Just For Today escrita por House
Notas iniciais do capítulo
Primeiramente, gostaria de agradecer aos comentários e pedir que ninguém corte minha cabeça pela demora. Se vocês cortarem minha cabeça, não ficam mais sabendo o que rola na fic. Divirtam-se.
Após o jantar eles foram para a sala. Mais precisamente para a parte sem TV. Thom serviu café enquanto Dick e Piper acomodavam-se no sofá de frente para o Doctor. Seer balançou a cabeça com a cena.
– Onde está a TARDIS? – Doctor perguntou apreensivo com a simples ideia de ficar preso.
Thom consultou seu relógio por um instante e franziu os lábios.
– Já deve ter chegado. Pedi aos Oods a colocarem no porão, que é onde ficam as relíquias da Seer. – o Doctor arqueou as sobrancelhas – Então... Não que a TARDIS seja uma relíquia... Bom, ela é, mas... Não da Seer. – Thom bufou – Só... Volto logo.
Assim que ele saiu, os dois Gallifreyans começaram a rir e Seer trocou de sofá, sentando ao lado do Doctor. Dick ganiu, indignado.
– Ele só sabe fazer isso? – assim que Doctor terminou de falar, Dick rosnou e latiu para ele, pulando do sofá. Passou por Seer, roçou na perna dela e subiu as escadas, com Piper sempre atrás dele.
– Como você viu, ele também é ciumento.
– Onde você arranjou esse cão? – ele perguntou.
– Não o arranjei. – Seer franziu a testa – Onde quer que eu vá, mesmo após uma regeneração, Dick sempre estava me esperando.
– De onde ele é?
– Nunca perguntei. Ele é meio caladão, você sabe.
Doctor balançou a cabeça e olhou ao redor por um momento.
– Você gosta disso? – ele apontou o ambiente em volta – Você gosta de ficar aqui e brincar de casinha? Vale a pena estar com o Thom e vê-lo envelhecer, enquanto você fica aí, sempre da mesma forma, nunca envelhecendo?
Seer pegou as mãos do homem à sua frente, apertando-as. Os seus olhos se encontraram e ela assentiu de leve.
– Eu faço tudo pelo Thommas. – ela disse com um sorriso – Não sei se isso é bom ou ruim, só sei que vale a pena sim. Cada minuto que eu passei com ele, que eu passo e que espero que vá passar é gratificante demais pra mim.
Ela deu um soquinho leve no ombro dele e levantou.
– Thom está demorando. É melhor ir atrás, se não ele acaba se perdendo.
– É só um porão.
– Você não sabe... – disse a outra com um sorriso.
A mente dele era um turbilhão sem fim. Rose deveria estar com John agora. No mínimo casada, grávida até... Talvez até já tivesse um filho e nem deveria mais se lembrar dele. Ficou ali sentado por um bom tempo, tamborilando seus dedos nos joelhos, seus pensamentos alternando entre Rose e a demora de Seer e Thom. Doctor estava receoso em procura-los. Sabe-se lá o que estavam fazendo, casais são imprevisíveis. Após quase meia hora ele desceu as escadas da entrada da casa.
O carro de Seer brilhava azulada e convidativamente à luz da Lua. Não tinha nenhum sinal de portas ou janelas que davam pro porão. O barulho de motor fez com que ele se virasse assustado e Willy buzinou, abrindo a porta do motorista.
Um tanto desconfiado, Doctor sentou-se e o cinto de segurança o envolveu automaticamente. O rádio começou a tocar uma música em tom baixo.
– Boa noite, Doctor. – disse uma voz saindo do carro enquanto seguiam em direção à cidade – Em que posso lhe ser útil?
O Time Lord balançou a cabeça. Claro que Seer continuaria com suas invenções malucas e suas infrações às regras.
– Eu preciso chegar até a residência da senhorita Rose Tyler. – ele gritou por cima do vento – E que você feche a calota.
O carro acelerou na estrada escura, enquanto a calota subia. Aos poucos as luzes de Londres iam se aproximando, obrigando Willy a reduzir sua velocidade. Ele via pessoas apressadas, irritadas, sorridentes, acompanhadas e outras totalmente sozinhas. E também completamente alheias aos problemas que esperavam por eles. A humanidade o intrigava com sua capacidade de fechar os olhos para tudo.
Doctor despertou de seu transe quando Willy começou a se aproximar das ruas mais vazias da área residencial da cidade. O grande Rolls-Royce escondeu-se no final de uma ruazinha silenciosa com casinhas geminadas e minúsculos jardins na entrada. Rose morava em uma delas. Ele pode ver quando seu clone, John Smith, avançou animado até a casa da senhorita Tyler. Levava um buquê de flores para a jovem e Doctor balançou a cabeça, desolado. Tinha sido exatamente como ele imaginava que seria. Seer estava, finalmente, errada.
O Time Lord não podia simplesmente ligar o carro ou pedir que Willy o tirasse dali agora. Faria bastante barulho e se Rose o notasse seria problema na certa. Rose... Sua eterna Rose Tyler, por quem sacrificou uma vida, quem engrandeceu e reparou seu coração estilhaçado por uma Guerra.
A mesma Rose que agora estava nos braços de outro homem. Bom, não exatamente, já que John Smith era somente ele, mas sendo humano. E fora o próprio Doctor que pedira para Rose ficar com ele. Porém jamais imaginara que isso fosse doer tanto.
Doctor passou a mão pelos cabelos. Também nunca pensara que fosse possível, um dia, voltar ao mundo paralelo e encontrar uma Time Lady há tempos perdida, mas tão importante para ele.
Viu com inveja a sua parte humana receber um beijo e um abraço calorosos da mulher que amava ao entregar o buquê e pensou no quão curioso era aquele sentimento. Involuntariamente encolheu-se no banco de couro claro quando Rose deu uma rápida inspecionada na rua. Deu um murro no volante da porta assim que ela fechou a porta.
– Desculpe. – murmurou ao perceber o que fizera. – Quero ir pra casa, Willy. Leve-me de volta para Seer – ele adicionou baixinho.
O carro ligou sozinho, como antes, e foi ressonando a uma velocidade bem mais lenta que a usual. Em um momento divagante, Doctor imaginou se a velocidade era regulada de acordo com a necessidade do motorista. Porque tudo que ele mais queria agora era desaparecer e esconder-se em sua TARDIS. Ao mesmo tempo em que sua mente ansiava pelos conselhos de Seer, ele a amaldiçoava por tê-lo convencido a ir até a casa de Rose.
Willy estacionou na garagem, em seu lugarzinho de outrora. Nada parecia ter mudado no tempo em que esteve fora. Talvez Seer e Thom ainda estivessem fazendo suas coisas de casal. Depois de quase meia hora encarando o nada, Doctor levantou e caminhou até a escadaria. O Rolls-Royce trancando automaticamente atrás dele.
As luzes do andar inferior estavam baixas, dando um ar aconchegante à sala. Doctor quis deitar no sofá, encolher-se e jamais sair, até que Seer o libertasse disso que ele só imaginava como sendo um castigo. E o pior de todos.
Piper surgiu e roçou em suas pernas, pedindo por um pouco de carinho. Doctor a ignorou e subiu as escadas, abrindo a primeira porta do corredor, não encontrando ninguém. Abriu a segunda porta e encontrou a Time Lady por lá, seu inseparável pastor alemão com a cabeça repousando tranquilamente no colo de Seer, que lançou um olhar gélido e, ao mesmo tempo, solidário para o Doctor. Ficaram nessa troca de olhares por mais alguns minutos.
– Então, você vai começar a falar ou eu vou ter que te obrigar? – ela perguntou pouco depois de enfadar-se, acariciando gentilmente a pelagem de Dick e abrindo um sorriso debochado.
– Acho que quero ver você tentar. – ele respondeu, ajeitando sua gravata borboleta e inclinando um pouco a cabeça.
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PÃ PÃ PÃ... Vou demorar bastante pra postar, só pra rolar um suspense maior e vocês ficarem com raiva. E porque sou cria do Moffat, quero sofrimento às minhas custas. *risada maléfica*