Consequências escrita por Terabitiana


Capítulo 5
Noite ruim


Notas iniciais do capítulo

Reescrevi esse capítulo duas vezes, pois apaguei sem querer... mas está aí, espero que gostem.



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Quando finalmente escrevi a última palavra do meu último trabalho, peguei meu celular para checar as horas. Eram seis e meia da tarde. Ainda dava tempo de passear com meu cachorro antes de escurecer. Levantei, coloquei um casaco e fui até a cômoda. Peguei, na primeira gaveta, a coleira do Aquiles. Sai do quarto, e estava no corredor quando me lembrei de que não havia nem sequer penteado o cabelo. Voltei e aproveitei também para passar um pouco de pó de arroz, pois estava com uma aparência de cansada, devido às horas em que passei escrevendo.

_Aquiles! Vamos passear?!

Eu já havia descido as escadas quando o chamei. Ele veio correndo e abanando loucamente o rabo, pulou em mim, me enchendo de pelos.

_Ei, calma, calma!

Aquiles é um Labrador, tem apenas três anos de vida, considerado um cão adulto, mas age como um bebezão. Coloquei a coleira nele e sai. Estava passando na frente da casa de Miles e o vi lendo em sua sacada. Quando ele olhou na minha direção, desviei o olhar e continuei andando, mas ele me reconheceu.

_Ei! Luce! – virei para ele e o cumprimentei com um sorriso – onde está indo?

_Vou só dar umas voltas com o Aquiles.

_Espere aí! Vou com você, logo vai escurecer e é bom você ter companhia – ele saiu correndo para dentro da casa, mas logo voltou – eu só vou colocar um moletom, espere aí!

Ri do jeito afobado dele. Uns minutos depois ele apareceu. Brincou um pouco com o Aquiles e nós começamos a caminhar.

Um tempo depois, eu já estava cansada de segurar a coleira do Aquiles, aquele cachorro não sossega. Pedi para o Miles segura-la e continuamos a andar. Miles é muito engraçado, fez minha barriga doer de tanto rir inúmeras vezes.

Escureceu e isso fez com que e me lembre daquela noite. Parecia que aquela criatura estava me espreitando, esperando o momento certo para me matar, ou matar o Miles, igual matou o Lian. Eu estava prestes a surtar.

_Está tudo bem? - Os olhos azuis escuros de Miles estavam ainda mais escuros e bonitos na luz fraca do poste.

_Sim, mas preciso voltar para casa.

_Tudo bem então, voltando!

Estávamos a uma quadra de nossas casas quando ouvi gritos. Eram com certeza de um homem, não muito jovem, mas também não velho. Nós estranhamos, mas continuamos a andar. Aquiles ficou agitado, parecia nervoso.

À medida que íamos nos aproximando, reparei que havia algo estranho na frente da minha casa. Quando reconheci que era um corpo, falei para Miles e nós corremos até lá. E os próximos minutos serão difíceis de contar. Eu não podia acreditar no que via, meus olhos se encheram de lagrimas e não sabia o que fazer. Era meu pai que estava caído, na frente da nossa casa. Sua camisa estava ensopada de sangue, que também estava no chão em volta dele. Aos prantos me abaixei e comecei a chacoalha-lo, mas Miles me impediu, pois poderia agravar a situação dele. Também pediu para que eu me acalmasse, pois ele ainda estava vivo, mas não consegui. Enquanto eu chorava, Miles ligou para a emergência. Eu me sentia tão inútil. E então eu vi, atrás das árvores , aquele monstro, mas logo que o vi ele foi embora, no começo caminhando, mas depois sumiu, feito mágica.

Minha mãe chegou segundos antes da ambulância, tinha ido ao mercado. Ficou em choque, igual a mim. No meio dessa confusão toda, Aquiles permaneceu ao nosso lado. Não sei se os cães podem compreender tudo, mas parecia que ele estava tentando nos dar apoio. Pedi para que Miles cuidasse dele enquanto eu e minha mãe íamos no hospital acompanhar meu pai.

No caminho, mandei uma mensagem para o Dan, avisando do ocorrido. Eu e minha mãe já estávamos lá quando ele chegou.

_Ei, como ele está? - disse me dando um abraço – vim o mais rápido que pude.

_Não sei, ainda não deram notícias...

_Calma, vai ficar tudo bem...

“Vai ficar tudo bem”, uma das frases mais clichês para esses momentos. Mas eu queria acreditar, era meu maior desejo. Ficamos abraçados por um tempo, ele me soltou e abraçou minha mãe. Meia hora depois o médico chegou.

_São a família do Sr. Price?

_Sim, nós somos – respondeu minha mãe, preocupada.

_Acreditamos que ele ficará bem – suspiramos aliviadas – Mas ele irá ficar aqui por mais tempo.

_Quanto tempo? - perguntei

_Não sabemos.

Dan nos aconselhou a ir para casa, minha mãe insistiu para que eu fosse, mas ela não quis ir. Ele me levou em casa, a viagem foi silenciosa. Dan até tento puxar algum assunto, para me distrair, mas eu não conseguia conversar.

Lembro apenas de ter entrado em casa e dormido, estava exausta.


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Notas finais do capítulo

Agradeceria se deixassem algum comentário, isso iria me incentivar a continuar escrevendo :)



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