Dama Da Noite escrita por HanyouNee


Capítulo 32
E Agora... Para o Mundo Humano


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindos ao fim da segunda parte! Vamos á interpretação da minha "profecia" a qual vocês nem devem se lembrar mais:
—Para seu sonho realizar: eu não diria bem sonho, mas... é mais uma meta
—O Sopro Divino deve procurar: precisa mesmo explicar?
—Num lugar inóspito o encontrará: o Velho Mundo
—Alguém inesperado algo lhe fará: pode ser o Drake, pode ser o Dante. Suponham o que quiserem.



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Mitchell nos esperava pacientemente, sentado nos degraus da escada, logo em frente ás grandes portas, calmo, observando seus Guardiões irem e virem, conversarem e cumprirem seus deveres com perfeição. Quando o vi pela primeira vez, achei que ele pudesse ser algum deus ou qualquer coisa desse tipo. Agora acho que fui muito ingênua. Ele nem se compara á Arthur, seu evidente ancestral dos Cinco.

-Avery. –Se levantou com um sorriso. –Que surpresa agradável.

-Sei. Como se você não estivesse me esperando.

-Vamos entrar?

-Claro.

Eu e Andy o seguimos até seu gabinete em silêncio, mas pude notar que ambos me analisavam de cima á baixo com olhos atentos.

-Seu braço está quebrado. –Constatou ele.

-É. Será que tem como você colocar ele no lugar ou até mesmo me curar de uma vez?

-Curar completamente, não. Por no lugar, depois. Temos outros assuntos mais importantes para tratar. Conseguiu o Sopro Divino?

-Está bem aqui, na minha espada.

-Já pensou em batizar ela? –Ele disse, tomando-a nas mãos e observando de perto. –Sua espada, quero dizer.

-Não.

-Por quê?

-Bem provavelmente eu daria um nome estúpido qualquer.

-Por enquanto, não precisa fazer isso ainda se não quiser. Tem certeza que o Sopro está aqui?

-Absoluta. Mas ainda não sei por qual motivo você me disse para ir lá pega-lo.

-Vou falar, depois de “consertar” seu braço. Afinal, é com ele que você maneja a espada, não é? Ele é muito necessário para você.

-Na verdade, aprendi a lutar com a esquerda, então não faz mais tanta diferença.

-Hum... Quer dizer que você progrediu? Novas habilidades, talvez?

-Posso te matar se quiser.

-Espero que não queira. Isso foi um sim?

-Óbvio.

-Andy, pode segurar a mão dela? Vai doer um pouco.

Naquele momento tive o maior desprazer de descobrir o quanto Mitchell era ruim com curas e qualquer coisa relacionada. Se Val estivesse ali, tenho certeza que não teria doido tanto. “Vai doer um pouco” ele falou.

-Aaaaai. Você vai quebrar meus dedos, Avery! –Andy resmungou, enquanto eu tentava reprimir um palavrão. –Você está branca feito papel.

- Nunca mais Mitchell vai usar essas habilidades péssimas de cura em mim. Você é horrível. Quase morrer dói menos que isso, garanto.

-Como você pode saber?

-Passei por várias experiências de quase morte, acredite. –Afirmo com convicção.

-Vai demorar um pouco para você voltar ao seu normal. O resto é com seu corpo agora.

-Demora muito?

-Eu falei um pouco.

-Vou ficar por aqui, então.

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Fui encarregada de relatar meus dias no “Velho Mundo” detalhadamente para Mitchell e Andy, foi assim durante três ou quatro dias.

Na maior parte do tempo restante eu e minha Guardiã estávamos conversando no quarto. Pude ver que o cabelo dela não estava voltando a ser preto com muita rapidez, mas as mechas iniciais dessa cor se alastraram um pouco mais. Mesmo assim o que predominava era o loiro. Tive certeza de que não ia voltar ao normal, ia ficar assim por enquanto, até que eu mudasse meus gostos de novo.

-Chame Mitchell, preciso falar com ele, Andy.

-O que foi? –Ele apareceu, não muito tempo depois.

-Quero que me faça um favor.

-Estou ouvindo.

-Guarde-a para mim. –Invoquei minha espada e a entreguei para ele. –Do melhor jeito que puder. E não deixe ninguém se aproximar dela.

-Tudo bem.

-Mais uma coisa. –Fiz uma pausa desnecessária e proposital para olhar para ele com um olhar sério. –Nunca, sob nenhuma circunstância, a use.

-Só isso? –Ele parecia atrasado para fazer algo muito importante, mas decidi curtir com a cara dele.

-Não, vem aqui. Preciso te falar outra coisa.  –Acenei para ele vir até onde eu estava. –Chegue mais perto. Mais um pouco. Aí, não tão perto.

-O que é? –Se mostrou curioso.

-Pode ir agora. –Despachei ele do mesmo modo que fizera comigo antes, com um sussurro.

-Você... –Saiu carregando minha espada branca, cheio de raiva me deixando gargalhando ás suas costas.

-Cruel. Agora tenho certeza de que você voltou mais má.

-Não sei Andy. Talvez. Mas eu não me importo com isso. Venha cá, sua baixinha, vamos continuar conversando.

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-Avery! –Mitchell apareceu correndo no quarto, logo no início de meu quinto dia hospedada em seu palácio. Ele parecia preocupado. Desesperado quase.

-Que foi? Aconteceu alguma coisa? Foi com Andy? Ela está bem?

-Tem alguém aqui que disse querer te ver. Na verdade, que de um modo petulante, exige te ver. –Aflito e zangado por aquela ousadia. Posso adivinhar quem é.

-Sebastian... Drake.

-Deixo ele entrar?

Meu coração batia forte e muito rápido. Se nos encontrássemos, nenhum de nós iria embora. Eu não voltaria para o mundo humano sem ele. Mas eu preciso de um tempo. Para esquecer sobre os Cinco. Sobre Drake. Eu não poderia encontra-lo e guardar essas coisas para mim. Não agora.

-Atrase ele. Vou embora enquanto isso. –A opção mais covarde foi a que escolhi. Mesmo querendo ficar.

-Por quê?

-Não posso, Mitchell. Simplesmente não dá. Guarde minha espada até que eu volte. Eu vou voltar. –E vai ser rápido.

-Certo, mas como você voltará para seu mundo?

-Dou meu jeito. Vá! Rápido! Atrase-o!

Confuso, ele parte para fazer o que digo. Corri para o corredor, passando pelas mesmas salas que ele me levara um dia. A visão nublada pelas lágrimas, mas corri o mais rápido que pude, para longe.

-Sebastian, não! –Ouço Mitchell gritar.

Paro de correr e começo a abrir o portal. Quando já estava quase passando por ele, a porta do cômodo em que estou se abre com violência. Olhos negros e um rosto sério. Foram tudo e as últimas coisas que vi.

-Avery!


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Notas finais do capítulo

Por favor, não me crucifiquem depois desse capítulo T-T ~medo
Estou quase no fim da parte 03. Não sei se termino de escrevê-la antes de começar a postar ou se começo logo. É uma decisão complicada.



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