O Tempo Dirá escrita por Bibelo


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

---"Ai babih cadê o nome do caps?"

Então, não sei que nome dar, então me deem ideias, mandem nos comentários um nome de capítulo que combine com ele.

Bom, o capítulo não ficou muito grande, mas se eu colocasse mais uma parte passaria muito de 4.000 e não quero isso porque já tenho todo o próximo capítulo na minha cabeça, e eu preciso da parte final que eu colocaria nesse no capítulo 33.

Bom, não demorei tanto, passei só 6 dias de um mês, então eueheueh

Enfim, quero agradecer aos comentários lindos! Obrigada mesmo

Boa leitura



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Capítulo 32 -


Rachel retornou para sua casa logo após o incidente com o candelabro na casa dos Wayne. Estava um pouco atordoada com o acontecimento mais cedo. Não que ela não esperasse por algo assim, mas não imaginou que acontecesse na casa do Grayson.

Inspirou fundo sentando-se no sofá e remoendo uma conversa perturbadora que teve a alguns dias atrás e, sinceramente, não imaginava que suas palavras fossem verdadeiras.

"— Exter....minador? — repetiu Rachel antes de se afastar assustadoramente da porta e colocar-se em posição de batalha: — O que faz aqui? — perguntou apreensiva.

— Não se preocupe, gema. — afirmou o homem entrando de vez na casa: — Não vim machucá-la. Somente vim conversar com você.

— Como se isso fosse possível. — Cuspiu incrivelmente alterada.

— E é. Eu vim aqui como um simples amigo de seu pai. — sua voz saiu macabra num tom tão assustador que fez todos os pelos de Rachel se arrepiarem.

Por um instante não acreditou em suas palavras. Trigon era um ser que desprezava completamente a humanidade, sem sequer uma exceção; nem mesmo sobre sua mãe.

Obviamente ele não iria ter qualquer ligação com Trigon, sequer mesmo como servo.

— Não fale calúnias. Trigon jamais compactuaria com seres humanos.

— Não estamos compactuados. Somente temos um interesse em comum, e usarei dele para conseguir aquilo que eu quiser. — comentou fechando definitivamente a porta de entrada. Quem quer que passasse por ali não conseguiria enxergar o clima na casa.

— Ainda que isso fosse verdade, no final Trigon lhe passaria a perna. Do mesmo modo que fez com minha mãe. — salientou estranhamente calma por fora, mas incrivelmente perturbada por dentro.

— Possivelmente. Ao menos que eu o faça primeiro. — propôs.

— Besteira.

— Acredita mesmo que seu pai não usaria de quaisquer artifícios para acabar com o lugar que você atualmente chama de lar? — perguntou Slade.

Rachel calou-se por alguns segundos.

— Ele usaria até mesmo um humano como eu para conseguir o que quer. Entretanto, eu pretendo não fazer tudo o que ele diz. — reafirmou aproximando-se de Rachel: — Como um velho ditado diz: "O mundo é dos espetos".

— Pode até ser. Mas aonde eu entro nisso?

— Querendo ou não, no seu aniversário, que será daqui a alguns dias, irá libertar seu pai da dimensão em que se encontra e trará destruição para o mundo humano.

— Não irei completar a profecia.

— Não há o "querer" quando já se foi escolhida, minha cara. — novamente avançou mais um passo o qual Rachel mal percebeu.

— Mesmo assim, não deixarei acontecer. — comentou totalmente envolta na armadilha do Exterminador.

— Não há jeito. Mas posso lhe prometer um álibi.

— Como assim? — perguntou já não mais em posição de luta.

— Posso proteger seus amigos da destruição em massa. Tanto os humanos quanto os mutantes. — propos.

— Impossível. Você detesta os Titãs. Não cumpriria com o acordo. — relembrou.

— Tem razão. Mas e os seus amigos normais? Humanos? Eu poderia levá-los para fora do planeta quando ele fosse destruído. O que acha? — perguntou esticando-lhe a mão.

— Não sei.

— Se concordar, eu lhe dou três advertências, das quais terá de cumprir para vê-los a salvo.

Rachel nada disse, o que o instigou a continuar:

— Primeiro. Terá de apagar a mente de Garfield Logan. — falou Exterminador fazendo a garota acordar de uma espécie de transe ao ouvir o nome do rapaz.

— Como? — perguntou irritada.

— Ele sabe que você é uma híbrida. — avisou: — Ele virá hoje falar com você sobre saber de sua identidade.

— Ele... sabe? — repetiu Rachel para si mesma.

— Sabe. Descobriu à um tempo. Para ele não atrapalhar o que irei fazer, terá de tirá-lo da jogada, caso queria que ele seja salvo por meus homens. — sua voz era séria, e ao mesmo tempo incrivelmente falsa.

— Como saberei que isso é verdade? Como saberei que não é uma simples armação sua? — questionou Rachel recobrando um pouco da lucidez.

— Não há como saber. Mas também não há nada a perder. — jogo de palavras. Nada mais precisou ser dito para ela deixar de tentar resistir ao que dizia.

— Qual seria a segunda? — Slade riu. Um riso vitorioso.

— Pessoas tentarão te matar, e você não fará nada para se proteger. Agirá como uma humana comum; sem poderes, sem proteção e sem imortalidade. — suas palavras foram secas, mas cheias de divertimento.

Rachel mordeu o lábio forte o bastante pra sentir o gosto de sangue em sua boca. O que faria? Ignorar o que o Exterminador diz e sofrer as consequências de seu egoísmo?

Ela respirou fundo pronta para dar sua ultima resposta.

— Qual a terceira? — sua voz saiu falha. Já estava totalmente presa em seu jogo. Em momentos como esse, não há sabedoria ou força de vontade que rebata alguém vivido no mundo do caos.

— Irá saber quando chegar o dia. Até lá, somente essas duas advertências que você terá de seguir. — Terminou pronto para sair.

— Você vai mesmo fazer o que diz? — pedido desesperado. Era somente isso que embalava-a, desespero.

— Descubra por si mesma."

Rachel se manteve incrivelmente serena com a lembrança, ao mesmo tempo em que se sentiu uma tola ao aceitar o acordo. Mas para momentos de desespero é somente isso que há:

Soluções desesperadoras.

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— O que houve Dick? — perguntou Kory exaltada pelo telefone quebrado do outro lado do quarto.

— Quem aqui é vadia? — aquilo foi mais uma advertência do que uma pergunta vinda de Bárbara.

— Kory, preciso te contar uma coisa, mas quero que o Ryan esteja junto. — avisou: — E a vadia era do telefone, Babs. Não se preocupe. — Tentou usar tom brincalhão, mas só o que saiu foi um tom pesado e mortificado.

— Vou chamá-lo. — Kory se levantou e saiu da sala com o telefone em mãos. Dick inspirou.

— Quem estava no telefone? — insistiu Bárbara.

— Uma mulher. — respondeu seco. Sabendo que não conseguiria mais que isso, a Gordon suspirou e resolveu ver como estava a equipe morcego na caverna.

0ooo0ooo0ooo0

— Garfield, tudo bem? — perguntou Tara assim que deixaram Rachel no apartamento.

— Pareço bem? — sua pergunta foi frívola. A garota suspirou.

— Já saquei. Mas não precisa descontar em mim. — admitiu emburrada.

— Desculpe. — pediu: — Estou preocupado, somente isso.

— Aposto que não tem só a ver com o candelabro. — sua afirmação atingiu-o forte o suficiente para parar o carro na calçada.

— Tem tudo a ver. — comentou se virando ao banco de trás: — Acho que isso tem algo a ver com estar chegando o aniversário dela. Falta menos de uma semana Tara, quatro dias até aquela maldita profecia, o que ela não fez questão nenhuma de desmentir. — soltou a bomba.

Guardar somente para ele o estava sufocando.

— Por que você fingiu não saber do que eu falava? — perguntou Tara.

— Rachel acreditava que tinha apagado minha memória. Chegou até a me pedir desculpas várias vezes enquanto estava acordando. — voltou um riso fanho no final: — Acho que ela estava tão assustada ao apagar minha memória que fez alguma coisa errada e não funcionou.

— Bom, certo? — Tara pulou para o banco da frente pela fresta entre o banco do passageiro e o do motorista.

— Eu falei para você vir para frente enquanto estava estacionado na casa da Rae. — advertiu irritado com sua atitude.

— Não imaginei que teríamos uma conversa dessas estacionados a um quarteirão de casa. — retrucou. Garfield deu de ombros.

— Bom não é, Tara. — admitiu respondendo sua pergunta: — Porque eu ainda sei que ela tentou me tirar da jogada. Somos namorados, pensei que dividíamos dores um com o outro.

— Mas você não havia contado a ela que era o Mutano.

— Contei no dia. Ela ouviu, aceitou e depois Puff! — ela riu com sua expressão.

— Entendi. Mas mesmo assim você nunca dividiu suas dores com a Rae. — disse Tara: — Já contou a ela o quanto ainda lhe dói pensar em sua mãe? Todos os problemas que você tem com o seu pai? Sua crise de identidade? — ela foi falando tudo aquilo que o afligia, e isso formou uma carranca em seu rosto.

— Crise de identidade? — perguntou curioso: — Eu?

— Sim, você! — cuspiu: — Antes do acidente você tinha uma personalidade diferente. Não era tão frio igual agora, e não dividia sua vida em Mutano com colar e Mutano sem colar.

— Tsc, não fale bobagens. — resmungou.

— Não são bobagens. — admitiu.

Ficaram em silêncio. Os argumentos de Garfield se acabaram, enquanto Tara aproveitava o silêncio da vitória da conversa.

— E você quer que eu faça o que? — perguntou derrotado.

— Insista. Ela precisa de você Gar; muito.

Encerraram aquele assunto com o Logan engatando o carro e continuando o caminho para a casa.

— Tem razão.

0ooo0ooo0ooo0

— O que foi, Grayson? — resmungou Ryan de pé ao lado de Kory.

— Quanto amor, Ryan. — zombou Dick recebendo um olhar sapeca de Kory.

— Quieto. — ordenou: — Fala logo o que quer.

— Bom... — começou: — A uns dias eu tive uma conversa bem agradável com a irmã de vocês. — Kory se exaltou.

— Koma? — exclamou Ryan mais para si mesmo do que para Dick confirmando suas suspeitas dela tê-lo interceptado.

— Vocês tem outra irmã que eu não conheça, por acaso? — não cessou com as piadinhas, tão pouco se intimidou com o olha frívolo do mais novo.

— Enfim — continuou Dick: — Acabamos tendo uma conversa estranha. Nela, acabou me dizendo de sua união com o Exterminador. — avisou. Seu semblante estava sério.

Ryan torceu a boca.

— Eu sabia disso. — comentou Ryan. Dick e Kory o olharam assustados: — Kory me abordou no caminho para cá, por isso cheguei rápido. Estava conversando com Victor sobre minhas suspeitas sobre Koma não ter saído da Terra. E nisso chegamos a conclusão dela estar envolvida com o Exterminador. — Comentou cruzando os braços.

— Então Victor está a par de tudo. — exclamou Dick: — Isso facilita as coisas.

— Planeja fazer algo? — perguntou Kory.

— Ela me avisou que meus amigos seriam atacados, o que explica o candelabro quase ter esmagado a Rae. — Kory mordeu o lábio.

— E no telefone era ela também...? — indagou Kory.

— Sim, era. — respondeu ficando em silêncio por alguns segundos antes de continuar: — Ela avisou qual o próximo alvo.

— E qual é? — Ryan perguntou.

— O Garfield.

Kory arregalou os olhos.

— Espera ai. Está me dizendo o que Gar está sobre ameaça? — disse exasperada.

— Sim. Não sei quando e nem onde, mas algo vai acontecer.

— Então temos de ficar de olho no Logan e seguir quaisquer rastros de Koma. — comentou Ryan.

— Tenho investigadores bom o suficientes para isso. — zombou Dick referindo-se a Bruce e Tim.

— Riquinhos... — ridicularizou Ryan: — Bom, eu vou ficar de olho no Logan. Na festa será mais fácil acontecer algo. Provavelmente acontecerá quando eles estiverem perto de você, Richard.

— Possivelmente.

— Então vamos monitorar a situação. Se tudo for como imaginamos, podemos controlar movimentos estranhos dentro da festa. — propôs Kory.

— Concordo.

— Bom, vou saindo. Vou atualizar o Victor de algumas informações.

— Ok. Se cuida. — pediu Kory.

— Pode deixar. — sorriu sincero e saiu do quarto.

Ambos ficaram em um silêncio mórbido sem saber o que dizer. E foi assim que continuaram até Kory resolver sair do quarto deixando-o sozinho.

Todos aqueles segredos os estavam destruindo.

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A festa já estava lotada. Diversos paparazzi enlouquecidos para conseguirem uma boa foto do filho mais velho de Bruce Wayne que completava dezessete anos naquele dia.

Por causa do acidente ainda mancava, o que ocasionou nas diversas listas de perguntas sobre sua perna e a possível queda da moto.

Sem conseguir fugir deles, viu ao longe Rachel e Garfield entrarem pela porta de entrada. Logo atrás Tara e Kory.

Sorriu baixo e tentou apressar as coisas. Tinha de ficar de olho no Logan.

Tara acabou indo para onde estavam Garth e Roy, enquanto Rachel e Garfield seguiram para alguma mesa.

Kory ficou por perto, mas preferiu ir primeiro ao balcão de bebidas pedir alguma coisa. Teria de sondar, e nada melhor do que fingir entrosamento na luxuosa e exagerada festa.

Começou a andar um pouco por entre as pessoas. Alguns conhecidos, outros nem tanto assim, o que a fazia acreditar em penetras ou coisas parecidas.

Do outro lado, Garfield parecia estar bem mais alerta por causa do acidente de antes. Desconfortável demais para disfarçar isso de Rachel.

— O que foi? — indagou preocupada.

— Nada. — mentiu ajeitando-se no lugar.

— Se não fosse nada eu não estaria perguntando, Garfield. — retrucou seca.

Ela suspirou:

— Desculpe princesa, mas ainda estou meio descrente do acidente de hoje, só isso. — respondeu a meia verdade de seu receio, mas como ela não sabia ler mentes, o ideal era fingir.

Rachel ficou surpresa e incrivelmente feliz por dentro. Ele estava preocupado com ele e isso era fofo a seus olhos. Sorriu finalmente naquele dia aproximando-se mais dele.

— Eu estou bem, verdade. — afirmou entrelaçando seus dedos aos de Garfield.

Ele amenizou o olhar apertando sua mão contra a dela e selando um beijo em seus lábios sorridentes.

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Dick conseguiu enfim se distanciar da multidão de paparazzi e procurar por Kory.

— Richard! — chamou Ryan aproximando-se do rapaz desviando de algumas pessoas estranhamente cambaleantes.

— Ryan. — cumprimentou: — Eu convidei você? — zombou recebendo um simples e frívolo olhar.

— Nem se o fizesse. Vim aqui porque Kory me pediu. — retrucou.

— Entendi. — rendeu-se: — Do jeito que o conheço, acho que depois do acidente com a Rachel ele está bem mais alerta. — comentou encarando os dois sentados à mesa.

— Acidente? — perguntou curioso.

— Kory não lhe disse? — salientou. Ryan negou: —Um candelabro despencou em cima dela. Se eu não tivesse corrido para salvá-la, talvez estivéssemos todos no hospital com ela. — respondeu.

— Estamos falando da mesma Rachel? — Ryan sabia quem ela era, então para ele era meio impossível ela se machucar somente com um mísero candelabro.

— Por que a pergunta?

— Nada. Só achei estranho.

Richard nada disse, somente deu de ombros.

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As horas foram passando e as pessoas foram indo com elas. Bruce Wayne despachou os paparazzi para Dick poder ter um pouco de privacidade.

Conseguiu passar algum tempo com Kory durante a festa. Agora estavam sentados à mesa com copos de bebida e boas risadas.

Mais pro centro do salão, Bárbara dançava arrastando Tim e Jason para a pista de dança. Praticamente amarrados por ela, os dois tentavam achar brechas para fugir, até pediram ajuda para Dick e Bruce que somente riram da situação deles.

A pista de dança estava lotada. Exceto eles dois, todos incrivelmente animados dançando de um lado para o outro da pista colorida pelas luzes.

Lucky tentava passar por entre eles a fim de chegar no balcão de bebidas. Enquanto literalmente se estapeava com as pessoas, viu Wally passar bem ao seu lado sorrindo para algumas garotas que aproximavam-se dele.

Tentando evitar a raiva que a consumia, apressou-se entre a multidão que a empurrava para trás sempre que dava um passo para frente. Acabou tropeçando e caindo ao chão durante o processo. Na mesma rapidez que caiu se levantou para evitar ser pisoteada pelas pessoas que mal a enxergavam de pé, o que diria deitada no chão.

De soslaio, viu Wally desaparecer, e dois colares em seu pescoço balançarem e brilharem pelas luzes nitidamente o bastante para ela identificar seu colar, ou melhor: Ambos colares de compromisso.

Sacudiu a cabeça e continuou o caminho até o balcão.

Wally virou-se para ver Lucky que sentava-se, enfim, nas banquetas. Suspirou pesado procurando Kory na multidão.

Assim que a achou pediu licença e tirou Kory da mesa onde estava com Dick:

– Preciso de sua ajuda. — pediu ele em um tom de vez elevado, tentando passar a música alta.

– Para o que, Wally? - perguntou curiosa.

– É relacionado à Lucky.

O semblante dela mudou para algo mais sério:

– Sou toda ouvidos.

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Lucky brincava com seu copo em cima da bancada. ainda cheio daquela bebida alcoolizada, vez ou outra um pouco do líquido caía no balcão de mogno fazendo o barman olha-la vez ou outra com certa raiva.

Kory chegou perto dela, inspirando fundo e aproximando-se dela.

— Hey Lucky, tudo bem? — perguntou Kory sentando-se ao lado dela na banqueta.

— Vou indo, kory! — admitiu dando de ombros.

— Por causa do wally? — insinuou preocupada.

— Exatamente. Eu nunca pensei que me sentiria tão sozinha sem ele. — seu olhar estava vago enquanto continuava a brincar com seu copo de cerveja intocado.

— Já tentou falar com ele? — insistiu Kory querendo dar um fim em suas aflições.

— Não. — respondeu: — Não consigo, na verdade. — admitiu totalmente derrotada.

Kory não sabia bem o que dizer, mas até aquele momento sabia que ver sua amiga em apuro romântico não era a melhor coisa. Resolveu, por fim, arrastá-la até o segundo andar para poder ter mais privacidade.

Entraram no quarto de hóspedes enquanto Kory recomeçava a conversa:

— Por que vocês terminaram? — perguntou séria.

— Ah, não sei bem. — enrolou: — Talvez ele estivesse com outra. — murmurou num muxoxo.

— Então ele terminou com você? — continuou Kory apertando mais a linha.

— Sim, quer dizer, não... Ah, Kory, não sei o que dizer. — totalmente confusa, abaixou o olhar tapando o rosto em suas mãos.

— Você está totalmente apaixonada por ele, simples assim, Lucky. — falou sentando-se a seu lado na cama: — olhe, eu sei como é se sentir traída. Vai por mim, sei o sentimento, mas se você conversasse com ele, poderia entender o motivo e achar a força necessária para perdoá-lo.

— Não é ele o problema, Kory. Sou eu. — afirmou: — Eu não sou boa o bastante para ele. Nem sequer sou boa como pessoa. — sua voz soou falha no final prendendo em sua garganta um choro rouco.

— Se você não é boa como pessoa, então a partir de hoje seja. — disse impetuosa.

— Não sei não, Kory.

— Bom, o problema é você ser uma vilã e ele um herói? — comentou ela fazendo Lucky olhá-la assustada.

— Co-como assim? Que comparação louca, amiga. — gaguejou tentando contornar a situação.

— Eu sei. — falou de vez: — Ryan os viu no beco no dia que terminaram a relação.

— Ryan...? - repetiu a mesma tentando assimilar a notícia. "Será que ele me viu como Jinx naquele dia?": ­— Não, isso é impossível. Da onde ele tirou isso?

— O Kid estava estranho naquele dia, então Ryan o seguiu e percebeu a relação de vocês como herói e vilã.­

— Kid? Espera, o que quer dizer com isso?

— Pode me chamar de Estelar se quiser. - piscou sapeca para Lucky que perdeu o chão naquele instante.

Não conseguia acreditar na conversa. Se ela era a Estelar então, ela — Jinx — lutava contra sua melhor amiga sem nem ao menos perceber isso? A machucava em suas lutas egoístas quase todos os dias?

Novamente a frase "não ser boa como pessoa" fez total sentido. Seu namorado e sua melhor amiga eram super-heróis que salvam pessoas inocentes e desamparadas, enquanto ela era quem as colocava em perigo ; ela quem lutava contra o bem fortalecendo o mal; criando cada vez mais confusão para um grupo ao qual se dedica somente a proteção. Sem dinheiro, nem recompensa.

Bem como disse, era uma má pessoa.

— Droga, Kory. — resmungou a mesma caindo em si em seu próprio pensamento: — Eu não... Não queria que fosse assim. — falou aos prantos tapando os olhos com a palma das mãos.

— Lucky....

— Não mereço nem o Kid e muito menos você. Por Deus, que tipo de pessoa horrível eu me tornei. — convenceu-se desamparada.

— Pare com isso, Lucky. — reprendeu Kory.

— Parar com o que? Com a verdade? — cuspiu irritada: — Não há como você negar que eu roubava, machucava, destruía e acabava com sonhos e esperanças da população de Gotham sempre que era ordenada. Não há como fingir que o mundo o qual vivo é igual ao seu, porque ele não é. Nunca foi.

— Você não me conhece Lucky. — sua voz saiu assustadora o suficiente para a garota sentir os pelos de seu pescoço se arrepiarem: — Eu já matei pessoas. — afirmou grossa.

Lucky a olhou sem entender:

— Como assim?

— Eu tirei vidas e lares, Lucky. Acabei com sonhos e esperanças por ordens egoístas. Desejava todo o dia a morte daqueles que me maltratavam. Sorria sempre que arrancava sangue daqueles desgraçados dos Psions. - falou incrivelmente calma.

— Psions?

— Se sabe que sou a Estelar, sabe que sou tamaraneana. Nada de canadense, e essas coisas. — informou impassiva: — Eu fui escrava e objeto de pesquisa dos Gordanianos e Psions. Objeto sexual de alguns guardas, e material de pesquisa pra outros. Isso é o que eu era. Eu era uma má pessoa. — terminou inspirando fundo e finalizando: — mas eu mudei. Mudei pela pessoa que amo. Mudei para ser boa o bastante pra o Dick. Porque, mesmo que eu queira, nunca apagarei o passado, mas posso seguir em frente para um outro futuro; um futuro como uma pessoa nova.

Lucky ficou quieta. A vida de Kory foi bem pior que a sua. Mil vezes mais perigosa que ela; já atuou como vilã em um nível incrível e assombrosamente além do dela e, ainda sim, conseguiu se tornar no que é nos dia atuais: Boa.

Respirando fundo, Lucky se levantou:

— Vou falar com ele. — afirmou: — Obrigada, Kory. E, sinto muito. — agradeceu e desculpou-se abraçando forte a amiga antes de sair do quarto.

Kory sorriu:

— Não é que sua ideia deu certo, seu pilantra.




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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim :3

Agora retorna com força total Flinx, o Gar é a póxima vítima e mano, faltam só 4 dias no mundo das fanfics para finalmente acontecer o desfeche.

Bom, é isso amores.

Comentários? Favoritos? Recomendações? uheueheu brincadeira, leiam e façam o que quiserem :3

Beijos e mordidas



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