Dama Da Noite escrita por HanyouNee
Quando pode ver de novo, se surpreendeu. Era uma imensa sala. Ela estava sentada em uma cadeira confortável e macia, toda a decoração do local parecia ser do tempo de reis; móveis antigos, pinturas e candelabros.
Separados por uma mesa, á frente dela havia um garoto. Estava largado na cadeira, com o queixo apoiado na mão e uma cara de tédio.
-E aí? –ele perguntou. Sem resposta. –Se apresente, não vai me dizer seu nome?
-Avery. – Sussurrou, fraca.
-Hum...nome completo, por favor.
-Avery Summers van Peur.
-Interessante. Seja bem-vinda, srta. van Peur. Sou Sebastian e esta - Acenou com a outra mão, englobando a sala com o gesto. –é a sala preferida de meu palácio.
Ela levantou uma sobrancelha, totalmente confusa. Um humano, naquele lugar, sombras e um palácio.
-Ah, não sou humano. –Ele disse, como se lesse seus pensamentos. –Como todos os outros daqui, sou uma sombra. Mas gosto dessa forma.
Aquele garoto, Sebastian, parecia tão estranho o mesmo tempo tão familiar. Ele parecia quase...comum, como um garoto qualquer. Um tênis preto, jeans pretos, camisa preta e jaqueta de couro preta.
-É, deu pra sacar, né? Tudo preto. Afinal de contas, continuo sendo uma sombra.
“Preto demais”. Olhos escuros e cabelos meio longos demais para um garoto. Os olhos a observavam inquietos e revoltos, os cabelos escorriam pela nuca do garoto, também revoltos.
-Pare de ficar me olhando. –Ele disse, com irritação. –Diga, o que quer?
-Sair daqui.
-Isso é meio difícil, sabe. Principalmente para uma humana. E no momento todos estamos enfrentando algumas dificuldades, por causa de um portal que se abriu do nada e, aparentemente, trouxe uma humana.
Aquele cara a estava irritando. Não importa o que, ela tinha de voltar para o seu mundo.
-Tenho de sair. –Avery disse, com dureza.
-Ok. Se está tão determinada assim, posso ajudar. Mas esse mundo não é como o seu. Em cada reino, as regras mudam e...
-Reino? –Ela interrompeu descaradamente e sem medo.
-Sim. Mas pulemos a burocracia, essa parte é chata. Aqui, os estranhos devem ser tragos á mim.
-A você? –Disse, com um tom meio cínico.
-Eu. –Respondeu, ainda com uma cara de imenso tédio, sem mudar de posição um instante.
Abriu a boca para perguntar o que ele queria dizer com aquelas palavras, mas foi interrompida antes que tivesse chance.
-Sou o rei, o governante, o que você quiser. Esse lugar pertence a mim.
-E aquele negócio do tipo “Você tem de fugir”?
Sebastian jogou a cabeça para trás e gargalhou alto. Ela sentiu sua nuca formigar.
-Foi uma brincadeira.
-Faz isso com todos que vem aqui? –Ela perguntou. Agora estava realmente segura de que ele a irritava muito.
-Esse é um lugar chato, sabe, van Peur. As pessoas, os humanos, só aparecem aqui de uns mil em mil anos.
- Mil em mil anos?! –Se surpreendeu.
Ele gargalhou de novo. Era mentira, só estava tirando uma com a cara de Avery.
-Na verdade, demora bem mais. E a maioria nem chega. Alguns morrem só na viagem, outros são encontrados rápido, e o resto, se sobrevive, vai para outros erros. Mas nenhum nunca volta, nunca voltou. Nunca. –Sebastian terminou com um tom sombrio na voz.
-Mas eu vou voltar! –Ela exclamou, se levantando e olhando para ele séria.
Ele sorriu. Passou a mão pela nuca e se levantou também.
-Certo, prometo lhe ajudar, então. Vamos.
Virou-se e acenou para que o seguisse.
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