Consequências escrita por Terabitiana


Capítulo 8
Investigação


Notas iniciais do capítulo

Um maiorzinho pra compensar.



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—Há muito tempo esse "demônio" atormentou seu tataravô, foi ele quem o prendeu da última vez, mas, de alguma maneira, ele consegue se soltar. Não sabemos muito sobre ele, como mata-lo ou prendê-lo para sempre, sequer seu nome. Quando você contou aquela história eu achei que conseguiria acabar com tudo isso sozinho. Porém, como pode ver, eu estava enganado. Não acho que ele esteja preso apenas à nossa família, pois o seu amigo...

 -Lian - completei.

—Isso mesmo, Lian. Seus pais, acredito que não foi um assassinato qualquer. Acho que foi o monstro, e por coincidência o menino foi parar na mesma cidade que nós.

—Mas... eu não entendo... por que parecia que ele estava apenas atrás do Lian, me ignorando completamente?

—Sinceramente eu não sei...

Minha mãe entra no quarto e nos assusta, paramos de conversar imediatamente. Olhei para meu pai com olhar preocupado. “Será que ela havia escutado algo? ”. Mas ele me responde com um olhar de “Haja naturalmente menina, nunca te ensinei nada?!”. E é isso que eu faço, ou tento fazer. Eu e meu pai tínhamos isso, de compreender um ao outro sem haver uma palavra pronunciada, era quase uma telepatia.

  - Eita gente, o que ta acontecendo? – Minha mãe perguntou com um tom de voz confuso.

  - Nada, meu amor. Estou com fome, sabe se a enfermeira virá logo com o almoço?

   - Sim, esbarrei nela no corredor e ela disse que logo iria trazer.

  - Não que eu esteja animado para comer comida de hospital, a sua é 100 vezes melhor.

  -Só 100? Assim você me magoa. – os dois riem com o drama da mamãe.

    Recebo uma mensagem de Dan, ele estava me esperando. Me despeço dos meus pais e vou até o carro. Meio zonza com toda aquela conversa. Entro no carro, dou um beijo de olá e Dan pergunta como está meu pai. Eu digo que está tudo bem e ele começa a dirigir. Estávamos chegando na rua da casa do Roland e tenho uma ideia.

     - Dan... será que o Roland está em casa?

     - Provavelmente sim. Quer passar lá?

     - Sim, se você não tiver mais nada pra fazer...

     - Dia livre. Por que quer ir lá?

    - Ele é bem ligado em coisas sobrenaturais, queria perguntar algumas coisas.

      - A história do Lian de volta?

    - Não, quer dizer, sim... É que, eu vi de volta. Foi isso que fez aquilo com meu pai. Eu vi ele indo embora e sumindo do nada.

      - Por que você não me falou nada sobre isso?

     - Eu não queria voltar a ser aquela menina estranha de quando a gente se conheceu. Sinceramente nem sei como você começou a gostar de mim e...

     - Ei – ele me interrompe – pare de pensar assim. Eu vou provar que você tem razão ou que não tem, e acabar com tudo isso. – ele me abraça, já tínhamos chego na casa do Roland e estacionado.

      Tocamos a campainha e aguardamos. A Sra. Sparks atende a porta e nós perguntamos por Roland, ela diz para entrarmos e que iria chama-lo. A casa dele não era exuberante, a sala era aconchegante, mas não apertada, as paredes cinzas, um tapete marrom cobria todo o chão entre os sofás apenas um tom mais claro que o tapete. Nos sentamos e aguardamos. Roland apareceu alguns segundos depois.

     - Daniel e Lucinda! Que honra tê-los em minha humilde residência. Qual o motivo de tão ilustre visita?

      - É uma honra estar aqui também – entrei na brincadeira dele – temos um assunto sério a tratar.

       - Pode mandar.

      - Você ainda tem aquela pesquisa que a gente fez depois do... – não consegui falar – que aconteceu com Lian?

       - Ah, o monstro? Devo ter em algum lugar, posso procurar depois.

       - Se não for incomodar... Eu acho que precisamos pesquisar melhor.

       - Por que? Temos mais informações agora?

    - Não muito, mas temos que saber mais sobre os pais de Lian, encontrar uma conexão com meu pai...

     Pesquisamos durante a tarde toda, sem muito sucesso. Comemos bolo de chocolate e tomamos café. Nos despedimos e Dan me levou em casa.

      -Quer entrar? – perguntei – ficar para o jantar, seilá.

      - Não, eu... vou resolver umas coisas para os meus pais.

      - Tudo bem, então, até amanhã. – Demos um longo abraço seguido de um beijo de despedida.

     Achei estranho ele dizer que tinha a tarde livre e do nada ter coisas para resolver, e a maneira com que ele falou, senti que ele estava mentindo. Senti vontade de pegar o carro dos meus pais e segui-lo, se ao menos minha carteira de motorista tivesse chego. Ao invés disso entrei e encontrei novamente Miles no sofá, desta vez assistindo ao canal certo.

       - Poxa vai virar rotina te encontrar aqui?

     - Sua mãe pediu para eu levar o Aquiles para passear, e depois me convidou para o jantar e me obrigou a ficar aqui esperando.

     - É, não é bom desobedecer minha mãe – nós dois rimos, escutei a porta dos fundos abrir e Aquiles entrou correndo e pulou em mim.

       - Filha, já chegou?

      - Parece que sim né mãe – disse rindo e fazendo carinho no cachorro doido que ficava me lambendo.

       - Olha como você fala comigo.

       - Foi uma brincadeira mãe.

    O resto da noite foi agradável, o jantar foi estrogonofe de carne, conversamos e até rimos, mas ficou clara a falta do meu pai, mas logo ele receberia alta e as coisas voltariam ao normal, ou quase.

       Acompanhei Miles até a porta e lá nos despedimos. Combinei com ele de irmos juntos ao colégio novamente amanhã e ele concordou.

    Subi as escadas até meu quarto, escovei os dentes, coloquei meu pijama roxo e deitei na cama. Fui olhar meu celular e tinham 5 mensagens de Callie:

         “Hey, o que vai fazer hoje? ”

         “Vamos fazer alguma coisa hoje à tarde? ”

         “Luci???”

         “?”

         “:(”

       Respondi:

         “Desculpa, mal olhei meu celular hoje... Amanhã conversamos, boa noite”

     Então, finalmente, desliguei a luminária que fica ao lado da minha cama e fui dormir.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo o/



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