A Exterminadora De Vampiros escrita por Isa Salvatore


Capítulo 13
Para-raio Problema pt 2


Notas iniciais do capítulo

Oooooi pessoal, tudo bem? Gostaram da capa nova? Espero que sim, porque foi o máximo que eu consegui fazer sozinha kkkkk Esperei pelos 10 reviews, mas como eles não vieram, vou postar mesmo assim hehehe

Ta ai a continuação, espero que gostem

Boa leitura :D



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POV EDWARD

Eu já estava endoidando sem noticias. O plano funcionou até agora, e eu realmente achei que estava tudo dando certo, conseguimos sair da casa com a ajuda de Irina e nos esconder na campina. Todos intactos. Até que Kate entrou pela porta acompanhada de Victoria e...só. Mais ninguém. Nada de Bella.      

- Não acredito que a deixaram lá sozinha! - grunhi pela centésima vez.

- Para de soltar fogo pelas ventas Edward, Bella sabe se cuidar. - Victoria.

Não sei o que Victoria fumou, mas essa é a mentira mais absurda que já ouvi.  

- Como pode dizer isso?! Bella é tão descuidada que pode acabar se matando com um tomate! - falei passando as mãos freneticamente por meus cabelos.

- Pare de ser ridículo Edward. - Irina disse revirando os olhos.

- Ridículo é ter nove imortais se escondendo enquanto uma humana arrisca a vida para nos proteger! - gritei - Isso sim é ridículo!

A floresta estava em silêncio. Eu conseguia ouvir os tiros a poucos segundos, mas depois da chegada das duas, tudo ficou extremamente quieto. Quieto até demais.

- Tenha paciência filho... - minha mãe pediu segurando minhas mãos com carinho - Ela vai ligar. Eu sei que vai. - Geralmente ela me acalmava, mas isso não aconteceria hoje.

- Não consigo mãe. Pode estar acontecendo qualquer coisa...ela pode estar precisando de ajuda e eu estou aqui parado arrancando todos os fios dos meus cabelos! - falei frustrado.

- Bella não gosta de carecas. - Alice falou. A encarei com raiva. Era só o que me faltava...A irmã é dela! Ela deveria estar arrancando os cabelos comigo! - É só uma dica. - se desculpou erguendo as mãos em rendição.

- Já chega, eu estou indo até lá. - falei marchando até a porta, mas não antes de ser barrado por Kate.

- Edward, não me faça fritar sua cabeça. - falou segurando meu braço - Não é brincadeira.  Ela nos mataria se deixássemos que voltasse. Que qualquer um de nós voltasse. Vamos seguir o plano. Até agora tudo funcionou.

- E desde quando você está do lado dela? - perguntei me alterando. Se Kate estivesse tramando contra Bella...

- Desde quando ela se arriscou pra salvar meu pescoço. Eu deveria estar estilhaçada no chão da sala nesse momento. - Kate revelou. Todos a olharam chocados. Denalli e Swan se unindo?  - Eu sei, me perguntei a mesma coisa - falou respondendo minha pergunta mental - Sinto muito, mas dessa vez você vai ter que engolir esse seu lado herói e ficar sentado. - falou apontando para a poltrona ao meu lado.

- É Edward, dessa vez a princesa é você. - Emmett riu se jogando no sofá ao lado de Rose. - Senta essa bunda branca na poltrona e espere seu príncipe chegar.

Eu até poderia ter respondido, mas eu sabia que ele já havia passado por muita coisa. Ver Rose sendo torturada e não poder fazer nada, foi algo que realmente o nocauteou. Ele se segurou ao máximo para não arrancar a cabeça de ninguém. Emmett sempre se faz de durão, mas no fundo, é mais sentimental que Bella e Alice juntas. 

Continuei andando de um lado para o outro. Os minutos pareciam se arrastar. Tudo que passava pela minha cabeça foi nossa ultima conversa na cozinha. Podia ouvir a voz dela ecoando no fundo de minha mente, sussurrando " Eu não quero te soltar...", enlaçando minha cintura com seus braços. Eu também não estava pronto para deixá-la ir. Nunca estaria. Quero construir algo ao lado dela, mesmo que isso implique em receber muitos xingamentos, tapas e conviver com uma ladra de camisetas. Já não conseguia pensar em mim mesmo como uma única pessoa, agora seria sempre eu e...

- Bella? Onde você está? Já era para estar aqui faz tempo! - Victoria falou de repente, me tirando do transe.

Bella? Eu ouvi Bella certo?

- Viva voz. - sussurrei. Depois dela apertar um botão, o som de um motor sendo acelerado encheu o cômodo. Mas que diabos ela está fazendo em um carro? 

- Me diga onde... - Victoria continuou.

- É a minha vez de falar. - o tom de voz de Bella demonstrava claramente o quanto estava irritada - Primeiro de tudo, os exterminadores estão apagados. Todos eles. Agora voltem para a mansão e continuem com o resto do plano. - ordenou.

Não aguentando mais esperar para obter as respostas que queria, arranquei o celular das mãos de Victoria. E admito que olhar que ela me lançou, não foi nada amigável.

- Bella, onde você está? - perguntei aflito.

- Edward! - falou aliviada - Você está bem? Estão todos bem?

- Humpf, agora ela fica toda simpatia - Victoria resmungou.

- Eu ouvi isso ai!

- Sim, estamos todos bem. - interrompi antes da conversa virar uma discussão. Pude ouvi-la soltando uma lufada de ar - Quer, por favor, me dizer onde está? - repeti. E ela me ouviu? Ahhhhh...Não.

- E Kate? Ela está...inteira?

- Ela está bem. Eu estou bem. Estamos todos ótimos. Agora me diga onde você está Isabella! - falei começando a ficar impaciente.

- Mesmo depois de tudo, você ainda age como um asno mandão. - falou. Eu sabia que ela estava sorrindo daquele jeito divertido - Eu estou a caminho de uma casa na cidade vizinha.

- Você o que?! Eu achando que você poderia estar em perigo, até mesmo morta, e você decide dar um pulo na cidade vizinha? Simples assim? - resmunguei irritado.

- Deixa de birra Edward. Eu precisei. - falou com aquele tom cansado, e mesmo sem ver, sabia que ela estava revirando os olhos.

Birra?! Birra?! Esse temperamento me deixa doido! Calma Edward...ela está bem, ela está bem e é isso que importa.

- E posso saber o porque? 

- Claro que você pode saber o porque. Ou melhor, pergunte a Victoria.

- Bella, do que est... - Vic.

- Como você deixa sua irmã sozinha em casa?! E ainda mais onde Jacob sabe que ela estaria?! - Bella esbravejou pelo celular.

Victória ficou pálida no mesmo instante. Uma frase com Jacob e sua irmã, era algo que ela realmente não queria ouvir. Seus olhos começaram a lacrimejar. 

- O que aconteceu com minha irmã?! Bella, pelo amor de deus! - falou desesperada, arrancando o celular de minhas mãos.

- Eu ainda não sei. Fique calma. - pediu, mas até eu podia sentir que Bella também estava longe de sentir essa calma toda - Tudo o que sei é que ela não está onde a deixou. Jacob a levou para outro lugar. Estou indo buscá-la. O mais rápido que posso. - acelerou fazendo o motor rugir.

- Isso não pode estar acontecendo... - Victoria deixou escapar um soluço. Segurei sua mão e a guiei até o sofá. Mais um segundo em pé e ela desmaiaria.

- Eu cheguei ao endereço. Fique na linha.

Continuamos esperando. O telefone ficou mudo por um momento e depois ouvimos Bella arrombar a porta e conversar baixinho com alguém.

- Victoria, ela está em estado de choque. Hum... - Bella parecia sem saber o que fazer - Err...Fale com ela.

Vic tentou se recompor rapidamente, para poder passar confiança a irmã.

- Lily? Lily sou eu, sua irmã. Por favor, se acalme. Ela não vai te fazer mal. Ela é uma amiga, essa moça está nos ajudando. Ela vai te trazer para onde eu estou, para um lugar seguro. Confie nela ok?

O silêncio dominou a linha, e  pouco tempo depois, Bella voltou a falar.

- Ela concordou. Estamos indo para aí. - Bella respirou fundo - Me desculpe por ter gritado. Se acalme ok? Ela está a salvo agora. Até daqui a pouco. - desligou.

Victória respirou fundo, parecia extremamente esgotada. Assim que se levantou, suas pernas fraquejaram, a segurei antes que pudesse cair.

- Edward...tudo bem, eu consigo.

- Não, eu te levo.

A peguei no colo, e Victoria não me pareceu muito confortável com essa ideia. Tentei vasculhar seus pensamentos e tudo que aparecia era " Senhor, Bella vai me matar.". E isso confirma minhas suspeitas. Aquele ataque na sala foi ciúme. Então aquela pequena estava morrendo de ciúmes de mim? Ahhh, mal posso esperar para que ela volte.

- Ótimo, vamos para a mansão finalizar o resto do plano. - falei.

Depois de horas espalhando exterminadores pelo pais (de acordo com a autora do plano e Kate, todos acordariam sem se lembrar de nada), finalmente estávamos todos reunidos em casa. As Denalli já haviam partido, mesmo com a insistência de Esme para que ficassem. Até suspeito que Kate e Bella estão se tornando...amigáveis? Menos inimigas? Algo assim. Liguei para a equipe de segurança da festa, para garantirem que ninguém entrasse nos locais proibidos, ou seja, onde Sam estava. Emmett foi até lá para cuidar com que o corpo ficasse limpo, mas o estranho foi que ele disse que tudo parecia normal. Sam não havia um simples arranhão ou sangue espalhado pelo corpo, parecia estar dormindo. Daria um jeito nisso assim que a festa acabasse, e sim, Emmett deu uma festa que durava dois dias.

Victória estava no quarto de hospedes junto com a irmãzinha. A garotinha era adorável, me encantei assim que a vi, mas, infelizmente, possuía algum medo de falar. Muitas das perguntas que eram direcionadas a ela, Lily respondia mentalmente, mas nunca em voz alta. Tenho certeza de que meu pai vai conseguir ajudá-la a se livrar de qual seja o trauma.

Ouvi três batidas leves na porta e em seguida o rosto de Bella surgir entre o vão. Ela estava mais branca que um papel, parecia até desesperada.

- Err...eu posso entrar? - pediu. Quase pude vê-la sussurrando um "Pelo amor de Deus Edward.".

- Claro. - respondi. Era obvio que ela podia entrar, e agradeceria se ela não saísse.

Bella entrou e fechou a porta logo em seguida, ficando visivelmente aliviada. Mas que bicho mordeu ela? Fora isso, ela parecia bem melhor. Não estava aqui quando ela chegou, mas minha mãe me disse que ela estava péssima. Nada que uma boa alimentação e um banho relaxante não resolvessem. As coisas estavam meio bagunçadas por aqui, com Bella tendo que cuidar dos locais em que os exterminadores seriam deixados e da irmã de Victória, então deixei tudo preparado para ela. Com a ajuda de Esme é claro. Ela está usando minha camiseta? De novo?

- Ou eu tenho muito bom gosto, ou você adora vestir roupas de homem. - falei me sentando na cama. Ela sorriu.

- Eu adoro vestir roupas de homem. - falou se encostando no batente da porta com um sorriso travesso nos lábios - Eu ia pegar uma de Emmett, mas você tem um corpo mais parecido com o meu.

- Claro, me esqueci de que sou uma dama. - Bella revirou os olhos - Como está Lily?

- Na mesma. - suspirou - Carlisle está fazendo o que pode, mas ela continua sem falar nada. Falta...um incentivo, não sei. Alice infernizou a pobre garota com bolsas e sapatos. - disse fingindo calafrios.

- Alice é o demônio de salto alto.

- Sem duvidas. - concordou - Mas ela até parecia contente com todas essas coisas de Barbie fashionista.

- Dou graças a Deus por isso. Já não basta uma roubando minhas roupas. - brinquei.

- Nem vem com essa, e eu aposto que fico bem melhor nessa camiseta do que você. - falou convencida. Disso eu não tenho duvidas.

- Tenho certeza de que não veio aqui desfilar para mim, então o que posso fazer por você Isabella? Pareceu meio perturbada quando entrou.

- Ah, nem me lembre. - falou com uma careta de desgosto.

- O que aconteceu? - perguntei rindo de sua cara.

- Fica quieto Cullen! Não é engraçado. - disse fazendo bico. Precisei conter a vontade de morder seus lábios. Eu estava morrendo de saudades dela.

- Então me diz. - falei tentando ignorar o impulso de levantar e agarrá-la.

- Primeiro de tudo, eu preciso de um lugar pra dormir. E seu quarto parece ser o único a prova de sons...esquisitos.

- Sons esquisitos?

- É, você sabe do que eu estou falando. - disse já dando vestígios de rubor. Eu amo quando ela cora...Bella, por favor!

- Na verdade não.

- Arrrrg, eu não quero ter que ouvir minha irmã gemendo o nome do Jasper! Que nojo! - grunhiu.

Me segurei para não rir, ela estava mesmo perturbada. Mas admito que até eu ficaria se tivesse escutado isso. Ainda bem que Emmett e Rosalie saíram e iriam voltar só de manhã, porque se não ela ia ver o que é escutar sons esquisitos.

- Isso é...

- Eu sei. Nojento. - completou.

- O quarto é seu Bella. Fique a vontade. Antes que acabe precisando fazer terapia.

Bella continuou parada olhando ao redor, e já estava começando a me sentir como um estranho em meu próprio quarto. Eu queria agarra-la assim que apareceu na porta, mas a noite foi difícil, e não quero forçar a barra. Talvez alguma distração simples nos ajudasse a descontrair.

- Que tal um jogo? - perguntei indo até meu armário para ver se tinha algo interessante. Que ridículo, eu não tinha nada pior para oferecer? 

- Nada de twister, eu estou moída.

- Xadrez? - sugeri. Bella deu de ombros.

Peguei a caixa completamente empoeirada e a coloquei no chão. Me sentei frente a frente com Bella, ela parecia ansiosa para jogar, ou para me ver perder.

- Tenho uma proposta. - falei.

- E qual seria?

- Quem ganhar escolhe o prêmio, e o outro tem que aceitar sem reclamar.

- Sabe que vai perder não é? - falou cheia de si. Cruzei os braços - Ok, ok, mas já vou avisando, não vou sair pelada para lugar nenhum.

- Eu não apostaria nisso. - falei lhe dando uma piscadela.

- Edward! - falou me dando seu típico tapa no ombro.

- Tudo bem, tudo bem... - me rendi - Vamos ver quem é o melhor - falei tirando o tabuleiro da caixa e arrumando as peças rapidamente.

- Então comece a jogar Cullen. - desafiou.

Já estávamos na quinta partida de xadrez. Era interessante jogar de verdade, sem trapacear lendo o pensamento dos outros. Bella já havia ganhado duas vezes, ela era bem competitiva, analisava cada movimento com uma precisão absurda, até me irritaria se ela não ficasse tão desejável pensativa, com a testa levemente franzida, mordendo os lábios e passando a mão pelos cabelos. Era a rodada final, e quem ganhasse essa, ganharia a aposta. Bella finalmente realizou o movimento, e eu logo em seguida. Só depois reparei na besteira que havia feito. Bella sorriu como uma criança.

- Eu ganhei. - falou me dando um cheque mate.

Esperei que ela me dissesse o que queria, e já estava esperando pelo pior, quando Bella derrubou todas as peças que estavam sob o tabuleiro e se arremessou sobre mim. Finalmente... Pensando bem, quem acabou ganhando fui eu. Enlacei sua cintura antes que seu corpo atingisse o chão. Como eu senti falta disso. Bella me beijava com vontade, aprofundando o beijo cada vez mais. Era intenso, e estava se intensificando a cada segundo, até que tudo começou a pegar fogo. Em um nano segundo, me levantei a puxando comigo, sem permitir que ela ficasse um centímetro sequer longe de mim. Esbarrávamos em todo canto do quarto, mas eu não estava nem ai, e tenho certeza de que ela também não. Bella enlaçou as pernas em minha cintura, me deixando ainda mais doido. Sem pensar a prensei contra a parede, a beijando com voracidade e desejo. Minhas mãos dançavam por suas costas enquanto as suas passeavam por meus cabelos. Nos separamos apenas para que ela pudesse respirar. Meu Deus...Acho que até eu preciso respirar.

- Eu senti sua falta asno. - sorriu - Não vai se livrar de mim tão cedo.

- Estou contando com isso. - falei retribuindo o sorriso. E foi a primeira vez na noite que pude vê-la de perto. Ela não saiu ilesa do ataque - Eles machucaram você. - falei contornando a linha roxa abaixo de seus olhos. Ela sorriu fraco, e continuou me olhando, podia jurar que ela conseguia ver muito além de mim.

- Edward...Você seria capaz de me amar? - perguntou com aquele olhar de menininha assustada. A pergunta me pegou de surpresa, mas eu seria capaz de tudo por ela. Caramba, como é possível sentir isso por alguém?

- Eu já sou, pequena. Eu já sou. - Bella respirou fundo.

- Eu quero tentar Edward - revelou baixinho me surpreendendo.

- O que? - perguntei piscando freneticamente, como se entre uma piscada e outra, ela fosse sumir. Ela disse isso mesmo?

-  Eu entendo o que falou sobre estar prestes a perder algo e só ali reparar o quanto quer isso, e este ataque foi meu despertar. Eu não quero te perder Edward. De jeito nenhum.  

- Bella não brinca comigo. - falei assustado. Se ela dissesse que isso era pegadinha, eu ficaria muito irritado.

- Eu estou falando sério Cullen. - disse com um sorrisinho no canto dos lábios - Eu quero tentar.

Mal pude conter a gargalhada que escapou de minha garganta e o sorriso que encheu meu rosto. A agarrei em um abraço, girando pelo quarto, tirando gargalhadas dela. A puxei novamente pra mim, mas dessa vez a beijei com delicadeza, quase em câmera lenta, saboreando o momento. Eu finalmente poderia dizer que Isabella Swan era minha. E isso me fazia querer gritar e correr até o Alaska. Eu não esperava essa atitude dela, sinceramente achei que demorariam meses até que ela se rendesse, mas só quem já passou por essa situação, ao estar prestes a perder aquele que ama, sabe do que estou falando. É desesperador. Pude sentir Bella rir em meus lábios.

- Vai ficar com esse sorriso besta no rosto até quando?

- Está falando do meu ou do seu? - perguntei. Já pude ver suas bochechas tomando um tom vermelho.

- Cala a boca Edward. - falou envergonhada, escondendo o rosto em meu pescoço.

- Hei, acho bom me tratar bem, se não faço você voltar pro quarto de hóspedes e ouvir sua irmã...

- Não! - falou de imediato - Não, por favor. Eu prefiro dormir do lado de fora.

- Foi tão ruim assim?

- Como você se sentiria se ouvisse sua mãe...

- Tá! Tá! Deus, não me faça criar uma imagem mental! - rapidamente ergui uma barreira em minha cabeça. Não, eu não iria imaginar isso. 

- Posso dormir aqui ou quer que eu continue a falar? - perguntou com um olhar diabólico.

- O quarto é todo seu. Que isso, não precisa de mais ameaças.

Bella sorriu vitoriosa. Como se ela já não soubesse que iria ganhar. Ela continuou parada olhando ao redor. Eu queria muito saber o que ela estava pensando. E quando não se pode ouvir mentalmente...

- Posso saber no que está pensando? - perguntei.

- No quão pouco sei de você. - respondeu de modo casual.

Bella começou a andar de um lado pro outro, podia ver a curiosidade em descobrir mais sobre mim, correndo os dedos sobre os títulos de meus livros, meus Cds...Até que parou em minhas fotografias. Não continha muitas recordações de minha infância ou de todos esses anos. Só algumas de formaturas que fui obrigado a fazer e refazer várias vezes. Mas ela se interessou pela única recordação registrada de quando eu era criança. Eu parecia um leão da Parmalat naquela foto.

- Desde pequeno tinha esse cabelo emaranhado. - ela sorriu tocando a foto como se pudesse sentir a textura de meus fios acobreados.

Bella devolveu a foto e continuou olhando as outras que preenchiam meu mural, "presente" de Alice, daqueles que não interessa se você não gosta ou não precisa, é aceitar ou morrer. Até que ela pegou a foto mais recente que eu havia colocado ali. Uma foto nossa. Pedi ao fotógrafo para revelar aquela que ele havia nos pegado de surpresa e me entregar no final da festa.

- Gostou? - perguntei rodeando sua cintura. Admito que cada atitude minha em relação a ela era feita com um puta medo de ganhar um soco no rosto, mas pro meu alivio, ela se aconchegou em meus braços.

- Ficou ótima. Seu cabelo até parece digno de um imortal. Não parece o ninho de sempre.

- Hei! - Bella deu uma risadinha.

- Me responde uma coisa? - perguntou mordendo o lábio. Ela não tinha a menor ideia de como isso me afetava.

- Não vou te dizer qual shampoo eu uso. De jeito nenhum.

- Deus me livre. - meu cabelo é tão horrível assim? - Eu nunca te perguntei isso. Quantos anos têm?

- Isso é realmente necessário? - Bella assentiu.

- Não sei quase nada sobre você, não seja egoísta. - fez bico.

Com essa carinha fica difícil recusar.

- Eu tenho 119 anos. - respondi, e Bella tentou não parecer chocada.

- Ual - falou prolongando a palavra - Você é bem idos...experiente na vida. - sorriu amarelo. Definitivamente ninguém havia me chamado de idoso antes.

- Pois é, eu não deveria estar com uma menina tão bonita e com uma pele sem rugas. - falei tentando fazer uma voz de vovô. Bella se segurou para não rir.

- E eu não deveria beijar um velho. É nojento. Deveria sentir repulsa total. - falou brincalhona.

- Então porque continua se aproximando? - falei já sentindo sua respiração soprando em minha pele.

- Não é minha culpa se esse velho continua um gato. - gargalhou.

- Sim, eu sou o velho mais popular do asilo. Sou o terror das velhinhas.

- Não sei se fico com ciúme ou dou risada.

- Eu prefiro a parte do ciúme.

- É agora que eu te bato e vou dormir no sofá?

- A não ser que queira ouvir sua irmã, sim. E aliás, sua cota de ciúme já acabou por hoje.

- Minha cota de ciúme? - perguntou confusa.

- Sim, ou pensa que não reparei como ficou quando me viu com minha caixa de todinho? - sorri de modo sorrateiro.

Mas admito que ela não teve a reação que eu esperava.

- Então é sua caixa de todinho? - falou cruzando os braços e arqueando a sobrancelha, coisa que ela sempre fazia quando minha resposta podia me ferrar.

Um letreiro brilhoso surgiu em minha cabeça com a palavra "Perigo!", seguido de uma sirene de alerta.

- Não? - sugeri sorrindo amarelo.

- Edward vocês estavam se comendo na minha frente! - disse se afastando.

Não era bem essa cena de ciúme que eu estava imaginando. Lá se vai o clima agradável.

- Bella eu só estava me alimentando. Eu não podia mais ficar amarrado feito um inútil e ver aquele idiota tentar bater em você e machucar minha família. E aquele sangue na sua mão...

- É  a prova de que eu sei me cuidar. Se não fosse por Kate, ele já estaria morto. - falou com convicção - Edward não precisa se sentir responsável por mim e...

- Eu me sinto. Já é tarde para me pedir que seja diferente.

- Não precisa ser o herói o tempo todo.

- Eu sei que não gosta de parecer a princesinha indefesa mas...

- Esse não é bem o ponto. Eu nunca tive alguém cuidando de mim. E acredite, eu gosto que seja você. Mas não conseguimos ajudar todo mundo. E vejo o quão irritado fica consigo mesmo até quando me arranho e você não pode impedir.

- Bella...

- Só relaxa Edward. Mesmo quando não consegue me ajudar, eu sei que tentou. - falou me dando um beijo suave no rosto - E já salvou minha vida várias vezes. Inclusive de uma árvore assassina.

-  Então tente não se matar o tempo todo, ok? - pedi.

- Não prometo nada. - falou.

- Eu também não.

- Eu posso negar, você vai cumprir e ponto final Cullen. Ou se não vai acabar ficando careca antes de completar 500 anos. E se morder mais alguma garota na minha frente, eu castro você. - esperei pela risada, mas ela não veio. Bella não estava brincando mesmo.

- Eu vou cumprir e ponto final? Desde quando ficou abusada desse jeito? - perguntei surpreso.

- Sempre fui, mas antes eu controlava, pois tinha certeza de que você e sua família iriam enfiar os dentes em mim. - falou imitando presas com os indicadores.

- Ainda posso fazer isso. Não precisa se preocupar Bella, a única garota que eu vou morder é você - falei correndo meus dentes por seu pescoço, pude sentir Bella dar uma leve tremida - Ficando arrepiada Isabella? - sussurrei em sua pele.

- Ed...Edward...não me provoca. - pediu em meio a um suspiro.

- E porque não? - indaguei. Eu poderia fazer isso o dia todo.

- Porque eu vou retribuir. - sem hesitar Bella mordeu meu lábio, arranhando minhas costas, fazendo meu corpo colar ainda mais ao seu. Puta Merda! Senhor...

Do meu lábio ela foi para o meu pescoço, e mal pude conter o rosnado que escapou de minha garganta. Bella realmente não é de brincar quando o assunto é devolver na mesma moeda. Eu já a segurava de forma possessiva, ela não sairia daqui de jeito nenhum. Quando Bella chegou a meu lóbulo, saí do controle. Capturei os lábios dela com desespero. Meu Deus, eu estou enlouquecendo! Suas mãos se infiltraram em meus cabelos, daquele jeito familiar. Eu me sentia humano de novo quando estava com ela. Simplesmente sentia de novo. Minhas mãos se infiltraram em sua camiseta, me permitindo sentir a maciez de sua pele na base de sua cintura. E Bella não estava muito atrás, passeando por minhas costas. Só percebemos que estávamos indo longe demais quando rasguei grande parte de sua camiseta, fazendo uma abertura do pescoço até o meio de suas costas. Meu Deus, isso foi...quente. Bella me deixou em êxtase.

- Acho melhor eu ir dormir. - falou ofegante. Se precisasse respirar, estaria, sem duvidas,  no mesmo estado.

- Bella, me desculpe, eu...passei dos limites. - ela estava mais vermelha que um pimentão, evitando olhar para mim. - E desculpe por ter rasgado...minha camiseta? Não, pera...

- Tudo bem...eu...vou pedir uma roupa a Ali... - Bella pensou melhor e logo mudou de ideia - Pode me emprestar outra camiseta?

- Fique a vontade pra...pra pegar o que quiser. - falei. Eu preciso dar uma volta, ou de um banho congelante. Vampiros agem com extinto quando se tratava desses assuntos, e era difícil voltar ao normal - Eu vou deixar você dormir. Err...Boa noite Bella. - falei lhe dando um beijo no rosto.

- Boa noite.

POV BELLA

Meu Deus, o que foi isso? Eu estou em chamas até agora! Eu era feita de sensações em seus braços. Fiquei embriagada com os lábios dele, seu cheiro... Senhor, preciso de um banho gelado urgente! Peguei outra camiseta, uma toalha e corri para o banheiro. Jesus, se ele entrasse por essa porta agora, faria tudo de novo. Caramba, desde quando me atiro em alguém assim?! Liguei o chuveiro e entrei rapidamente embaixo, sentindo o frescor da água ir acalmando minha pele. Edward, Edward, Edward... Era tudo que eu conseguia pensar e nem mesmo a água conseguia limpar isso. Quando meus dedos já estavam começando a ficar enrugados, decidi sair. Vesti-me novamente.

Estava recolhendo meus pertences pelo banheiro quando senti um vento frio soprando em minhas costas. A temperatura despencou de um segundo para o outro. Podia até ver aquela fumacinha saindo de minha boca. Que isso?! Não estava tão frio assim. Bom...Talvez seja só paranoia, acabei de tomar um banho frio, é claro que a temperatura cairia. Afastei os pensamentos e abri a porta. Senti todo o meu sangue congelar e um arrepio monstruoso escalar minha coluna, fazendo meu couro cabeludo pinicar. Minha garganta se fechou como uma porta, minhas pernas amoleceram e podia sentir meu estomago revirando. Meu Deus, eu vou cair dura aqui mesmo!

- Olá filha. - ela permaneceu com a boca fechada, mas sua voz soou dentro de minha cabeça.

A minha frente, flutuando como uma pluma, estava o espirito de minha mãe. Ela reluzia a luz da Lua, fazendo sua pele cintilar com um singelo tom de prata em sua forma translucida. Ela parecia feliz e ao mesmo tempo tensa em me ver. E eu só permaneci em estado de choque.

- Está tão crescida minha pequena. - falou sorrindo gentilmente. Ela levantou a mão com hesitação, se aproximando de meu rosto, mas tudo que consegui fazer foi me afastar - Não tenha medo de mim filha. Sou eu. Sua mãe.

Eu sabia que era minha mãe! Mas era para ela ter atravessado a ponte, ido para a luz, estar no céu...Meu Deus, minha mãe está na minha frente! Puta que pariu, minha mãe está na minha frente! Eu vou vomitar...Apoiei as mãos nos joelhos e comecei a hiperventilar feito doida.

- Por Deus, se acalme...está até parecendo sua irmã quando descobre que o salto do sapato preferido quebrou. - falou afagando minhas costas. Aos poucos fui me sentindo melhor. Isso me lembrava do jeito que ela cuidava de mim durante as tempestades. Se eu não tivesse visto o espirito, juraria que minha mãe estava aqui em carne e osso.

Respirei fundo e me endireitei. Caminhei até a cama de olhos fechados, esperando que quando os abrisse, ela não estaria mais aqui. Mas quando os abri, ela estava sentada a minha frente. Caralho, eu pirei!

- Filha, preciso ser rápida. Não era para você estar me vendo. Tomei um susto quando olhou diretamente para mim. Usualmente você passa por mim, e só.

- Você tomou um susto! - caçoei - Imagine eu! - falei ainda assustada - É claro que não era para eu estar te vendo! Você está...morta! Meu Deus, isso é loucura...- falei agarrando meus cabelos.

- Isabella Marie Swan, se acalme! - falou naquele tom autoritário que conhecia tão bem - Sabe porque está me vendo?

- Sei. Eu pirei. - afirmei. Ela sorriu por um momento.

- Não, minha querida. - ela suspirou - Porque você não é mundana.

- Mundana? E o que isso significa? - perguntei. Isso é linguagem espirita?

- Alguém do mundo dos humanos.

Puta merda. Isso é muito para a minha cabeça. Eu achei que aquele vampiro havia me transformado em algo, quando na verdade, eu nunca fui humana? Mas que porra é essa?!

- O que eu sou? - perguntei.

- Me desculpe filha, não tenho essa resposta.

- Porque está aqui? - faltava pouco para que eu gritasse por Edward. Podia ser minha mãe, mas ainda me assustava pra caral...

- Olha a boca menina! E não, não precisa chamar seu namorado.

- Ele não...bom...

- Mães sabem das coisas. Confie em mim. Ficaria feliz em tê-lo como genro se ainda estivesse...bem...viva. - sorriu amarelo.

Ela combinou isso com Esme? Só pode ser. Ela nem o conhecia, como poderia saber?

- Acredite, eu o conheço. Ele é um ótimo rapaz, nem tudo é o que parece. Os dois descobrirão sobre o passado. E ficarão terrivelmente surpresos, principalmente ele. Esse garoto merece ficar em paz. Ele carrega um peso que não é dele. A culpa o consome por...  

Estava pronta para enchê-la de perguntas, mas seu espirito começou a perder a luminosidade. Ela não podia me assustar desse jeito e ir embora assim. Ela não...ela não podia ir. 

- Ele está perto, filha. Preciso ser rápida.

- Ele...ele quem? Mãe! - senti meus olhos pinicarem. Lá estava ela, partindo novamente.

- Seja forte, querida. Não deixe o ódio te dominar. Se o seu coração disser para ir para a direita, você vai. E se ele disser para perdoar, você perdoa, não importa o que tenha acontecido. - seu espirito começou a tremular - Se você está me vendo, é porque um deles está perto, te aproximando ainda mais do veredito final. Eu vou chamá-lo, não fique sozinha, confie sempre nele. Eu te amo filha. - soluçou e me deu um beijo na testa.

- Quem? Quem está perto? Mãe! Mãe não me deixa de novo! Por favor... - gritei entrando em desespero. Eu não sei o que está acontecendo!! Quem está vindo?!Pude ouvi-la retomar o folego para falar, mas ela não o fez. Seu espirito esvaneceu.

Isso não aconteceu de verdade. Não pode ter acontecido. Eu estava paralisada. Minha mãe apareceu, eu não sou humana, e tem alguém atrás de mim. Eu estou confusa! Eu só queria minha...minha mãe.

- Bella? Me chamou? - Edward perguntou adentrando ao quarto. Assim que me viu, seu rosto tomou aquele ar superprotetor - Pequena...porque está chorando? O que aconteceu? - perguntou segurando meu rosto entre as mãos.

Não havia nem percebido que estava chorando, inclusive de soluçar. Nunca fiquei tão grata por ele ser esse asno superprotetor e estar aqui comigo. Então era ele. Era nele que eu devia confiar. Isso minha mãe não precisava ter pedido, eu confiava completamente nele.

- Edward... - solucei e abracei seu pescoço sem vergonha alguma.

- Calma...eu estou aqui. - me consolou me dando um abraço reconfortante. Me aconcheguei em seus braços e chorei. Eu não aguentava mais isso. Essa coisa de marca, de alguém me perseguindo, olhos azuis e ver minha mãe...foi intenso. 

Chorei pelo que pareceu uma eternidade, e Edward não me soltou por um segundo sequer. Continuava sempre sussurrando que tudo ficaria bem, enquanto alisava meus cabelos. Ele havia se encostado na cabeceira da cama e me mantinha em seu colo, como se eu fosse um bebê.

- Bella, me diz o que aconteceu. - falou, e era quase surreal o modo como ele parecia sentir o mesmo que eu estava sentindo, como se minha dor se tornasse a sua.

Eu queria explicar toda essa loucura, mas simplesmente não saía. Eu só queria ficar ali com ele e fingir que isso nunca aconteceu.

- Hoje não, por favor... - pedi.

- Tudo bem, tudo bem...- falou beijando meus cabelos - Vem, precisa descansar.

Eu já não estava mais aguentando ficar com os olhos abertos. Esse definitivamente foi o meu limite. Estava me sentindo tonta. Me enfiei embaixo das cobertas e deixei minha cabeça tombar no travesseiro. Mas ainda faltava algo.

- Edward? - chamei já sentindo o torpor do sono me invadindo.

- Sim? - perguntou enquanto me cobria.

- Pode me fazer outro favor?

- O que quiser.

- Pode ficar comigo hoje? - falei. Se ele dissesse que não, acho que choraria de novo. Caramba, pareço um bebê resmungão! Mas eu não me sentia segura sozinha.

- Não estaria em outro lugar.

Edward se deitou ao meu lado e me puxou para seus braços. Deitei em seu peito e finalmente achei a paz que estava faltando para que eu dormisse. Mas eu ainda precisava dizer algo a ele.

- Edward...lembra da pergunta que me fez na festa?

- De qual exatamente estamos falando?

- De quando estávamos sozinhos. - falei bocejando - Se alguém seria capaz de te amar.

- Sim. Eu me lembro.

Me aconcheguei em seus braços pousando minha mão em seu peito, já sentindo minha mente se desligando.

- Eu acho que sou. - falei sendo dominada pela exaustão.

POV EDWARD

Fiquei a noite inteira com ela. Acho que foi a melhor noite da minha existência. Bella era capaz de me amar. Era só nisso que conseguia pensar. Finalmente algo está dando certo para mim.

Já era de manhã, e a deixei dormindo para ajudar minha mãe com o café, afinal, agora haviam três humanos para alimentar, e nem um de nós cozinhava algo a quase 200 anos, então toda ajuda era bem vinda.

Depois de terminar de ajeitar a comida, subi para acordar Bella para o café da manhã, mas acabei me deparando com um tumulto em frente a porta do quarto de hospedes. Lily havia se trancado no quarto e não queria sair de jeito nenhum. Ela esperou Victoria sair para trancar a porta e ficar sozinha. Poderíamos ter arrombado, mas Carlisle disse que ela ficaria ainda mais assustada.

- Eu posso entrar pela janela. - sugeri - Posso ler os pensamentos dela. Vai ser mais fácil acalmá-la.

- Acho que vale a pena tentar. - Vic me encorajou.

- Tudo bem filho. - Carlisle.

Fui para o lado de fora e pulei até o parapeito da janela. Lily estava encolhida em um canto, e assim que me viu, seus olhos se arregalaram. Abri a janela com calma e entrei.

Não chega péito. (N/A: é linguagem de criança ta gente? Não é nenhuma lingua estrangeira haha)

- Eu não vou machucar você. Só quero conversar. - falei suavizando ainda mais a voz.

Lily sacudiu a cabeça freneticamente, fazendo um bico de choro. Decidi parar de me aproximar, ela não cederia tão fácil. Me sentei na beirada da cama, ficando a uma distância considerada "segura" por ela.

- Lily, está tudo bem. Queremos te ajudar. Sua irmã está muito preocupada com você.

Pla você é Lilian. E minha imã não liga pla mim. Só qué sabê de áimas e veibena agola.

- Sua irmã te ama pequena.

Lily me olhou espantada. E não, não consigo chamá-la pelo nome.

Consegue lê meus pensanentos?

Sorri com seu embaraço com as palavras. Ela é a criança mais adorável que já conheci. Sua voz era delicada e tímida, e seu rosto, angelical.

- Sim. Já que não gosta de usar a voz, podemos conversar desse jeito. - e ela não perdeu tempo.

Pulquê aquela eteminadola foi me buscá? Eteminadoles machucalam meu papai.  

- Aquela exterminadora se chama Isabella. Ela ajudou sua irmã a se livrar das armas e da verbena. Agora ela vai ter todo o tempo do mundo para se dedicar a você.

Ela...ela não vai mais matá vampilos?

- Não. Essa exterminadora, Bella, se arriscou para nos ajudar e a ajudar vocês. Ela foi te buscar porque queria te proteger. De alguma forma, ela sabia que não estaria segura.

Minha imã conto pla ela. Eu...eu tava com muito medo. Ela...ela bateu em todos eles. Nos eterminadoles. Eles...eles não são do memo time?

- Bella caça porque alguém...um vampiro... - Eu - assassinou os pais dela. Ela cresceu sem ninguém. A vampira que te torturou com bolsas e sapatos, é irmã dela.

Lily arregalou os olhos. Ela me olhava como se eu estivesse contando alguma história de aventura.

A eteminadola? Com uma imã vampila? Que doidela cala!

- Sim. Ela sofreu esse tempo todo sem a irmã.

Ela se peideu da imã? Ela deve te ficado tliste.

- Sim, ela ficou. Começou a caçar para vingar os pais. Mas a partir do momento em que nos ameaçaram, ela...

- Eu mudei de lado. Não é certo deixar que pessoas ótimas como eles sofram por minha causa. Eles são como...uma família para mim - Bella falou terminando de entrar pela janela - Bom dia Lily - disse com a voz suave e se aproximando devagar dela.

Oi

Eu ouvi sua resposta, mas para Bella, ela ainda continuava sem responder.

- Lily, sei que está assustada com tudo isso, e não confia em mim, mas sua irmã precisa de você. Não sei o que Jacob disse sobre isso, mas era mentira. Ele estava ameaçando sua irmã.

O que? Mas...

- Como sabe de tudo isso? - perguntei a Bella.

- Victoria me disse. Ela só está fazendo isso tudo, por você. Jacob disse a ela que se não fizesse o que ele queria, ele iria machucar você. - falou se ajoelhando em frente a ela - Sua irmã só estava fazendo isso para te proteger.

Pude ver lagrimas se formando nos olhos de Lily. Ela era uma criança tão doce e gentil, que era triste ter que vê-la passar por isso. E mais uma vez, Jacob estava acabando com a vida de alguém. Falando em Jacob, não o vi em lugar algum. Onde esse desgraçado se meteu?

- Sinto muito pelo que aconteceu. Ninguém deveria passar pelo que passaram. Mas preciso que se esforce, porque lá fora tem alguém que te ama e está disposta a fazer de tudo por você. Consegue ser forte? Pode fazer isso?

Eu podelia tentá.

- Ela disse que vai tentar. - falei. Bella me olhou como se eu fosse louco, e só ai me lembrei de que não havia contado a ela sobre meu dom - Depois eu...ah, depois. - Bella me olhou desconfiada, mas concordou, voltando a falar com Lily.

- Estou orgulhosa de você. - disse - Seja forte e farei o que for preciso para ajudar vocês a terem uma vida normal. Acabou Lily, seu pesadelo já acabou.

Lily enxugou os olhos e abraçou Bella, a pegando completamente de surpresa. Ela estava sorrindo a beça por estar ajudando, e eu estava completamente orgulhoso disso. Lily abriu a porta e pulou nos braços de Victoria, que se debulhou em lágrimas nos braços da pequena. E o que mais nos surpreendeu foi o que veio a seguir.

- Eu te amo Vic. - Lily afagou a face espantada da irmã - Selei a cliança mais fóite desse mundo. Vou cuida de você imãzinha.

A cena era de se emocionar. Não sei pelo que elas passaram, mas parecia ser sério. Estava tão concentrado que mal percebi Bella se aproximando de mim.

- Bom dia para você também. - falou me dando um beijo no rosto. Ignorei seu beijo e roubei um selinho.

- É incrível o que está fazendo por elas.

- Eu não fiz nada Edward. Elas precisam se entender. Ela é uma criança incrível, sei disso. Quero que ela tenha a vida que eu não tive. - seus olhos brilhavam enquanto ela olhava o momento de ternura entre as irmãs, assim como Alice estava fazendo. Quase pude ver as duas brincando quando crianças.

- Vamos deixá-las sozinhas. Elas precisam conversar. - Carlisle.

Concordei e guiei Bella para fora do quarto. Descemos e ficamos na sala.

- O casalzinho se entendeu? - Emmett disse com aquela cara de sacana.

- Você não muda mesmo não é? - Bella.

- Isso tudo é amor reprimido sabia Bells? No fundo você me ama. - falou dando uma piscadela a ela.

Bella revirou os olhos mas retribuiu a piscadela, rindo logo em seguida. Estávamos todos conversando, quando um barulho alto veio da garagem, silenciando a todos. Pude ver o olhar de Bella perder todo o brilho e se tornar negro, cheio de raiva.

- Bella... - Victoria chamou alarmada parada no final da escada - É o que eu estou...

- Sim. Eu prometi não foi?

Victória concordou, porém deu um olhar significativo para a pequena grudada em seus braços. Eu estava preocupado com o que tinha na garagem, e parecia ser importante. Ontem nem passei perto, e não ouvi nada vindo de lá, então não fazia a mínima ideia do que era. Os pensamentos de Vic estavam muito confusos para que eu entendesse algo. Decidi seguir o conselho de Bella e não bancar o superprotetor, mesmo que isso fosse contra minha natureza.

- Lily...Que tal irmos tomar um sorvete? - ofereci e vi os olhos dela brilharem.

Victória e Bella me olharam completamente agradecidas. O que quer que fariam, não queriam que a pequena visse.

- Eu adolalia titiu Ediu..Edwia... - disse se esforçando para pronunciar meu nome - Posso te chamar só de titiu? - pediu fazendo a carinha mais fofa que já vi.

- Claro que pode - sorri - Vem, vamos nos acabar no sorvete.

- Se comporte ok mocinha? - Victoria falou.

Lily concordou tímida. Estendi minha mão e ela logo a pegou.

- Leve meu carro. O seu está na garagem. - Bella disse me estendendo as chaves.

- Tudo bem. Eu volto logo. - falei lhe dando um beijo casto. Lily nos encarou sorrindo, deixando Bella vermelha.

- Pulque  a titia Bella muda de coi? - me perguntou - Eu também quelo. - falou deixando-a ainda mais vermelha.

- Depois ela te ensina. - sorri.

- Vai logo tomar esse sorvete Edward. Não a deixe esperando. Se divirta mocinha. - Bella disse a Lily e depois sussurrou algo em seu ouvido.

- Clalo titia. - sorriu - O titiu Eguard vai estar plotegido.

- Ótimo. Se cuidem. - Bella.

Aproveitando que o tempo estava como sempre, uma droga, pude sair com Lily sem me preocupar em brilhar no Sol. Não tínhamos muito o que fazer em Forks. Aqui não haviam parques, praças ou algo do tipo. Só uma pequena sorveteria que sempre estava lotada com todas as crianças da cidade. Lily se agarrou em minha mão, o que já era de se esperar, já que todos estavam gritando feito doidos. Ahhh se fossem meus filhos...Bella com certeza teria uma conversa séria com eles.

- Quer ir embora princesa? - perguntei me ajoelhando para ficarmos na mesma altura.

- Eu...eu quelia solvete. - falou com a voz manhosa mexendo na barra do vestido - Mas...mas pulque eles glitam tanto titiu Eguard? Palece que estão em guella.

- Que tal comprarmos o seu sorvete e irmos para outro lugar em que não haja guerra?

- Você consegue titiu? Palece impussivel pegá um solvete.

- Eu tenho um truque. - não queria usar, mas tinha - Vem cá.

Peguei Lily no colo e fui até Jéssica, a atendente que sempre me mandava indiretas nada discretas. Pelo menos essa paixonite serviria para alguma coisa. Assim que me viu, esboçou aquele sorriso seboso. Não gostava de tratar as mulheres de um modo rude, mas ela realmente me irritava.

- Edward! Que surpresa! Não precisa esperar na fila, você é um cliente especial. - Não disse? - O que vai querer para hoje hein? - falou. E aposto que ela não estava oferecendo só o sorvete.

- Quais sabores quer princesa? - perguntei a pequena criança que estava escondida no vão de meu pescoço.

- Eu gosto...eu gosto de chocolate e molango. Muuuuito chocolate.

- Você ouviu. É ela quem manda. Capricha no chocolate e no morango. - falei a atendente.

- Sabe Edward, a gente podia sair. Há tempos estou querendo te pegar de jeito. - falou na maior cara de pau, me puxando pela gola da camisa. Ela não reparou que tem uma criança no meu colo? - Você é tãããão quente! - disse me dando um beijo no canto da boca. Meu Deus, alguém me ajude.

- Escuta aqui galota. - Lily falou colocando o dedo no rosto de Jessica, surpreendendo a todos - O titiu Eguard é da Bella, e ele não vai queler nada com uma feiosa feito você. Agola pega meu solvete. E já sabe, caplicha no chocolate. - Lily ordenou cruzando os braços. Jéssica ficou tão sem graça que rapidamente obedeceu.

- Minha heroina! - gritei girando Lily. Essa foi incrível. - O foi isso hein?

- A titia Bella me pediu pla ficar de olho em você. E você é da titia e de mais ninguém não é? - concordei sorrindo - Então eu vou te ploteger dessas inxilidas.

Dessa vez não pude conter a gargalhada. Lily era o tipo de criança que da vontade de apertar, apertar e apertar... Jéssica trouxe o sorvete embalado para a viagem e nos entregou. A paguei e saímos da sorveteria inteiros, não antes de Lily fazer um silencioso "estou de olho em você" ,com os dedos, a Jessica. Mal a conheço e já adoro essa garotinha. Entramos no carro e partimos para a entrada da floresta. Caminhamos um pouco e logo estávamos onde eu queria. Chamavam esse lugar de "Terra das borboletas". Eu sabia que ela gostaria. Lily parecia estar em um sonho, seus olhos brilhavam mais do que qualquer diamante. Ela pulava, gritava, gargalhava, como qualquer outra criança, enquanto as borboletas dançavam ao seu redor. Depois de brincar ela correu até mim, se jogando em meus braços.

- Isso é inclivel titiu! - falou radiante.

- Sabe como pode ficar melhor?

- Tem como? - perguntou surpresa deixando a mostra a janelinha em sua boca.

- É claro que tem! - falei pegando a sacola - Duas palavras, chocolate e molango! - disse imitando seu modo de falar.

Lily comemorou como se eu tivesse acabado de anunciar que ela era a ganhadora do premio Nobel. Poucos minutos depois, a boca dela já estava completamente coberta por chocolate. Victória ficaria em êxtase em vê-la assim, tão sorridente e brincalhona. Acho que esse momento merece ser registrado.

- Hei princesa do chocolate! Que tal uma foto?

Lily se sentou ao meu lado e me deu um beijo estalado no rosto enquanto eu registrava o momento.

- Eu quelo ser o fundo de tela! Por favooor. - implorou.

Como dizer não a alguém cheio de chocolate? Troquei imediatamente o plano de fundo. Depois de mais algumas danças entre as borboletas e limpar o rosto, decidimos voltar. Mal estacionamos o carro e Emmett veio até nos.

- E ai? Se divertiram? - ele tentava parecer alegre, mas eu sabia que havia algo errado. Lily concordou sorridente. - Alice tem um presente para você lindinha.

- Jula?

- Juro. Ela está na campina. Vem, vamos até la?

- E o titiu Eguard? - perguntou tristonha.

- A titia Bella está esperando ele com uma...surpresa. - falou, e não gostei nada de como isso soou.

- Ah então tá. - sorriu - Tchau titiu Eguard.

- Tchau princesa. Até mais tarde.

Lily foi andando na frente e Emmett veio com o papo que realmente interessava.

- Ele estava na garagem. Jacob. Eles estão lá dentro. Bella, Victoria, Jasper e ele. Acho melhor você ficar também, cara. Porque aquilo está longe de ser uma brincadeirinha.

- Não deixe Lily desconfiar de nada.

- Tudo bem.

Assim que os dois desapareceram, adentrei a casa, e a primeira cena que vi foi Jacob preso em uma cadeira levando murros e murros de Victória. Bella estava afastada conversando com Jasper, segurando seu rosto entre as mãos, o obrigando a olhar para ela.

- Não vale a pena Jasper! Se alguém vai fazer isso, vai ser a Victoria!

Bella eu vou acabar com a raça desse desgraçado! - Jasper trincou os dentes.

- O que está acontecendo aqui? - perguntei.

- Olha só! Chegou quem faltava! O vampiro Dexter! - Jacob disse sorrindo, mesmo com uma enxurrada de sangue saindo de sua boca.

Não lhe dei atenção, embora soubesse que ele se referia ao que fiz aos pais de Bella. Como esse merda sabe disso? Me aproximei dela e de Jasper.

- O que esse desgraçado está fazendo aqui? - perguntei.

- Eu prometi isso a ela. Jacob não vai mais continuar aterrorizando essas duas e nem mais ninguém, porque dessa vez, acho que ele não escapa dessa vivo.

- E o que você e Jasper tem a ver com isso?

- Esse desgraçado...Ele quase matou Alice! Foi ele! Se eu não tivesse chegado... - Jasper só faltava espumar, de tão irado que estava.

Victoria se juntou a nós. Lágrimas rolavam por seu rosto.

- É ótimo tirar um peso enorme das costas. - falou aliviada.

- É  a vez de quem agora? Vem Bella. É você que eu quero. Não me faça ir atrás da vadiazinha da sua irmã.

- Não vai ser necessário. - sorriu com escárnio.

Bella marchou até ele e lhe deu um soco tão forte no rosto, que pude ouvir o som de algo se quebrando. E o mais estranho é que Jacob estava gostando, como se isso fosse o que ele realmente queria. Era um soco atrás do outro e Bella parecia cada vez mais disposta a continuar, e a continuar até o final. Até que estivesse morto.

- Bella, chega! - falei a afastando, e quando a toquei, senti o mesmo tremor de quando a encontrei sozinha na festa, olhando pela janela.

- Eu vou acabar com ele Edward! Me solta! - gritou enquanto se debatia em meus braços. Seria impossível ela sair daqui.

- Jasper...

- Eu não vou sair daqui antes de ele ter o que merece.

- Jasper, não... - falei.

- Não vou matá-lo Edward. Só quebrar umas coisinhas. - falou dando um sorriso animalesco.

Jasper quebrava pedacinho por pedacinho das pernas de Jacob, e eu podia ouvir todos os estalos. E o desgraçado continuava rindo. E acordado. Nenhum humano ainda estaria acordado, já teria desmaiado faz tempo. Ou estaria até mesmo, morto. Será que...não, não pode ser.  Depois de satisfeito, Jasper se afastou, abrindo espaço para Victoria. E em sua mão, ela trazia uma arma. Podia ver a loucura em seus olhos, e a satisfação em seu sorriso.

- Isso é por tudo que fez a mim! - gritou o socando - Pelo meu marido! - Victoria destravou a arma e atirou na perna esquerda de Jacob, inundando ainda mais o chão na cor vinho - E essa, é por ter mexido com minha irmã! Com minha família! - rosnou posicionando a arma no meio da testa dele - Arda no inferno Jacob Black.

Jacob sorriu e começou a sussurrar algumas palavras em latim. Bella pareceu desconfortável em meus braços, se retorcendo como se estivesse sentindo dor.

- Hei, tudo bem?

- Err...tudo. Acho que sim. - falou, mas ela não parecia ter tanta certeza disso. - Pode me soltar agora.

A soltei e fui até Jasper, tentar acalmá-lo. Admito que também queria ter acabado com a raça dele, mas já cansei de ter sangue em minhas mão. Já Victória, nada conseguiria pará-la. E nada a parou.

O gatilho foi apertado, espalhando os miolos de Jacob pela sala. Tudo estava feito, mas não havia acabado. No mesmo instante em que o tiro atravessou a cabeça de Jacob, Bella tombou, como se o tiro houvesse atingido a ela, e não a ele.

- Bella!! - me joguei ao seu lado.

Uma linha escarlate escorria de sua testa, surgindo do nada, sem ter um corte ou dano em sua pele. Seus olhos estavam mais azuis do que nunca, e seu copo começou a convulsionar. Gemidos escapavam de sua garganta, como se algo a estivesse ferindo gravemente, e aumentaram ainda mais quando a pele em seu braço começou a ser desenhada, da mesma forma que a marca em seu pescoço, por cortes. Formas e linhas iam surgindo em sua pele conforme os desenhos sumiam do braço de Jacob e passavam para os dela.

- Edward, o que está acontecendo? - Jasper perguntou me ajudando a segurá-la.

Merda! Merda! Merda! Agora eu sei o porque aquele desgraçado queria ser morto. Agora tudo faz sentido, infelizmente, tarde demais.

- É a primeira fase da transformação Jasper. Jacob era o primeiro guardião.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Espero que sim haha Não deixem de comentar!

Até o próximo capitulo!

É assim que eu imaginei a Lily. Eu simplesmente amo a Agnes.
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