Dama Da Noite escrita por HanyouNee
Notas iniciais do capítulo
Bem-vindos ao fim da segunda parte! Vamos á interpretação da minha "profecia" a qual vocês nem devem se lembrar mais:
—Para seu sonho realizar: eu não diria bem sonho, mas... é mais uma meta
—O Sopro Divino deve procurar: precisa mesmo explicar?
—Num lugar inóspito o encontrará: o Velho Mundo
—Alguém inesperado algo lhe fará: pode ser o Drake, pode ser o Dante. Suponham o que quiserem.
Mitchell nos esperava pacientemente, sentado nos degraus da escada, logo em frente ás grandes portas, calmo, observando seus Guardiões irem e virem, conversarem e cumprirem seus deveres com perfeição. Quando o vi pela primeira vez, achei que ele pudesse ser algum deus ou qualquer coisa desse tipo. Agora acho que fui muito ingênua. Ele nem se compara á Arthur, seu evidente ancestral dos Cinco.
-Avery. –Se levantou com um sorriso. –Que surpresa agradável.
-Sei. Como se você não estivesse me esperando.
-Vamos entrar?
-Claro.
Eu e Andy o seguimos até seu gabinete em silêncio, mas pude notar que ambos me analisavam de cima á baixo com olhos atentos.
-Seu braço está quebrado. –Constatou ele.
-É. Será que tem como você colocar ele no lugar ou até mesmo me curar de uma vez?
-Curar completamente, não. Por no lugar, depois. Temos outros assuntos mais importantes para tratar. Conseguiu o Sopro Divino?
-Está bem aqui, na minha espada.
-Já pensou em batizar ela? –Ele disse, tomando-a nas mãos e observando de perto. –Sua espada, quero dizer.
-Não.
-Por quê?
-Bem provavelmente eu daria um nome estúpido qualquer.
-Por enquanto, não precisa fazer isso ainda se não quiser. Tem certeza que o Sopro está aqui?
-Absoluta. Mas ainda não sei por qual motivo você me disse para ir lá pega-lo.
-Vou falar, depois de “consertar” seu braço. Afinal, é com ele que você maneja a espada, não é? Ele é muito necessário para você.
-Na verdade, aprendi a lutar com a esquerda, então não faz mais tanta diferença.
-Hum... Quer dizer que você progrediu? Novas habilidades, talvez?
-Posso te matar se quiser.
-Espero que não queira. Isso foi um sim?
-Óbvio.
-Andy, pode segurar a mão dela? Vai doer um pouco.
Naquele momento tive o maior desprazer de descobrir o quanto Mitchell era ruim com curas e qualquer coisa relacionada. Se Val estivesse ali, tenho certeza que não teria doido tanto. “Vai doer um pouco” ele falou.
-Aaaaai. Você vai quebrar meus dedos, Avery! –Andy resmungou, enquanto eu tentava reprimir um palavrão. –Você está branca feito papel.
- Nunca mais Mitchell vai usar essas habilidades péssimas de cura em mim. Você é horrível. Quase morrer dói menos que isso, garanto.
-Como você pode saber?
-Passei por várias experiências de quase morte, acredite. –Afirmo com convicção.
-Vai demorar um pouco para você voltar ao seu normal. O resto é com seu corpo agora.
-Demora muito?
-Eu falei um pouco.
-Vou ficar por aqui, então.
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Fui encarregada de relatar meus dias no “Velho Mundo” detalhadamente para Mitchell e Andy, foi assim durante três ou quatro dias.
Na maior parte do tempo restante eu e minha Guardiã estávamos conversando no quarto. Pude ver que o cabelo dela não estava voltando a ser preto com muita rapidez, mas as mechas iniciais dessa cor se alastraram um pouco mais. Mesmo assim o que predominava era o loiro. Tive certeza de que não ia voltar ao normal, ia ficar assim por enquanto, até que eu mudasse meus gostos de novo.
-Chame Mitchell, preciso falar com ele, Andy.
-O que foi? –Ele apareceu, não muito tempo depois.
-Quero que me faça um favor.
-Estou ouvindo.
-Guarde-a para mim. –Invoquei minha espada e a entreguei para ele. –Do melhor jeito que puder. E não deixe ninguém se aproximar dela.
-Tudo bem.
-Mais uma coisa. –Fiz uma pausa desnecessária e proposital para olhar para ele com um olhar sério. –Nunca, sob nenhuma circunstância, a use.
-Só isso? –Ele parecia atrasado para fazer algo muito importante, mas decidi curtir com a cara dele.
-Não, vem aqui. Preciso te falar outra coisa. –Acenei para ele vir até onde eu estava. –Chegue mais perto. Mais um pouco. Aí, não tão perto.
-O que é? –Se mostrou curioso.
-Pode ir agora. –Despachei ele do mesmo modo que fizera comigo antes, com um sussurro.
-Você... –Saiu carregando minha espada branca, cheio de raiva me deixando gargalhando ás suas costas.
-Cruel. Agora tenho certeza de que você voltou mais má.
-Não sei Andy. Talvez. Mas eu não me importo com isso. Venha cá, sua baixinha, vamos continuar conversando.
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-Avery! –Mitchell apareceu correndo no quarto, logo no início de meu quinto dia hospedada em seu palácio. Ele parecia preocupado. Desesperado quase.
-Que foi? Aconteceu alguma coisa? Foi com Andy? Ela está bem?
-Tem alguém aqui que disse querer te ver. Na verdade, que de um modo petulante, exige te ver. –Aflito e zangado por aquela ousadia. Posso adivinhar quem é.
-Sebastian... Drake.
-Deixo ele entrar?
Meu coração batia forte e muito rápido. Se nos encontrássemos, nenhum de nós iria embora. Eu não voltaria para o mundo humano sem ele. Mas eu preciso de um tempo. Para esquecer sobre os Cinco. Sobre Drake. Eu não poderia encontra-lo e guardar essas coisas para mim. Não agora.
-Atrase ele. Vou embora enquanto isso. –A opção mais covarde foi a que escolhi. Mesmo querendo ficar.
-Por quê?
-Não posso, Mitchell. Simplesmente não dá. Guarde minha espada até que eu volte. Eu vou voltar. –E vai ser rápido.
-Certo, mas como você voltará para seu mundo?
-Dou meu jeito. Vá! Rápido! Atrase-o!
Confuso, ele parte para fazer o que digo. Corri para o corredor, passando pelas mesmas salas que ele me levara um dia. A visão nublada pelas lágrimas, mas corri o mais rápido que pude, para longe.
-Sebastian, não! –Ouço Mitchell gritar.
Paro de correr e começo a abrir o portal. Quando já estava quase passando por ele, a porta do cômodo em que estou se abre com violência. Olhos negros e um rosto sério. Foram tudo e as últimas coisas que vi.
-Avery!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Por favor, não me crucifiquem depois desse capítulo T-T ~medo
Estou quase no fim da parte 03. Não sei se termino de escrevê-la antes de começar a postar ou se começo logo. É uma decisão complicada.