Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 20
Notícia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/333334/chapter/20

Renesmee Cullen’s POV


Em meu sonho, eu estava em frente às altas árvores do bosque, esperando que Jacob aparecesse.

Eu olhava para todos os lados, impaciente, e tentava enxergar entre a mata, mas só havia escuridão e nada acontecia.

Então Jacob surgiu do lado oposto ao que eu estava esperando, os olhos negros me fitando e a boca abrindo-se para falar, mas ele hesitava e nenhum som saía.

Dei um passo em sua direção, mas ele recuou para trás, depois correu para as árvores, e virou-se para mim.

Esperei que ele dissesse algo, agisse de alguma forma, mas nada aconteceu. Apenas o silêncio de suas expressões mudas cortava o ambiente e comprimia o oxigênio, me faltando o ar nos pulmões.

De repente, alo invisível começou a puxar Jacob para dentro da floresta, numa força extrema que ele não conseguia resistir.

Seus pés tentavam tomar impulso para frente, mas o solo úmido apenas afundava com a pressão, a força sobrenatural o arrastando com violência.

Ele olhou para mim com uma expressão apavorada, estendeu a mão direita em minha direção e pareceu desistir, caindo de joelhos e apoiando as mãos no chão para não desabar em terra.

– Jacob! – gritei, sufocada.

Tentei correr até ele, mas meus pés não me obedeceram, estavam imóveis, presos no chão e eu não conseguia movê-los.

A mesma força que levava Jacob ferozmente para longe me segurava ali, impedindo-me de avançar e trazê-lo de volta para mim.

– Nessie! – ele gritou, e sua voz fez um eco de trovão nas nuvens.

O céu escureceu de repente e Jacob sumiu nas trevas, sem nada que eu pudesse fazer.

**********************

Acordei ofegante, as mãos geladas e molhadas de suor, e o coração saltando ferozmente no peito.

Levantei rapidamente e fui até o quarto dos meus pais. Eu tinha certeza que não conseguiria dormir sozinha com o pesadelo se repetindo em minha mente.

Abri a porta e fechei atrás de mim com cuidado.

Eles estavam deitados na cama, mamãe abraçada fortemente com meu pai. Aquela cena amenizou um pouco minha angústia.

– Nessie? – mamãe sentou em um impulso – O que foi meu anjo?

Não consegui falar e pulei no meio deles. Mamãe passou o cobertor por cima de mim e eu tentei respirar fundo, ainda tremendo.

– Foi só um sonho, amor – papai afagou meu rosto. – Durma.

Minha mãe acariciou meus cabelos e beijou suavemente meu rosto.

– Está tudo bem, Nessie. – disse.

Ela pegou minha mão esquerda e eu a apertei com firmeza, depois peguei a de papai com a direita, as uni e coloquei junto ao peito, o toque frio dos dois acalmando as batidas irregulares do meu coração.

Fechei os olhos e concentrei-me na segurança que sentia enquanto estava ali com eles, envolta em suas mãos protetores, e esperei adormecer.

**********************


Ao amanhecer, a lembrança do pesadelo era menos nítida e não muito assustadora. Mas eu lembrava de cada detalhe, principalmente das trevas arrastando Jacob para longe.

Vesti-me sem pressa e, ao olhar no espelho, as olheiras que marcavam meus olhos evidenciavam que eu tivera uma péssima noite.

Fui até a cozinha e empurrei o café da manhã garganta a baixo, procurei por meus pais mas eles não estavam em casa.

Fiquei sentada na mesa, esperando por eles, ou só tentando me concentrar e não pensar no sonho, mas estava difícil.

Papai entrou na cozinha com mamãe atrás dele.

– Bom dia, Nessie! – ele tomou meu lugar e sentou-me em seu colo. Mamãe sentou-se na cadeira ao lado. – Como você está?

– Estou bem, eu acho.

Os olhos de minha mãe eram os mesmos da noite anterior, agora pousados em mim com uma certa cautela.

– Mamãe, pode me dizer o que está acontecendo? – perguntei.

Ela desviou os olhos e suspirou, depois pegou minha mão e me fitou.

– Nessie, nós precisamos nos mudar... por algum tempo. – disse ela.

– Mudar? – uni as sobrancelhas – Por quê? Para onde?

– Vamos para a Ilha de Esme, no Brasil. Lá podemos manter você mais segura, Jane não nos encontrará.

– Jacob já sabe? – soltei a pergunta automaticamente.

Mamãe respirou fundo e olhou para meu pai, como se pedisse algo.

Ele olhou para mim, afagou meus cabelos e falou com sua voz aveludada.

– Ele não pode ir conosco.

As palavras não fizeram sentido, e precisei de um segundo para organizá-la em minha cabeça.

– O quê? – eu disse quando entendi – Não... como assim?

– Jacob tem a alcateia em sua responsabilidade, os lobos mais novos precisam de sua orientação, e Sam não pode ficar sozinho, tomando conta de tudo.

Eu o fitei, minhas mãos começando a tremer.

– Além disso, - continuou – ele não lhe contou, mas Billy está doente. Ele não pode deixá-lo.

Eu ainda o olhava, senti meu rosto empalidecer e minhas pernas falharem. Teria caído se não estivesse em seu colo.

Então eu iria embora, e Jacob ficaria.

Tentei processar as palavras, mas elas não tinham uma ordem correta, uma direção.

Minha boca entreabriu-se, para facilitar a passagem de ar, mas eu não conseguia respirar.

Meu pai tocou minha nuca, inclinando minha cabeça para seu rosto.

– Nessie?

Encontrei seus olhos, ainda incrédula.

Não! – fiquei de pé subitamente, apoiando as mãos na cadeira. – Não, não! Eu não posso, não vou... não vou me separar de Jacob!

– Me desculpe, querida, me desculpe – mamãe ficou de pé ao meu lado, as mãos em meus ombros. – Eu não queria fazer isso com você, mas se ficar, Jane pode atacar outra vez e matá-la! Entende isso? Entende como é difícil?

Minha cabeça começou a girar, meu cérebro processava as informações, mas captava apenas a parte de que, pela primeira vez, eu ficaria distante de Jacob.

Era difícil respirar, difícil pensar, até mesmo me movimentar.

É claro que não senti raiva da mamãe, muito menos do meu pai. Eles estavam fazendo o que sempre fizeram, me protegendo. Era esta a prioridade deles.

Mas desta vez tudo era diferente. Meu Jacob ficaria para trás, e eu sabia que não sobreviveria sem ele.

Em uma imagem oposta ao meu pesadelo, eu seria arrastada para longe à força e ele ficaria aqui, com os pés presos no chão.

A voz rouca e apavorada de Jacob ecoou em meus ouvidos, chamando por meu nome.

– Eu... preciso... preciso de ar – eu disse com dificuldade.

Disparei para a porta e senti minha mãe me seguir, mas logo ouvi a voz de papai.

– Bella, dê um tempo a ela.

Saí de casa e pensei em falar com tia Alice, mas hesitei e andei até poucos metros de casa quando lembrei que meus pais ficariam preocupados.

Encostei em um cedro e deslizei até o chão, derrotada.

Fechei os olhos devagar e concentrei-me em recuperar o fôlego, a cabeça ainda dando voltas.

Entreabri-os e olhei para frente.

Jacob vinha em minha direção, a expressão preocupada. Ele começou a correr até mim.

Sua imagem afundou mais minha angústia. Eu abracei as pernas encostei a testa nos joelhos, desabando em lágrimas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam do capítulo?
Comentem! ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Imprinting" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.