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Dorc’s POV

E lá estava eu, sem meus tão amados saltos, em frente ao Palácio de Buckingham, com as melhores modelos da Dolores e o fotografo de grande nome de Londres, fazendo a campanha de verão para o novo começo da revista.

Algumas tendas estavam postas na frente do mesmo, com autorização é claro, para que pudéssemos manter nossas modelos intactas para todas as fotos.

Meus cabelos agora estavam e um coque mal feito em cima da minha cabeça enquanto ajudava as modelos com algumas poses e trocas de roupas, mais do que necessária.

Meu celular, no bolso traseiro da minha calça tremeu e o coloquei entre o ombro para conseguir fazer mais do que isso ao atender.

- Sim – falei assim que atendi sem nem ao menos ver quem era.

- Você tem um minutinho para sua amiga desamparada? – ouvi a voz de Lene e gargalhei diante da situação sabendo que ela estava fazendo um bico do tamanho do mundo nesse exato momento.

- Estou no meio de uma sessão, mas eu sou Dorcas Meadowes, posso te aconselhar durante esse tempo, só não me enrole e vá direto ao ponto – pedi enquanto entravamos no Palácio para fazermos algumas fotos dentro do mesmo.

- Desculpa Lady! – gargalhei novamente – Certo. Não nos encontramos hoje de manhã, então só tive tempo de contar para Lily, mas Sirius foi até o meu apartamento ontem, - sorri sabendo que o queridinho faria isso mesmo – e eu não sei o que fazer!

- Trabalhar! – falei rapidamente ouvindo-a bufar – Certo, desculpe, mas você sabe que precisa fazer isso!

- Meu horário de almoço, dá pra me ajudar? – pediu impaciente.

- Anne mais para a direita! – berrei para a modelo e voltei minha concentração a Lene – O que ele propôs?

- Ele quer se fazer presente da vida de Cassie – murmurou.

- Então o deixe fazer-se presente, mulher! – resmunguei.

- Eu não quero isso – ouvi-a dizer baixinho.

- Então não deixe! – exclamei revirando os olhos.

- Cassie precisa de um pai...

- E você precisa ocupar sua mente com outra coisa! Mulher você tem que parar de ser confusa – reclamei enquanto separava algumas peças de roupas – E claro, você precisa de uma dose de Sirius Black. – provoquei.

- Cale a boca Dorcas! Eu só não sei o que fazer... Sirius na vida de Cassie seria muito bom, mas não na minha vida.

- Bloqueie seu corpo e sua mente dos encantos do maldito Black e deixe-o ser o pai que minha amada afilhada precisa. – falei por fim – Preciso desligar, nos falamos depois, beijos. – disse apressada nem esperando por uma resposta – E ah, vá trabalhar!

Ouvi alguns resmungos de Lene do outro lado, mas ignorei sabendo que ela tentaria seguir meu conselho. Revirando os olhos diante de mais uma tremida do meu celular percebi que era uma mensagem de Lily, avisando que precisava de mim no prédio.

Essas amigas não cansam de precisar de mim, não?

- Tenho que abandonar vocês – avisei para as meninas que estavam me ajudando – Tomem conta de tudo, estou confiando em vocês!

Peguei minha bolsa e sai em disparada até a rua atrás de um táxi.

Eu precisava de um carro! Confirmei ao firmar meus pés na escadaria do prédio, onde subi correndo aos tropeços e barrancos.

Ao chegar no andar desejado cumprimentei Patrícia de mal grado e adentrei a editora quase ficando louca apenas com o barulho que fazia ali dentro. Os engenheiros trabalhavam dia e noite para que as salas que pedimos ficassem prontas logo e os funcionários nos ajudavam com tudo o que era preciso.

- Meadowes – Karlie exclamou assim que me viu entrando e veio ao meu encontro enquanto andávamos em direção a sala da diretoria, a qual dividia com as meninas. – Joey ligou avisando que precisava falar com vocês três – ela lia alguns papeis coloridos. – Aquele fotografo que você marcou a entrevista está na sala de espera e... Henrique ligou pedindo para que retornasse a ligação para que criasse algo inovador para o novo design de não sei o que. – ela terminou num folego só.

- Avise Joey que farei o possível para que consigamos ligar para ele e ligue para Henrique pedindo para que venha até aqui amanhã pelo final da tarde ajeitar isso comigo e ah, o fotografo eu lhe entregarei um papel com as perguntas, você faz, anota e diz para ele que o avaliarei! – avisei entrando na sala e acenando para Karlie que se mostrava muito eficiente.

 - Dorcas temos um evento no sábado! – Lily disparou assim que me sentei nem respirando direito – Uma revista um pouco conhecida daqui, mandou e-mail dizendo que agora que um pedaço de Paris, no caso nós, estavam aqui na Magazine eles faziam questão de nos convidar e mais algumas baboseiras que eu não preciso lhe comunicar.

- Certo e cadê a Marlene? Precisamos ligar para Joey, ele queria falar conosco – avisei já me levantando.

- Foi até o escritório de Carlos com nosso projeto para o levantamento da revista – avisou saindo de trás do computador.

- Carlos?

- O cara que Joey pôs para comandar a revista aqui, parece que ele aceitou muito bem nossa vinda, porque não sabia mais o que fazer. – ela estava prestes a sair da sala com sua bolsa em mãos, mas antes perguntou – Café?

- Duplo – disse sem cerimonias antes de me colocar atrás do computador e começar a programar algumas coisas que deveríamos fazer ainda essa semana.

Depois de meia hora pesquisando por milhares de coisas, Lily já tinha me deixado meu café e tinha saído para resolver alguns pepinos.

E mais uma vez naquele dia, meu telefone tocava. Dessa vez a ligação era da França e eu já sabia quem estava do outro lado.

- Joey! – atendi animada.

- Dorcas! Mon amour! – ouvi sua voz alegre e satisfeita do outro lado - Où sont Marlene et Lilian? - (Onde estão Marlene e Lilian ?) – perguntou.

- De travail - (Trabalhando) – avisei-o sentindo que ele sorria.

- Parfait! J'ai juste appelé pour savoir comment ils étaient – (Perfeito ! Eu só liguei para ver como estavam).

- Très bien – (Bem) – falei suspirando.

- Et mês enfants? – (E os meus filhos?) – Joey chamava as crianças de filhos, ele fazia o papel de pai que eles antes não tinham.

- Parfait! Quand j'aurai plus de temps vous dire tout ce qui s'est passé – (Perfeitos ! Quando eu ter mais tempo, te conto tudo que tem acontecido) – avisei-o.

- Combiné. Je vais raccrocher, baisers – (Combinado. Vou desligar, beijos) – Joey disse e depois de me despedir, desligamos.

Como Joey fazia falta nos dias de trabalho. Ele era nosso equilibrio. Sempre que estavamos ligadas demais ao serviço ele conseguia nos fazer relaxar e fazer tudo com mais tranquilidade, algo que não iriamos conseguir tão cedo aqui em Londres.

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