Dama Da Noite escrita por HanyouNee


Capítulo 26
Briga Idiota


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é um oferecimento de Muse, que ouvi durante todo o processo longo de digitá-lo, já que sou meio lerda.



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O fim de semana do terror, as duas noites mais... Assustadoras? Ansiosas? Com certeza noites muito demoradas que tive na vida. Não sei direito, é difícil definir pelo que passei. Quando Val me obrigou a vestir algumas roupas mais “femininas” e abandonar jeans e camiseta, pensei que ela estava possuída, coisa assim. Ou de tramóia com o pai. Ou as duas suposições. Tudo é possível.

Fui empurrada porta á fora, cambaleando, e Drake agarrou meu braço, então caminhei obstinada, como se não temesse o que bem provavelmente estava por vir. Era isso ou arrancar meu próprio braço para fugir, e ele de jeito me deixaria fugir. Ao menos, o falso céu noturno estava bonito povoado com estrelas, embora eu nunca fosse deixar de achar que o verdadeiro é muito melhor.

Parte dois da tortura noturna: fui levada para jantar. E achei a maior estupidez. As pessoas podiam fazer o que quisessem, então era idiota a idéia de um restaurante. Mesmo assim, ninguém parecia se importar com esse detalhe. E porque diabo isso? É uma espécie de encontro, certo? Aliás, porque ele continua fazendo isso sabendo que estou aqui por Sebastian?

E o pior ainda estava por vir, claro. O risco de assédio. Mas o fiz se arrepender amargamente por todo o treinamento que me deu, esquivando dele, fazendo a situação parecer cômica aos olhos dos outros. Pelo menos até quando fui segurada, então...

Deus, será que estou sendo amaldiçoada com esse cara me tentando?! Isso é sacanagem comigo. Pensei seriamente em ferrar, não só um, mas os dois braços. Mas fazer isso seria estupidez e eu talvez acabasse beneficiando ele.

Na segunda noite foi quase a mesma coisa, mas consegui fugir e fui perseguida, acabando sendo pega. E outra vez perdi. Tanto em uma quanto na outra vez, cheguei tentando parecer mais feliz e menos culpada. Joguei-me na cama, tentei me asfixiar, não consegui e repassei mentalmente os detalhes até dormir.

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“Ele está ficando ousado e isso está ficando perigoso.” Durante o que devia ser um treinamento, socar Drake me rendeu três dedos quebrados.

-O que acha que está fazendo?! –Pergunto, como se ele estivesse louco. O que bem podia ser verdade, até onde eu sabia.

Se alguém tivesse passado pela sala naquele momento, estaríamos muito encrencados. O arrastei para outro cômodo, fechei a porta e ralhei com ele. Ele nem se importaria se fossemos apanhados ou não em situações embaraçosas em que me metia, para ele não fazia diferença. Procurei Val depois para por meus dedos no lugar, o que doeu bastante.

No dia seguinte concluímos o estudo prático das magias e fui para a teoria. Eu pude me refugiar nos livros e deixar de precisar da ajuda dele. A semana pode correr tranqüila e sem riscos. Tirei tempo para brincar com o pequeno Rick e vagar com as garotas pelo Velho Mundo. Mas o tempo ia embora e eu não sabia o quanto havia se passado no mundo real, sentia falta de Andy e de meus amigos. Quis voltar até Mitchell para fazer com que ele me explicasse o que eu devia fazer ao invés de me deixar no escuro.

Imprudentemente, deixei que os dias passassem até meus dedos estarem curados por completo. Então procurei Drake para voltar ás espadas. Antes, ele melhorara seu comportamento, mas nossas conversas pareciam distantes. Agora, ele sorri e passa a mão pelos cabelos loiros.

As espadas passam a se beijar com choques metálicos. A dele era diferente, já que eu pegara sua outra, e eu revezava entre as seis que tenho, mas me saia melhor com a minha.

-A primeira é sempre a melhor. –Ele dissera, nada contente por perder a sua.

Val adquirira o péssimo hábito de brigar comigo e Drake, falando que sempre que tínhamos as armas em mãos parecia que tentávamos matar um ao outro. Ela reclama por eu aparecer com cortes novos todos os dias, Robb reclama por eu estar cansada demais para conversar, pequeno Rick pela minha falta de tempo e as garotas se queixam dos meus ferimentos, já que eu só conseguia ficar em pé para lutar e mais nada.

Todos reclamavam e continuávamos treinando. Eu me satisfazia por ele cada vez mais aparecer com cortes para Val também, até chegar o dia em que disputamos para ver de quem ela cuidaria primeiro.

-Cheguei antes!

-Eu vinha muito antes de você!

-Porque era fraca.

-Tenho mais cortes que você.

-Não tem nada. Olhe esse na minha testa.

-Isso foi por quase arrancar minha cabeça aquela vez.

A família surgiu na sala pensando ser algo grave. Val olha nossa briga cheia de argumentos estúpidos e infantis enquanto empapávamos o tapete de sangue.

-O que?! Mal pegou em você! Olha o quanto me cortou fundo.

-Essas coisinhas superficiais? Quase não consegui pegar na espada direito por você quebrar meus dedos.

-Que mentira! –Continuamos discutindo como crianças. –Foi você quem me deu um soco.

Segundos depois as espadas apareceram e nós as brandíamos entre insultos e xingamentos. Val e Robb saíram com os filhos e nenhum dos cinco voltou.

Cortamos a mesinha da sala em pedaços e quando um de nós acertou a lâmpada, tudo ficou escuro. Em um momento as espadas fugiram de nossas mãos e desapareceram em qualquer lugar, passamos a depender dos punhos.

Pequenas poças de sangue cobriam toda a sala e rolamos sobre elas entre socos e mais insultos, batendo nos móveis e fazendo um estardalhaço imenso, até que fui encurralada na parede, ofegante. Por algum motivo, ambos demos nosso máximo nessa briga idiota.

-Você está coberto de sangue. –Eu ri. Mesmo no escuro, consegui ver que a camisa antes branca dele agora era rubra.

-Você podia ter morrido de hemorragia.

-Sim, prefiro meu sangue dentro do meu corpo, talvez por isso.

-Não acredito que destruímos tudo por causa de uma coisa tão idiota.

-Tambem não, mas...

-O que? Mas o que?

-Acha que já posso ir até o castelo dos Cinco?

-Claro. –Ele respondeu, mesmo sem querer fazê-lo. –Então você irá embora.

-Sabe que devo.

-É por meu filho que está aqui, afinal. -Isso me faz corar, confirmando o que ele disse. Claro que estou aqui por Sebastian, mesmo sem saber no que isso vai ajudar e como ficaremos juntos no fim das contas. –E me beija porque somos parecidos? –Agora ele parece menos sério e mais divertido.

-E me beija porque pareço a mãe dele?! –Retruco.

-É.

-É.

-Que droga.

Quem deveria dizer aquilo sou eu, mas ele se inclina para me beijar depois. Me repreendi por talvez deixá-lo com uma marca no pescoço mais uma vez. Se me perguntassem, diria que não faço idéia de quanto tempo o beijo durou e que eu estava me amaldiçoando durante ele. Na verdade, diria que não nos beijamos porra nenhuma e ficaria zangada.

-Vamos fingir que desmaiamos de exaustão ou coisa assim? –Pergunto depois, ofegante.

Drake dá de ombros. Procuramos nossas espadas, deitamos em lugares meio próximos e tentamos dormir, mas ao invés daquilo conversamos até eu apagar.


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Notas finais do capítulo

Estou na reta final, isso é bom. Quanto antes passarmos para a próxima, melhor. Mas o problema é que sexta, óbvio, só acontece uma vez por semana. Agora, se me permitem, passarei á minha história de John Hunter.



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