Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 37
Epílogo: Conclusões


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai o último capítulo da primeira temporada de Imprinting.
Por favor, LEIAM AS NOTAS FINAIS. É importante o que está escrito lá. :)
Espero que gostem e boa leitura!



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Renesmee Cullen’s POV


Minha consciência voltou devagar, despertando aos poucos sem se preocupar em me informar onde eu estava ou lembrar-me o que eu estava fazendo antes de desmaiar.

Abri os olhos lentamente e vi um rosto embaçado na minha frente. Pelos cabelos e o rosto em formato de coração defini que era Esme. Pisquei várias vezes para tentar enxergar melhor e me orientar.

– Bem vinda de volta, Renesmee – disse Esme sorrindo.

– Sentimos sua falta, mocinha – Carlisle estava com o braço em volta dos ombros da esposa.

Subitamente lembrei que fazia um bom tempo que eu não via meus avós. Quase levantei para abraçá-los, mas primeiro precisava me situar do ambiente que estava.

Olhei em volta e logo percebi que estava em meu quarto, deitada na cama. Inspirei fundo, aliviada por estar segura, mas minha mente andava em círculos intrigando-me que eu precisava lembrar de algo relacionado à palavra segurança.

– Eu também estava com saudades – respondi, minha voz quase sem volume.

– Carlisle, tem certeza que ela vai ficar bem? – perguntou minha mãe, que se sentava ao meu lado, me analisando com seus olhos profundos. Meu pai estava com as duas mãos sobre os ombros dela, fazendo uma leve massagem.

– Algumas horas de repouso para se recuperar do susto e ela vai ficar novinha em folha – respondeu Carlisle com um leve sorriso.

– E que susto você nos deu, Nessie! – meu pai abraçou mamãe por trás e beijou o alto da sua cabeça.

A palavra susto ativou minha memória a uma velocidade de cenas de um filme passadas rapidamente por um controle remoto – a rápida volta da Ilha de Esme, a visita de Susan, Jane quase conseguindo me matar, a “conversa” com Aro... Jacob. Meu coração acelerou em um ritmo frenético, eu não conseguia lembrar se ele ficara seguro. Onde ele estava?

– Ele está bem – disse meu pai. – Posso ouvir os pensamentos dele do lado de fora. Garoto impaciente!

– Ei, eu ouvi isso! – a voz rouca e grossa de Jacob atravessou a porta do quarto. Senti um alívio ao saber que ele estava tão perto, e lembrei-me do que eu fizera para protegê-lo. Eu ainda estava intrigada de como aquilo havia funcionado. – E eu estou mesmo impaciente! Quando vão me deixar entrar?

– Eu quero vê-lo – eu disse, mexendo-me na cama.

– Renesmee – mamãe me ignorou -, o que você estava pensando ficando na frente de Jacob daquele jeito? – a expressão dela era tão preocupada que parecia que o que ela dizia estava acontecendo agora.

Eu ia procurar palavras para acalmá-la, porque eu já estava bem e em casa, mas Carlisle precipitou-se:

– Hmm, Bella... vamos deixá-la descansar. Depois vocês conversam sobre isso.

Ela suspirou, convencida. Apertou minha mão e sorriu para mim, e eu retribuí com um meio sorriso. Meu pai me deu um beijo na testa e saiu do quarto de mãos dadas com mamãe, seguido de Carlisle e Esme.

O rosto de Jacob surgiu na porta. Ele hesitava com o corpo atrás da parede, sua testa levemente franzida. Devagar, ele deu um passo para dentro e deu três batidas na porta aberta, agora com um meio sorriso nos lábios.

– Venha aqui, seu bobo! – Falei, e seu sorriso iluminou-se no rosto. O sorriso mais perfeito do mundo, o sorriso que qualquer garota desejava ver ao acordar, que eu queria ver todos os dias, a toda hora, a qualquer momento.

Ele enfiou metade das mãos nos bolsos da calça jeans e começou a se aproximar, e sentou-se ao meu lado, o corpo virado para mim. Ajeitei-me e sentei também, ignorando a tontura que ainda me afetava.

– Como se sente? – perguntou ele, tomando uma das minhas mãos entre as suas, o toque quente e familiar me fazendo relaxar por completo.

– Ótima – apertei sua mão. – E você? Estava todo machucado – analisei seu ombro esquerdo, que eu lembrava que havia sido ferido por algum dos vampiros.

Jacob riu de minha expressão.

– Às vezes você esquece que sou um lobo.

– Você não era um lobo quando aqueles vampiros bateram em você – rebati. – Vamos, deixe-me ver como está.

Arrastei-me para frente e abri os dois primeiros botões da sua camisa listrada em preto e branco.

– Fique quieta, Nessie – ele tentou me impedir com as mãos, mas hesitou quando toquei seu ombro. Eu também reagi, sua temperatura atravessando minha pele e chegando às minhas veias, correndo meu sangue com mais velocidade.

Com a mão, empurrei a gola da camisa e deixei seu ombro à mostra. Verifiquei alguns hematomas já cicatrizados em um rosa claro.

Deslizei meus dedos para cima, agora tocando seu pescoço, e quando levantei os olhos para olhá-lo, ele estava com os dele fixos nos meus de uma forma profunda e encantadora. Mostrei-lhe como eu estava feliz por ele estar seguro, e sem esforço algum, o sentimento atravessou meus limites e ele sorriu, a expressão perplexa.

– É incrível! – sussurrou.

Então... estou esperando, pensei.

– O quê? – perguntou, embora sua voz já demonstrasse que ele já sabia do que se tratava.

Vasculhei minha mente e mostrei-lhe um de nossos beijos perfeitos.

– Não precisa pedir. – Ele inclinou-se e pôs as duas mãos em meu pescoço, demorando-se em encostar os lábios nos meus.

Com urgência, beijei-o de uma vez, minha mão agora fechada com os dedos entrelaçando em seus cabelos, nossas respirações ofegantes quando parávamos para tomar fôlego.

Afastamo-nos um pouco e deixamos nossas testas coladas. Deixei meus olhos fechados, desfrutando do momento.

– Ah, Jacob... – murmurei. – Tive tanto medo de perder você.

– Olhe só quem fala. – Sua voz baixa e rouca quebrava o silêncio de uma forma reconfortante – Nessie, quando você ficou ali, desprotegida, completamente exposta à sanguessuga maluca... Eu pensei que...

Eu o abracei por cima dos ombros, tremendo ao lembrar da cena, e mais, ao imaginar o que poderia estar por vir. A raiva de Jane só aumentara, eu não sabia se Aro a impediria de agir novamente, afinal ele estava intrigado com meu futuro, e pior, com minha relação com Jacob.

Jacob afagou meus cabelos carinhosamente, beijando meu pescoço, depois me afastou um pouco para olhar em meus olhos.

– Por que fez aquilo? – Perguntou, sua testa franzindo a cada palavra que pronunciava. – Devia ter ficado quieta, nós daríamos um jeito e você não se machucaria.

– E você? – limpei a garganta, meus olhos começando a arder. – Acha mesmo que eu ficaria parada assistindo Jane... – tive dificuldades para pronunciar a palavra: - matá-lo?

Ele não falou nada, apenas sustentou meu olhar com aqueles olhos lindos e profundos, franzindo os lábios.

– E além do mais, Jacob Black – continuei, agora mantendo a voz mais firme -, você quase me matou com aquela carta! Você se entregou por mim, e essa é a maior prova de amor do mundo, mas como você pensou que eu ainda poderia viver sem você?

– A única coisa que pensei foi em manter você segura. Eu não ia ficar de braços cruzados esperando Jane ir atrás de você.

– Então estamos kits. – Eu disse, concluindo.

A expressão de Jacob relaxou, o sorriso iluminando novamente seu rosto. Peguei suas mãos e entrelacei meus dedos nos dele, e ele apertou minhas mãos com uma leve força. Naquele momento todas as minhas tensões concentraram-se em um único ponto abandonado no fundo da minha mente. Enquanto Jacob estivesse comigo, nada no mundo o faria desintegrar-se e me afetar de alguma forma.

– Tudo bem, estamos kits – ele chegou mais perto e sussurrou em meu ouvido: - Mas nunca mais faça uma coisa dessas, entendeu?

Balancei de leve a cabeça e toquei-o abaixo da orelha.

Não posso prometer nada. O amor é irracional.

– A irracionalidade mais incrível que existe – ele pegou meus braços e uniu junto ao meu peito, empurrando-me para os travesseiros. Deixou seu rosto a poucos centímetros do meu. – Eu vou ficar de olho em você, lembre-se disso.

– Vai ser meu cão de guarda de agora em diante? – arqueei as sobrancelhas, gostando que o rumo da conversa estava livre de tensões – Ou devo dizer meu lobo de guarda?

– Eu vou ser o que você quiser – ele riu. Seus lábios macios tocaram o canto da minha boca.

**********************

O restante do dia foi tranquilo. Fiquei um bom tempo a sós com Jacob, e eu aproveitei cada minuto. Nós havíamos passado por tantas coisas, então meus pais nos deram o máximo de privacidade. Refiro-me ao máximo sem contar com a guarda que meu pai fazia lendo nossos pensamentos. Com minha audição aguçada, ouvi várias vezes seus passos macios do lado de fora do meu quarto, por mais que ele tentasse ser silencioso. Também ouvi murmúrios dele conversando com minha mãe sobre o que eu havia feito para proteger Jacob. Meu pai parecia tenso, porém orgulhoso, mas minha mãe refletia preocupação na voz.

Eu estava completamente relaxada, Jacob fez de tudo para não falar sobre o ocorrido e me fazer lembrar de tudo. Mas eu não conseguia esquecer o que Aro dissera, e cada vez que as palavras dele repetiam-se em minha mente, eu sentia um arrepio na espinha. Laços fraternais, estou certo?

Sim, você está certo. Jacob é como um irmão para mim, apenas isso, eu queria ter dito. Mas a única coisa que saíra da minha boca foi um sim embargado e falso. Aro não acreditaria em mim. Nunca.

Enquanto eu ainda pensava sobre isso na manhã seguinte, sentada no sofá do chalé e esperando por Jacob para ir caçar, meu pai falou comigo a respeito pela primeira vez, depois de eu ouvir dele e de minha mãe um longo sermão para que eu nunca mais ficasse exposta aos dons mortais de Jane.

– Eu conversei com Carlisle – disse ele, sentado ao meu lado. Minha mãe estava de joelhos na minha frente, pegando minhas mãos.

– E o que ele disse? – perguntei ansiosa. – Teremos problemas, não é?

– Não precisa se preocupar com isso – ele brincou com uma mecha do meu cabelo. – Não agora.

– Mas e Jane? Eu aposto que ela disse para eles o que eu fiz por Jacob.

– Os Volturi são um clã imprevisível, Nessie – disse ele calmamente. – Eles podem pensar nisso agora, mas também podem considerar daqui a anos. Alice nos avisará quando acontecer.

Eu assenti, um pouco relutante. Esse não era o único motivo para uma nova “visita” dos Volturi. Havia a alteração do meu poder e certamente eles iriam tomar alguma providência algum dia.

Quem você será, Renesmee? – o sussurro de Aro ecoou em meus pensamentos. Estremeci.

– Não tenha medo, meu amor – mamãe afagou minhas mãos. – Nada de ruim vai acontecer. Nós não vamos deixar.

– Confesso que estou curioso para essa evolução do seu poder. – Disse meu pai com um leve sorriso – Pode me mostrar?

Toquei seu rosto e transferi a tranquilidade que me envolvia, embora temesse o que estava por vir. Eu estava ficando melhor nisso, as sensações fluíam de mim sem dificuldade. Mamãe – ainda pegando uma de minhas mãos – sorriu, e a tranquilidade transformou-se em uma alegria repentina. Coloquei meus braços em volta dos dois em um abraço em conjunto.

Minha mãe pediu para eu passar na mansão dos meus avós antes de ir caçar, para ver meus tios e falar com tia Alice. Ela estava se sentindo culpada por ter me deixado sozinha e não percebido que eu seguira Susan.

Está tudo bem, tia. Não foi culpa sua, perdi a conta de quantas vezes repeti a frase para convencê-la.

Minha cintura ficou doída de tantos abraços vampirescos que recebi. Primeiros os mais delicados de tia Alice, depois os inúmeros beijos de tia Rose, as sensações reconfortantes vindas do tio Jasper e por último e não mesmo importantes, o abraço de urso vou-quebrar-suas-costelas de tio Emmet. Sem contar com os abraços de lobo de Seth e Andressa.

Tive que mostrar a novidade do meu poder a cada um deles. Carlisle analisou e conjeturou que eu teria dificuldades para projetá-lo quando o que eu quisesse passar não fosse uma sensação minha, por isso tive que me esforçar ao máximo com o escudo da mamãe. Ele também evidenciou que eu teria um aperfeiçoamento quando eu fizesse sete anos, quando o tempo parasse para mim também. Seria aí que os Volturi me veriam novamente, assim concluí.

Depois de encontrar Jacob, também fui ver Charlie, que não escondeu a ansiedade e apressou-se até o chalé para ver minha mãe.

Jacob me levou até La Push para fazermos uma caminha da pela praia. O vento soprava forte e frio, e batia congelante em minha pele, porém isso não era problema já que eu tinha Jacob com os braços à minha volta, exalando sua temperatura ardente por todo meu corpo.

Eu deslizava meus olhos pelas ondas quebrando ao chegar perto da areia, e formando-se novamente mais adiante. O clima estava perfeito – a vista da praia que lembrava minha curta infância, quando eu via Jacob como um irmão mais velho; o som calmo e pacífico das águas do mar; a sensação da proteção incrível que Jacob me passava enquanto segurava minha mão e me prometia que nada poderia nos separar, nem mesmo os sanguessugas almofadinhas de capa preta, como ele dizia.

– Então quer dizer que além de ser uma meio-vampira de poderes especiais, você ainda vai ficar mais poderosa? – ele perguntou quando eu lhe expliquei o que Carlisle dissera.

Poderosa não é a palavra certa – eu disse. – Digamos que vou ser diferente... mais forte.

– Mais vampira que humana?

Pensei por um segundo. Meu relacionamento com Jacob só era possível pela minha metade humana, já que os lobos tinham uma certa aversão ao cheiro de vampiros. Surpreendi-me porque eu nunca havia pensado nisso.

– Isso é problema para você? – perguntei.

Ele sorriu e sacudiu a cabeça negativamente, aqueles olhos fascinantes fechando-se. Parou de andar e pôs-se na minha frente, pegando meu rosto entre as mãos.

– Você sempre será minha Nessie – sussurrou, e enchi-me da convicção de suas palavras. – Meu imprinting.

Jacob inclinou-se e passou os braços em volta da minha cintura, beijando-me com uma intensidade inexplicável. Deixei-me levar pelo encanto do momento, e todas as minhas dúvidas, medos e incertezas futuras desapareceram por completo. Enquanto eu tivesse Jacob ao meu lado, o mais próximo possível de mim, todas as possibilidades poderiam acontecer e mesmo assim nosso amor continuaria intacto, livre de qualquer interrupção.

– Eu aposto que você não pega o maior leão da montanha da floresta – disse ele em meu ouvido, usando um tom divertido e desafiador.

Um sorriso formou-se em meus lábios. Estava começando nossa brincadeira de caça, como nos velhos tempos.

– Sou mais rápida que você, espertinho – eu disse, já me precipitando a correr para dentro do bosque.

Seguindo o cheiro da minha presa e esforçando-me para que Jacob não o capturasse primeiro que eu, fui dominada pela felicidade de tê-lo comigo, de saber que mesmo que tivessem acontecido coisas ruins que colocaram nossas vidas em risco, e ainda teríamos problemas pela frente, nós sempre pertenceríamos um ao outro, sempre nos arriscaríamos pela vida um do outro sem pensar nas consequências, porque sabíamos que nossa ligação ia muito além do nosso instinto de sobrevivência. Ia além do improvável, além das regras impostas, da distinção do nosso próprio ser. Nada disso importava desde que permanecêssemos unidos como um só, desde que vivêssemos na certeza de que era impossível tentar interferir ou impedir um imprinting.


Guardiões da Noite


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Notas finais do capítulo

Bom, primeiramente quero agradecer a TODOS vocês por comentarem, favoritarem e recomendarem minha primeira história aqui no Nyah! Foram vocês que me incentivaram à dar continuidade à Imprinting.
Não tem como citar o nome de todo mundo, mas quero pelo menos dizer o meu Muito Obrigada pelas duas lindas recomendações que recebi, da Belle Eisenberg e da Flavinha Araújo. Isso foi muito importante meninas, eu adorei, muito, muito, muito!
Quero que saibam que AMEI todos os comentários, todas as dicas, elogios e críticas... Isso é essencial para o incentivo de continuar uma história.
Como já falei, pretendo fazer uma segunda temporada da história, inclusive já estou tendo umas ideias na minha cabeça, mas ainda não comecei a escrever.
Estou concentrada na minha primeira fic original ( já postei o primeiro capítulo), Guardiões da Noite, que eu espero ansiosa e animadamente que vocês a leiam também. :D
Obrigada por tudo, vocês são os melhores primeiros leitores que alguém pode ter!
Mil beijos, *-*
Nessie Black