O Tempo Dirá escrita por Bibelo


Capítulo 28
Desconfiança


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui novamente meus dengos :3

Bom, eu estou conseguindo manter bem a postagem mensal, é bem mais fácil do que ficar marcando data de postagem. Esse capítulo tem 4.000 palavras e - acredito eu - estar em impactante.

Agradeço a todos os comentários. Temos 222 comentários, um recorde para mim; está é a minha fanfic mais comentada. Amo vocês demais :3

Espero que estejam gostando. Ah, to fazendo teste pra Beta (eu e minha amiga), quem sabe né, mas to achando que não vou ter tempo pra isso, mas não custa tentar (nunca tinha tentado).

Enfim, sem mais enrolações!

Boa leitura



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Capítulo 28 - Desconfiança


–Bom pirralhos, quero lhes apresentar o nosso mais novo integrante dos Jovens Titãs - disse o ciborgue abrindo a porta de entrada da casa, passando por ela um rapaz de curtas madeixas ruivas e estatura relativamente alta: - Darkifire. - apresentou ele.

Robin estremeceu naquele momento.

–"O Ryan...?"– perguntaram-se Mutano e Robin mentalmente. O irmão mais novo de Kory entre eles? Aquilo estava ficando estranho.

–Ele estava na rua no dia em que os gordanianos atacaram a Estelar novamente. - falou Ravena: - Ele se mostrou habilidoso e com vários sinais que o delatam como um meta. - comentou a empata: - Acabei encontrando ele pela ruas e o interceptei. Ele pode ser de grande ajuda para nosso grupo, não? - mentiu descaradamente ela ao constatar que dizer que ele era o caçula de sua amiga não ficaria bem.

–Entendo. - respondeu Robin super tenso perante o olhar fulminante do ruivo sobre si. Ryan poderia ter aceito o namoro, mas ainda não ia muito com a cara do garoto prodígio.

–Agora que temos mais um integrante, será bem mais fácil de rastrear o Exterminador. - afirmou Kid Flash entusiasmado.

–Não tão depressa. - afirmou Robin: - Você precisará de um uniforme e de algo que omita sua identidade. Mesmo que agora já tenhamos visto o seu rosto, não seria bom se os vilões também o vissem. - concluiu Robin torcendo para não receber uma daquelas respostas cínicas do tamaraniano.

Ryan estava sem sua máscara. Para um Tamaraniano, não existe necessidade de se omitir sua identidade, já que é com ela que se cria respeito e soberania. Ao menos era isso que Komander dizia.

–Pra que eu deveria omitir minha identidade? Duvido que haja alguém louco o bastante para tentar me enfrentar. –"Ainda mais com a Kory morando em casa" pensou o pequeno sorrindo sapeca. Estelar sacudiu a cabeça tentando não rir de sua resposta, ainda mais por haver verdade em suas palavras.

–Sempre há algum louco, Darkfire. - afirmou Mutano.

Suspirando pesado, Ryan aquiesceu.

–Muito bem, mas uniforme não acho que eu nã-

–Não se preocupe, a Estelar se encarregou de arrumar um uniforme para você! - tranquilizou Cyborg.

–VERDADE! - exaltou-se Estelar: - vou pegar as roupas que eu tenho. - assim ela saiu voando para o quarto do homem de lata retornando em seguida com duas roupas: - Como eu não sabia se você era menino ou não eu trouxe dois. - mentiu ela mostrando os conjuntos.

O primeiro lembrava muito a roupa de batalha a qual Estelar apareceu na Terra: conjunto top e saia roxa com partes de metais que cobriam seus braços, pernas, barriga e tórax como se fosse uma armadura; Já o masculino era um conjunto roxo mais puxado para o preto, camiseta colada regata, calça de laycra e a mesma armadura protegendo seus braços e pernas. Botas grossas de cano alto semelhantes a metal. Bem adequado a uma roupa de batalha.

–Olha, eu fico com o uniforme masculino. - afirmou ele pegando seu próprio uniforme. Serviria certinho, isso não havia dúvida.

–Ok, agora que estamos resolvidos, se apresentem a ele. - pediu Cyborg.

–Bom, eu sou o Kid Flash, o homem mais rápido do mundo. - afirmou o ruivo que sorria radiante.

–Eu sou a Abelha, muito prazer. - disse a morena estendendo-lhe a mão para um aperto. Ryan pegou em sua mão sorrindo.

–Muito Gosto Abelha. - comentou ele apertando-a.

–Já eu sou o Mutano. - empurrando abelha, o rapaz-fera se fez presente: - Sou um rapaz lindo rodeado por várias mulheres. Talvez eu lhe arranje uma namorada. - zombou Mutano ao se lembrar que eu rapaz odiava que lhe dissessem isso.

–Não preciso de uma. - respondeu o Ruivo irritado. Garfield ria internamente com isso, adorava irritar seu caçulinha.

–Sou o Robin, líder do grupo. - afirmou ele apertando a mão de Ryan a contra gosto de ambos.

–Prazer. - disse com a voz arrastada.

–Eu sou a Estelar de Tamaran. Seja muito bem vindo Amigo Darkifire. - disse animadamente Estelar pegando em suas duas mãos quase arrancando uma gargalhada do rapaz. Desde quando ela falava assim?

–Eu sou a Ravena, mas acho que já sabia. - comentou a empata. Ele aquiesceu.

–Agora que estamos todos devidamente apresentados - começou Cyborg: - Vamos comemorar com PIZZA! - gritou ele seguido de um "Uhul" simultâneo de Mutano e Kid Flash.

A noite seria bem longa.

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Horas antes, Casa dos Anders.

–Espera, deixa eu recapitular aqui. - começou Kory andando de um lado para o outro: - Está me dizendo que a Ravena veio até aqui em casa para chamar você para se unir aos Jovens Titãs? - repetiu a menina recebendo um aceno positivo do mais novo: - mas como ela sabia?

–Nem ideia, mana. - mentiu Ryan: - Mas ela disse que me viu no dia da invasão, e que queria que eu me juntasse a força heroica da cidade. Até me deu um comunicador. - afirmou ele tirando de seu bolso um aparelho amarelo com um 'T' desenhando em preto no centro.

Kory suspirou pesado.

–Bom, não acho que seja ruim essa ideia. Pode entrar para o grupo. - consentiu a mais velha: - Mas antes eu vou precisar falar com o Victor. - comentou.

–Quem é Victor? - perguntou curioso o rapaz. Kory deu um risinho.

–Victor é o nosso mentor. Além de ser mais velho nos parâmetros terráqueos, ele é o dono de nossa base secreta. - complementou ela.

–E onde fica a base de vocês? - perguntou entusiasmado.

–No apartamento do Victor. - admitiu tirando o sorriso do rosto de Ryan.

–Mas que base secreta em. - zombou o rapaz.

–Quieto. - advertiu Kory rindo junto de Ryan: - Eu sei que não é lá essas coisas, mas o Victor nos disse que está trabalhando em uma base. Aparentemente não será em Gotham. - terminou a mais velha sentando-se em seu sofá. O ruivo também o fez.

–Entendo. Então você vai prá longe? - resmungou ele com o tom de sua voz aparentemente tristonha.

Nós iremos. - afirmou bagunçando os cabelos do rapaz. Este gargalhou se levantando.

–Não no cabelo. - advertiu ele arrumando os fios ruivos.

–Ah, então não gosta é? - perguntou ameaçadoramente.

–Sai daqui, mana. - ordenou o rapaz dando alguns passos para trás.

–Corre antes que eu te pegue. - trovejou zombeteiramente Kory correndo atrás de Ryan.

Eles riram, brincaram, correram, caiam e se divertiram. Os dias na casa tem sido cada vez mais calmos desde a partida de Koma. Calmos até demais.

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A neve branca cobria Gotham em sua mais fina espessura. Era final de Fevereiro onde se encerra o Inverno e abrindo espaço à Primavera.

A cidade se rodeava de murmurinhos sobre a chegada do aniversário de Richard "Dick" Grayson, filho adotivo de Bruce Wayne; várias empresas de todo o estado aproveitariam esta deixa para conseguir se aproximar das industrias Wayne quando a festa fosse feita em homenagem aos dezessete anos do rapaz.

Fora esta data comemorativa, a família Wayne — composta de três membros — receberam mais um adotado pelo ilustre Bruce; Jason Todd era notícia das manchetes de todos os jornais locais e de assuntos políticos e econômicos. Vários porquês rodeavam a cabeça de Bruce que já se explodia de irritação.

Na escola, todos só falavam sobre o mais novo irmão caçula de Dick, mesmo não sendo de sangue ou legitimo de Wayne como o jovem Damian; único filho de Bruce.

O Silêncio do casual grupo estava incomodo: Garfield ainda enfrentava seu pior conflito interno, Rachel não estava se animando com a chegada de ser aniversário, assim sendo, não contou e nenhum deles sobre a data, principalmente à Garfield; Kory estava com Lucky no ginásio ensaiando, Tara estava com Wally e Garth e Richard se controlava para não xingar as pessoas pelas tantas perguntas feitas à eles sobre Jason.

Outro fato que perturbava e muito Richard era a entrada de Ryan nos Titãs. Não que ele o achasse fraco, muito pelo contrário, ele é tão monstruoso quanto suas duas irmãs juntas, o único fato é ser vigiado pelo seu "cunhado". Qualquer coisa que ele fizer será um motivo a mais para Ryan querer a cabeça do Grayson em uma prateleira.

Um calafrio percorreu toda sua espinha ao sentir dois braços circundarem seu pescoço e aterrar seu rosto em seu cachecol grosso. Um singelo sorriso apareceu em sua face.

–Está atrasada, Kory. - Resmungou ele segurando seus finos braços beijando-os. Esta sorriu.

–Desculpe, Lucky me prendeu no ginásio. - comentou ela com a voz arrastada pelo cansaço.

–Deita aqui. - pediu ele puxando-a para seu lado e enlaçando seus ombros a fazendo encostar sua cabeça em seu peitoral. Fechando os olhos, Kory se permitiu descansar naquele momento estando protegida e acolhida.

Ao lado dos dois, Rachel começara a notar uma certa diferença no comportamento do Logan, começando por ele não deitar em seu colo ou tentar interromper sua leitura perguntando sobre seus sonhos e devaneios; somente se mantinha inerte e quieto respirando pesado, o que se percebia pela grossa condensação que saia de sua boca.

Preocupada, colocou uma das mãos sobre a do rapaz sentindo ele se arrepiar inteiro. Olhando-a assustado, suspirou fundo antes de falar algo:

–O que foi? - perguntou ele se arrependendo em seguida. Seu tom de voz saiu grotesco e irritado assustando ligeiramente a empata. Esta, por sua fez, somente retirou sua mão da dele negando com a cabeça.

–Nada demais. - assim voltou à leitura com seu coração à mil pelo susto.

Ele suspirou forte se levantando e saindo de perto de sua namorada. Estava agindo como um tolo e disso tinha plena certeza. Mesmo sabendo que ela havia escondido dele quem ela é, era mais do que compreensível já que também não lhe disse que era um metamorfo.

Mas não era bem isso que o perturbava; naquele diário estava escrito uma espécie de testamento ou algo do tipo. Ele sentia, bem lá no fundo ele sabia que ela iria morrer. Sabia muito bem que poderia não voltar a vê-la quando chegasse seu aniversário.

Esse seria um bom motivo para interrogá-la ou, ao menos, passar todos os minutos do dia com ela. Mas ele não conseguia. Se sentia traído e impossibilitado de ficar ao lado dela sem se lembrar do que leu, sem se lembrar da mentira.

A passos largos, passou ao lado de Tara que conversava animadamente com Wally, Lucky e Garth perto dos armários, agarrou um dos braços da loira e rumou para fora da escola junto da menina que questionava-o.

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–Gar, o que houve? - perguntou pela terceira vez Tara sentada no sofá de sua casa enquanto o Logan se mantinha em uma de suas banquetas.

Ele a havia arrastado-a até a casa dela por algum motivo já que possuía um semblante irritado e perturbado. Não trocaram sequer uma palavra o caminho todo, e logo agora que ela queria saber de suas aflições ele se calava.

–Gar - chamou Tara: - Se você não me contar não poderei te ajudar. - disse ela se levantando: - Sei que quer minha ajuda, caso contrário não teria me tirado à força da escola. - comentou ela com a voz alta em tom de repreensão.

O rapaz suspirou se aproximando dela a abraçando forte. Aterrando seu rosto em sua curva do pescoço, murmurou:

–Não sei o que fazer. - resmungou com a voz embargada a apertando mais ainda.

–Ca-Calma. - gaguejou Tara tentando controlar suas emoções que explodiam com aquele abraço: - Me diga o que te aflige, por favor. - pediu Tara já desesperada ao sentir o rapaz chorar em seu ombro.

Abraçou-o de volta aterrando seu rosto em sua jaqueta. Não sabia se o que ele precisava era de um abraço ou não, mas se ela pudesse lhe dar conforto ela o faria.

–Preciso desabafar. - disse ele se soltando dela e se sentando no sofá com Tara a seu lado.

–Sobre o que?

–Sobre a Rachel. - disse ele com o olhar baixo. Tara segurou a respiração por alguns instantes: - Sei que você não vai querer saber de meus problemas com a Rae, mas eu realmente preciso falar com alguém. - encerrou ele apertando suas mãos juntas.

Tara suspirou sorrindo-lhe meiga e segurando sua mão.

–Não se preocupe Gar, diga-me o que quiser que eu tentarei de tudo para te ajudar. - afirmou ela encarando-o terna.

–Obrigado - sorrindo, Garfield começou: - Eu acabei lendo sem querer o diário da Rae e... -

–ESPERA! - gritou Tara o assustando: - Você leu o diário dela? - perguntou abismada a loira.

–Eu achei que fosse um livro. - defendeu-se Garfield.

–Mesmo assim é errado. Quando você percebeu deveria ter parado de ler. - advertiu a loira cruzando os braços: - Um diário é um lugar que desabafamos coisas que não podemos contar às pessoas. - disse Tara em tom de bronca: - Mas como você já leu me diga, o que te aflige?

Garfield não evitou de se envergonhar pelo feito, mas não adianta chorar pelo leite derramado. Suspirando, ele começou:

–Só estou lhe dizendo isso porque confio em você Tara. - disse: - então... Éh, a Rachel ela é minha companheira de equipe. - afirmou Garfield.

Tara ficou muda por alguns instantes. Sabia que ele fazia parte dos Jovens titãs, e que eram liderados pelo pupilo de Batman, mas em momento algum imaginou uma reviravolta dessas.

–E não tem problema você me dizer sobre isso? - perguntou receosa a loira.

–Não. A menos que você trabalhe pro pai dela, não vejo problema em você saber. - advertiu ele rindo sem emoção. Tara sorriu sem emoção.

–Bom, continua.

–Enfim, e o problema nem é esse. - começou ele se levantando: - Ela escreveu naquele diário que ela faz parte de uma profecia, que o pai dela é um demo, e que no aniversário dela de dezesseis anos que será daqui a quarenta dias ela teria de se matar ou toda a humanidade sucumbiria. - dizia ele eufórico.

–Se acalme Garfield. - pediu Tara.

–E para piorar, ela se confessou pra mim. - ao dizer isso ele parou encarando o chão. Tara arqueou a sobrancelha.

–Como assim? - perguntou curiosa.

–Ela escreveu no diário que me ama, disse que ela morreria por mim para que eu não morresse pela profecia. - afirmou ele passando a mão pelos cabelos.

–Uou. - exclamou Tara sem saber o que dizer. Provavelmente não é o tipo de confissão que todos esperam.

–Sabe, eu estou desesperado, porque vindo da Ravena ela faria qualquer coisa desse modo. - falou ele temeroso.

–Mas e a Rachel? Ela faria alguma coisa desse modo? - perguntou Tara o fazendo se calar.

–Olha, Gar. - falou a loira se levantando: - Não é porque ela tem duas identidades que ambas são iguais. Até onde eu sei, você age de um jeito quando está normal, e de outro com esse colar. - cuspiu irritada.

–Esse e o meu normal. - grunhiu Garfield irritado.

–Não esse era o seu normal. - apontando o dedo, Tara continuou: - Você não é mais o mesmo, aceite logo. Além de ter mudado a cor de sua pele e ganhado poderes, você mudou seu interior. Ficou frio, meticuloso; mas foi exatamente nisso que a Rachel se interessou, foi pelo você de agora que ela se apaixonou. E é pelo você de hoje que ela morreria. - jogando tudo para fora, a loira suspirou pelo ar que a abandonou enquanto falava.

Sentou-se novamente resfolegando. Garfield se manteve quieto, tudo o que ela disse era verdade, e ele sabia muito bem disso, foi um baque necessário. Suspirando, passou a mão por seus cabelos esverdeados.

–Desculpe. - falou ele.

–Não é a mim que deve desculpas. - ao falar isso ela se levanta: - Vá falar com ela, diga o que viu, se confesse, e pode ter certeza que ela irá confiar em você. - comentou Tara segurando suas mãos.

–O que seria de mim sem você? - perguntou ele.

–Virgem? - zombou Tara tirando um grunhido dele enquanto a vermelhidão tomava conta de ambos.

–Cale a boca. - respondeu irritado.

–Ah! - exclamou ela chamando sua atenção: - A Rachel me perguntou sobre isso. - mencionou ela fazendo-o arquear a sobrancelha.

–Sobre o que?

–Sobre sexo. - ao fazer isso a rapaz quase caiu para trás de susto.

–Como? - perguntou embasbacado.

–Ela havia me perguntado se nós já havíamos transado, sabe. - respondeu envergonhada.

Garfield ficou mudo, além do vermelho que não o abandonava por nada. Respirando fundo, ele segura nos ombros da loira.

–E você respondeu o que? - perguntou ele receoso.

–Que... - olhando-o nos olhos, sorriu sem graça: - Sim. - ao dizer isso o rapaz quase teve um surto.

–Quando você disse isso? - indagou ele: - E porque vocês chegaram a esse assunto? - praguejou Garfield passando a mão por seus cabelos emaranhando-os.

–Acalme-se. - pediu: - Foi no dia em que só ficamos nós duas sozinhas na escola. - afirmou ela: - Mas ela quem perguntou, e tipo no nada. - defendeu-se Tara.

–Pera. - pediu ele: - No dia em que eu, a Kory e o Dick faltamos? - perguntou ele a fim de confirmar. Ela aquiesceu: - E isso foi no mesmo dia em que ela teve um surto de choro. - ele falou com a voz fraca.

Tara tapou a boca abismada.

–Ela chorou? - resmungou a mesma sentindo-se culpada.

–Sim. - confirmou: - e foi nesse mesmo dia que eu soube que ela era a Ravena. - afirmou ele passando a mão pelos cabelos. Seu nervosismo estava mais do que evidente.

Tara suspirou.

–Desculpe Gar. - afirmou ela: - Talvez se eu tivesse respondido 'não' você não teria lido o diário dela. - comentou preocupada.

–Não, eu agradeço. - contradisse ele a fazendo arquear a sobrancelha: - Porque eu posso tentar ajudar ela. - pensou ele com o humor melhorado.

–Ajudá-la como? - perguntou curiosa.

–Quando eu souber eu te conto. - zombou ele tirando uma risada de ambos.

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Na escola o dia correu lentamente para Rachel; a falta que o rapaz-fera fazia para ela era catastrófica o suficiente para criar uma carranca em seu rosto. Mesmo que ele só tivesse desaparecido duas horas antes do termino das aulas, foi o suficiente para terem rumores.

Não era segredo que Tara e Garfield haviam saído juntos e de mãos dadas da escola durante o intervalo, e isso criou dentro de Rachel um ciúme silencioso.

Kory e Richard ficaram preocupados por alguns instantes, sabiam o quão irresponsável Garfield poderia ser em seus momentos de ira. Levando em conta o sumiço de Tara, as suposições dos dois não eram nada inocentes.

Kory conhecia muito bem Tara e por isso sabia que ela não tentaria nada enquanto o rapaz se mantivesse irritado, já as atitudes de Garfield são contraditórias; ele sempre acaba fazendo coisas as quais se arrepende no dia seguinte.

O sinal do fim das aulas soou criando um alvoroço em toda a escola. Se levantando de modo vagaroso, Rachel caminhou até a mesa de Garfield ajeitando seu material dentro da mochila dele. Poderia não saber onde ele estava, mas não deixaria seu material na escola.

Kory caminhou até a mesa de Tara e fez o mesmo. Ambas saíram da sala silenciosas e pensativas, mas que não se tardou quando Richard resolveu se pronunciar:

–Rachel. - chamou sua atenção: - Eu e a Kory vamos por caminhos diferentes do seu e do Logan, poderia deixar as duas mochilas lá? - perguntou ele recebendo um olhar reprovador da namorada.

–Claro! - afirmou a empata: - Onde a Tara mora? - indagou pegando pela alça a mochila rósea da Markov.

–De frente pro apartamento do Logan. - Respondeu ele de antemão recebendo um olhar surpreso de Rachel.

As coisas começaram a se ligar para ela.

–Bom, vamos, Kory? - chamou ele pegando em sua mão: - Até amanhã Rachel. - assim ele sai do corredor arrastando com o máximo de força que tinha a Tamaraniana irritada.

Rachel se manteve quieta e paralisada por um tempo tentando absorver aquela informação dada pelo Garoto Prodígio. Não estava mentalmente preparada para aquilo.

Resolveu por fim sair da escola e ir para casa. Caminhando vagarosamente, Rachel arrastava seus pés pela fina camada branca ainda existente nas calçadas; fitando o vapor que saia de sua boca, se perdia em pensamentos nada confortáveis.

Tinha — quase — certeza de que Garfield nunca a trairia, ele nem mesmo deve ter pensado nessa possibilidade o que descarta a opção; em sua mente outras coisas mais perturbadoras a assolavam.

Faltavam exatamente quarenta dias para seu aniversário; longos e dolorosos dias que se tardavam a passar. Aquilo estava lhe dilacerando por dentro, uma dor avassaladora. Estava pensando seriamente em cometer suicídio naquele dia; ninguém exceto Garfield e Kory sentiram sua falta.

Entretanto não o faria. Ela queria passar o resto de seus últimos dias ao lado dele, junto com o homem que a fez se revigorar e desejar ardentemente pelo seu carinho nas noites; queria antes do fim poder se entregar a ele e dizer aquelas três palavrinhas que enroscavam-se em sua garganta formando um nó doloroso e infundido.

Por vezes pensou naquele momento, em sua primeira vez, no olhar do rapaz a devorando e o simples carinho e afeto pelo qual ele nutre por ela que a fazia flutuar em seus sonhos mais obscuros e trancados à sete chaves.

Por Deus, ela estava definitivamente apaixonada por ele.

Apressou o passo para chegar até a casa do rapaz a qual ficava um pouco depois da sua; mais precisamente duas quadras. Passando pelo Hall, Rachel caminhou diretamente ao apartamento do rapaz.

Diferente dela, ele morava em um prédio bem luxuoso e cheio de utensílios de ultima geração. Por seu pai ser um cientista reconhecido internacionalmente, morar em um lugar assim não é estranho.

Chegando ao sexto andar, Rachel caminhou pelo largo corredor parando em frente à porta de Garfield, antes de bater ela escutou.

Escutou aquilo que Richard estava mencionando. Maldita hora para ignorar o que o moreno disse. Aquela voz era claramente de Tara; aquele gemido era dela.

Estacou no lugar fitando a porta de madeira envernizada do Rapaz com seus olhos arregalados. Virou levemente sua cabeça em direção a porta de onde veio aquele som aguçando seus ouvidos:

–Ga...Garfield. - gemeu a menina do lado de dentro com a voz baixa e rouca.

Sua vista rodou naquele momento. Todas as cores do local se misturaram de forma alucinógena, criando um vortex colorido remexendo o estômago da empata.

Não aguentou mais ficar ali, nem mesmo tentaria ver se era mesmo aquilo, só queria sair de frente daquele local odioso. Deixando as mochilas caírem ao chão de frente a porta da Markov, Rachel se teletransportou para seu apartamento sem se importar com as câmeras do corredor; só queria sair dali.

Era a única coisa que podia fazer no momento.

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Aterrando seu rosto no Sofá, Rachel desabou em prantos deixando vários feixes negros saírem de seu corpo e chicotearem toda a casa destruindo-a em demasia.

Seu choro era abafado pela almofada do sofá negro que se molhava pelas grossas lágrimas que teimavam em escorrer por seu rosto.

Não conseguia acreditar no que ouviu; ainda que não fosse toda a conversa, que não tivesse esperado para ouvir o resto da história por detrás da porta, e que muito menos tenha ouvido a voz do rapaz, ela sentia dor.

Nunca tinha sentido algo assim. Nem mesmo quando viu Garfield beijando Tara quando ele se declarou a ela; não doeu tanto naquele dia, então, porque doía agora? Por que se coração se rasgava em dois como um ato suicida?

As perguntas rodavam em sua cabeça cansada. Qual era o sentido de pensar nisso? Era somente ela continuar com o plano de se matar, não? Mas aonde foi parar sua coragem?

Estava totalmente desolada. Se culpando internamente de ter ouvido o Richard, de ter insistido em ouvir aquele som novamente, e se arrependia amargamente por amar Garfield.

Duas batidas na porta a fizeram se sobressaltar no sofá. Será que era Garfield? Ela pensou nessa possibilidade, já que ele nem ao menos a avisou que sairia da escola.

Um tanto transtornada, ela limpou as lágrimas e se dirigiu à porta a abrindo, mas não era Garfield que estava nela.

Um homem alto, com um sobretudo marrom com largos botões em um tom mais escuro, botinas, um chapéu e com algumas madeixas loiras encobrindo seu rosto se dispunha de pé a sua frente. Era impossível de ver seus olhos.

–Quem é você? - perguntou Rachel na maior grosseria que podia.

–Ora, mas que recepção mais gentil, senhorita Roth. - zombou o homem levantando a cabeça cruzando seus olhos azuis com os roxos da menina. Ela estacou.

Aquela marca em sua testa, ela conhecia muito bem:

Era a marca de Trigon.

–Quem é...? - balbuciou ela sem conseguir terminar.

–Que grosseria a minha. - disse ele entrando em sua casa a fazendo recuar dois passos: - Pode me chamar de...

Exterminador.



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Notas finais do capítulo

Gostaram?

E esse Exterminador que apareceu ai, em? ueheuheuehue vai dar merda? Sim. O Roteiro do priximo caps já esta escrito, só falta desenvolver.

O Damian também surgiu ali, repararam? Isso é pra minha linda lá (não sei escrever seu nome, mas você sabe que é você).

Até o proximo lindos.

Beijos e mordidas



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