Moda E Música escrita por Darkeinny


Capítulo 2
Capítulo 2- Todos odeiam Paris.




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Passado seu tempo em repouso, Nicolas já podia voltar para a escola. Ele estava ansioso para isso. Reencontrar seu professor de artes para mostrar suas criações para o aniversário de Fernanda. Quando ele foi procurar em sua mochila, para conferir se estavam todas, ele não as encontrou. Isso o deixou muito triste, mas por sorte ele lembrava um pouco de suas criações e então poderia as recriar. Daria um trabalho, porém não tinha problema nenhum em recriar, afinal, era isso que ele gostava de fazer. Desenhar, criar, reinventar. Ele poderia até mesmo fazer umas mudanças necessárias.

Sua sorte é que a aula do professor de artes era somente no final, sua aula no primeiro horário era de história, com o professor Maykenson. Apesar de não querer estudar na Prevetton High School, ele gostava da escola. Sua mãe o deixou na porta da escola e ele foi bem recepcionado por seus colegas de classe. Somente Paris não veio o receber.

Paris era o mais rico da classe, até mesmo do que Trynna, a patricinha da escola, foi recebê-lo. Ela era a segunda mais popular, Paris era o primeiro. E ainda se achava por seu nome ter o nome de uma famosa e bela cidade europeia. Eles nunca se deram bem. Nicolas se impressionou foi por Travor ter ido o receber. Ele era o capitão do time de basquete da escola.

-Seja bem vindo de volta!- acolhe-o Fernanda para tentar faze-lo se sentir melhor-. -Obrigado!- agradeceu sem graça pela recepção-. -Todos para suas salas- anunciou a professora Demetria-.

Demetria era professora de canto. Nicolas também gostava muito dela. A música lhe ajudava a passar por seus problemas. Ela lhe trazia paz enquanto o resto o atormentava. Música e Moda. Duas paixões, mas um só sentimento.

Nicolas se dirigiu até a sala do Professor Maykenson para sua primeira aula do dia. E assim foi por um tempo. Aulas chatas seguidas de mais aulas chatas. Nicolas já não aguentava mais. Entretanto, havia chegado a hora da aula de artes com o professor de artes Cornellios.

-Boa tarde, alunos!- cumprimentou o professor-. -Boa tarde, professor!- gritaram todos em coro-. -Hoje vamos voar um pouco no tempo- metaforizou ele-. -Como assim?- indagou Trynna-. O senhor criou uma máquina do tempo? E que voa ainda? A-inda bem que você é bonita- debochou Cornellios-. -Merci!- agradeceu em francês para mostrar sua classe-. -Okay! Voltando para a aula. Hoje vamos falar sobre Da Vinci. -Quem foi “Dos vinte”?- engradeceu, Trynna, a turma com mais um de seus comentários-. -Não “Dos Vinte” burra- se exibiu Paris-. É Da Vince, Leonardo Da Vinci. Leonardo foi um grande pintor, em termos da arte, e fez diversas obras que são conhecidas até hoje. Como a “Monalisa”, que foi uma grande pintura que tem um valor inestimável. Até hoje é um mistério quem posou para ele pintar ou se teve quem posou. -Quem passou um ferro na coitada?- indagou novamente Trynna, com mais “belo” comentário-. -Como assim passou ferro, Senhorita Montez? -Paris falou que a mulher era lisa, pobre coitada- se compadeceu Trynna-. -“Monalisa” é o nome do quadro de Da Vince. -Mas é claro que é só o nome agora, porque o passarinho deve ter amarrotado tudo. -Como assim Trynna?- perguntou sem paciência o professor-. -Foi Paris que falou que posaram na pintura. -Posar, que Paris disse, é o ato de se oferecer para ser pintado. Ficar parado um tempo para que o pintor possa lhe desenhar minha querida. Entendeu? -Sim, perfeitamente. -Concluindo- respirou profundamente-. Hoje vocês iram tentar refazer e obra de Da Vinci, vocês iram pintar o quadro “Monalisa” em suas telas.

O professor puxou um pano e pendurado no quadro estava o quadro. Porém, não era o original, claro, era uma imitação muito bem feita por um dos alunos de Cornellios a três anos atrás.

-Se vocês conseguirem fazer uma imitação melhor que essa, poderão aparecer nessa aula do ano que vem para outros alunos. Bom, mãos a obra. -Professor posso lhe fazer uma pergunta?- pediu Paris-. -Sim. -Não acha meio impróprio passar isso para esses alunos sem nenhum talento?- se vangloriou-. -Não- por um momento analisou a pergunta novamente-. Como assim impróprio? -Eu sei que consigo refazer essa pintura, mas tem outros alunos que não vão conseguir. -Não subestime seus colegas, eles podem de surpreender. -Me surpreender- gargalhou Paris-. Acho muito difícil. Eles não têm talento para isso. Ou pelo menos alguns deles, né?- e ele apontou discretamente o dedo para Nicolas-. -Não fale assim com seus colegas Paris- pediu o professor-. -Me desculpe, mas se o professor não é realista algum aluno tem que ser. -Chega de papo furado, vamos ao trabalho. Após terminarem entreguem-me os quadros e em seguida podem sair.

Todos colocaram a mão na massa. Alguns quadros realmente não retratavam o original e nem a cópia. Spreender, amigo de travor fez um boneco palito com rabiscos do lado para parecer com os cabelos jogados de Monalisa. Já outros estavam magníficos. Paris e Nicolas ficaram por último e é claro que Paris teve que aprontar uma. Quando terminou, levantou normalmente e fingiu tropeçar para esbarrar em Nicolas que acabou estragando sua pintura.

Paris não tinha limites. Nicolas quis bater em Paris naquela hora, entretanto seu celular vibra e ele vê uma mensagem de sua mãe.

Nicolas assim que você puder me liga, tah!”

-Professor, será que eu posso refazer a minha pintura e lhe entregar amanhã?- pediu Nicolas em tom de desespero-. -Claro!- aliviou-o o professor-. Até porque não foi culpa sua. -Muito obrigado!- agradeceu todo sorridente-. -De nada! Até amanhã então. -Posso sair? -Claro!- hesitou-se o professor-. -Obrigado! De novo!- brincou Nicolas. E olhou no fundo dos olhos do professor-. Não escute o que Paris fala tudo isso é insegurança. -Claro meu jovem, obrigado pelo toque. -Até então professor. -Até!

Nicolas sai então da classe e vai para o pátio correndo para ligar para a mãe.

-Alô, mãe? -Sim- falou em tom de desespero-. -O que ouve? Parece que você está nervosa- falou Nicolas com compaixão-. -É que não vou poder ir te buscar, você terá que dar um jeito- quase chorou Jasminy-. -Mãe o que está acontecendo?- quase chorou Nicolas-. -Depois eu te explico- no fundo ele ouviu chamar no microfone: Jasminy Folkison Hintolberg. Ele não sabia ao certo o que era, contudo não precisava ser adivinho para saber que boa coisa não era.

Nicolas vai então a pé até a sua casa que fica a dezessete quarteirões dali. Seria realmente uma longa viagem, mas dava para encarar bem. Poderia ser visto como um exercício, porém a quem Nicolas estava tentando enganar. Mudar de assunto e pensar em outra coisa significa que você está fugindo e ele não queria ser nenhum covarde.

[...]

Quando são quase onze horas, Jasminy chega, entretanto Nicolas estava dormindo. Para não incomoda-lo naquela hora foi chorando até a cama dele, deu-lhe um beijo na bochecha esquerda e disse no seu ouvido bem baixo em tom de consolo:

-Se cuida meu filho daqui em diante- e olhando para as estrelas, com uma lágrima caindo do seu olho direito completou-. Vai ser muito difícil daqui pra frente- e se pôs a chorar. Foi para seu quarto e ao cair deitada na cama, ainda chorando-. Por que o Nicolas, ele não merece o que vem por aí.

Jasminy deitou então, mesmo sem estar com sono ela tenta dormir. Em vão. Ela vai para a escrivaninha e se põe e ler um livro que estava louca para ler, mas Ronaldo nunca havia deixado ela ler. Ele queria até jogar o livro fora, entretanto ela não deixou, sempre vinha com a mesma desculpa de que o livro era um presente e que não poderia jogar fora por causa da pessoa que ela gostava muito. Tudo mentira. Ela havia comprado este livro dois anos antes só que nunca conseguira passar da página 27. Ela ficou ali lendo até não aguentar e acabar dormindo por ali mesmo.

Jasminy havia perdido as horas e só se deu conta de que horas eram quando já era quase meio dia, para sua sorte era sábado.  Nicolas tinha preparado o almoço. Jasminy senta para comer e seu filho e senta do outro lado. Jasminy entristece a cara e respira para criar coragem e dizer:

-Seu pai vai ficar três meses apenas preso- e começou a chorar-. -O que?- e Nicolas se engasga com a comida-. -O juiz disse que as provas do celular não podem ser afirmadas como um diálogo entre nós dois. Só a briga que teve com você que lhe deu a pena. -Mas ele devia pegar bem mais tempo do que isso. -Só que o Juiz disse que ele não chegou a espancar, só bateu uma vez e os policiais o tiraram a força. -Ai meu deu- se pôs a chorar também Nicolas-. -E depois disso- Jasminy enxuga as lágrimas-, eu fui conversar com ele e ele está furioso.

Os dois estavam muito tristes. Nicolas se trancou no quarto e ficou chorando e meditando por um bom tempo. Jasminy arrumou a cozinha e foi para o quarto, também chorando, e terminou de ler o seu livro.


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