Annabeth's POV

Lembro da primeira vez que sentei num balanço, mas não consegui balançar, afinal, não sabia como. Então eu pedi ajuda, e com apenas um empurrãozinho de uma mão amiga eu consegui. Apesar de ter pouco tempo de pratica, já me sentia um pássaro, voando livre - e por mais que eu não estivesse voando de fato, a sensação de liberdade era tão boa quanto.

A partir daí, comecei a comparar a minha vida como um balanço, por que para conseguir ir alto, você precisa de impulso, mas por mais forte que ele seja, você nunca conseguirá dar a volta completa.

Eu acho que desde que Percy tinha ido, eu tinha amadurecido muito, aprendido que as vezes nem tudo é do jeito que desejamos, mas temos que aprender a conviver e tirar proveito disso.

Até mesmo da ausência da pessoa que vocês mais ama.

Mas bem, não era tudo como antes, e tinha certeza que para Percy também estava sendo assim, sabe, por que com o tempo, por mais dolorido que seja aprendemos a viver na abstinência.

Mas, alguns dizem que o problema da dor é que ela precisa ser sentida, mas eu discordo, pois tem uma hora que você já está tão acostumado com ela que nem a sente mais.

Diário de Annabeth Chase, dia 275.

Fechei meu diário e coloquei os fones, observando pessoas felizes, apressadas chorando ou se despedindo, era uma cena triste, feliz e ao mesmo tempo nostálgica.

E sim, se você ainda não chegou a conclusão, eu estava no aeroporto.

O que pode ser considerado auto masoquismo por alguns, para mim, era apenas um jeito de suprir a ausência de Percy. Ir ali e escrever no meu diário era como levantar se pentear os cabelos, já havia virado parte da rotina. Mas essa, eu tinha adotado há duzentos e setenta e cinco dias atrás. Talvez com a expectativa de não esquecer seu rosto, ou até mesmo esquecê-lo. Mas no fundo, eu sabia que a verdadeira esperança era que ele voltasse.

Já era hora de ir embora, afinal, já passavam das cinco. Então reuni as minhas coisas e coloquei-as na bolsa. Mas antes de ir embora, de vez passei café da aeroporto e pedi um cappuccino para viajem junto com alguns cookies que haviam acabado de sair do forno. Agradeci a garçonete e caminhei até o carro, mas ao abrir a bolsa apara pegar as chaves, e dei falta de algo.

Meu diário.

Me controlei para não sair correndo como uma louca até o aeroporto, pois de jeito nenhum que eu poderia perde-lo! Fui até o café e nada, então só poderia estar na cadeira onde eu estava sentada, e a começa a parte difícil, já que haviam muitas.

Fileira por fileira procurei, até ver um garoto de cabelos negros e com a idade aproximada de dezessete lendo o MEU diário!

Ele tava pedindo pra morrer né?

Caminhei rápido até ele, e reuni todo o meu estoque de educação e paciência para falar com ele:

- Com licença, querido, mas isso é meu.

- Então desde que eu fui você chama qualquer um de querido senhorita Annabeth Chase? – ele disse levantando a cabeça, e ao ver alquilo rosto tão conhecido, não pude evitar sorrir.

Percy's POV

Sai do avião apos mais de oito horas de voo, estava cansado pra caramba,a é por que eu não tinha conseguido dormir nada!

Bom, agora devo ter te deixado confuso a respeito da minha volta, mas a verdade é que, depois de tanto insistir em voltar para a Califórnia e não suportar mas lembrar que eu estava a milhas e milhas de distancia longe de meus amigos e, especialmente de minha namorada, meus pais haviam cedido  e decidido que eu voltaria sozinho para a nossa casa, mas minha tia Héstia moraria comigo por dois meses até maus pais voltarem.

Mas voltando até o presente, após desembarcar a minha bagagem e terminar tudo que eu tinha que fazer lá, fui até o salão principal do aeroporto para chamar um táxi.

Bom, isso teria acontecido se nesse meio tempo eu não tivesse visto uma especie de caderno esquecido num dos bancos com a capa de couro vermelho, em cinza escrito 'Annabeth Chase'. O que foi muito embaraçoso na começo, pois qual seria o motivo de caderno com o nome da minha namorada estampado na capa?

Por instinto ou impulso, sem perceber já estava o lendo, meu coração acelerou quando reconheci a caligrafia inclinada de Annabeth.

Eu só poderia estar sonhando.

Passei os dedos freneticamente pelas paginas amareladas, meus olhos estavam vidrados no diário, bom, até eu ser interrompido.

- Com licença, querido, mas isso é meu. - não pude evitar de sorrir ao ouvir aquela voz tão familiar.

- Então desde que eu fui você chama qualquer um de querido senhorita Annabeth Chase? - levantei o rosto encarando aqueles olhos cor de tempestade e sorrindo de orelha à orelha.

Me levantei rapidamente e a encarei, analisando seu rosto que depois de duzentos e setenta e cinco dias continuava o mesmo, a não ser pelo sorriso, que só agora voltava a fazer parte dele.

O primeiro gesto partiu de mim, já que Annabeth estava parada sem reação ou palavras, apenas sorrindo. Então enfim, após tanto tempo consegui abraça-la, forte e apertado, como nunca havia abraçado ninguém.