— Sério Bellinha que você vai levar este vestido sem graça? — Alice tirou meu vestido bege de flores, bagunçando a minha mala que já estava arrumada. — Cadê as lingeries?

— Esta ai Alie. Eu não quero levar muita coisa. — disse pegando o vestido da sua mão. — E sim, irei levar ele. Ele combina perfeitamente com um sobretudo.

— Acho melhor você levar pouca coisa mesmo, já que vai comprar bastante lá, e tem que ter espaço sobrando na mala.

— Oi? Quem disse que eu vou fazer compras lá? — disse, deixando Alice de bico. — Talvez algumas. — sorri para ela, e joguei o vestido bege dentro da mala.

— Sabe, eu estou tão animada por você ir, mas ao mesmo tempo dá um aperto no peito. — ela disse sentando na cama. — Pode ser egoísmo meu, mas eu queria você perto de mim neste momento tão especial da minha vida. — disse passando a mão na barriga.

— Eu também queria. — sentei ao seu lado — Mas não é como se eu fosse passar o período de toda a sua gravidez longe. Só são os primeiro meses.

— Ainda bem! Não quero a minha amiga e madrinha do meu bebê longe.

— Madrinha? — perguntei, como se eu tivesse perdido o inicio da conversa. Alice imediatamente abriu um sorriso, revelando seus lindos dentes brancos.

— Claro! Não existe ninguém que eu confie mais para ser a segunda mãe do meu bebê.

— Oh Alie... eu não sei nem o que dizer. — disse a abraçando. — Eu já o amo tanto. — disse passando a mãe pela sua barriga que continuava lisa. — Será que isso aqui é uma barriguinha saindo? — disse abusando, porque ela estava realmente neurótica com relação da ''demora'' da barriga crescer.

— Eu disse para o Jasper, mas ele disse que não! — ela levantou em um pulo, e levantou a blusa se olhando para o espelho. — Olha isso, eu estou de barrigão! Não é lindo? — ela disse empolgada, e me senti mal por ter insinuado algo.

— Alie, eu falei brincando. — disse sem jeito. — Não tem barrigão... você pode dizer barriguinha... bem ''inha'' mesmo. — dei um sorriso sem graça.

— Ah, porque está demorando tanto? — ela disse desapontada.

— Alice por favor, tenha calma. Você tem sete meses pela frente ... pelo amor de Deus. — voltei para a minha mala, tentando organizar o que ela tinha bagunçado, quando ou vi um soluço.

— Alie, eu não acredito que você está chorando. — larguei tudo de lado, e fui abraça-la. — Vem cá. — te puxei para a minha cama.

— Eu só queria um barrigão. É pedir muito? — ela disse chorosa entre soluços.

— Não, claro que não é. — ela deitou no meu colo.

— Eu sei que paciência não é o seu forte, mas você tem que esperar um pouco. — a aconselhei.

— Um pouco quanto? — ela me olhou curiosa, como seu eu soubesse.

— Eu não faço a minima ideia, mas creio que essas coisas não demore tanto... — oh sim, não pode demorar, se não Alice tem um surto. — Sabe, você poderia conversar com a Rose. Além dela ser obstetra, ela tem um bebê agora... então, ela deve entender de tudo isso. — me senti genial com esta ideia. Como eu não pensei nisso antes? A Rose com certeza vai conseguir acalmar a Alice.

— Ai meu Deus, é verdade! — Alice bateu palmas e me deu um beijo no rosto. — Vou ligar para ela agora. — Oh cristo, ela está pior do que antes...

— Alie, agora não... mais tarde eu viajo, e quero muito curti este pouco tempo com você.

— É verdade. — ela se acalmou, e eu suspirei aliviada. — Inclusive, eu acho que o almoço já deve estar...

— Meninas, venham! — ouvimos a voz do Edward da sala, e meu coração se derreteu imediatamente. Ele e o Jasper estavam fazendo o nosso almoço, enquanto eu e a Alie '' tricotava'' como eles mesmo disseram.

Seguimos para a sala, onde a mesa estava posta, com vários pratos, e lindas flores dos campos.

— Esses dois... será que estão aprontando algo? — Alice perguntou, olhando desconfiada.

— Eu não sei, mas do Edward eu espero tudo. — olhei para ele, que estava com aquele chapéu de mestre cuca, e avental. Ai, ai, ai... esse homem. — O que temos para hoje? — perguntei, enquanto ele trazia um refratário enorme, e colocava na mesa.

— Salmão com tempero indiano e cítrico, e alguns acompanhamentos. — ele respondeu todo orgulhoso.

— Uau, isso me parece muito bom. O cheiro está ótimo. — disse arrumando o chapéu dele que estava torto. — É a segunda vez que eu vejo você assim... e da primeira vez eu tomei um susto. Você se lembra? — disse rindo.

— Claro que sim! Você ainda morava na casa de Alice.

— Você se sujou todo de molho de tomate e farinha de trigo.— sorri com a lembrança. — Você estava tentando me conquistar, me mostrando seus dotes culinários.

— E funcionou, está vendo? Somos irresistíveis! — ele disse me puxando colando meu corpo no seu.

— Quem é irresistível? — perguntei, tentando entender o que eu tinha perdido.

— Eu e a minha comida. — ele disse, como isso fosse obvio. Cair na gargalhada.

— Okay, convencido. — colei meu lábios no seu para um beijo rápido, mas Edward me prendeu com os seus braços ao redor do meu corpo, não deixando chances de eu sair dos seus braços.

— Ei, vocês dois! Espere nós saímos. — Jasper gritou, e eu até tinha esquecido que ele estava aqui. Edward sorriu, me deu um beijo na testa, e afrouxou o seu braço que estava na minha cintura, me dando escapatória. Porém, permaneci ao seu lado.

— Eu fiz a sobremesa! Pavê de chocolate com café. Não mereço beijo também não? — ele se virou para Alice, que estava com um saquinho de biscoitos doce na mão.

— Claro que sim! — ele sorriu — Quando eu experimentar, e SE estiver bom...

— E SE estiver bom...Oh não, que malvada você é. — ele disse decepcionado, e todos nós rimos. — Podemos pular para a sobremesa então?

— Nem pensar, vamos comer o meu Salmão primeiro... — Edward disse, indicando a todos para sentar.

E então, nos deliciamos com o almoço feito por Edward. Não é ótimo ter um namorado que cozinha?

(...)

— Oh meu Deus, aonde você aprendeu a fazer isso? — Alice disse de boca cheia.

— Em um programa brasileiro de culinária, que se chama Mais você. — ele disse todo orgulhoso.

— Uau, desde quando você assiste programas de culinária? — perguntei, e me acomodei melhor no sofá ao lado do Edward.

— Desde quando a minha mulher está grávida, e quer comer de tudo. Tudo mesmo! — ele arregalou os olhos. — De coisas normais, a coisas estranhas... ou melhor, nojentas.

— Eu imagino! — disse lembrando o dia que ela descobriu que estava grávida, e antes tinha comido pêssego com queijo.

— Um dia desse foi atum com melancia e goiabada. Eu posso com isso? — ele disse fazendo uma careta. — Talvez eu aprendendo a fazer umas sobremesas, uns pratos diferentes, ela tenha desejos de coisas normais.

— É meu amigo...você está certíssimo .Eu no seu lugar faria o mesmo. — ele me olhou, e apertou a ponta do meu nariz.

— Ah, e o meu beijo? — Jasper disse lembrando da promessa dela.

— Promete que vai fazer mais disso lá em casa? Assim...tipo sempre? — ela perguntou, e perto da sua boca estava sujo de chocolate.

— Claro que sim... faço tudo que você quiser meu amor. — ele limpou o rosto dela, e ela lhe deu um beijo como prometido.

— Ei! — Edward falou baixinho no meu ouvido, na nossa bolha particular. — Você está ansiosa? — ele me perguntou, e eu me acomodei melhor nos seus braços, deitando por cima do seu corpo.

— Um pouco. — admiti. — Sabe aquele friozinho na barriga?

— Sei. — ele respondeu passando a mão pelo meu cabelo. — Eu também estou sentindo isso.

— Sério? — levantei um pouco, e coloquei a cabeça no seu peito para olhar o seu rosto.

— Sim. Eu estou nervoso, ansioso... como se fosse eu que fosse no seu lugar. — ele me olhou, e eu percebi o quanto ele estava sendo sincero.

— Você é tão... — comecei dizendo.

— Bobo? — ele disse rindo.

— Um pouco. — assumi

— Isabella! — segurei o riso com a sua expressão horrorizada.

— Eu ia dizer fofo e apaixonante... seu bobo! — beijei a ponta do seu nariz.

— Eu vou te amarrar na cama, e não vou te deixar ir. — ele disse meio envergonhado.

— Edward ?! — eu disse fazendo cara de espanto.

— Eu estou brincando, calma! — ele disse logo. — É mais fácil eu me amarrar a você, do que te privar de fazer algo que quer. — ele falou me abraçando, e eu escondi a minha cabeça entre o seu pescoço, sentindo o seu cheiro.

— Eu sei... eu sei... — disse depositando um beijo no seu pescoço.

— Sabe? — ele me perguntou, e virei para olhara para ele, e vi as suas sobrancelhas arqueadas. — O que você sabe?

— Que você me ama. — o encarei, e percebi os seus lábios se abrirem em um sorriso.

— Ponto, é isso que importa. — ele segurou o meu rosto, e beijou levemente os meus lábios. Acariciou o seu nariz com o meu, e depois, a sua boca encontrou a minha rapidamente. Meu corpo colou ainda mais no seu, e ele passou o braço na minha cintura. Quando eu me alinhei ainda mais nele, senti um baque na minha cabeça que encostou em Edward também.

— Casal melação, estamos aqui. — Jasper disse sentando outro lado com Alice, com um pote de pavê de chocolate no colo.

— Casal melação! — Edward disse imitando Jasper, e jogando a almofada de volta nele.

— Vamos ignorar. — olhei para ele, e escondi a cabeça no seu pescoço.

— Sim. — ele respondeu, e eu ouvi o Jasper dizer algo que eu não consegui entender. Alice falou algo com o Jasper sobre o pavê, e pelo som das almofadas, ele tinha levantado. Não prestei muita atenção depois disso. Estava eu e Edward novamente, na nossa bolha. E ponto, era isso que importava.

(...)

Embarque imediato voo 147, Londres - Nova York.

Ouvimos a voz de uma mulher no aeroporto. Alice estava com lágrimas nos olhos. Não era uma despedida, e tinhamos conversado sobre isso mais cedo. Porém, Alice está grávida, e ela normal já tem um desequilíbrio emocional enorme. Agora, podemos colocar a culpa na gravidez.

— Acho que é isso. Eu tenho que ir. — falei com ela, que tinha pulado no meu pescoço. — Alie...

— Promete que vai trazer roupas para mim da Tiffany, Chanel, Cartier, Gucci... — Ela implorou, e eu não conseguir não rir. — Bellinha, em nome do seu afilhado. Não esqueça!

— Você não vai me deixar esquecer Alie. — lhe dei um abraço, e beijei a sua barriga. — Se comporte pequeno. — Me virei para Jasper e disse: — Cuide dessa louca, eu acho que ela vai precisa de atenção redobrada.

— Sim senhora. Se cuida você também. — ele disse me dando um beijo na testa. Me virei, e fui me despedi de Edward. Ele estava com o cabelo extremamente bagunçado. Estava com uma calça bege, e uma camisa de tricô azul, que praticamente EU tinha adotado como minha. Porém, hoje eu deixei ele vestir. Ele se aproximou de mim, e me puxou pelo casaco.

— Eu... — comecei dizendo, e ele me silenciou com um dedo.

— Eu sei... eu sei... — ele disse sorrindo.

— Sabe? — perguntei, repetindo as palavras dele . — O que você sabe Edward Cullen?

— Que você me ama. — ele disse, colando os seus lábis no meu, e eu achei que seria um beijo rápido. Mas, a sua boca procurou a minha em necessidade, e eu retribui. O nosso beijo era intenso, quente... apaixonado. O beijo cresceu, e imediatamente senti um gosto salgado estranho. Lágrimas minha. O nosso beijo diminuiu, e ele passou a mão no meu rosto, enxugando as lágrimas indesejadas. Olhei para ele, e seus olhos estavam brilhando. Lágrimas dele. Nossas lágrimas. — Shhhhhhi. — ele me silenciou, antes que eu dissesse algo. Edward deu um beijo na minha testa, e eu continuei ali, aconchegada nos seus braços, sentindo o seu cheiro. — É isso que importa, nada mais que isso. — ele disse no meu ouvido.

Última Chamada voo 147, Londres - Nova York.

— Agora vá. — ele me encorajou. — Seria egoísmo da minha parte não querer que você voe Bella. Vá meu amor, Nova York te espera.

Ah, como eu amo esse homem!

— Eu te amo, eu te amo... — disse lhe dando vários beijos pelo rosto.

— Eu sei, eu sei... — ele disse rindo. — Porém, se você perder esse voo, acho que vou pensar na possibilidade de te amarrar na cama.

— Eu vou. — me desgrudei dele, e dei um passo para trás para observar os três. — Cuidem um dos outros. Eu amo vocês.

— Nos avisem quando chegar. — Alice disse com uma voz chorosa. Assenti, olhei novamente para eles, e me virei. Quando fui entregar a passagem para a funcionária, avistei eles novamente. Alice estava secando as lágrimas grudada no braço do Jasper, e o Edward estava um pouco mais afastado, com uma carinha de partir o coração. Como se ela lesse meus pensamentos, ela puxou o seu braço, deu um beijo no seu ombro e ficou entre ele e Jasper. É, essa é a Alice. Passei, e fui andando para pegar o meu voo. Se alguém me dissesse a um ano trás que isso aconteceria, eu não acreditaria jamais. Cá estou eu, indo para Nova York, dançar. Sim, dançar! Eu estava me sentindo diferente. Feliz, ansiosa e nervosa. Estava indo enfrentar o desconhecido. E algo me dizia, que depois de hoje, nada seria como antes.