... –Conseguiu dizer, antes de me ver.

Brandi minha espada em um arco que o teria matado, se ele não tivesse interceptado o golpe com sua própria espada negra. Agora eu não poderia mais permitir que lágrimas me cegassem ou soluços sacudissem meu corpo mas mesmo assim eles persistiam em vir.

“Mate-o” Mitchell dissera para mim, com um sussurro quase inaudível.

E eu o farei.

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Ela. Mas... Como? Chuva, nuvens, trovões estrondosos, raios cortando minha paisagem monótona, escuridão, frio e um vento forte e cortante. Aquilo tudo deveria ser impossível aqui, por isso as sombras se desorientaram. Em circunstâncias normais, algo desse tipo nunca aconteceria. Mas estou certo de que nada está normal.

Como ela chegou aqui? Mitchell jurara que não havia dado nada que a ajudasse a voltar de novo, então... Como?! Ela simplesmente não pode ter conseguido voltar por conta própria. Nenhum humano consegue.

Aquela espada branca, a qual eu só via meros borrões de tão rápida que era brandida contra mim, quase cortara minha cabeça fora com um só golpe. Um segundo de atraso da minha parte e isso teria realmente acontecido, não tenho dúvidas disso.

Ela manejava a espada que eu lhe dera com uma imensa desenvoltura, como se esta já fizesse parte de seu braço, e estava se tornando uma dificuldade para mim não parar de lutar para simplesmente ficar admirando ela.

Não me lembrava dela lutar tão bem assim há alguns anos humanos atrás. Minha camisa já deve estar em farrapos minúsculos e notei que meu sangue começara a pingar no chão. Porque ela estava fazendo isso? É tudo tão estranho. Eu não entendo.

“Espera... Ela está... chorando?! Ou será que é só a chuva totalmente anormal lá fora me ludibriando?” Não pude chegar á conclusão alguma, tive de parar de prestar atenção nos detalhes dela e me concentrar ou seria morto. Afinal, quando e como ela se tornara tão hábil assim com a espada?

Recebo um golpe duro então caio no chão. “E agora? O que vai ser?”

Só vi o lampejo da espada branca cortando o ar e de repente tive certeza. Ela chorava sim. Mas então...

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“Exatamente onde o coração deveria estar.”

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Apenas senti o aço frio me perfurando e dor, muita dor, em grande intensidade. Não conseguia ver mais nada com clareza além do rosto sobre mim e ouvir algo que não fossem soluços mal sufocados e o barulho forte da chuva.

-Por... que? –Consegui sussurrar, antes de não conseguir mais encontrar minha voz.

Depois, tudo parecia só um sonho, como se eu estivesse dormindo e não precisasse nunca mais acordar para minha existência ou o que quer que seja. Lentamente, fui perdendo a consciência, apenas o rosto dela continuava vívido em mim.

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Sangue negro se espalha rapidamente para cobrir o chão e empapar suas roupas. Sem me importar, joguei a espada para um canto e me debrucei sobre o corpo dele.

Estava frio. E morto. Eu o havia matado. Frio, mas não era como se eu tivesse certeza de que algum dia houvera calor naquele corpo. Eu o matara, aquele era meu objetivo, determinado por Mitchell. E poderia dizer que havia o cumprido com satisfação.

“Mitchell... Vou fazê-lo pagar por isso. Deveria ter dado certo, mas...” Ele mesmo dissera que eu poderia trocar sua vida caso não funcionasse. Mas não me restavam mais muitas forças.

O sangue negro de Sebastian estava em minha boca e eu sentia seu gosto singular. Lembrei de anos atrás e vi que já não me restava muita coisa com as quais me importar, então me inclino para beija-lo.

Reuni qualquer sentimento que me restasse, peguei minha espada e saí para as trevas e a chuva. “Verei qual será o gosto e a cor do sangue de Mitchell.” Minha última esperança residia naquele negócio de trocar vidas. Uma por outra. Eu não estava disposta a desperdiçar essa chance. Ambos eram jogos arriscados. Já estou metida nisso até o pescoço mesmo. Mais uma morte não fará assim tanta diferença.


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Notas finais do capítulo

Que tal, hein? Sebastian está morto, meus caros, e logo Mitchell tambem, e nossa Avery está absolutamente surtada. Escrever isso foi muito divertido. Acho que essa é a parte em que vocês me matam, certo? Melhor eu começar a correr...



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