Mudanças escrita por Ruby


Capítulo 10
Confissões.


Notas iniciais do capítulo

Hello, girls! Como vão?
O capítulo de hoje é curtinho, mas espero que vocês gostem e comentem! ♥



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Despertei no outro dia de manhã com Alice batendo na porta do meu quarto. Eu mal conseguia me mexer. Estava fraca, com uma dor de cabeça horrível e uma fome pior ainda. O sonho da noite passada rodava em minha cabeça como uma maldição.

- Bella? Você já acordou?

- Já! – respondi, fracamente. Me levantei, indo abrir a porta do quarto. Alice já estava pronta pra trabalhar. Quando ela me olhou, seu rosto ficou preocupado instantaneamente.

- Você está bem?

- Sim, só estou um pouco fraca.

- Claro, não comeu nada ontem! Troque de roupa, Jasper está vindo nos buscar.

- Que horas são? – perguntei, pois o sol já refletia forte na parede de vidro da sala.

- 8h. Vamos mais tarde hoje.

- Ok...

Quando estava saindo do quarto, fiquei tonta de repente. Minha cabeça girou e eu vi o chão se aproximar rapidamente. Quando caí, com um baque surdo, ouvi Alice gritar.

- Bella! – ela se aproximou de mim, me ajudando a levantar – Tem certeza de que está bem?

- Sim, eu já to melhor... – minha voz estava fraca, sem vida. Eu não estava me reconhecendo.

- Volte pra cama. Você não vai trabalhar hoje.

- Não, Alice! – eu quase gritei e me obriguei a parar em pé – Eu preciso ir... não posso ficar em casa sozinha.

Tomei um banho mais demorado do que o comum, enquanto Alice preparava nosso café da manhã. Aproveitei a água gelada para acordar e recobrar as energias. Consegui comer o suficiente para me manter em pé até o horário de almoço.

Assim que terminei, nós seguimos para a portaria. Sam nos cumprimentou normalmente, mas me olhava com uma expressão de pena, ou algo do tipo.

- Como vão, moças?

Em sua pergunta havia mais do que apenas cortesia.

- Melhor, Sam. – Alice olhou para ele sugestivamente, e eu dei um sorriso tentando o convencer de que Alice estava certa.

Entramos no Volvo de Jasper e seguimos para o set. Hoje não estávamos uniformizados. Apenas faríamos uma limpeza no local em que ficava o Café.

- Como vai, Bella? – Jasper perguntou, me olhando pelo retrovisor.

- Melhor do que ontem – respondi, tentando soar sincera. A verdade era que eu estava tão machucada por dentro quanto antes – se eu não estivesse ainda pior, depois daquele maldito sonho.

Fiquei o resto do caminho em silêncio, tentando evitar qualquer conversa que fizesse as lágrimas romperem outra vez.

Nós finalmente chegamos ao set. As coisas estavam mais bagunçadas do que costumavam ser. Havia caminhões e trailers por todos os lados, pessoas correndo com grandes caixas e arrastando objetos pesados. Em uma caminhonete vermelha eu consegui reconhecer duas máquinas do Café.

Enquanto passávamos pelas pessoas, eu tentava não procurar por Edward, mas era inútil. Meus olhos o procuravam inconscientemente. Qualquer voz que eu escutava, qualquer rosto que eu olhava, tudo me lembrava ele. E a cada fagulha de esperança, meu coração se despedaçava de novo.

-

A manhã passou rapidamente. Quando conseguimos arrumar a maioria das coisas, já passava de meio-dia. Trabalhar desse jeito serviu para afastar um pouco minha mente de tudo que estava acontecendo.

- Cara! – Seth disse uma hora, sentando-se no chão e cruzando os braços. Ele estava sem camisa e seu abdômen totalmente definido estava à mostra – To morrendo...

- Nem tanto, Seth – eu brinquei, sentando-me ao seu lado. Eu também estava cansada.

- De fome! – Ele fingiu estar bravo – Escravidão é crime, sabiam?

- Pare de reclamar, Seth! – Esme surgiu de trás de um caminhão – Eu trouxe comida para vocês. Atrás do Café tem um campo bom onde vocês podem almoçar. Junte o resto dos garotos e aproveitem o tempo de almoço.

- É pra já, chefinha! – Seth se levantou e estendeu a mão para me ajudar a levantar. – Bella... – ele começou, quando Esme já estava longe.

- Sim? – eu encorajei.

- Seja sincera – ele estava com uma cara de quem estava prestes a confessar um crime – Você acha que um dia eu teria chances com a Esme?

- Ah, Seth! – eu brinquei, dando um soco leve em seu ombro – Cala a boca!

- Ei! – Ele ria também – Não brigue comigo! Eu to apaixonado, Bella!

Nós nos juntamos ao resto do pessoal e cada um fez seu prato. Fomos para o campo que ficava atrás do Café, apesar da minha hesitação. Aquele lugar, aquele horário, mesmo com várias pessoas diferentes, não me trazia recordações muito boas.

Todos nós almoçamos rapidamente e aproveitamos o restante do tempo para descansar nas sombras das árvores. O ambiente era agradável, mas aos poucos o pessoal foi voltando para dentro do Café, até que sobramos apenas Marcus e eu.

- E aí? Está melhor? – ele me perguntou, pegando minha mão. Eu não sabia se já estava pronta para tocar no assunto, mas respondi mesmo assim.

- Sim, estou, Marcus. Obrigada.

- Um dia você teria que esquecer, não é?

- Pois é. – eu estava com a cabeça baixa, sem encará-lo, pois eu sabia que a qualquer hora meus olhos me trairiam.

- Você tem em mim um amigo, se precisar conversar. Ele não te merecia, Bella. Não é um homem de verdade se foi capaz de trair você.

Ele se levantou e voltou para o Café.

A repentina solidão esmagou meu peito, até que o muro que eu construíra contra a dor rompeu-se e todas as memórias voltaram numa súbita explosão.

Trair. Marcus se fora, mas sua voz ficara para trás. Eu agradeci por sua saída rápida, pois não pude mais controlar as lágrimas.

Eu estava sozinha. Não apenas aqui e agora... Mas eu sempre estivera sozinha. Começava a pensar que talvez fora um erro ter deixado Forks. O que diabos eu estava pensando? Havia deixado amigos, família, minha vida para trás, e o que havia recebido em troca? O que Los Angeles tinha me oferecido, além de dor e sofrimento?

O aperto no peito ficou maior do que eu conseguia agüentar e meu choro saiu em soluços. As lágrimas pesavam e deitei a cabeça nos joelhos, ignorando a possibilidade de alguém me ver naquele estado. Já não ligava para mais nada. Eu só queria que aquele aperto no meu peito parasse! Queria poder respirar livremente, queria poder pensar na minha vida em Los Angeles sem ter que lembrar de Edward...

O rasgo no meu coração doeu ainda mais. E de repente me peguei lembrando dos seus olhos, do beijo que ele havia me dado na praia, dos nossos momentos juntos... Eu desejava ardentemente que ele estivesse aqui, como nunca havia desejado nada antes.

Como se ele tivesse ouvido meu desejo, ouvi passos atrás de mim, como na primeira vez que conheci Edward. Esperei infantilmente por seu toque suave e reconfortante, por sua voz doce me elogiando, mas nada disso veio.

Duas mãos se fecharam em torno dos meus ombros e ergui os olhos, apenas para ter certeza que não era ele.

Sem dizer nada, Alice se sentou no chão e deitou minha cabeça em seus ombros, esperando até que meu choro passasse. Naquele momento, percebi que eu não estava sozinha. Independentemente do que acontecesse, Alice estaria sempre comigo. Levantei a cabeça, sequei os olhos e dei um abraço de gratidão em minha irmã. Percebi que ela chorava também.

Não foram necessárias palavras. O momento falou por nós.

Nós duas voltamos para o trabalho e não tocamos no assunto pelo resto do dia.


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Notas finais do capítulo

E então, o que estão pensando?
Lembrando que o próximo capítulo é a tão esperada Premiére, hoho'. Quais suas teorias? O que esperam que aconteça na Premiére? *-*
Até o próximo capítulo, amoras o/