Contos De Gaveta escrita por Mamy Fortes


Capítulo 23
Carta ao leitor.


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi editado.



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Entrou no quarto, e, ainda no escuro, tateou entre as gavetas aquela com o puxador diferente, bem ao lado da cama. Dentro dela, milhares de folhas jogadas, rabiscadas em troca de significados poucos. Percebeu que se faria necessária a luz. Acendeu-a, e voltou-se novamente para os papéis. Entre todos, procurou aquele que interessava, e que escondia sabe-se lá onde. Precisava saber se eram verdadeiros os boatos.

Em desespero, buscou nas outras gavetas, e até mesmo nos móveis fora do quarto, sem nada encontrar. Era isso, então. Tinha ido. Aquele, que tornara-se seu preferido, tinha finalmente feito aquilo que prometia: Levantado vôo. Como explicaria para aqueles olhos todos, voltados para ela? Bem, talvez a verdade. Concentrando-se, pigarreou, antes de começar:

"Era azul. Era azul aquilo que aqui existia, mas, por uma frecha, escapou, misturou-se as demais cores, fugiu. Minha gaveta tornou-se pequena demais para tanta tinta. Agora, dizem, participa de um concurso. Miss texto, ou algo assim. Manda avisar que caso não ganhe, retornará, cabisbaixo, ao meu colo. Eu o porei na gaveta, caso aconteça. Mas, por ora, só posso desejar-lhe sorte. Espero que desejem o mesmo".

Não, não parecera claro o suficiente. Talvez, talvez devesse dizer às claras. Mas que graça teria, contar que retirara, ela mesma, o conto de dentro da gaveta para que ele abrisse as portas aos outros, na tentativa de virar livro? Não, aquilo não. Diria apenas aquilo que disse, poria o ponto final, e fosse o que fosse. Os olhos que entendessem. Ou que perguntassem.

Ela certamente os aguardaria nos reviews.


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