Nossa Eterna Usurpadora escrita por moonteirs


Capítulo 69
Conversa de mãe e filha


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus amores
Primeiramente, perdão pela demora. Esse penúltimo semestre na universidade foi o pior de todos, não tinha tempo nem para dormir, imagina pra escrever. Enfim, desculpa por ter deixado vocês sem nada por 3 meses.
Em segundo lugar, obrigada por continuarem aqui acompanhando essa fic de mais de 2 anos. Meu Deus! Comecei escrevendo na reprise de 2012/2013 e agora em 2015 A Usurpadora já esta quase para acabar e eu ainda to escrevendo. Ai deus.
Em terceiro lugar quero dizer pra vcs que voltei a escrever porque primeiro que estou de férias, mas principalmente por um comentário que recebi esses dias da Aurea Alves. Muito obrigada linda, e pode deixar, não vou abandonar essa fic.
Agora chega de tanto mimimimi, vocês já estão esperando por esse capitulo há muito tempo.
Então, boa leitura, espero que gostem.



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Paulina: Normal?? Como um desmaio pode ser normal? Lizete, você esta doente??

Lizete: Não, mãe – disse sorrindo – Eu estou grávida.

Paulina: Grávida?? Meu Deus, você esta grávida?

Lizete: Sim, mamãe. Estou esperando seu primeiro netinho.

Paulina olhou novamente na mirada doce de sua filha e, como encarando a realidade, viu o porquê daquele brilho no olhar de sua princesa.

Paulina: Ai meu Deus, temos tanto que conversar. – Disse sorrindo e sem conseguir evitar que lágrimas se acumulassem em seus olhos.

Lizete: Sim, temos sim.

Paulina: Mas não aqui, vem, vamos para minha casa.

Lizete não protestou nem argumentou, apenas seguiu sua mãe até um taxi que se destinaria a casa de Paulina. Apesar de haver tantos assuntos a serem falados, tantas perguntas que necessitavam respostas, tantas novidades que precisavam ser atualizadas, nenhuma palavra foi trocada entre as duas no caminho. Todavia existia uma conversa de olhares e uma troca sincera de sorrisos.

Chegando ao destino, Paulina e Lizete desceram do taxi de mãos dadas e se dirigiram até a entrada principal da grande mansão. Lizete não teve tempo para deslumbrar-se com o luxo e grandiosidade daquela casa. Logo ao abrir a porta, Paulina é surpreendida por Alejandro correndo ao seu encontro.

Alejandro: Meu amor! Me desculpe, eu...

Paulina: Alê! Alê! Calma! Alê!

Alejandro abraçava o corpo de Paulina com tanta intensidade que ela não conseguia se desvencilhar de seus braços. Ele não havia percebido a presença de uma outra pessoa, alguém que os olhava surpresa com aquela situação.

Alejandro: Não meu amor, eu fui um idiota me perdoe...

Paulina: Alê! Calma! Eu te perdoou, mas agora calma, não estamos sozinhos.

Essa última fala de Paulina faz Alejandro se separar dela e olhar em direção onde a mirada de Paulina indicava. No momento em que ele se deu conta da presença daquela menina de longos cabelos dourados percebendo toda aquela cena, ele não pode evitar o constrangimento e o rubor de seu rosto.

Alejandro: Ai perdão, não tinha percebido.

Paulina: Alejandro, esta é a Lizete, minha filha. Lizete, este é o Alejandro, meu... meu marido.

A palavra Marido assombra por um momento Lizete. Pelo tamanho das demonstrações de carinho que ele tinha com sua mãe, ela já imaginava que existia alguma relação entre eles, mas ela não estava preparada para a realidade de um matrimonio. Durante toda a sua vida, ou pelo menos da parte que ela se lembra, a figura de Paulina sempre esteve ali em sua familia, ao lado de seu pai. Mas agora, ela tinha que encarar uma realidade. As lembranças daquela familia feliz que já foram os Bracho ficaram no passado, e no presente estava o novo marido de sua mãe.

Lizete: É.. é ... muito prazer.

Alejandro: O prazer é meu.

Paulina: Amor, Lizete e eu precisamos conversar, você se importa se...

Alejandro: Não se preocupe, eu entendo. Vou buscar o Fernando na escola, não se preocupem podem conversar a vontade.

Paulina: Obrigada, amor.

Alejandro: Com licença. - Disse beijando rápido a esposa e se retirando.

Depois que Alejandro desaparece de suas vistas, saindo pela porta da frente. Lizete, respira fundo e olha para sua mãe. A face de incompreensão da menina era o que refletia toda a confusão que estava em sua mente.

Lizete: Desculpa perguntar, mãe. Mas quem é Fernando?

Paulina olha para a filha e mesmo sabendo que a sua resposta acabaria a machucando ainda mais, ela não poderia mentir, não poderia ocultar a verdade, como também não poderia fugir do assunto. Fechando os olhos e respirando o fundo, ela respondeu a pergunta de Lizete.

Paulina: Ele... ele é meu filho.

Lizete: FILHO??

Paulina: Meu amor...

Lizete: Seu Filho? Ai meu deus, eu tenho mais um irmão?

Paulina: Sim, bom, mais ou menos...

Lizete: Sim, é verdade, não sou sua filha de sangue. – Disse cabisbaixa.

Paulina: Amor...

Lizete: Não, é a verdade, mas sabe de uma coisa? Isso não importa. Nunca importou nem pra mim ou pro carlinhos, você sempre será nossa mãe.

Paulina tentava explicar a situação para sua filha, mas acabara de ser surpreendida por aquela linda declaração de sua pequena. Sem conter as emoções que aquelas palavras causaram, ela puxa sua eterna princesa para seus braços e a abraça ternamente.

Lizete: Meu deus, você teve outro filho. – Disse em voz baixa, separando-se um pouco de Paulina, não muito, mas o bastante para ela perceber o quanto aquilo havia mexido com Lizete.

Paulina: Te decepcionou?

Lizete: Não, nunca. Não é isso, é que foram muitas informações chocantes.

Paulina: Sim, foram. E precisamos conversar.

Lizete: Sim, precisamos. Você precisa me dizer porque nos abandonou.

Paulina: Lizete, filha, eu...

Lizete: Não, não me entenda mal, não quero te julgar, quero entender.

Paulina: Vem! Vamos ao meu quarto, lá poderemos conversar direito.

Guiada pela mão de sua mãe, Lizete segue para o quarto de Paulina em silêncio e observando os detalhes luxuosos daquela casa. Em todo o trajeto pela mansão, Lizete não conseguiu não perceber que não haviam retratos de familia ou qualquer coisa que fizesse daquela casa um lar acolhedor. Ela permaneceu pouco tempo buscando porquês para aquela situação, logo elas chegaram ao quarto de Paulina no segundo andar da residência.

O quarto como era de se esperar era tão grande e luxuoso quanto a mansão. Em silêncio, Paulina guiou a filha até a varanda que existia ali naquela suite. Com sofás externos aconchegantes e uma vista de tirar o fôlego, aquele lugar era realmente maravilhoso, mas não tanto quanto a conversa que mãe e filha precisariam ter.

Lizete: Muito bem, conte-me! – Disse sentando-se em um dos sofás e olhando a mãe.

Paulina: Filha, quero que primeiramente entenda que o amor que eu sinto por vocês, meus filhos, nunca deixou de existir, e que por mais estranhas que tenham sido minhas ações, eu durante todos esses anos, nunca deixei de pensar em cada um de vocês um só dia.

Lizete: E então? Por que nos deixou?

Paulina: Filha, aconteceram tantas coisas que me obrigaram a fazer isso, não sei por onde começar.

Lizete: Que tal pelo começo?

Paulina: Esta bem.

Ela respirou fundo e começou a contar tudo pelo que havia passado, falou cada detalhe, cada momento e cada dor. Relatou todos os acontecimentos desde o seu sequestro por Paola, o começo de todo aquele pesadelo, até os dias atuais, quando as dividas da fábrica Bracho a trouxeram de volta para a cidade.

Paulina: E foi isso, minha dor nasceu no momento em que vi que seu pai não havia percebido que a mulher que estava ao seu lado não era sua esposa. Lizete, ele nunca realmente me amou, ele só estava ao meu lado pelo que lembro da Paola. Mesmo rosto, mas sem aquele passado tenebroso.

Lizete: Wow! Entendo o quanto você sofreu, mãezinha. Só não entendo o porquê que você nos deixou, você nos abandonou sem lutar.

Paulina: Sei que isso não tem explicação. Perdoe-me, mas eu estava ferida. Quando percebi que o seu pai estava feliz ao lado dela, eu me senti traida...

Lizete: Mas você se enganou, papai nunca foi feliz ao lado dela.

Paulina: Filha, sei que ele é o seu pai, mas não precisa dar explicações por ele...

Lizete: Falo sério, mãe. Até eu me casar, eu vivi naquela casa. Presenciei as inúmeras brigas e discurssões. Não entendia o porquê que o casamento perfeito estava fracassando. Carlos Daniel e Paulina que antes se amavam loucamente, agora só se suportavam.

Paulina: Se eles se odiavam tanto por que ficaram 15 anos juntos? Desculpe, filha, mas isso não faz sentido.

Lizete: Mãe! Foi por causa da Bela.

Paulina: Bela??

Lizete: Sim, Isabela – respirou fundo – minha irmã...

Paulina: Ah sim! A filha da Paola com o Carlos Daniel. – Disse ferida e interrompendo a fala da menina.

Lizete: Mãe! – disse firme e a olhando como se pedisse pra continuar, Paulina assentiu com a cabeça e esperou ela prosseguir – A bela nasceu doente, com um problema no coração. Papai temia que caso se separassem, algo poderia acontecer com ela. O que ele não esperava era o que toda essa super proteção fosse causar.

Paulina: Como assim?

Lizete: Bela cresceu mimada, é arrogante e se acha a dona do mundo.

Paulina: Conheço muito bem esse comportamento.

Lizete: Exatamente! Ela é a copia da Paola. Sinto muito por ser minha irmã, mas as vezes ela é insuportavel.

Paulina: Ela te trata mal?

Lizete: Não. Ela me respeita, mas quem ela irrita mesmo é a Gabriela.

Paulina: Gabriela?? Minha luz?? O que ela faz?? – Os olhos arregalados e a voz sobressaltada denunciaram o desespero maternal.

Lizete: Calma, mãe – disse rindo – A Bela pertuba, mas a Gaby sabe se defender.

Paulina: Sabe? – Com lágrimas nos olhos emocionada.

Lizete: Sabe! Precisa ver, mãe! Gaby é a pessoa mais doce desse mundo até pisarem no calo dela. Você teria muito orgulho dela. Ela é forte, tem pulso firme, um senso de humor incrível e é muito inteligente. Pois é, tal mãe tal filha.

Paulina sorri emocionada com a descrição de sua pequena luz.

Lizete: Espera, eu tenho uma foto dela aqui. – Disse retirando o celular do bolso e mostrando uma foto de Gabriela para a mãe.

Paulina olha a foto atentamente e sem deixar que o sorriso de orgulho deixasse seus lábios. Na foto que parecia recente, estavam Lizete e Gabriela abraçadas sorrindo. As suas duas filhas tinham cabelos loiros, olhos claros e uma beleza espantosa. Paulina sorriu ao observar em Gabriela traços fortes tanto seus quanto de Carlos Daniel. Sua pequena luz, que já não era tão pequena como em suas lembranças, era a mistura perfeita dos dois, o resultado mais lindo do amor que eles já tiveram ou ainda tem.

Paulina: Ela é linda. Meu bebe é lindo.

Lizete: Sim, ela é linda, tanto por fora quanto por dentro, apesar de deixar poucos perceberem isso. Acho que ela se esconde sua doçura para evitar sofrer mais.

Paulina: Ela sofreu muito na mão da Paola?

Lizete: Sofreu por ser desprezada pela “mãe”, mas agora ela ta feliz, não importa o que a Paola ou a Isabela façam, ela não perde a alegria. E isso tudo por uma pessoa.

Paulina: Que pessoa?

Lizete: O namorado. Não sei o nome dele, só sei que o papai quase o mata quando descobriu.

Paulina: Seu pai sempre ciumento de suas princesas. – Fala gargalhando imaginando a cena.

Lizete: Nisso ele continua o mesmo.

Paulina: Gabriela já namorando, você grávida, se você me disser que a Paulinha já casou acho que vou precisar de oxigênio.

Lizete: Calma mãe – fala rindo – ainda não, a Paula é mais focada nos estudos, até já disse pro namorado que só casa depois que se formar. O sonho dela é administrar os négocios da familia, a fábrica Bracho. Alguém naquela familia tinha que herdar a inteligencia da mãe pras finanças, não é mesmo?!

Paulina: O tempo passou e meus bebes já cresceram. – Sorri orgulhosa.

Lizete: E seu bebe maior já vai ter um bebe. – Disse tocando a barriga

Paulina coloca a mão por cima da mão da filha para que assim juntas tocassem seu ventre. A gravidez estava no inicio, a barriga de Lizete ainda não apresentava sinais de abrir uma nova vida ali, mas a emoção que mãe e filha sentiam era inigualável.

Lizete: Não sabes o quanto estou feliz por estar com você nesse momento.

Paulina: Eu mais, meu amor. Você esta de quanto tempo?

Lizete: 4 semanas.

Paulina: E como seu pai reagiu ao saber que seria vovô?

Lizete: Ele ainda não sabe. Só contei pro Miguel e pra você.

Esse doce momento é interrompido pelo sonido do celular de Lizete que tocava insistentemente. Ela observa a tela e sorri ao ver o nome de seu amor escrito ali.

Lizete: Oi, amor... Desculpe a demora, nem percebi o tempo passar... Onde eu estou? Estou na frente da futura vovó mais linda do mundo... Sim e não, quando eu chegar em casa eu te explico... Ta, prometo não demorar... Também te amo... Tchau amor.

Paulina: Esta feliz?

Lizete: Sim, mãe. Miguel é o homem da minha vida, ele me faz a mulher mais feliz do mundo.

Paulina: Fico feliz por você, meu amor.

Lizete: Obrigada, mãe. Apesar que eu seria mais feliz se você recuperasse o seu lugar na casa Bracho e se acertasse com o papai... – Falou da forma mais despretensiosa possível, como se fosse apenas uma natural sugestão.

Paulina: Não é tão simples assim. Lizete, ainda doi saber que seu pai não notou que estava com a mulher errada. Caramba! Ele já foi casado com as duas, deveria distinguir quem era quem. E se não o fez é porque sempre amou a Paola.

Lizete: Mamãe...

Paulina: E também tem o fato de que eu esteja casada.

Lizete: Você o ama?

Paulina: Ah! Lizete, o Alejandro foi um anjo na minha vida no meio daquele pesadelo, ele me apoiou, ficou ao meu lado, sou muito grata a ele.

Lizete: Você não respondeu minha pergunta. Você o ama?

Paulina: Sim, filha. Aprendi a amar ele.

Lizete: E você deixou de amar o papai?

Paulina: Lizete, por favor...

Lizete: Só diga a verdade, sem fugir, sem desconversar, apenas me diga a verdade. Não minta para mim, mamãe.

Paulina: Nunca poderia mentir pra você, amor.

Lizete: E então? Você deixou de amar o papai?

Paulina: Não, Lizete, nunca poderia deixar de amar o Carlos Daniel.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?
@deafmonteiro