Durante o banquete, Hermione ficou sozinha. Não tinha vontade, nem paciência de falar com alguém.
        Queria ir logo para o seu quarto, tomar um banho e finalmente dormir.
Observou as pessoas ao redor e parou os olhos sobre a mesa dos sonserinos. Estavam agindo estranho, principalmente o grupinho do Malfoy que não paravam de encara-la.
    Levantou-se indo chamar os alunos do primeiro ano que pareciam extremamente perdidos em meio a todas as pessoas juntamente com os outros monitores. E para sua tristeza constatou que Rony era o monitor da grifinória, o que não havia notado na reunião.
     Com desgosto, acompanhou os alunos até o salão comunal juntamente com Rony, para logo avisá-lo que na manhã do outro dia buscaria-o para leva-lo até o dormitório dos monitores.
      Seguiu para a sala da professora McGonagall e deparou-se com Malfoy em um dos inúmeros cruzamentos de corredores e, ao contrario do que achou que ele faria, como zombar ou qualquer coisa assim, ele apenas seguiu seu caminho junto a ela.
       A porta encontrava-se aberta e Malfoy nem se deu o trabalho de bater para se anunciar, simplesmente entrou e sentou em uma das poltronas.
      "Com licença professora" falou Hermione, como que pedindo permissão para entrar e recebeu como resposta apenas um acenar com a cabeça.
        Sentou-se.
       Olhando sobre os óculos meia lua para os dois adolescentes à sua frente, Minerva prosseguiu. “Vocês irão dividir o salão comunal com todos outros monitores, porém serão os únicos a não compartilharem os quartos. Não quero ver ninguém brigando, ou se xingando. Não quero ouvir reclamações por sangue e afins. Estamos entendidos?”
      Ambos acenaram positivamente e levantaram-se para seguir a professora que já estava seguindo para os corredores.
     Pararam em frente à uma estátua no oitavo andar, longe de todos os outros salões comunais.
    “Bom, vocês não precisam de senha, só precisam tocas suas varinhas na estátua e ela lhes dará passagem. É um feitiço antigo de reconhecimento. Espero que aproveitem”
     Tão logo disse isso, desapareceu pelos corredores à caminho da torre da grifinória.
     Hermione e Draco entraram calados no aposento. Era muito amplo e bonito. Bem à frente da entrada havia uma escadaria com duas portas, uma com o brasão da sonserina, outra com o da grifinória. Ambas em bronze.
    No primeiro andar haviam outras três portas. Uma dava para o imenso banheiro dos monitores, outra para uma cozinha e a restante para o quarto compartilhado dos não chefes.
    Em torno da lareira, inúmeros sofás que aparentavam ser incrivelmente confortáveis, um tapete felpudo e puffs. No canto oposto, uma enorme estante com todos os títulos de livros possíveis e escrivaninhas de estudo.
    Tudo estrategicamente planejado e de extremo bom gosto. Em cores neutras como branco, preto, cinza e bege. Sem distinção de casas para não causa brigas, exceto os quartos dos monitores chefes.

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     A semana passou rapidamente e Hermione se via absorta em todas as tarefas como monitora chefe. O salão comunal tinha um clima estranho quando Rony andava por ele. Continuava não falando com os grifinórios e volta e meia Harry e Gina estavam lá para uma visita a Rony, o que a fazia passar bem longe do próprio salão.
      Após algumas noites de estudo em companhia do Malfoy, Hermione passou a não achá-lo tão irritante quanto antes. Apesar de terem trocado poucas palavras ele, acredite se quiser, foi muito gentil e amigável.
      No sábado, havia jogo de quadribol da grifinória contra corvinal, Luna havia insistido para que ela fosse, porém recusou e permaneceu no salão comunal buscando a paz que raramente tinha. Acessou o skype pelo seu computador para poder falar com Lindsay. Estava morrendo de saudades e só fazia uma semana que estavam longe.
      Estava absorta no facebook esperando Lindsay ler a mensagem que havia enviado por Whatsapp para que fizesse chamada de vídeo com ela quando Malfoy entrou no salão com toda gangue da sonserina que o seguia por todos os lados.
      “Olá, Granger. Espero que não se importe, trouxe alguns amigos pra cá, afinal o jogo de hoje estará uma bela de uma porcaria” Disse se jogando em um dos sofás enquanto os outros sonserinos se empalhavam pela sala. A morena apenas assentiu.
     “Deixa eu te apresentar” o loiro continuou se ajeitando no sofá “aqueles meio loirinhos são gêmeos, Ivy e Kevin, a de cabelo preto é a Pansy, a loira é a Debbye, o que tá do lado dela é o John, o nosso nego gostoso é o Blaise e aquele outro que parece um fantasma de tão branco é o Alan. Acho que todos já conhecem a sabe tudo, não preciso apresentar né?” falou brincando.
      Hermione levantou os olhos do computador arqueando uma sobrancelha. Aquilo era definitivamente estranho. Deu um oi geral e na hora em que foi engrenar uma conversa o skype começou a tocar numa chamada de Lindsay. Os outros adolescentes que estavam na sala olharam curiosamente para o aparelho que estava sobre o colo da castanha com bastante interesse, afinal nunca tinham visto algo do tipo no mundo mágico.
       No momento em que atendeu a chamada e Lindsay começou a falar igual uma louca, todos se assustaram e a morena começou a rir enlouquecidamente da cara de todas que a olhavam extremamente apavorados.
     “Calma gente, isso se chama computador, é um eletrônico trouxa. Podemos nos conectar na internet e falar com pessoas por chamada de vídeo mesmo que elas estejam do outro lado do mundo. Querem ver?” No mesmo segundo em que perguntou todos estavam amontoados em volta dela tentando ver.
Lindsay do outro lado da tela olhava curiosa o que estava acontecendo.
     “Hermione, quem é esse Deus Grego MARAVILHOSO que eu to vendo do seu lado direito? Amiga se o seu mundo só tem gostoso assim eu também quero ir! Me leva?” Todos riram da cara de Draco “Eles tão ouvindo? Ai que vergonha!” A ruiva disse corando de vergonha.
    “Sim gênia, estou sem fone, óbvio que estão ouvindo, são bruxos, não surdos! Depois dessa vou desligar e nos falamos daqui a pouco!” Hermione exclamou rindo da amiga que parecia extremamente desconcertada.
     Largou o computador e ficou conversando por um longo tempo. Não via nem um resquício de preconceito entre ela e os amigos do Malfoy. Falavam de coisas banais, riam, falavam besteira. Nada demais. Sonserinos podiam ser divertidos, afinal. Assim como ela percebeu isso, todos os outros não a viam mais como a insuportável sangue ruim e sabe tudo. Ela era uma garota normal, com assuntos normais e além de tudo era muito bonita e na visão dos garotos, muito gostosa – Draco ficava hipnotizado toda vez que ela cruzava as pernas ou se inclinava pra frente rindo de alguma piada. Ao constatar isso ela riu vitoriosa. Tinha uma ótima ideia na sua cabeça. Draco era muito bonito, afinal, não custava nada tirar um lasquinha.