Mudanças escrita por Ruby


Capítulo 1
Mudando


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Eu sou a Ruby e vou postar, depois de muito tempo, uma das fics que eu mais gostei de escrever! Os personagens pertencem à Saga Crepúsculo, mas a história é minha. A segunda parte já está sendo escrita. Meus agradecimentos especiais à Mandy, que me incentivou a voltar a escrever e a postar aqui ♥ Obrigada, amiga! Enfim, vamos a história. Espero que gostem dela tanto quanto eu!



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- Mãe, vou me mudar.

- O QUÊ?

Pois é, foi isso que ela me disse. Mas veja se você não concorda comigo: eu já tenho 18 anos, terminei o colégio e ainda moro com meus pais. Não consegui entrar na faculdade no final do ano passado, não tenho mais emprego. Não tenho mais idade pra depender dos meus pais... Por isso tenho que dar um jeito na minha vida.

- Renée, me escuta! Eu já tenho 18 anos, não posso depender de você pra sempre...

- ... mas pode depender de mim por enquanto!

- Eu preciso me acostumar!

- Onde você vai morar?

- Los Angeles.

- O QUÊ?

Tudo bem, tudo bem, sair de Forks para ir morar em Los Angeles é uma grande coisa. Mas não era motivo pra tantos O Quê’s...!

- Mãe, é o único lugar onde eu consigo pagar uma moradia com o dinheiro que eu tenho guardado!

- O custo de vida em Los Angeles é caro, Bella...

- Eu vou dividir um apartamento.

- Com quem?

- Alice.

- Aquela desmiolada?

Ta. Falar assim de Alice não era legal. Ela estava se virando muito bem sozinha, depois do que aprontaram com ela.

Nós sempre fomos muito amigas, desde os dois anos de idade. Nós morávamos no mesmo bairro e estudávamos na mesma escola. Ela namorava um cara chamado Mike. Ele ia se mudar pra LA no final do ano passado pra tomar conta dos negócios da família e Alice foi junto. Tinham um apartamento lindo, maravilhoso, e ela trabalhava como sua secretária numa das maiores empresas de cosméticos da região. Até que um dia o sacana se cansou dela e a chutou do apartamento e da empresa. Hoje ela mora num apartamento bem menor, ganhando quase nada no seu trabalho de garçonete num Café e namorando o Jasper, que trabalha com ela, mas que é a fofura em pessoa.

- Mãe, não fala assim dela! Com o salário que ela ta ganhando, ou ela paga o apartamento ou ela come! Eu to indo pra ajudar...

- Não sei não, Bella...

- Por favor, Renée!

Eu olhei profundamente em seus olhos, ela olhou nos meus. Ela abriu a boca pra falar... Eu podia sentir um “tudo bem” chegando, eu sabia que ela ia deixar! (Ela nunca agüentou minhas caras de choro.) Afinal de contas, eu era uma boa filha! Ela não tinha do que reclamar...

- Eu preciso falar com seu pai.

- Tudo bem...

Isso era melhor que nada. Subi pro meu quarto, enquanto esperava meu pai chegar em casa. A chuva castigava minha janela e o vento soprava as árvores do lado de fora. Isso já era de se esperar... Afinal, nunca parava de chover em Forks.

Meu pai era chefe de polícia da cidade e minha mãe dava aula na Forks High School, a escola onde eu estudava. Eles sempre moraram aqui, mesmo antes de se casarem, por isso toda a cidade conhece meu nome, o dos meus pais e dos meus avós.

Havia várias coisas que eu adorava aqui. A primeira de todas elas era o casamento dos meus pais. Era algo em que eu me espelhava e desejava pra mim. Eles sempre foram muito unidos e quase nunca os via brigar. Minha mãe nunca tomava nenhuma decisão sem a opinião do meu pai e o mesmo acontecia com ele. Era um amor tão intenso e tão lindo que chegava a me dar inveja. Como eu era filha única, suas preocupações eram sempre direcionadas a mim. Eles me ajudavam em tudo, mas me diziam “não” quando era preciso e me explicavam o porquê. Nossa relação sempre fora clara, e não tínhamos segredos na família. Meu lar era o lugar em que eu buscava forças quando precisava me reerguer de alguma queda. Era meu porto-seguro, meu sol em dias escuros, e eu sabia que sempre que eu precisasse, eu podia contar com eles.

Segundo, a própria Forks. Cidade localizada no estado de Washington, com aproximadamente 3200 habitantes, é o lugar onde se faz mais frio e mais chove no mundo. Mas apesar de tudo isso, as praias e a mata eram os lugares que me traziam paz sempre que eu precisava.

Havia também meus amigos. Além dos amigos do colégio, eu tinha amigos na reserva Quileute. Eram pessoas que, se eu pudesse, colocaria dentro de uma mala e levaria junto comigo pra onde quer que eu fosse. Jake, Ângela, Nessie, Jess, Paul... Além deles, eu sentia uma falta tremenda de Alice. Ela era como meu diário... Não havia segredos entre nós e nossa amizade era quase tão forte quanto o amor de meus pais. Era algo praticamente inquebrável.

Eu parei de pensar na minha vida e resolvi ligar pra Jake e contar as novidades. Disquei seu número. O telefone chamava, chamava, chamava... Será que ele não estava em casa? De repente seu pai atende, arfando um pouco.

- Alô?

- Billy? É Bella... Jake está por aí?

- Só um minutinho, Bella. A gente tava jogando beisebol.

- Nessa chuva?

Os garotos da reserva Quileute eram doidinhos. Pulavam de penhascos, praticavam esportes radicais, brincavam de luta na praia... Tudo em meio a temporais. Dia sem chuva era dia perdido (o que raramente acontecia).

- Qual é o problema, Bells? Só um momento, vou chamá-lo.

- Tudo bem, Billy...

Eu ouvi um grito de “Jacob!” ao fundo e muitas vaias. Dentre os gritos, eu reconheci a voz de Paul falando “manda um beijo pra sua namorada e diz pra ela te deixar em paz!”.

- Alô, Bells? – Jake pegara o telefone.

- Ei, doidinho. Diz pro Paul que eu mandei outro beijo.

- Só um momento... – e dirigindo-se a Paul: – Ei, Paul, ela mandou você calar essa sua boca grande! – dirigindo-se a mim novamente – Beijo mandado.

- Só você mesmo – comecei a rir.

- E aí, como está?

- Muito bem. Liguei pra te contar uma novidade!

- Você ta grávida! Eu disse pra gente se prevenir... – ele disse, zombando de mim.

- Cala a boca, Jacob! – eu ri ainda mais – Se seu pai escuta, ele acha que é verdade!

- Ele ta lá fora, jogando no meu lugar... Mas então, qual é a novidade?

- Adivinha?

- Se eu tivesse que adivinhar, não estava te perguntando...

- Eu vou me mudar!

- O QUÊ?

Ah, não... mais um?

- Ei, Jake... nem é tão ruim assim... – eu já estava desanimada.

- Desculpe, mas você me pegou de surpresa. Pra onde você vai?

- Los Angeles, com a Alice. Na verdade, eu ainda estou esperando a autorização dos meus pais, mas acho que vai dar tudo certo.

- Claro que vai. Ei, quando você for, mande um beijo pra Alice! Diz que to morrendo de saudade.

- Pode deixar, Jake. E Nessie, como está?

- Na mesma de sempre. Ela não consegue admitir o quanto está caidinha por mim.

- E você, o quanto está caidinho por ela...

Jacob e Nessie eram apaixonadas um pelo outro desde que se conheciam, mas nenhum dos dois nunca teve coragem de admitir isso. Há apenas algumas semanas, consegui convencer Jacob de falar com ela, mas Renesmee-cabeça-dura-Carlie ainda estava resistente.

- Eu não estou caidinho por ela!

- Claro, claro, e eu finjo que acredito. Pode voltar pro seu jogo, Jake, eu vou terminar de ler “Sangue e Coração”.

- Ainda nesse vício?

- Sempre! Beijos, Jake.

- Tchau, Bells.

Desliguei o telefone.

“Sangue e Coração” era minha série preferida sobre vampiros. O último livro tinha sido lançado há alguns dias e eu já estava terminando de ler. Além dos livros, o 1º filme da série já tinha sido lançado e o segundo estava sendo gravado. Dentre todos os atores de renome que estavam escalados pro filme, os mais populares eram Edward e Emmett Cullen. Os dois eram irmãos e encenavam os personagens principais da série. Várias garotas morriam por causa deles, mas eu estava mesmo interessada na história. Era algo tão envolvente, tão incrível, que era quase impossível de largar. Mas como todo mundo tem um personagem e um ator favorito, eu não podia ser exceção. Eu amava Sue, a principal da história que era envolvida pelo vampiro Carlisle (interpretado por Edward Cullen), mas era apaixonada pelo humano e doce Jared (interpretado por Emmett Cullen). Sue era interpretada por nada mais nada menos que a melhor atriz teen que o mundo já viu: Rosalie Hale. Ela era linda, simpática, romântica, fofa, simples, tímida, perfeita! Muito ao contrário de Edward e Emmett. Eles só tinham olhos para o mundinho deles. Ignoravam todos os fotógrafos, não gostavam de comparecer a entrevistas e sempre se fingiam de tímidos. Quase todas as noites saiam, bebiam, mas pelo menos levavam o trabalho a sério.

- Bella! Você pode vir aqui um momento?

Ouvi minha mãe me chamar no andar de baixo. Meu pai provavelmente tinha chegado. Desci as escadas correndo, deixando meu livro em cima da cama, e encontrei meu pai e minha mãe sentados no sofá da sala de estar – nosso local de reunião.

- Bella, - meu pai começou – sua mãe me disse o que você está querendo fazer. Eu só tenho uma pergunta: você tem certeza do que quer?

Eu olhei pros meus pais, ambos com rostos de anjo. Eu sei que é difícil deixar a filha única sair de casa, mas eu nunca dei motivos para eles desconfiarem de mim. Sempre fui responsável, tanto no trabalho quando nos estudos, e nunca fiz nada que desmerecesse a confiança deles.

- Tenho, pai. Acho que está na hora de deixar de ser a garotinha que vive na saia da mãe e que depende do dinheiro do pai. Um dia eu terei de morar sozinha, e como Alice está precisando de companhia, acho que esse é o momento perfeito.

Minha mãe já estava em lágrimas do meu lado, me puxando para um abraço, sussurrando coisas como “eu não queria” e “minha garotinha cresceu”. Quando ela finalmente me soltou, meu pai disse:

- Prometa que vai se cuidar.

- Eu posso ir?? – o grito saiu mais alto do que eu planejava.

- Prometa...! – meu pai insistiu, com um sorriso enorme no rosto.

- Claro que prometo! Ah, obrigada, Charlie! Valeu, Renée – eu abracei os dois – Vocês são os melhores pais que alguém poderia ter! Prometo não desapontá-los!

- Nós confiamos em você, meu amor! – minha mãe disse, entre as lágrimas. – Agora vamos subir! – ela se desvencilhou do meu abraço e começou a me empurrar escada acima – Tem várias coisas que eu quero te dar, antes de você fazer as malas!

- Presentes, Renée? – meu pai perguntou.

- Claro! Los Angeles pede mudança! Vida nova, roupa nova!

É isso aí, mãe... Los Angeles pede mudança! Vida nova!


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Por favor, leitores, comentem! Mesmo que seja mandando eu parar de escrever, mas gostaria de um sinal de vida HDUIAHDISAHD Obrigada pela atenção e até o próximo capítulo o/