A Breve Segunda Vida De Bree Tanner - Novo Começo escrita por Zoey


Capítulo 12
Capítulo 13 - Dom?


Notas iniciais do capítulo

Peço mil desculpas pela demora... obrigada a todos que não me abandonaram!



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Ele me fazia bem. Me fazia esquecer dos problemas, dos Volturi e de minha possível morte dali a uma semana. Quando eu estava com Seth, nem lembrei da vida difícil que tivera, do buraco grande que era a falta de Diego, e de como tudo podia a qualquer momento acabar.

Pela primeira vez desde que entrara para a família Cullen, não pensei no meu tempo de vida ou em como doía lembrar de Diego.

Como algo que me faz tão bem pode ser errado?

(...)

O tempo passou rápido com Seth, mas por fim tive que voltar. A verdade é que, teoricamente, um vampiro tem todo o tempo do mundo e não precisa se apressar. Mas quando você tem um encontro marcado com alguém que provavelmente vai tirar sua vida, começa a priorizar mais o tempo.

Não que fosse perda de tempo ficar com o lobisomem, longe disso. Porém, eu também queria passar um pouco de tempo com os Cullen, afinal era a primeira vez que eu tinha uma família e queria aproveitá-la ao máximo. Nos despedimos perto da fronteira, com sorrisos, acenos e brincadeiras até sumirmos das vistas um do outro. Voltei sorrindo para casa, me lembrando de cada momento que passara. Quando cheguei todos os vampiros estavam, menos Edward e Bella, como sempre. Cumprimentei todos que vi e subi para o quarto, pensando em como poderia chamar um de meus novos irmãos para fazer algo.

Acabou que não foi preciso, pois assim que entrei encontrei Alice sentada em minha cama.

—Oi, Bree. Desculpe entrar assim no seu quarto sem pedir, mas é que vi você chegando e decidi esperá-la aqui mesmo. Eu precisava falar com você logo! – a voz dela estava enérgica, e Alice falava tudo rapidamente.

—Oi Alice, não tem problema nenhum. Mas o que foi? – perguntei sentando ao seu lado, curiosa.

—Ah, tenho duas coisas para dizer. A primeira é que fiquei um pouco preocupada com você.

—Por quê? Você viu alguma coisa sobre mim?

Ela sacudiu a cabeça.

—Não, e este é o problema. Eu não vi nada. Você desapareceu.

—Desapareci?

—Bom, no começo só te vi andando pela floresta, mas então você teve uma ideia e não consegui mais ver você. Isso acontecia com Bella, quando ela ia ver Jacob. Pensei que fosse ver algum lobisomem, mas descartei essa ideia. Achei que não ia falar com nenhum, pois não daria tempo de ser amiga de um deles tão rápido e também pelo fato de alguns terem tentado te matar há pouco tempo - ela fez uma pausa para observar minha expressão. - Eu estava pensando assim até você passar pela porta. Você está cheirando a eles.

A Cullen esperou minha resposta, e como não dei, continuou:

—Posso perguntar quem era?

Abaixei a cabeça envergonhada, e fazendo meus cabelos caírem na frente do meu rosto. Eu estava realmente quebrando as regras na primeira semana, que maravilha.

—Seth.

—O que ajudou Edward? O mais novo?

—Sim... ele é o mais novo?

—Parece que sim. Não o conheço muito bem, mas me parece ser um bom garoto.

Assenti, ficando em silêncio outra vez.

—Você gosta dele, Bree? – perguntou ela, virando a cabeça para poder me ver debaixo da cortina de cabelos.

Demorei um pouco para responder.

—Ele me deixa feliz, Alice. Me faz rir, e esquecer o que provavelmente vai acontecer daqui a uma semana – murmurei.

—Entendo – disse a morena, suavemente. – Bom, se Seth te deixa feliz, quem sou eu para contrariar?

—Sinto como se estivesse quebrando regras – admiti.

—Ah, de certa forma, está. Não que tenha nada escrito ou oficializado, mas socialmente, sim. Mas Bree, quer um conselho?

—Claro.

—Não ligue para isso. Eu também “quebrei regras” quando me envolvi com um vampiro que tem uma dieta diferente da nossa, e toda a minha família apoiou. Provavelmente com Seth vai ser um pouco mais difícil, mas não duvide que todos estaremos ao seu lado no final.

Finalmente ergui a cabeça para olhá-la.

—Tenho a impressão que Emmett vai zombar de mim, e Jasper não vai gostar nada.

—Não ligue para eles, também. No fundo vão te apoiar, se Seth te deixa feliz. Todos vamos.

—Obrigada... mas não é como se eu e Seth estivéssemos namorando, ou algo assim – me apressei em dizer. – Somos só amigos, ou quase isso.

Alice deu um sorriso divertido.

—Sim, claro...

Após a conversa sobre Seth ser finalizada, começamos a falar amenidades.

—Bree, quantos anos você têm? – perguntou ela.

—Quinze.

O rosto da morena se iluminou.

—Que ótimo! Então já pode dirigir!

—O quê?

Eu nunca havia aprendido a dirigir. Na verdade, quando era humana, tinha medo de morrer batendo o carro. Não que tivesse dinheiro para comprar qualquer carro, de qualquer forma.

Claro que morrer de acidente de carro, agora, é totalmente impossível.

—Com uma licença de aprendiz – continuou Alice. –Ou melhor, você já pode tirar a carteira, fingindo que tem dezesseis.

—Alice, provavelmente eu nem vou estar viva na semana que vem. Por que devo aprender a dirigir?

—Bree, não sabemos o que vai acontecer na semana que vem – ela me repreendeu com uma careta. – Mas, de qualquer jeito, não seria ótimo dirigir?

—Eu não sei. Nunca aprendi – admiti.

—Não se preocupe, qualquer um aqui pode te ensinar. Depois você escolhe um carro, de preferência bem rápido. O meu, por exemplo, é um Porsche.

Porsche? Eu não era boa com carros, mas me lembrava de ouvir meu pai falar dele e do preço. Assoviei, fazendo-a dar uma risada.

—Então está decidido, vai aprender a dirigir! Ah, você viu o closet?

—Impossível não ver, na verdade – murmurei sorrindo. A vampira mudava de assunto rápido demais.

—Bem, você pegou o mais simples dali. Se quiser ajuda com as roupas, pode me chamar.

Conversamos mais algum tempo, mas o rumo da conversa mudou quando Alice teve uma visão repentina. Fiquei ansiosa e preocupada, pensando que poderia ser algo relacionado aos Volturi, mas acabou que era bem mais simples do que isso.

Carlisle e Esme decidiram fazer uma visita a outro bando, os Denali. São amigos dos Cullen há muitos anos, e como fazia muito tempo que não os viam, resolveram que era hora de uma visita. Além do mais, os Denali estavam ansiosos para conhecer o mais novo membro da família, no caso, eu.

Seria uma boa distração, e eu queria ver com meus próprios olhos se existiam outros bandos como os Cullen, que não consumiam sangue humano. Esme pediu para convidar Fred também, e quando subi para falar com ele, obviamente já sabia do que se tratava. Audição vampírica não deixa passar nada.

—Você vem, Fred? – perguntei, sem nem mesmo contar. Ele já sabia, de qualquer forma.

—Vou, mas mais para satisfazer a curiosidade.

O mesmo motivo que eu, aparentemente. Mas já esperava isso de meu antigo amigo; ele era tão inexperiente nesse novo mundo quanto eu, ou quase.

—Também estou curiosa – gesticulei para que ele viesse, o que fez prontamente. – Vamos, Carlisle e Esme já estão saindo.

Acabou que, quando descemos para o andar inferior, não era apenas o casal que estava de saída. Jasper, Alice e Rosalie também nos aguardavam, todos prontos para a caminhada até os Denali.

Ou ao menos, pensei que seria uma caminhada. Para a minha surpresa, todos foram na direção da garagem. Carlisle, Esme e Rosalie entraram em um carro, e Jasper entrou em outro. Eu e Fred ficamos parados, sem saber o que fazer, até que Alice nos salvou.

—Algum de vocês sabe dirigir?

Neguei com a cabeça, e Fred não se manifestou. Alice deu de ombros.

—Venham conosco.

Ela gesticulou o Porsche amarelo em que Jasper entrara, o mesmo que ela havia falado mais cedo. Logo que entrei no veículo, ela se virou para mim, sorrindo orgulhosa.

—Não é lindo?

Concordei, sem prolongar o assunto. Não entendia nada de carros, então era difícil dizer algo construtivo. Durante o percurso ninguém tentou uma conversa, mas como sempre com os Cullen, não era um silêncio desagradável. A viagem de carro não demorou muito, e logo descíamos na frente da casa dos Denali.

—Alice – chamei, enquanto o outro carro chegava e os outros Cullen desciam. – Por que viemos de carro?

—Para manter as aparências – ela esclareceu. – Algumas pessoas são observadoras por aqui, mesmo que seja afastado. Nunca sabemos quando algum mochileiro vai passar, ou um carro com uma família viajando.

—Hmm, entendi.

O casal Cullen se encaminhou para a porta, e o vampiro que a abriu sorriu sinceramente para Carlisle e Esme.

—Carlisle, Esme! Já faz um bom tempo! – exclamou o homem, que presumi ser quem chamavam de Eleazar.

Eles se cumprimentavam amigavelmente, depois o segundo casal, Rosalie, e por fim o vampiro fixou o olhar curioso em nós.

—Essa é a pequena Bree, e seu companheiro?

Senti uma súbita vergonha com a confusão, e atropelei as palavras ao explicar.

—Ah, não, eu e Fred somos apenas amigos!

Após meio segundo, percebi que não havia sequer me apresentado, ou dado a oportunidade para Fred o fazer. Que mal educação.

—Desculpe – murmurei. – Meu nome é Bree.

Esme colocou a mão sobre meus ombros, em um gesto acolhedor.

—É a mais nova integrante Cullen. E este é seu amigo – ela gesticulou para Fred, dando a deixa para ele se apresentar.

No entanto, Eleazar não desgrudava os olhos de mim, parecendo, além de curioso, extremamente intrigado. Eu já estava ficando desconfortável com a atenção, quando uma mulher surgiu por trás do vampiro, exibindo um sorriso amigável. Ela cumprimentou todos os Cullen, e quando chegou na minha vez, me deu um breve, mas gentil, beijo no rosto.

—Oi, Bree. Sou Carmen.

Então, se virou para Eleazar com uma cara de desaprovação.

—Eleazar, seja educado, por favor. Não somos animais.

Isso pareceu acordá-lo.

—Ah! Desculpe. Olá, Bree. Sou Eleazar.

Dei um sorriso tímido, ainda desconcertada pelos momentos de observação. Como estava um pouco tensa, dei um passo para o lado e apontei para Fred, que permanecia quieto. Ele entendeu a deixa e se dirigiu ao casal sendo simpático, mas distante.

—Sou o Fred, amigo da Bree.

Carmen foi a primeira a responder, pois o companheiro ainda parecia ocupado demais me observando. Por fim, acabei ficando tão incomodada que me escondi atrás de Fred, usando seus ombros largos como escudo. Quando saí de sua visão, Eleazar finalmente focalizou Fred, e arregalou os olhos em espanto.

—Ora, rapaz, você parece ter um dom e tanto!

Fred mexeu a cabeça, sem entender. Ele ainda não havia feito nada de impressionante. Infelizmente, o movimento fez com que o vampiro pudesse me ver, e novamente voltou a me encarar.

Carmen pigarreou, percebendo que o gelo ficava cada vez maior. Pela segunda vez, fiquei grata de ela tentar fazer Eleazar ter bons modos, coisa que parecia faltar a ele.

—Ora, como somos mal educados! Entrem, entrem – convidou, dando um olhar repreendedor para o marido.

Segui os Cullen até o interior da casa, tão grande e luxuosa quanto a nossa. Nos sentamos na sala de estar, onde fiquei ao lado de Fred e Rosalie. Para o meu azar Eleazar sentou-se bem no sofá em frente, e nem por um momento, durante a conversa, desviou seus olhos curiosos de mim. Nem mesmo quando as duas vampiras jovens surgiram, se apresentando como Tanya e Kate, seus orbes claros me deixaram.

O que ele queria, afinal? Já sabia que eu era uma recém-criada, que provavelmente não tinha noção alguma sobre a vida vampírica, tendo vindo de onde vim. Então o que diabos o patriarca Denali estava olhando?!

Me remexi, incomodada, e acho que foi o que bastou para que Fred agisse, seu instinto natural de proteção para comigo. Mais ouvi do que vi, quando a onda de enjoos afetou a sala. Gemidos confusos, por parte dos Denali, e frustrados, por parte dos Cullen. Pelo canto do olho vi a careta de desaprovação de Jasper, e bem ao seu lado, o sorriso contido de Alice. Ela já devia saber que isso ia acontecer.

—Desculpe – manifestou-se Fred, sem “desligar”. – Por que tanto olha para Bree? Já faz algum tempo que isso a está incomodando.

—Fred – reclamou Rosalie, com o rosto inclinado. – Por favor?

No mesmo segundo, todos na sala voltaram ao normal, menos Eleazar. Percebi que propositalmente Fred manteve o vampiro como seu alvo, e este mal conseguia falar devido ao esforço de não vomitar. Carlisle se dirigiu a Fred, e pela primeira vez desde o encontro com os Volturi, parecendo sério.

—Fred, não temos o costume de ferir nossos amigos.

Meu amigo balançou a cabeça, finalmente liberando o pobre Denali.

—Desculpe, mas ele a estava assustando.

—Entendo. Eleazar? – Carlisle olhou para Eleazar procurando uma resposta, que ao poucos se recompunha.

Quando finalmente conseguiu falar, olhou para Fred surpreso, e depois gargalhou.

—Quem diria! Eu estava certo, você tem realmente um dom incrível, Fred. Nunca havia visto ninguém que pudesse fazer isso!

Foi a vez de Fred ficar surpreso, encarando-o sem saber o que dizer. Provavelmente, esperava que o vampiro ficaria irritado.

—Obrigado...?

Eleazar riu mais um pouco, então se endireitou e voltou seus olhos analisadores para mim. Antes que dessa vez eu mesma fosse me queixar, Carlisle se pronunciou novamente.

—Eleazar, meu amigo, você está assustando a nossa Bree.

Nossa Bree. Uma corrente de orgulho e admiração passou por mim.

—Peço desculpas, Carlisle. Ela realmente me intrigou.

—Por quê? – a pergunta escapou de meus lábios.

O Denali apoiou o queixo nas mãos, me observando curiosamente.

—É diferente, quase como se houvesse um... bloqueio. Como se alguma coisa já devesse ter saído, mas não saiu. Por que será? – ponderou, pensativo.

—Do que está falando? – questionei, agora confusa.

—Você realmente não faz ideia?

—Não.

—Bree, você tem algum dom. Como Fred, Jasper, ou Alice. Só não consigo dizer o quê, porque tem algo impedindo seu dom de sair. Isso definitivamente não é normal.


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Notas finais do capítulo

Desculpem mesmo pela demora, tive vários problemas agora no fim do ano. Mas espero que tenham gostado, um grande beijo!



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