Dramas De Uma Obsessão escrita por Tricia


Capítulo 14
Funeral


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, achei que só ia dar para postar domingo, mas consegui fazer este capítulo rapidinho e já estou trabalhando no próximo, que aliás trará uma grande revelação! Não deixem de ler e por favor comentem. Os reviws são muito importantes para mim, beijos!



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Narrado por Edward


 Tínhamos voltado para Forks há dois meses e a não ser pelo hospital que tinha sido ampliado e recebera meu pai de volta de braços abertos, a cidade pouco tinha mudado em todos esse anos.

Passei em frente à escola, enquanto me dirigia para casa e senti uma certa nostalgia. Saudade de tempos que não voltariam. Temporariamente, eu estava morando com meus pais e Rose na nossa antiga casa e dava plantões noturnos no hospital de Forks, substituindo o Dr. Alistair que tinha se aposentado depois de anos de excelentes serviços prestados à comunidade. Mas logo me mudaria para Port Angeles onde estava montando um consultório. Como as duas cidades eram bem próximas talvez eu conseguisse manter o plantão mesmo depois de me mudar.

O plantão daquela noite havia sido tranquilo, os casos mais sérios se resumiam a um homem com o braço quebrado e a uma garotinha com crise respiratória. Sorri  ao me lembrar da garotinha, que além de ser linda era muito tranquila e não me dera trabalho algum. Eu amava o que fazia, era gratificante ver o sorriso das crianças.

Já tinha me conformado com o fato de não poder ter filhos. Provavelmente eu não os teria de qualquer forma, não sem ter "a mulher "certa. Meu pai dissera e eu também sabia que nesse caso específico, não era de todo impossível, só extremamente difícil. Então, como diz aquele ditado popular, o que não tem remédio, remediado está. Teria que direcionar meus instintos paternos para meus pequenos pacientes.

Passava um pouco das 9:30 da manhã quando entrei em casa e encontrei todos na sala, assisitindo a tv. Até aí, tudo normal. Meu pai gostava de assistir aos noticiários. O que não era normal era o olhar consternado do meu pai, as lágrimas silenciosas da minha mãe e os soluços desesperados de Rose que chorava com alguém ao telefone.

Fiquei imediatamente receoso.

-O que aconteceu? - perguntei e meu pai fez um gesto para que eu me calasse, ele queria ouvir a notícia. Me sentei ao seu lado prestando atenção ao que a repórter falava:

"- Hoje de manhã, por volta das 7:30, o dono da famosa boate Surrender, aqui em Nova York, foi vítima de um atentado que acabou tirando de forma trágica a sua vida. Testemunhas que estavam no local na hora da explosão afirmam que a bomba estava no carro do empresário que deixava a boate naquele momento. Jacob Black, um jovem de apenas 23 anos, se tornou milionário após receber uma herança deixada pelo avô materno a alguns anos atrás e desde então levava uma vida tranquila e discreta ao lado da esposa e do filho de apenas 5 anos.
Funcionários da boate afirmam que  ele sempre foi um patrão bom e justo e não tinha inimigos. Mas não podemos esquecer que a esposa, que neste momento encontra-se em estado de choque, sendo acompanhada por médicos, também foi vítima de uma tentativa de assassinato há alguns anos, enquanto estava grávida, quase sendo atingida por um carro em alta velocidade. Caso que nunca foi resolvido pela polícia de Nova York por falta de evidências.
Na explosão se feriram também o cunhado da vítima Emmett Swan,  que é um dos administradores da boate, e um segurança, sem gravidade."

A repórter continuou falando, sobre a investigação policial enquanto mostravam imagens do carro completamente destruído, a multidão que se aglomerava, a imprensa que em peso, fazia a cobertura do acontecimento.

Meu pai se levantou, dizendo que ia dar o seu apoio a Billy, minha mãe resolveu procurar Charlie, que eu já tinha encontrado algumas vezes e sempre me tratava muito bem, para saber mais notícias e tentar ajudar em alguma coisa. Rose desligou o telefone e me abraçou tremendo.

-Eu devia ter ido visitá-los antes de vir para Forks! Agora Jake se foi e eu nunca terei a oportunidade de abraçar o meu amigo novamente! - lamuriou-se - Não consigo me perdoar por nunca ter falado com ele todos estes ano! - nova rodada de soluços.

Aquilo calou fundo em meu coração. Era verdade, nós nunca mais veríamos Jacob. Por mais que eu o odiasse, nunca desejei nada tão horrível para ele. E agora não sabia definir muito bem o que eu sentia. Era uma mistura de tristeza,choque e arrependimento.Tentei acalmá-la:

-Rose, não se atormente! Você sabia deles por Alice e com certeza Jacob sabia que você acreditava neles.

-Mas eu devia ter ido conversar com eles pessoalmente,abraçá-los, dizer que eu entendia... - chorou minha irmã - nunca tive coragem, tinha medo de como seria recebida por eles!

-Perdoe-me Rose, isso é minha culpa! Você se afastou deles por minha causa! - estava atormentado com a dor da minha irmã.

Ela respirou fundo tentando se controlar.

-Tudo bem Ed, eu vou ficar bem.

-Com quem estava falando ao telefone? Alguma informação? - estava realmente interessado.

-Sim, liguei para a casa de Bella, tentei falar com algum deles, mas a empregada me informou que não era possível. Jasper está tomando as providências necessárias, Emmett  - ela parou, a voz ficando novamente chorosa - está hospitalizado. Bella, em choque, foi dopada pelos médicos e Alice estava cuidando de Derek,  tentando fazer com que o menino não se assuste muito com a situação pois os repórteres praticamente fecharam a rua da casa em busca de notícias. Ou seja, um caos total.

Pensei no garoto com um certo carinho. Era tão pequeno para estar passando por aquilo! É claro que a mídia ia ficar em cima. Desde o 11 de setembro, qualquer acontecimento relacionado a atentados, mesmo que não fosse de terroristas, chamava a atenção e comovia a população.

Durante todo o dia seguimos sem novas informações, a noite meu pai chegou nos informando que Billy estava arrasado, mas havia conseguido falar com Bella, que após acordar, recusou-se a tomar calmantes novamente, e a quem pediu que o enterro fosse realizado ali em Forks. Ela aceitou sem contestar.

No outro dia de manhã, em meio a um monte de entrevistas sobre o caso, duas chamaram nossa atenção.

 Uma com o comandante da polícia, que informava que a pedido de um grupo especializado do FBI, tudo sobre o andamento da investigação seria mantido em sigilo absoluto.

E o outro, com o pai de Alice, Eleasar, conhecido nacionalmente como empresário bem sucedido, quando saía da casa de Isabella. Ele estava sendo  o porta voz da família.

Agradecia pelas demonstrações de solidariedade da população, informava que o enterro sería na cidade natal da vítima, ou seja, Forks, e pedia que os meios de comunicação respeitassem aquele momento triste da família e lhes permitissem ter privacidade.

Dois dias depois,  o avião particular desceu no pequeno aeroporto de Port Angeles e vários carros seguiram em cortejo fúnebre até Forks.

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A cidade tinha parado. Todos queriam acompanhar aquele drama. Ainda mais porque muitos conheciam Jacob e Bella desde crianças e se lembravam dos acontecimentos de 5 anos atrás. Tanto no hospital, como nas ruas, eu mesmo tinha presenciado como a memória do povo de Forks era boa. Desde que a notícia da morte de Jacob se espalhara, eu era alvo de olhares curiosos e comentários sussurrados.

Meus pais e Rose foram ao enterro. Estavam lá agora. E eu ainda me debatia na dúvida entre ir ou não ir. Eu não era hipócrita, Jacob não se tornara a melhor pessoa do mundo para mim, só porque tinha morrido. Mas tinha Bella, a quem eu ansiava fervorosamente ver, para colocar meus sentimentos à prova. Talvez ela logo fosse embora  e eu não teria outra oportunidade.

Mesmo antes que eu me desse conta conscientemente, estava seguindo para o cemitério. O local estava lotado, as pessoas espalhavam -se por entre as lápides, a cerimônia estava no fim. Parei a uma certa distância, mas ainda assim mais próximo do que a maioria dos curioso, não deixando de notar os fofoqueiros de Forks cochicharem ao me ver.

Observei Bella que estava de costas para mim colocar uma rosa solitária sobre o caixão lacrado antes de o baixarem na sepultura,  ao seu lado direito, Jasper com um garotinho no colo deitado em seu ombro,  e à sua esquerda Alice que a apoiava, seguida respectivamente por Emmett, que parecia debilitado, Charlie e Billy na cadeira de rodas. Todos choravam, era tudo muito triste.

 Algumas pessoas, que eu não reconheci, estavam bem próximas a eles, observando discretamente a todos os presentes. Me atreveria a dizer, que os quatro homens e as três mulheres, por suas posturas, pertenciam ao governo ou à polícia. Meus pais e Rose, permaneciam um pouco afastados do grupo, junto com outros amigos da família.

Eles se viraram para deixar o local, e só então eu pude vê-la realmente. Meu coração levou um baque. Mesmo com todo o abatimento e tristeza que estampavam o seu rosto, percebi que ela estava ainda mais linda do que me lembrava. Os cabelos negros continuavam longos, a pele branca, acentuada pelo contraste com o vestido negro que ela usava, era perfeita, o corpo havia ganhado formas mais sensuais, se é que era possível. E quando aqueles olhos castanhos me fitaram banhados em lágrimas, enxerguei neles tudo que eu tinha desesperadamente procurado em tantas mulheres que passaram em minha vida naqueles anos. E eu soube com toda certeza que ainda a amava.

Eu suspirei profundamente. Ela parou vacilante. Alice acompanhou seu olhar e ao me ver, fechou a cara para mim. O garotinho pediu colo para a mãe esticando-se nos braços de Jasper. Ela o atendeu prontamente, desviando a atenção de mim.  O beijou ternamente e ele passou as mãozinhas por seu rosto, enxugando as lágrimas que Bella não conseguia conter , em seguida a abraçou escondendo o rostinho em seus cabelos.

A cena me comoveu. Senti meus olhos ficarem úmidos. Os observei até que entraram no carro e partiram.


 


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