Piper's POV, Daylight.

"Talvez por defesa própria, impulso, covardia, medo, ou qualquer uma dessas hipóteses, eu dei um passo para trás."  Com a luz da manha eu achei que tudo ficaria melhor, e que eu poderia me recuperar do terrível remorso que senti ao não ter cedido o beijo à Jason. Eu já tinha chegado na conclusão que seria masoquista se o fizesse, mas no fundo eu queria me tornar uma por Jason, ela só não queria assumir isso para mim mesma.

Mas eu não queria pensar mais sobre isso, já não bastava um terço gastos da noite anterior. Então me levantei, indo me arrumar para a escola.

(...)

Assim que eu puis o pé para fora de casa, vi Leo saindo da sua, primeiramente para pegar o carro e ir para a escola, mas depois que ele me viu, caminhou em minha direção.

- E ai Piperzita, como vai a vida? - disse ele com seu tipico bom humor matinal.

- Mereço! Quando eu me acostumo com "Beauty Queen", você inventa um apelido pior ainda! Piperzita!? Serio, Leo!? - reclamei. -  Mas respondendo a sua pergunta, nada bem Valdez, hoje não to pra conversa.

- Como seu melhor amigo irritante, eu tenho o dever de te dar apelidos! - bufei e sentou-me na calçada, Leo fez o mesmo. - E seu mau humor já é notável, apesar de que algo me diz que ele está mais alterado do que das manhãs normais, alguma coisa sobre a noite de ontem que você queira me contar?

- Jason...

- Que é sobre ele eu já sei né. Mas desabafa Pipes, seu psicologo particular Doutor Leo Valdez esta ao seu serviço! - disse ele, me arrancando um sorriso.

- Dá pra deixar eu terminar a frase? - então aquele sorriso se desfez ao me lembrar do que havia acontecido ontem. - Jason tentou me beijar.

E de repente até o sorriso de Leo se desfez.

- E..? - ele perguntou.

- E eu não deixei.- ao dizer isso, ela notei o rosto de Leo menos preocupado, e é claro que eu sabia o porquê, só não queria pensar sobre isso agora.

- Isso é bom ou ruim?

- O psicólogo é você, não eu! - disse eu me levando e sorrindo, junto com ele.

(...)

Entrei em seu carro, e recostei a cabeça sob o volante e bufando, mas logo a levantei e comecei a dirigir, sentindo a brisa californiana de verão. Era disso que eu precisava.

(...)

Chegando na escola, me sentei na mesa de costume, onde todos estavam, os cumprimentei e sentei, olhando para Jason, que por uma fração de segundos olhou para os meus olhos também, por um breve momento todas as sensações da noite anterior vieram à tona. Mas eu tratei de desviar o olhar, pois ainda estava confusa em relação a Jason.

Bianca's POV, Too Close.

Eu estava verdadeiramente confusa. 

O motivo?

Ah, esse tem nome, sobrenome e um sorriso encantador, Will Solace.

De um tempo para cá, meus sentimentos em relação a Will estavam diferentes, eu só queria me sentir convencida de que nada havia mudado entre nós dois desde a minha volta da Inglaterra, mas não era verdade. Já fazia um tempo que eu andava reparando mais nele, e sem saber se isso era bom ou ruim, sentia ele fazendo o mesmo, só que comigo.

Mas eu tive que deixar meus pensamentos de lado assim que o sinal bateu. Me levantei da mesa, seguindo caminho para a sala de artes, mas antes disso parei no mural de avisos que ficava numa das paredes da escola, onde os alunos deixavam avisos para festas, etc. Mas a direção também o usava para anunciar novidades, a da vez era a seguinte:

"Como de costume, esse ano, teremos um evento para promover novas amizades na escola, e como sempre, os alunos dormirão aqui. Favor trazer barraca.

Atenciosamente, a direção."

- Ótimo... - disse irônica para mim mesma, tirando uma foto do bilhete e mandando para o nosso grupo no WhatsApp.

"Vai dar merda, só acho" respondeu Thalia.

"Pensa no lado bom: tem a festa as escondidas que eu e os meninos sempre organizamos" disse Luke.

"As festas sempre são épicas, desde que o Quíron não descubra, por que se depender do Sr. D... Kkkkk" falou Leo.

"O Sr. D sempre solta as frangas nessas festas! Lembra ano passado? Aashau" disse Piper.

"Não, por que eu não tava aqui, bjão que eu vou pra aula" respondi e guardei o celular.

Annabeth's POV, Astronaut.

Já era noite, a brisa fresca e verão invadia a janela do meu quarto escuro, eu estava sentada com meus joelhos encolhidos balançando para frente a para trás numa cadeira de  balanço, olhando a cidade escura mas ao mesmo tempo iluminada, movimentada cheia de pessoas pelas ruas, mas ao mesmo tempo solitárias, assim como eu.

Para falar a verdade, eu nunca me senti tão instável, nesse momento eu me comparava à Los Angeles. Quem olhava para mim dizia "Nossa Annie, como você está bem" "Tão sorridente mesmo tendo seu namorado do outro lado do mundo" "Você é uma menina forte", mas não era assim, era como se o peso daquele piano que eu estava carregando desde a ida de Percy, só estivesse aumentando. Eu nunca se senti tão morta, não literalmente, é claro, mas sim de alma, era como se ela estivesse sento quebrada em pedacinhos a cada dia que se passava, juntamente com meu coração. Apesar de sempre estar rodeada de pessoas, eu nunca me senti tão solitária, tão mau.

Se isso fosse amor, eu desejaria nunca me apaixonar. Se isso fosse dor, eu desejaria nunca poder amar. Mas não era assim que funcionava, pois ao mesmo tempo eu amava poder amar, pois esse era o pior, mas o melhor sentimento ao mesmo tempo. Mas sem dúvida, o mais confuso entre todos.

Encostei a cabeça na parede, apenas fechando os olhos e por alguns breves segundos, deixei minha cabeça vazia, longe daquele tumulto de pensamentos que eu já estava acostumada a enfrentar.

Mas meu sossego não durou muito tempo, até eu ouvir o som de alguém me chamando no FaceTime, era Percy.

Sem nem excitar, eu atendi, era a primeira vez em dias que eu não falava com ele, por conta do fuso horário. Pela primeira fez em dias eu vi  seu rosto, aqueles doces olhos verde-mar, sempre foram minha perdição.

- Sabidinha! - ele exclamou com um sorriso de orelha à orelha, mas eu também não pude evitar sorrir ao ouvir aquela voz tão distante.

- Cabeça de Algas... - eu ainda sorria feito uma abobada. - Como você está? 

- Estou bem, aqui na Austrália é legal, a escola também, fiz vários amigos por aqui. - Então ele fez novos amigos? E nós aqui na Califória? Como ficamos? Será que ele conheceu alguma garota? Ah Annabeth, deixe de tontice, é o Percy, é claro que ele irá fazer amigos.

Percebi que eu me perdi demais entre meus pensamentos, e que Percy ainda esperava uma resposta.

- Ah, que ótimo. - respondi a primeira coisa que me veio em mente.

- E ai na Califórnia, como vocês estão? - "vocês"?! E quando a mim?! Annabeth, para, agora.

- Ah vão todos bem sim, nada de significativo aconteceu, está a mesma coisa desde que... Desde que você foi embora. - na última frase, até eu mesmo senti minha voz diferente, duvido que Percy não.

- Hey Jude, don't make it bad, take a sad song and make it better. - ele cantarolou um trexo da minha música preferida, e mais uma vez, eu não pude deixar de sorrir.

Juro que tentei responder, mas fiquei com medo de chorar, então  toquei a tela com os dedos, como se com esse ato, eu pudesse tocar Percy. Ele fez o mesmo, e eu fechei os olhos, deixando um lágrima solitária rolar por minha face.

- Te amo. - disse ele.

- Não mais que eu.