Na manhã de terça feira, Hermione se levantou, fez sua higiene matinal, arrumou os cabelos, vestiu seu uniforme, pegou sua mochila e saiu de seu quarto. Ao chegar ao Salão Comunal, viu Gina frente às estantes olhando distraidamente para os livros.

- Dia Gina.

- Bom dia Mione – disse a ruiva sorrindo – E ai? O que você foi falar com a McGonagall ontem?

- Fui falar sobre as aulas de Adivinhação. Não quero tê-las. E ela perguntou se eu ia continuar a ajudar o Malfoy com os estudos.

- E você vai ajudá-lo? – indagou Gina erguendo uma sobrancelha.

- Claro que sim Gina! Como eu vou deixá-lo sozinho?

- Ah. Ultimamente você tem pensado muito naquele loiro Mione. Você ta gostando dele!

- Gina! – exclamou Hermione corando – Claro que não.

- Claro que sim! – cantarolou Gina de volta.

- Quieta Ginevra...

- Não me chame de Ginevra ou eu...

- Bom dia meninas! – disse Luna descendo as escadinhas – Qual a boa nova?

- Hermione esta apaixonada! – exclamou Gina – Pelo loirinho!

- Ah, mais isso não é nenhuma novidade! – disse Luna sorrindo sonhadora.

- O que? – questionou Hermione.

- Mione... Vou dizer pra você o que eu já disse pro Draco: O maior cego, é aquele que não quer ver...

- O q... ?

- Bom dia! – exclamou Ron saindo de seu quarto.

      Harry e Draco saíram segundos depois e os seis rumaram para o Salão Principal.

•••

- Madison! – exclamou uma voz irritante – Emily!

- Fala Pansy. – respondeu à ruiva revirando os olhos se sentando ao lado de Emily em um sofá nas masmorras.

      Pansy vinha acompanhada de Leah e Reese.

- Vocês nem falaram com agente! – disse Reese.

- Nós vamos começar a bolar alguns planos para pegar o Draco.

- Estou fora desses planos – disse Maddie – Draco é como um irmão para mim. E alem do mai, ele gosta da Hermione Granger.

- Vamos acabar com essa garota então! – exclamou Leah sorrindo com seus lábios vermelho sangue perversamente.

- Esqueçam. – disse Madison – Morei com Hermione essas férias. Ela é muito legal, e eu a adoro. Não vou fazer nada para prejudicá-la.

- Ou você faz – disse Pansy ameaçadoramente – Ou esta fora do grupo.

      Madison ergueu uma sobrancelha desafiadoramente e se levantou parando a centímetros de Pansy.

- Vou pedir a McGonagall que me mude de quarto agora mesmo. Não faço mais parte da Irmandade Maléfica.

      Dito isso, deu as costas a Pansy batendo as pontas ruivas de seu cabelo no rosto da morena, e saiu decidida das masmorras.

- E você Emily? – questionou Reese – Vai com ela ou fica?

      Emily olhou em duvida para a porta, mas se virou para Pansy sorrindo falsamente.

- Fico.

- Ótima escolha, - disse Pansy – Então os jogos começam...

- A Irmandade Maléfica esta de volta à ativa. – cantarolou Leah sinistramente.

      Elas trocaram um olhar sinistro que arrepiou a espinha de Emily.

•••

      A primeira aula para o sétimo ano na manhã de quarta feira era de Defesa Contra as Artes Trevas. Eles estavam ansiosos para a aula da professora Marina Velasques.

      Os Escolhidos caminharam juntos para a sala de DCAT, e como a porta estava aberta, adentraram, sendo seguidos pelos outros alunos.

      A sala estava mais clara e convidativa do que nunca. As janelas estavam todas abertas revelando um sol forte do lado de fora. As antigas cortinas negras postas por Snape tinham sido trocadas por outras azuis e vermelhas. As mesas de duplas estavam postas em um “U”. E na abertura do U, a mesa da professora, ao lado um armário negro, e atrás, o quadro negro.

- Bom dia! – disse ela saindo detrás do quadro sorridente.

      Usava um conjunto de vestes azuis petróleo e seus cabelos ruivos escuros, estavam presos em um trança,

- Achei melhor arrumar a colocação das cadeiras na sala. Assim fica melhor. Sentem-se, por favor.

      Os anos da Corvinal, Lufa-Lufa, Sonserina e Grifinória se sentaram.

- Vejo que temos celebridades nesta aula! – exclamou ela sorrindo – Os Escolhidos! E mais alguns heróis da guerra! Esta bem então... Vamos começar.

      O armário do lado da mesa dela tremeu e alguns alunos se assustaram.

- Antes de darmos inicio a nossa atividade... Tenho uma proposta. A alguns anos, alguns alunos criaram uma sociedade secreta denominada AD. Armada de Dumbledore. – ela sorriu olhando para Harry – McGonagall me deixou a par dos fatos ocorridos. E me disse que todos vocês obtiveram a nota máxima do NOM’S. Minha ideia é darmos continuidade a AD. O que acha Sr. Potter?

- Uma... Ótima ideia!

- Ótimo. – o armário tremeu de novo só que com mais força. – Acho que vocês devem ter uma ideia sobre o que há aqui dentro, certo? Alguém?

      Neville levantou a mão.

- Sim senhor?

- Neville Longbotton. É um... Bicho papão?

- Muito bem! Cinco pontos para a Grifinória. Já sabem, é só dizer “Riddikulus”. Formem uma fila e vamos começar.

      Neville foi o primeiro. A professora abriu a porta do armário e o professor Snape saiu de lá. Neville gritou “Riddikulus” e as vestes do professor ficaram coloridas e ridículas. A sala explodiu em gargalhadas. Luna foi à próxima.

      Seu bicho papão se transformou em uma espécie de rinoceronte amarelo. Com um feitiço não verbal. Ele começou a cacarejar. Gina enfrentou um basilisco enorme. Ron uma aranha gigante, Harry um dementador. E Madison um escorpião.

      Hermione rumou confiante e o bicho papão se transformou nela mesma. Seus cabelos estavam lisos, seus olhos vermelhos, e sua pele fantasmagórica. Harry, Ron e Draco se entreolharam, ela igual à horcrux que Ron destruíra. A morena parou estática encarando seu reflexo maléfico.

- Srta Granger? – chamou a professora.

      Hermione não respondeu, encarava sem piscar seu reflexo. A professora então empurrou a garota ficando frente ao bicho papão, que se tornou um enorme bicho desconhecido por todos.

- RIDDIKULUS – anunciou e seu bicho virou um pequeno cachorrinho.

- Você esta bem Hermione? – perguntou Gina.

- Acho que... Não. – e tudo ficou escuro para a morena.

      Draco correu para ampará-la antes de ela tocar o chão. Ele pegou-a no colo e correu para a ala hospitalar.

- Dispensados por hoje. – disse Marina – Nos vemos amanhã sim?

      Os alunos saíram em silencio e Marina correu para a ala hospitalar. Ao chegar, Madame Pomfrey passava algo na testa de Hermione. Draco estava ao seu lado, e rodeando a cama, Harry, Ron, Gina e Luna.

      - Como ela esta? – perguntou a madame Pomfrey.

- Só desmaiou. Nada grave. – respondeu a velha e – Só precisa descansar um pouco. Agora, só o Sr. Malfoy pode ficar. Os outros podem ir.

      Harry, Gina, Ron e Luna deram mais uma olhada para Hermione e saíram sendo seguidos por Madame Pomfrey.

- O que houve com ela? – perguntou Draco para a professora.

- Seu maior medo é ser má. Ela tem medo de acabar explodindo e ser aquilo que vocês viram.

      Draco encarou a morena que dormia tranquilamente e se virou encarando pela primeira vez os olhos azuis acinzentados da professora. Não pode deixar de notar que eram muito parecidos com os seus. E que ela, de certa forma, era parecida com Hermione.

- Ela nunca será má... Se depender de mim.

- E depende Sr. Malfoy.

      A professora Marina deu mais uma olhada em Hermione e saiu deixando a Draco algo para pensar.

•••

      Já era noite quando Hermione acordou. Ela abriu os olhos e encontrou Draco cochilando debruçado sobre sua cama. Sem poder se conter levantou a mão e acariciou de leve os sedosos cabelos loiros. Draco levantou a cabeça rapidamente e Hermione tirou a mão envergonhada.

- Desculpe – disse ela.

- Não foi nada. Eu durmo quando alguém meche no meu cabelo, não queria dormir. Fiquei preocupado.

- O que houve?

- Você viu seu bicho-papão e desmaiou. Esta desacordada há algumas horas. A ultima aula acabou em alguns minutos.

- Como foi?

- Não sei. Fiquei aqui o tempo todo. McGonagall deixou.

      Os dois ficaram em silencio.

- Onde esteve? – perguntou Hermione um tempo depois.

- Aqui.

- Não... Estou falando das férias. Onde você se isolou?

- Albânia.

- Porque?

- Simplesmente queria mudar os ares, sabe? Sair dessa monotonia de Londres. – disse fitando suas próprias mãos.

- Só por isso?

- Sim.

- Não era o que dizia sua carta.

- Então eles te entregaram...

- É claro – ela franziu a testa – Não foi sua culpa. Você sabe.

- Eu sei?

- Deveria saber – disse ela.

      Draco ia dizer algo, mas madame Pomfrey se aproximou dando alta a Hermione. Ela saiu da ala hospitalar com Draco ao seu lado. Eles encontraram com os outros Escolhidos no salão comunal e cada um se dirigiu ao seu quarto.

      Hermione não conseguia parar de pensar em seu bicho papão. Será que ela se transformaria naquilo?