O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu escrita por André Tornado


Capítulo 52
VI.5 O novo guerreiro do Makai.




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Zephir perscrutava a pedra de cristal à procura de uma resposta. As imagens desfocadas e rápidas de toda a agitação da Terra passavam na superfície irregular e transparente, mas não ajudavam a esclarecer o mistério, pois nenhuma das imagens lhe revelava o que queria saber.

Na noite anterior, uma bênção dos céus caíra nas margens do lago e fizera renascer o que estava morto. Sentira as almas que gritavam de dor no Outro Mundo deixarem de gritar e regressarem aos corpos que se materializaram da terra escura. Acordara sobressaltado, com uma sensação azeda no estômago. Procurara pelos espíritos dos mortos mas nada encontrou, pois já não havia mortos. Os monges, os sacerdotes, o Sumo-sacerdote tinham abandonado o Outro Mundo.

Rosnara entre dentes, com outra lembrança, daquele que nunca tinha chegado a morrer:

- Toynara…

O jovem sacerdote tivera a ousadia de regressar ao templo. Desafiara-o e ele percebera que a sua magia estava mais madura. O imbecil tinha estado a preparar-se, o que significava que haveria de regressar novamente, para acabar o que deixara inacabado. Só não concluíra o que fora ali fazer pois Son Goku atravessara-se entre eles.

Com uma dor estranha no coração, compreendeu como Toynara era um grande feiticeiro. Tão grande quanto ele… Por isso, escolhera-o como discípulo. Mas tinha um grande defeito, o imbecil do rapazola: escolhera a honra em vez do Universo.

A pedra de cristal apagou-se.

Sem respostas, portanto. Mas algo lhe dizia que as bolas de dragão, Shenron e aquele maldito Son Goku estavam relacionados com o fenómeno.

O espírito de Babidi agitou-se dentro da bola que era a sua prisão. Voltou-se e viu Keilo entrar no santuário com um rapaz adormecido debaixo do braço.

- Majin Bu!... – murmurou o espírito de olhos brilhantes.

O rapaz foi depositado no chão sem qualquer cuidado, mas não despertou. Emanou um odor peculiar e Zephir reconheceu a magia de Toynara naquele sono estranhamente profundo. Sacudiu uma mão e enviou Keilo embora. O saiya-jin rangeu os dentes, mas obedeceu e saiu do santuário.

A bola pairou sobre a sua mão esquerda aberta e disse para o espírito:

- Aqui tens o teu Majin Bu.

- O que é que lhe vais fazer, Zephir?

- Vou fazê-lo meu.

- Ah! Que dia glorioso! – Exultou Babidi. – Nunca pensei que iria novamente ver o grande Majin Bu a atuar sob as ordens da minha magia.

Zephir pousou uma mão na nuca do rapaz, murmurou o feitiço que havia decorado do livro mágico. O santuário encheu-se de luz, de vento e de vozes fantasmagóricas. O corpo do rapaz estrebuchou, sacudido por convulsões violentas. Afastou a mão pronunciando, como se saboreasse, a derradeira palavra do feitiço. O corpo do rapaz sossegou e o santuário voltou à penumbra silenciosa. Enfiou as mãos dentro das mangas largas do hábito cinzento e aguardou. A bola do espírito de Babidi flutuava próximo do seu rosto impassível.

O rapaz mexeu as pernas, os braços, levantou-se. Piscou os olhos, afugentando a sonolência que o fazia oscilar. Encarou-o com uma expressão maligna.

- Bem-vindo, Majin Bu.

Na testa do rapaz fumegava um “M” tatuado a negro. Os olhos eram vermelhos, da cor do sangue. Pequeno, escuro, desafiador, tão direito como se fosse um pilar, com uma voz seca corrigiu:

- O meu nome é Ubo, sensei.

Zephir sorriu com aquela pequena, mas decisiva, vitória. 


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
Apanhada.



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