A Dustland Fairytale escrita por Olivia Hathaway, Laradith


Capítulo 4
IV - I saw the devil wrapping up his hands


Notas iniciais do capítulo

Opa, mais um capítulo! Espero que gostem :3
Também estou com medo da reação de vocês nesse capítulo haha
Nos vemos lá no final! :D
Ps: gente, penúltimo capítulo da fic, acho que vou chorar :'(



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Se alguém derrubasse uma agulha no chão, o som seria ensurdecedor.

A principio, eu não havia percebido a semelhança entre Andrey e Dimitri, mas agora que a verdade havia sido revelada, era como se um véu tivesse sido tirado de cima dos meus olhos. Os dois tinham o mesmo cabelo castanho de aparência sedosa – embora eu não conseguisse acreditar que os de Andrey tinham a mesma textura que os de Dimitri, - e seus narizes eram parecidos. A única diferença gritante, além da forma física, eram os olhos. Os olhos de Andrey tinham uma malícia e experiência muito maiores, mas os de Dimitri tinham mais fervor – uma característica de todos os Belikov, acredito, já que Viktoria também estava olhando para seu pai como se quisesse matá-lo.

E Olena? Seu rosto demonstrava expressões de surpresa, medo, e raiva, tudo ao mesmo tempo. Senti uma onda de simpatia por ela. Ver o homem que passou anos abusando dela não devia ser fácil.

Depois da revelação de Andrey, os olhos de Dimitri escureceram mais ainda. “Pai, ou não – e eu duvido que você possa me chamar assim, depois de tudo que fez – não devia ter vindo até nossa casa.”

Andrey soltou uma risada, como se a noção fosse divertida demais para ele se segurar. “Depois de tudo que eu fiz? Se me lembro bem, Dimitri, foi você que veio para cima de mim.”

“Depois que você machucou mamãe repetidas vezes,” Viktoria disse, avançando um passo. Estendi um braço e bloqueei sua passagem. Uma briga não adiantaria em nada – embora eu mesma já estivesse fantasiando em dar um soco naquele sorriso arrogante de Andrey.

“Vocês não deveriam ter se intrometido nos nossos problemas,” Andrey disse. “Mas isso não importa mais. Eu mudei, e por isso voltei. Você acha que não fiquei em luto quando descobri que meu filho tinha virado um Strigoi?”

“Não,” respondi com sinceridade. A sugestão de que o abuso de Olena não era mais importante era ridículo, e ficou claro para mim que era uma coisa que os Belikov nunca esqueceriam... Mas seu aparente estado de luto sobre o fato de Dimitri ter virado um Strigoi?

Patético. Ele nunca viu Dimitri depois de ter levado uma surra dele,e só o fato dele ter ouvido falar do que tinha acontecido com ele era surpreendente.

Andrey ergueu uma sobrancelha. “Então você realmente não me conhece, Rose. Não que eu tivesse esperando isso, mas... sinceramente? Eu realmente mudei. Foi horrível descobrir o que aconteceu com você, Dimka, e tive que vê-lo.”

Dimitri ficou pensativo ao meu lado. “Aí você vem até aqui no meio da noite, sem nenhum aviso, e sugere que abusar da minha mãe por mais de dez anos não é grande coisa? Só isso seria o bastante para eu te expulsar aqui. E como se não bastasse, você compele Rose para deixá-lo entrar? Você tem ideia do que acabou de fazer?”

Eu nunca tinha visto Dimitri tão calmo e tão furioso ao mesmo tempo. Ele parecia muito mais sombrio do que quando enfrentava um Strigoi, havia mais desejo de morte em seu olhar. Era uma visão assustadora, e eu não queria estar na pele de Andrey. Mas mesmo assim, concordava com tudo que ele tinha tido. O cara teve a coragem de me compelir, e depois de dizer que tinha mudado? Bem, eu realmente daria a ele muito mais do que apenas alguns dentes quebrados e um olho roxo.

Novamente, porém, Andrey demonstrou serenidade. “Vocês me deixariam entrar se eu tivesse avisado que viria? Ou se eu aparecesse aqui no meio da festa? Eu seria despachado e mal teria a chance de conversar com vocês -"

“-E mereceria," murmurou Karolina, depois de um longo tempo em silêncio e em choque.

“ – e não conseguiria provar nada. A verdade é que vim aqui somente para conversar. Não quero mais nada. Por favor,” ele adicionou.

“Uma conversa, e depois você vai embora?” Olena perguntou. Viktoria olhou para ela como se estivesse louca, e eu, provavelmente, tinha uma expressão semelhante no meu rosto.

“Eu prometo,” Andrey disse.

“Tudo bem,” Olena disse, e se sentou de volta no sofá.

“Você não pode estar falando sério,” eu sussurrei, mais para mim mesma. Mas Olena escutou.

“Acredite em mim, Rose, não quero olhar para a cara dele nunca mais. Mas também não quero que isso se torne uma briga. E se eu deixar esses insultos continuarem, é exatamente o que Dimitri vai fazer.”

Dimitri não contestou a afirmação de sua mãe, o que me revelou outra coisa: ele estava mais próximo de perder o controle do que eu achava. Se já eram raros os momentos em que ele demonstrava suas emoções, perder o controle era praticamente impossível. Faltava pouquíssimo para ele atravessar aquela linha tênue e perder a cabeça. Viktoria percebeu a mesma coisa, e se sentou no sofá hesitantemente.

Peguei na mão de Dimitri, e a apertei. Foi como se eu o tirasse do estado de intensa concentração que ele estava –na qual ele só entrava quando havia algum perigo perto. Eu não queria que ele acabasse deixando suas emoções o dominarem e deixarem ele fazer algo que se arrependeria mais tarde. Era estranho isso vindo de mim, já que era eu quem geralmente agia impulsivamente. O puxei de volta para o sofá, e ele se sentou ao meu lado, rígido como se um toque pudesse despedaçá-lo.

Andrey se sentou na poltrona que ficava em frente ao sofá, e se esparramou nela como se estivesse em casa. O simples gesto fez o meu sangue ferver.

“Por que realmente veio aqui, Andrey?” Viktoria perguntou, cruzando os braços como se quisesse se proteger.

“Eu já disse.”

“Desculpe se não consigo acreditar em você,” ela retrucou.

Andrey suspirou. “Muito bem. Eu falei a verdade da primeira vez, Viktoria. Realmente vim aqui por Dimka. Por mais que nossa história tenha sido turbulenta, ele é o meu filho, e me importo com ele. Muito. Mas não só por que ele voltou a ser um dhampir – embora isso tenha sido um dos motivos. Eu só queria conhecê-lo melhor – especialmente depois dos rumores que ouvi sobre a morte da Rainha Tatiana.”

Fiquei tensa imediatamente. Aonde ele queria ir com isso?

“O que tem a morte dela?” perguntou Dimitri, cuidadosamente mantendo sua voz neutra.

“Meus contatos me mantiveram atualizado sobre o que estava acontecendo na Corte,” ele disse, com um tom de presunção, como se seus contatos fizessem parte do Conselho ou algo do tipo. Ele tinha os olhos fixos em Dimitri. “Quando seu nome surgiu no meio de toda a algazarra, Dimitri, fiquei curioso. Mas mais intrigante que isso foi quando fui informado de que você havia libertado a assassina da Rainha.”

Eu tive que praticamente afundar meus dedos nos ombros de Dimitri para que ele não pulasse na garganta de Andrey. Eu também compartilhava o mesmo desejo, especialmente agora que ele me referiu como a "assassina" de Tatiana.

"Acho que os seus informantes não são eficientes assim. Afinal de contas, a assassina da Rainha foi encontrada e presa. Ela estava camuflada na Corte" falei sarcasticamente.

Andrey riu e balançou a cabeça. “Algo do tipo. Preciso ser sincero com você, Rose, sempre acreditei que você fosse uma assassina, mesmo depois de ter levado um tiro pela Rainha. Se os rumores sobre você estiverem certos, pessoas instáveis como você sempre tem uma tendência a cometerem atos como esse. Mas, claramente, eu estava errado. Sua personalidade é forte, mas não porque você é uma assassina – e sim porque é uma mulher admirável, com senso de dever e tudo o mais.”

Nem por um segundo eu acreditei que o que ele tinha dito era realmente um elogio. Parecia mais uma perda, como se ele tivesse apostado mil dólares que eu era uma louca.

“Que decepção eu devo ter sido para você, Andrey,” zombei.

Ele só deu de ombros. “Isso só te deixa mais fascinante aos meus olhos, minha cara. Mulheres sem graça, que não tem nada na vida a não ser um fogão para cuidar, não são atraentes. Mulheres perigosas, com um temperamento explosivo e com uma reputação imprescindível as seguindo? Dimitri escolheu excepcionalmente bem.”

Dimitri se levantou. “E eu estou repensando minha decisão de te deixar viver,” disse. “Não temos mais nada a falar com você. Saia daqui.”

“Você não saberia o que é viver, não é?” Andrey disse, olhando para Dimitri com o que eu achava que era nojo. “Afinal de contas, Strigoi não vivem. Eles só existem, e são assassinos sem piedade. Me diga, Dimitri, você realmente deixou de ser um Strigoi? Olhando para você agora, não consigo te distinguir de um deles. Mesmo com todo o seu discurso sobre fazer o que é certo, me parece que você não tem o direito de falar sobre ninguém. Afinal de contas, já fez muito pior.”

Ele estava claramente blefando, já que qualquer pessoa, ao olhar para Dimitri, saberia que não era um Strigoi. Mas não era esse o objetivo de Andrey. Ele queria machucar Dimitri aonde mais doía, e com suas palavras, era como se ele tivesse jogado sal em uma ferida aberta. Ouvir de seu pai – que era um verme, mas não deixava de ser sua família – que Dimitri não tinha alma e nunca tinha deixado de ser um Strigoi devia ser terrivelmente doloroso.

E eu iria fazer ele pagar por isso.

"Andrey" Olena avisou, seus olhos gritando para que ele saísse antes que Dimitri o partisse ao meio. "Saia, por favor" Era incrível como ela tinha um coração tão grande a ponto de proteger o homem que tinha destruído a sua vida.

"Ele quer testar você" murmurei no ouvido de Dimitri, mantendo meus olhos em Andrey o tempo todo. Dimitri tinha os punhos fechados, seu corpo pronto para atacar. Eu não poderia permitir que ele fizesse aquilo, mesmo que eu quisesse. "Ele quer que você perca o controle de novo, ele quer se vingar. É isso o que ele quer"

"Mamãe está certa" Karolina falou, gesticulando para a porta. "É melhor você sair"

"E atualizar as suas fontes" completei, secamente. "Elas são uma merda”

“Ah, mas elas não são,” Andrey murmurou, ignorando o pedido das duas. “Sei tudo sobre Tasha Ozera, como ela matou a Rainha, e depois tentou matar Rose. Isso foi um pouco antes de você virar Guardiã pessoal da Rainha Vasilisa, não foi? Não consigo imaginar como essa mudança deve ter sido... abrupta para você. De assassina condenada a uma das guardiãs mais prestigiadas na Corte Moroi – e ainda tendo o privilegio de guardar sua melhor amiga.”

"Deixe Lissa fora disso!" agora era eu quem estava perto de perder o controle. Lissa já estava sofrendo as conseqüências de ser uma Rainha, com ameaças de morte e um bando de puxa sacos querendo se beneficiar. Ela não precisava de mais alguém para incomodá-la.

Uma troca de olhar com Dimitri me mostrou que ele tinha chegado à mesma conclusão: Andrey não estava aqui por Dimitri, e sim pelos contatos que ele – e principalmente, eu – podíamos dar a ele. Claro, éramos próximos da rainha, e que melhor forma de deixá-lo em bons lençóis com o resto da monarquia do que cochichar sobre sua mudança para Lissa?

Andrey era esperto, eu admito. Sutil, com uma expressão amigável... mas no fundo, ofendendo a todos nós com apenas uma frase suavemente falada. Não era à toa que ele era da realeza – seu discurso era impressionante.

Mas os guardiões eram treinados para resistir à compulsão, e ele podia ficar o dia inteiro aqui falando como ele tinha mudado e queria seu filho de volta e, ainda assim, veríamos a verdade. Eu apenas caí mais cedo provavelmente por causa daquela vodka, mas agora eu estava lúcida.

Olena pareceu acreditar por um momento no que ele estava falando, até dar uma olhada nas nossa expressões. Viktoria, por outro lado, sabia exatamente o tipo de cobra que sei pai era. Dimitri também. “Conveniente, não é, você vir aqui exatamente quando Rose, uma grande guardiã da Corte com contato direto com a rainha, estiver aqui.”

Andrey franziu a testa, confuso. ”Não sei do que está falando. Foi apenas uma observação.”

Viktoria se levantou. “Você pode ter enganado nossa mãe por muito tempo, e até escondido o que fazia com ela, mas Dimka viu exatamente do que você era capaz.” Ela parecia ficar mais alta com suas palavras. “Quando você apareceu aqui, todo arrependido, mas com essa cara de arrogância, não acreditei em nada do que disse. Mas conforme seu discurso foi ficando cada vez mais emocional, comecei a ficar em duvida. Agora, porém, está claro para mim.”

“Se controle, Viktoria,” ele disse, se erguendo e limpando sua blusa. “Você é corajosa, mas não é um animal selvagem.”

Olena estava com os olhos arregalados, mas eu já estava perdendo a paciência com ele. Nunca fui boa em autocontrole. “Se eu fosse você, Andrey, manteria sua boca fechada por um tempo,” Dimitri avisou. “Viktoria não é selvagem – ela só sabe reconhecer quem não quer o bem dela.”

“Eu sou o pai dela.”

“E nunca se comportou como tal,” Viktoria disse. “Portanto, não vou te mostrar o respeito de um.”

“Eu venho aqui buscando meu filho, e tudo o que recebo são pedras? Não é a toa que essa família é desestabilizada.” Andrey deixou cair a máscara de bondade do seu rosto, e seus olhos – que já tinham uma estranha frieza – agora pareciam duas pedras de gelo. “Uma meretriz de sangue, uma selvagem e um ex-Strigoi. Estou repensando minha decisão de ter vindo aqui, afinal de contas.”

Olena arfou, fúria tomando conta dos seus olhos. “Não se atreva a falar dessa família, Andrey,” ela disse, “você a destruiu há muito tempo.”

“Você quer dizer, quando percebi que você não valia o meu tempo? Isso não é destruição. É só a verdade.”

Exatamente naquele minuto, eu percebi duas coisas: que Andrey havia passado dos limites, e que você nunca, nunca, devia ofender a mãe de um guardião.

Dimitri era rápido, um dos guardiões mais rápidos que eu já tinha visto, mas eu havia previsto seus movimentos. Era óbvio que com as palavras de Andrey, Dimitri tinha perdido todo e qualquer controle que ele ainda tinha. Usei toda a minha força para segurá-lo de volta, e mesmo assim, foi inútil. Ele voou para o outro lado da sala e agarrou Andrey pelo pescoço, suspendendo-o do chão.

“Dimitri! Não vale a pena!” eu exclamei, minha voz mais desesperada que o normal. Viktoria correu e tentou me ajudar, mas era eu quem estava o segurando de verdade.

Andrey sorriu, com o queixo erguido e uma expressão presunçosa em seu rosto. Ele estava com medo “Viu o que eu disse? Completamente fora de controle. Como um Strigoi.”

Dimitri rosnou e apertou sua garganta. “Dimitri! Pare! Você é melhor que isso!”

Finalmente, ele ficou parado, mas em seus olhos vi um ódio que, sinceramente, me assustou. Eu não tinha duvidas de que se retirasse a minha mão, ele mataria Andrey. Todos os anos de treinamento na academia aprendendo de Dimitri que o certo era se controlar e tomar decisões racionalmente, e aqui estava ele, prestes a matar seu pai.

“Você entra na minha casa, compele Rose, a insulta na minha frente repetidas vezes, chama minha mãe de meretriz de sangue, e ainda tem a coragem... a coragem de me chamar de Strigoi?” sua voz estava baixa, mas cheia de veneno. Elas tinham mais poder do que se ele estivesse gritando a plenos pulmões. Ele o soltou, e na hora Andrey recuou para a porta.“Saia daqui. E nunca mais volte. E nunca mais dirija uma única palavra a ninguém dessa família. Se eu perceber que você sequer olhou para minha mãe ou para Rose de novo, ou para qualquer outra mulher dessa casa, eu vou matar você. Você entendeu? Eu vou te matar, e eu vou aproveitar cada grito que você der como se fosse música.”

Andrey estava com medo – e todos nós também estávamos – mas quando Dimitri disse algo em russo, ele ficou mais pálido que papel. Viktoria,Olena e Karolina também pareciam aterrorizadas, e embora eu não tivesse entendido o que Dimitri tinha dito, tinha uma boa ideia do que podia ser.

Andrey respirou fundo. “Muito bem, então. Olena, Rose, Karolina, Viktoria... foi um prazer.” E com um último insulto, ele deu as costas, abriu a porta, e foi embora.

Dimitri se aproximou de nós e lançou um olhar todo-poderoso para a sua mãe. Um que dizia que ele faria de tudo para protegê-la. "Ele não vai mais nos incomodar."

Coloquei uma mão no seu braço. Mesmo que ele não quisesse admitir, Olena não era a única que havia ficado abalada. “Acho que a noite foi longa demais. Para todos nós.”

Olena assentiu, hesitante. “Não achava que Andrey fosse ter a coragem de voltar aqui, principalmente depois...”

“Depois do que Dimka fez com ele? Nem eu voltaria aqui. Ele realmente foi corajoso.” Karolina disse.

“Ou incrivelmente estúpido,” eu disse. “Andrey veio com o objetivo de conseguir contatos na Corte, e foi embora com o rabo entre as pernas. De novo. Duvido que ele vá voltar. Especialmente depois das ameaças que ele recebeu.”

“Eu sei que ele não vai voltar,” Olena disse, passando uma mão por seus cabelos. “Não enquanto Dimka estiver aqui.”

“Dimitri estar aqui é a única desculpa que ele arranjou para voltar”, eu argumentei. “Nem que tenhamos que ficar mais um mês aqui para ter certeza de ele não vai pisar nessa casa. Você não vai ser incomodada de novo, Olena.”

Ela me deu um sorriso cansado. “Obrigada, Rose. Você realmente é parte da família.”

Senti um nó na garganta, e em um impulso, a abracei. Ela pareceu frágil nos meus braços, mesmo sendo forte, por ser uma dhampir. Ela encostou o rosto no meu ombro, e eu tive a impressão de que ela estava segurando o choro.

“Devíamos descansar,” Dimitri disse. “Principalmente você, mama.” Ele disse algo em russo, que pareceu assegurar Olena. Ela assentiu. Dimitri sumiu de vista segundos depois.

“Nos vemos de manhã,” Viktoria disse. Ela havia ficado tremendamente quieta quando Andrey foi embora, e mesmo tendo dito algo agora, tudo que me ofereceu foi um olhar que não consegui decifrar. Era como se uma parte de Viktoria tivesse ido embora com Andrey. Isso me preocupou, mas prometi a mim mesma que amanhã falaria com ela.

Eu também estava grata por Sonya e as crianças não terem presenciado aquela cena. Ela tinha concordado com Karolina para levar Paul, Zoya e seu bebê para a cama. E ela ainda estava por lá. Quanto a Yeva, eu tinha absoluta certeza de que ela tinha escutado a briga. Diabos, eu aposto que ela até sabia que Andrey apareceria por aqui para incomodá-los.

Eu desejei boa noite para as três e subi as escadas, indo até o quarto que Dimitri e eu partilhávamos. Sabia que tinha outro problema para lidar assim que pisei no banheiro e vi Dimitri terminando de se barbear.

Não tinha jeito. Aquela loção pós-barba que ele usava invadiu meus sentidos, me intoxicando.Mas eu resisti ao impulso que a atração entre nós sempre trazia a tona quando encontrei seus olhos.

"Pensei que tínhamos superado essa parte" falei, tocando seu ombro. Para falar a verdade, eu estava com medo. Medo de que as palavras do seu pai sobre o seu passado o tivessem ferido tão profundamente que não tivesse mais volta. "Você sabe que ele disse tudo aquilo apenas para te provocar. Ele queriase vingar pela surra que você deu nele. Você praticamente destruiu o seu orgulho naquele dia"

Ele girou, deixando nossos rostos separados por poucos centímetros. Seus olhos castanhos se prenderam com os meus. Ele poderia manter sua expressão neutra a maior parte do tempo, mas seus olhos o denunciavam e mostravam todas aquelas emoções que Andrey estava louco para ver: angustia,raiva e tristeza. Dimitri estava novamente punindo a si mesmo e mergulhando naquela escuridão. Eu precisava tirá-lo de lá.

"Não se trata do orgulho dele, Rose. Meu pai estava certo quando disse que fiz coisas piores do que as que ele fez. Muito piores" Sua voz estava urgente, e mesmo com Dimitri tentando esconder, eu podia sentir um tom de angústia nela.

Coloquei uma mão no seu rosto, forçando-o a olhar nos meus olhos. "O próprio fato de você sentir culpa mostra que você não é o que Andrey disse, Dimitri" eu disse. "Você pode ter feito coisas muito piores que ele, mas não teve escolha. Você era um Strigoi. Se fosse algo que você pudesse escolher, você ainda faria tudo aquilo?"

"É claro que não," ele respondeu, olhando para mim como se eu fosse louca ao considerar essa hipótese.

"É só você lembrar do que você é por dentro. A sua essência. A do seu pai é ruim. Ele gosta de machucar as pessoas e de manipulá-las. É maliciosa. Já a sua," minha outra mão tocou seu peito, onde ficava seu coração. "é pura. Você ajuda as pessoas, as protege. Você se importa com elas de verdade e está sempre lá, pronto para agir. É o que te faz ser tão incrível. E é por isso que eu te amo.”

Dimitri ficou apenas parado, me encarando. Mas eu vi a mudança naqueles olhos, avisando que ele estava parando de remoer toda aquela baboseira que seu pai tinha lhe falado apenas para tentar machucá-lo. E ocorreu a mim também que uma troca completa de papeis tinha acontecido – dessa vez, era que eu estava ajudando-o a combater seus demônios, e não o contrário.

“Tudo isso... meu pai vir aqui, eu estar com a minha família depois de tantos anos...”

“Isso está mexendo com você,” eu completei sua frase. “O que é completamente normal. Sinceramente, se você tivesse vindo para cá e voltado para a Corte sem nenhuma mudança, eu não te acharia humano.”

O fantasma de um sorriso ergueu seus lábios. “Eu não sou humano.”

“Você entendeu o que eu quis dizer,” eu disse, revirando os olhos. Minha tentativa em melhorar o humor da nossa conversa foi um desastre, e nós dois sabíamos disso. Mas eu também podia ver que ele estava grato por eu ter pelo menos tentado.

Nós ficamos em silêncio por alguns segundos, até Dimitri quebrá-lo.

“Você diz que eu estar mudando é normal, mas e se não for uma coisa boa?” ele me perguntou. “E se eu não for tão nobre quanto você acha que eu sou? E se” ele se aproximou de mim e colocou as mãos nos meus braços, “e se eu me perder nessa mudança e não souber mais que eu sou? Isso vai ser tão ruim quanto perder minha alma.”

Devia ter sido assim que ele havia se sentido quando eu perdi o controle na cabana por causa do espírito, eu percebi. Eu não suportava vê-lo em tamanha angústia. Fiquei na ponta dos pés, e gentil, mas firmemente, coloquei minhas mãos no seu rosto e o beijei, colocando tudo que tinha naquele beijo. Dimitri colocou uma mão nas minhas costas e a outra no meu cabelo, me puxando para perto enquanto eu o segurava firmemente contra o meu rosto.

Depois de vários momentos, quebramos o beijo, mas mantive meu rosto ao lado do seu. “Quando você estiver se perdendo,” eu murmurei contra sua bochecha, “se lembre disso.”

Esse aparentemente foi o momento em que Dimitri parou de pensar. Ele me puxou de volta contra ele, sua mão que estava nas minhas costas deslizou para baixo até me suportar completamente. Dimitri me levantou do chão, e me levou até a cama, e sinceramente – eu não queria mais pensar em Andrey, e acima de tudo, não queria pensar no tempo que Dimitri passou sendo um Strigoi.

Eu queria pensar em como seu corpo ao meu lado, quente e macio, era perfeito para mim. Em como seus olhos, castanhos e calorosos, me davam mais paz que todas as palavras no mundo. Eu só queria pensar no agora. Na nossa linha de vida, o passado era muito doloroso para se lembrar, e o futuro era muito incerto para se ponderar.

Dimitri gentilmente me deitou na cama, e se apoiou nos cotovelos, ficando em cima de mim. Ele passou suavemente a mão em uma mecha que havia caído no meu rosto, e suspirou. “Roza,” ele disse simplesmente.

“Eu sempre vou estar aqui, Dimitri,” eu disse. E então algo surgiu na minha mente. “Você me prometeu uma vez que sempre me protegeria.”

“Sim,” ele respondeu de imediato. “Eu sempre vou te proteger.”

“Eu não quero que você faça isso,” eu murmurei, e ele ergueu as sobrancelhas, claramente surpreso. “Eu quero que nós protejamos um ao outro. Que não deixemos que nada aconteça com o outro. Porque, Dimitri... se estou mesmo sendo sincera com você... não consigo imaginar viver sem você. E não porque eu me mataria ou surtaria ou algo do tipo. Eu sei como é viver sem você ao meu lado. Eu sei como é acordar todos os dias e pensar que você está morto. E acredite em mim, eu não suportaria isso de novo.”

Tirar isso do meu peito foi como levantar três toneladas de cima de mim. Foi libertador. E por incrível que pareça, não senti como se tivesse falando algo forçado. Era simplesmente a verdade. Ter esses meses junto com Dimitri era maravilhoso, mas em algum lugar, no fundo da minha mente, eu era forçada a valorizar cada momento muito mais, porque ele poderia ser o último.

Dimitri me beijou novamente. “Feito,” ele disse. “Eu aceito sua proposta, mas isso não significa que esqueci da primeira. Você é a pessoa mais importante do mundo para mim, Roza. Isso quer dizer que eu sempre vou pular no fogo cruzado se você for ficar a salvo.”

“Eu queria que você não fizesse isso,” eu murmurei, sabendo muito bem que era uma tentativa inútil. Dimitri arriscaria sua vida por mim tanto quanto eu o faria por ele. Essa era a nossa natureza, e por mais romântica que parecesse, ia nos destruir um dia. E não havia nada que pudéssemos fazer quanto a isso.

“Não é sua escolha,” ele disse. “Uma das consequências de eu te amar que você terá de aguentar.”

“Acho que eu posso lidar com isso,” respondi, passando uma mão nos seus cabelos e o trazendo de volta para mim.

E ali, na cama da casa dos Belikov, entre todos os lugares, com promessas tão perigosas sendo seladas – novamente – foi como se Dimitri e eu nos redescobríssemos. Em Moscou, nossos dias e noites eram aproveitados, tanto quanto saiamos para passear quanto quando voltávamos para o hotel, mas em Baia, foi difícil ficarmos juntos, principalmente por causa da constante presença da sua família – e o meu medo irracional de que Yeva de algum modo sentiria tudo o que acontecia na sua casa, e no outro dia me acordasse com uma panelada na cabeça ou algo do tipo, por abusar do seu neto. De um jeito ou de outro, a visita de Andrey – por mais traumática que tenha sido – teve algo de positivo. Ele conseguiu tirar todas as inibições que a casa dos Belikov tinha sobre Dimitri e eu, e nossa conversa não fez nada para melhorar isso.

Subitamente, só queríamos estar juntos. Juntos de um jeito que somente nós dois poderíamos estar. Juntos do jeito que tínhamos estado na cabana, quando o espírito quase me levou à loucura e somente a força de Dimitri foi capaz de me tirar daquele estado. Juntos quando a morte de Victor quase destruiu minha sanidade, e Dimitri foi capaz de tirar a culpa de dentro de mim.

Sim, era o que queríamos. E conforme fomos nos beijando, e conhecendo o corpo um do outro como já havíamos feito diversas outras vezes, Dimitri e eu tivemos, finalmente, uma boa noite de sono, enrolados nos braços um do outro, onde nem Andrey conseguiria nos alcançar. Por algumas horas, foi somente isso que conhecemos.

***

Eu acordei e encontrei o espaço ao meu lado vazio, indicando que Dimitri já havia levantado. Era um pouco estranho isso, já que ele geralmente esperava eu acordar para tomarmos café da manhã juntos.

Vesti jeans e uma camiseta com mangas que Lissa tinha me dado de presente quando ainda morávamos em Portland, fiz minha higiene matinal e desci as escadas, indo em direção a cozinha.

Para a minha surpresa, Dimitri também não estava lá. Apenas Karolina, Sonya e Olena estavam. Olena sorriu quando me viu e apontou para a mesa, que estava cheia de comida.

"Achei que você estaria com fome" disse, com uma piscadela.

Se tinha uma coisa que eu amava em Olena além da comida maravilhosa e do seu enorme coração, era a preocupação dela com a minha alimentação. Ela sabia que eu amava comida e que eu comia muito. Olena também não se importava com o meu enorme apetite, muito pelo contrário. Ela estava sempre oferecendo mais e mais comida pra mim.

"Obrigada" peguei o prato que Karolina tinha colocado blini para mim.

"Você definitivamente não larga dessa manteiga, não é?" provocou Karolina, sentando-se à mesa com Zoya no colo.

Eu dei de ombros, tentando manter a expressão neutra. “É mais fácil eu largar seu irmão do que eu largar a manteiga.”

Isso fez Karolina rir, o que era exatamente o que eu esperava. Embora ela aparentemente estivesse de bom humor, seus olhos tinham olheiras, o que somente confirmou minha teoria de que Andrey havia deixado problemas maiores do que palavras ofensivas.

“Falando no seu irmão... onde está Dimitri?” perguntei casualmente.

“Foi dar uma volta com Paul,” Olena respondeu. “Dimitri escapou dos seus deveres de tio por muito tempo.”

Dessa vez, quem riu foi eu. Se eu não conseguia tirar a imagem de Dimitri, com seus dois metros e tantos de altura, sentado no chão do lado de Paul jogando Lego, imagine os dois caminhando lado a lado, sendo Paul uma cópia mais baixa e mais nova de Dimitri. Era tão fofo quanto engraçado.

“Você sabe que Dimitri adora Paul,” Sonya murmurou. “E Paul é um bom menino. Os dois vão se dar muito bem.”

“Isso já sabemos,” Karolina disse. “O difícil não vai ser aproximar os dois. Vai ser separá-los. Se Paul já adorava Dimitri antes mesmo de conhecê-lo direito, imagine agora?”

“Talvez seja bom pra ele,” eu disse com a boca cheia.

“Ou talvez ele roube o Dimitri de você,” Sonya disse suavemente, com um tom brincalhão em sua voz.

Eu estava com a boca cheia demais de blini para responder, mas ela deve ter visto a risada nos meus olhos. Nos concentramos no café da manhã depois disso e, sob insistência de Olena, elas me levaram para ver algumas fotos de Dimitri quando ele era pequeno.

Algumas eram insanamente fofas, como a de Dimitri bebê – com bochechinhas rosadas e uma Olena sorridente e mais jovem o segurando. Outras eram adoráveis – como Dimitri comendo o pão da sua mãe e sorrindo para a câmera com a boca cheia, e os dois dentes da frente faltando.

Outras eram hilárias. Como a de Dimitri vestido de noivinho se casando com as bonecas de Karolina.

“E pensar que nosso amor épico quase foi destruído por Barbies,” murmurei.

“Na verdade,” uma voz disse, perto da entrada do corredor. Viktoria entrou no quarto, e sorriu para todas nós antes de olhar para a foto que eu estava segurando e soltar uma risada alta. “Eram bonecas de porcelana.”

Minhas bonecas de porcelana,” adicionou Karolina.

“Eles formavam um casal muito estranho,” Olena admitiu, olhando para a foto com uma mistura de carinho e estranheza.

“E ele gostava de uma em particular,” Karolina continuou. “Uma boneca que tinha cabelos ruivos e olhos azuis. Até a chamou de Vera.”

Viktoria revirou os olhos. “Ele gostava dela porque tinha o cabelo mais comprido, na verdade.”

A ideia de Dimitri se casar com uma boneca de porcelana era tão ridícula que eu quase deixei escapar um detalhe. Pelo visto, Dimitri já gostava de mulheres – e bonecas – com cabelo comprido desde pequeno. Não sei se eu deveria me sentir lisonjeada ou traída. Talvez os dois.

“O que, no nome de todos os deuses,” outra voz murmurou da entrada do quarto, “vocês estão fazendo?”

A cena deveria ter sido cômica – as três olhando para o Dimitri com olhar de culpadas, eu com uma foto dele se casando com uma boneca aos oito anos em mãos, e Viktoria segurando a risada.

“Você não tinha me dito que seu relacionamento com suas ex namoradas tinha sido tão sério, camarada,” eu disse, tentando erguer uma sobrancelha.

Eu podia jurar que Dimitri corou.

“E nem que elas eram tão mais frágeis que Rose,” Viktoria completou.

“Não vou me sentir ofendida pelo fato de ser comparada a uma boneca de porcelana,” eu disse, com um sorrisinho brincalhão nos lábios.

Ele ainda continuava sem jeito, tanto que nem sério ele conseguia ficar. Tive que segurar uma risada.

"Ah, Rose, você aguenta bem mais que uma boneca de porcelana," Viktoria disse, com um tom pensativo em sua voz. "Falando nisso... posso falar com você um instante?"

"Você não quer me contar que Dimitri está me traindo com sua boneca também, né?" perguntei, meio brincando, embora todos no quarto tivessem ficado curiosos com a pergunta de Viktoria. Quando ela só olhou para mim seriamente, eu suspirei.

"Claro," eu disse. "Quer ir lá fora?"

"Pode ser," ela respondeu. "Traga Dimka junto com você."

Curiosa quanto à conversa, assenti e olhei para Dimitri. Suspeitava que ele já sabia sobre o que Viktoria queria conversar, mas preferiu ficar em silêncio.

Ok, agora eu estava mesmo interessada.

Quando chegamos na varanda, depois de passar por uma mesinha redonda de madeira com algumas cadeiras, Viktoria girou para nos olhar, e eu pude ver que ela estava um tanto hesitante.

"Eu queria te pedir -" Viktoria começou.

"A resposta é não" Dimitri disse com a voz severa, uma que ele usava para cortar as minhas asas quando eu pedia para fazer coisas malucas. Ou para ser dispensada de seus treinos.

"Ao menos deixe ela terminar" falei, lançando-lhe um olhar reprovador por causa da sua atitude. Dimitri deu de ombros.

"Viktoria quer que treinemos ela" disse ele.

Eu olhei surpresa para Viktoria. Isso sim era algo incomum vindo dela. "Mesmo?"

"Na verdade, eu queria que a Rose me ensinasse uns golpes. Apenas isso" rebateu ela, erguendo o queixo para ele. "Na verdade, eu queria que vocês dois me ensinassem, mas meu irmão não quer"

"A resposta continua sendo não" Dimitri disse, secamente. Os olhos de Viktoria brilharam, furiosos.

Eu lancei um olhar feio para ele, mas Dimitri como sempre pareceu não se importar. Era curioso, já que na maioria das vezes ele ensinava alguns golpes para praticamente qualquer um que pedisse, especialmente para os Moroi que estavam interessados em aprender a se defender. Mas se recusar a ensinar sua irmã mais nova alguns socos e chutes? Realmente deveria haver um bom motivo para ele estar fazendo isso.

Dimitri me estudou por alguns segundos, vendo minha confusão. "Ela quer se exibir para seus amigos" explicou ele, e Viktoria encarou Dimitri, incrédula. Irritação atingiu seu rosto, e ela o fuzilou com o olhar. Eu suponho que era para ter intimidado Dimitri, mas ele permaneceu impassível, como sempre. "Eu vi vocês conversando ontem. Seu amiguinho disse que você poderia entrar pro seu clubinho de luta se você ensinasse para eles alguns dos meus golpes. E a única maneira de você fazer isso é se eu te ensinar"

"Não é só por causa disso!" defendeu Viktoria "Eu também preciso aprender a me defender! Qualquer coisa que eu souber a mais, vai me dar mais chances de sair viva depois de um encontro com um Strigoi" ela me olhou, seus olhos praticamente me implorando para convencer seu irmão. "Por favor, Rose!

"Ela está certa sobre os Strigoi, camarada" falei, mas Dimitri apenas balançou a cabeça. Eu dei dois passos para ficar na sua frente e ergui meu rosto para encontrar seus olhos. "Bem, se você não vai fazer isso, eu vou. E até onde eu lembro, você nunca foi de recusar uma oferta dessas"

"As circunstâncias são diferentes" rebateu. Eu não desviei o olhar dele, e, momentos depois, finalmente vi o vislumbre de derrota neles. Ele suspirou e olhou para Viktoria. "Tudo bem. Eu vou te 'treinar' e depois você pode praticar com nós dois."

Viktoria soltou um som de aprovação. Mas naquele momento, quando olhei novamente nos olhos de Dimitri, eu não consegui esconder um sorriso. Aquele vislumbre de malícia nos seus olhos castanhos me fez pensar que Viktoria não deveria estar gritando a vitória naquele momento.

"Podemos começar agora" ela disse, com a voz excitada.

Dimitri e eu trocamos olhares, e ele abriu um enorme sorriso para ela. "Claro, irmãzinha"

Suas próximas palavras me fizeram morder o lábio tanto para não rir da reação de Viktoria, quanto pela lembrança da minha reação quando ele me ordenou isso pela primeira vez.

"Eu quero que você comece dando dez voltas na quadra"


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Notas finais do capítulo

Bom, primeiramente: desculpa pelo sumiço!
É que meus livros de anatomia chegaram, eu acabei ficando meio que com muuuita preguiça de escrever (Bia querendo me matar porque demorei 4 dias pra revisar parte desse capítulo lalala) e estava um pouco sem criatividade. E não é legal forçar, né?
Enfim, eu espero que tenham gostado e que novamente, espero não ter ficado muito dramático =x
Novamente queria agradecer todos os comentários! Não consigo evitar um sorriso toda vez que leio eles *--* A opinião de vocês é extremamente importante para ver se não estamos "escapando" do universo de VA, especialmente no que se refere à relação Romitri! Sério gente, obrigada por tuuuudo ♥ ♥
E, como sempre, gostaríamos de saber a opinião de vocês sobre esse capítulo e suas ideias! (especialmente dessa parte do Dimka treinar a Viktoria haha) Sintam-se a vontade ^^
Aaaah, mais uma coisinha: me avisem se encontrarem algum errinho, acho que não revisei direito =P
Ok, só mais uma coisinha: queria mostrar pra vocês uma fanart que fiz ontem! estou apaixonada por ela porque ficou do jeitinho que eu queria *-* aqui o link: https://fbcdn-sphotos-c-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash4/426423_568533379846605_1735484365_n.jpg
Beijos ;*
- Anita H.