Admito Que Te Amo escrita por a curious


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

O capítulo da semana tá prontoo :D E antes de mais nada, queria agradecer as lindas Nath e Gabi Mathias pelos carinhosos comentários ^^ Valeu meninas!!
E tenho que agradecer especialmente a Maria Eduarda que está acompanhando a fic até hoje o/ Espero que continue, rs!!
Muito obrigada flores :)
Espero que curtam o capítulo, boa leitura!



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Estava perdida nos mesmos pensamentos que atrapalharam seu sono na noite passada. Na cozinha, esperava a água ferver para poder preparar o café que precisava para começar mais um dia de trabalho.

Tentava não pensar ou lembrar do beijo que aconteceu entre eles. Nunca havia sido beijada daquele jeito e talvez fosse isso que a estivesse confundindo.

Sacudiu a cabeça afastando esses pensamentos de sua mente. Tudo aquilo era uma mera encenação, uma farsa. Repetiu isso para si mesma.

Estava se sentindo uma boba por dar tanta importância ao fato. Sabia que não poderia evitar esse tipo de contato entre eles, mas é que por estarem fingindo serem namorados tudo ficava mais estranho, as conversas, o simples fato de estarem no mesmo local, e até mesmo um contato tão simples como um beijo.

Ainda estava se questionando se aquilo daria mesmo certo.

Por mais que tentasse estava sendo difícil agir naturalmente. Não se via namorando Vitor, nem com qualquer outro cara. Amanda nunca se interessou por ninguém assim, nem sequer pensava no assunto.

Durante boa parte de sua adolescência, enquanto meninas de sua idade estavam vivendo romances de contos de fadas, ela estava ocupada enfrentando um trauma emocional que atormentou sua vida desde a infância, quando descobriu que a mãe e ela haviam sido abandonadas pelo pai. Nunca teve notícia nenhuma dele, nunca o tinha visto, nem mesmo por foto. Sempre foi difícil para aceitar isso.

Achou melhor sair mais cedo. Não podia perder tempo pensando nisso. Comeu qualquer coisa, pois não estava com muita fome. Passou pela sala pegando sua bolsa em cima do sofá. E quando abriu a porta.

–Bom dia Amanda!

–Oi Sophia. – havia esquecido que a moça viria para ficar com Laura.

–Está de saída?

–Sim. – passou por ela. – A tia Laura ainda está dormindo, eu achei melhor não acordá-la.

–Claro.

–Bem, eu já vou. Tchau!

–Tchau!

...

Não estava mais dormindo, só não estava pronto para se levantar. Abriu os olhos, mais um dia começava. Rolou pela cama e parou lembrando-se da noite anterior enquanto fitava o teto. Tinha exagerado naquele beijo e não queria que aquilo acontecesse de novo. Mesmo que ele e Amanda estivessem fingindo serem um casal, Vitor não queria ter esse tipo de contato com a moça a não ser que fosse realmente necessário.

Rolou mais uma vez na cama, pensando no que faria naquele dia, mas não teve tempo pra concluir seus pensamentos.

–Vitor, acorda! - Kimberli adentrou o quarto eufórica.

–O que foi? - resmungou sentando-se na cama e tentando entender o que estava acontecendo.

–Vem comigo. - pegou na mão do irmão e o puxou para que levanta-se.

–Espera, pra onde?

–Anda logo, vem. - arrastou o irmão para fora do quarto e pela escadas abaixo.

Não estava entendendo nada, mas foi com a irmã, que parecia estar bastante animada, e com pressa, para lhe mostrar o que quer que fosse.

Desceram até a sala. O rapaz se perguntava o porque de todos estarem ali na sala também.

–Kimberli, pra que tudo isso. - perguntou de uma vez.

–É que o seu presente chegou. - apontou com as mãos um embrulho moderadamente grande que estava em cima do sofá. - Eu queria ter te entregado antes mas não teve como.

–Você...

–Abre logo Vitor, eu estou curiosa! - a cunhada pediu impaciente.

–Todo mundo tá. A Kim acordou a gente só pra isso. - Vinícius completou.

–Então... - sentou-se ao lado do embrulho.

Era uma caixa coberta por uma tampa decorada com um laço que ele achou um tanto exagerado. Retirou a tampa e o seu conteúdo foi revelado. Era um filhote de golden retriever. O cãozinho tinha o pêlo claro, cor de creme, a não ser das orelhas e das patas, que eram caramelados, seus olhos e focinho eram negros.

–Ai que fofo! – os olhos de Emily brilharam ao ver o bichinho.

–Não acredito que você me comprou um cachorro Kimberli. – retirou o animal da caixa para dar uma boa olhada nele.

–Eu tive a ideia, pedi pra mamãe e ela deixou.

–Deixou foi? – não imaginava, já que a mãe no concordou da primeira vez que decidiu ter um cachorro.

–Quando você inventou de ter um cachorro, você não tinha lá muita responsabilidade pra cuidar de um animal. – relembrou Marta.

–Pois é, e como depois do Titan você não teve nenhum outro cachorro, eu pensei que você iria gostar de ter um de novo. – sentou-se com ele no sofá.

Ouvir o nome do primeiro animal de estimação o fez se lembrar de alguns momentos vividos com o cão. Era um husky siberiano de pelagem branca e preto, tendo olhos claros, típicos da raça. Tinha ganhado o cachorro de presente do pai, mesmo que, na época que pediu, sua mãe tivesse sido contra.

–Se você quiser eu posso te ajudar a cuidar dele. Eu posso dar banho, levar pra passear...

–Você comprou ele pra mim ou pra você mocinha? – questionou o evidente interesse da menina no cachorro.

–Não é nada disso. – ficou sem jeito por te sido descoberta. – Eu comprei ele pra você, então ele é seu. – cruzou os braços decidida.

–Não é o que parece Kimbeli. – Vinícius também havia percebido.

–Deixa ela Vinícius. – Emily o cutucou.

–Então tá, – virou-se para a irmã. – Você já tem um nome pra ele?

–Vai me deixar escolher o nome? – abriu um largo sorriso animada. – Espera deixa eu pensar, – olhou para a bola de pêlos. – Que tal Dom?

–Tudo bem, vai ser Dom então.

...

Amanda aproveitou o tumulto no trabalho para não pensar em nada que não fosse trabalhar, aceitou até a fazer hora extra naquele dia.

Na volta pra casa refletiu sobre o assunto. Eram namorados e esse tipo de contato entre eles seria inevitável, nesse caso, não poderia deixar que isso os atrapalhasse. Depois de muito pensar , Amanda achou melhor não confundir as coisas, afinal, teria que se acostumar de uma vez com a presença dele.

Ao chegar em casa, se preocupou apenas com suas coisas. Isso ainda na tentativa de esquecer definitivamente o que tinha acontecido. Até que deu certo, por um tempo. Mas quando se deu conta do horário, lembrou-se que o rapaz com certeza estava pra chegar.

Quando saiu, Vitor a estava esperando. Ela entrou no carro e mesmo não ouvindo nem sequer um oi vindo dele, o cumprimentou. Ele por sua vez, a respondeu meio distante. Amanda achou melhor não falar ou perguntar nada, se ele não queria conversar, ela também não tinha nada pra dizer.

Chegaram à faculdade sem dar uma palavra um com o outro. Desceram do carro. Amanda ainda pegava sua bolsa, quando ele deu a volta pelo veículo indo até ela. Fechou à porta, ele trancou o carro e em seguida pegou ela pela mão seguindo para dentro da faculdade.

A atitude dele a deixou um pouco sem jeito, mas não tanto quanto o fato de parecer que todos, ou melhor, todas estavam olhando para eles. Daqui pra frente eles eram sim um casal.

Só ficou mais a vontade depois que se separaram e cada um foi para sua sala.

Chegando lá, o desconforto que a jovem sentiu instantes atrás havia voltado. Todos ali pareciam estar cochichando e o assunto parecia ser ela. Se sentou e tentou se concentrar na aula, esperando que todos fizessem o mesmo.

...

Algumas horas mais tarde...

–Sabia que iria ganhar de novo!

–Qual é Vinícius, você não perde uma. Eu nunca vi sorte assim. – pegou o copo, não queria mais continuar a jogar. – Sabia que não devia ter te chamado pra vir.

–Eu não tenho culpa meu amigo! – sorriu satisfeito passando o braço pelo pescoço do outro que o acompanhava.

–Pra mim já chega. Eu também não vou mais jogar.

–Não me digam que vocês não sabem perder? – pediu mais fichas se preparando pra mais uma rodada.

–Vai em frente. – levantou-se de onde estava. – Se precisarem de mim, eu vou estar no bar. - pegou seu copo e saiu.

–Eu vou com você.

O salão estava cheio, como em todas as noites. E mais uma vez, lá estava Vinícius jogando com os amigos. Eram assim que passava a maioria das noites, nos cassinos.

–Ganhei! Rá, eu ganhei de novo! – vibrava de empolgação, adorava a sensação da vitória. – Pode deixar o dinheiro aí, eu vou jogar mais. – disse pro rapaz que lhe entregou mais fichas.

Estava entretido entre suas apostas e não percebeu os olhares curiosos de uma ruiva sobre si. Ela ficou a olhá-lo por mais algum tempo e quando o viu ganhar mais uma vez, ajeitou os longos cabelos vermelhos e partiu em direção a mesa em que ele jogava.

–Nossa! Você é muito bom nisso. – disse passando por trás dele como um animal sorrateiro.

Vinícius não hesitou em olhá-la de cima a baixo.

–É, posso dizer que sim. Obrigado pelo elogio!

–Eu vi você jogando, você não perdeu nenhuma. – manteve os olhos na mesa enquanto falava. – Por acaso você tem algum segredo que possa dividir comigo? – sorriu.

–Olha, os meus amigos dizem que eu tenho muita sorte. - apoiou-se na mesa sem tirar os olhos da ruiva.

–Assim não vale. – manteve o sorriso.

–Sinto muito! – deu de ombros. – De verdade eu adoraria.

–Então para compensar, será que você pode me pagar uma bebida? – não tinha a intenção de desistir.

–Já está um pouco tarde, não é hora das meninas estarem dormindo? – sorriu de canto, estava gostando de brincar com ela.

–Talvez. Mas, também não seria hora dos meninos casados estarem em casa com as esposas. – direcionou o olhar para a aliança no dedo dele e voltando a fitá-lo nos olhos.

Não conseguiu conter o riso diante da atitude atrevida da ruiva.

–Mas, eu não estou fazendo nada de mais, não é?! – encostou as costas na cadeira.

–É. Realmente não está. Você nem sequer me convidou pra sentar. – ignorou o comentário.

–Desculpe. Eu sou um pouco cauteloso. E não é pra menos, uma mulher bonita assim como você chegando em mim assim, eu fui obrigado a desconfiar. – puxou a cadeira para que ela sentasse.

Sabia que nesses lugares estava repleto de oportunistas, muitas vezes contratadas para enganar os homens que frequentavam o cassino.

–Obrigada! – sentou-se olhando fixamente para ele, que retribuiu o olhar. – E oque eu posso fazer para que você passe a confiar em mim?

–É meio óbvio... – resolveu desconversar. – Mas, o que você está fazendo aqui? Você não me parece ser do tipo que gosta de jogar.

–Verdade, mas eu gosto sim de jogar, eu só não tenho a sua “sorte”.

–Tudo bem, entendi. – levantou-se. – Vem...

–Pra onde?

–Vou te pagar uma bebida. Ou você mudou de ideia?

Ela sorriu novamente e passou pelo rapaz indo em direção ao bar, sendo seguida por ele.

...

As aulas seguiram normais. Na hora da saída, Amanda ainda estava na sala pegando suas coisas quando ouviu vozes atrás de si. Virou-se para ver o que era e se deparou com duas moças, uma mais alta e a outra mais baixa. Se perguntou o que elas estariam querendo ali, já que todos já haviam saído.

–Oi! Você é a Amanda, não é? –perguntou a mais alta.

–Sou eu sim. Vocês estão precisando de alguma coisa? – perguntou meio sem jeito, pois nunca havia conversado com nenhuma das duas, apesar de se verem todos os dias.

–É que, tá todo mundo comentando... – a mais baixa iniciou.

–Mas como nós não gostamos de fofocas. – a mais alta tomou a frente.

Começou a imaginar qual seria o assunto delas.

–Achamos melhor vir e perguntar diretamente a você.

Apenas ficou a espera da tal pergunta.

–O pessoal que foi na festa de aniversário do Vitor tá dizendo que vocês estão namorando pra valer. Isso é verdade ou é boato? – esperaram em silêncio pela resposta da morena.

–Bom... – ambas arregalaram os olhos tanto quanto os ouvidos para escutá-la. – Sim, nós estamos.

–Não acredito, eu sabia! – a mais alta delas era com certeza a mais sem noção.

–Nossa, você é muito sortuda Amanda, o Vitor é muito gato!

–Ela sabe disso sua tonta. Por que você acha que ela está namorando ele?

As duas vibraram e suspiravam enquanto relatavam as qualidades do rapaz. Ambas eram sem noção. Amanda não disse nada. Já elas pareciam nem perceber que falavam do namorado da moça ali presente.

–Amanda. – uma terceira voz se fez presente na sala.

Virou-se para ver quem era e viu o namorado na porta a sua espera.

–Eu já vou. – pegou a bolsa. – Meninas, eu tenho que ir agora.

...

Do lado de fora, no pátio, os olhares alheios para o casal ainda incomodavam Amanda. Pensou por uns instantes e chegou à conclusão que toda aquela atenção só podia ser pelo fato de que até então os dois nunca haviam demonstrado serem realmente um casal. E depois da festa, ninguém teria mais dúvidas.

Caminhavam de mãos dadas. Ela virou o rosto olhando para ele na intenção de lhe fazer uma pergunta. Mas, acabou esquecendo-se do que iria perguntar. Distraiu-se, lembrando-se das palavras das meninas que lhe abordaram na sala. Vitor era realmente muito bonito. Tinha um olhar marcante. A postura que tinha era impecável e o ar sério do rapaz no fim das contas só o deixava ainda mais charmoso. Sabia que ele jamais aceitaria, mas olhando-o bem, dentre os irmãos ele era o mais parecido com Marta. Possuía o mesmo porte autoritário que a mãe.

Notou que Amanda o observava, pensou em perguntar o que era, mas como já haviam chegado onde o carro estava, deixou a curiosidade de lado. Entraram no carro e foram para casa.

...

Chegando a casa da morena, parou o carro e antes que ela descesse do carro.

–Amanda...

–Sim.

–Eu esqueci de te agradecer pelo presente que você me deu.

Só então percebeu que Vitor estava usando a correntinha que ela havia comprado pra ele.

–A... Você não precisava me agradecer. Eu confesso que até fiquei em dúvida, porque eu não vejo você usando nada disso, mas... – olhou para o colar no pescoço dele. – Eu achei lindo, então comprei.

–Eu realmente não sou de usar essas coisas, mas eu gostei do presente.

–Aaa..., que bom. – ficou vermelha com o comentário. – Acho que é essa a intenção quando se dá um presente a alguém. – decidiu ficar calada antes que disse alguma idiotice. – E o presente da Kimberli, você gostou da surpresa? – tentou mudar o assunto.

–Como assim, - olhou para ela duvidoso. - Você sabia?

–É que ela me contou enquanto você saiu e nos deixou conversando. Ela parecia bem animada.

–Nem fala, só mesmo ela pra me aprontar uma dessas. Achei estranho mas, gostei.

–Acho que por essa você não esperava. - sorriu. - Eu já vou.

–Tá.

–Até amanhã. – despediu-se dele e entrou em casa.

Entrou em casa um pouco mais aliviada. Talvez nem tudo estivesse perdido e no fim das contas talvez não seria assim tão impossível passar por tudo isso com ele. Era nisso que queria acreditar.


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Notas finais do capítulo

Então... O que vocês acharam??
Beejos, até o próximo!!!