Bella And The Writers Block. escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

N/A: Olá! Notinha rápida apenas para agradecer as reviews de vocês. Fiquei muito feliz ao ver que vocês gostaram dessa história tão desequilibrada quanto a autora. Como eu não tenho minhas usuais maravilhosas betas nessa fic, ela pode conter alguns errinhos de pontuação e afins, então, por favor, ignore-os :) Bem, é isso! divirtam-se e até o próximo capítulo! Beijos!



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Capítulo 2

A manhã chegou e com ela o som irritante do meu despertador. Praguejei enquanto tateava a mesinha de cabeceira procurando o infame objeto. Quando finalmente consegui achá-lo, a paz voltou a reinar naquele cômodo. Ainda não tinham inventado coisa mais irritante que despertador.

“Hora de acordar, preguiçosa.” Suspirei. Sim, existia coisa mais irritante e a pior parte é que tinha sido inventada por mim.

“O que você está fazendo aqui?” Perguntei, mal abrindo os olhos.

“Eu sou uma manifestação do seu subconsciente, logo eu estou onde você está.”

“Só que no momento eu estou inconsciente, então desapareça!” Ordenei, afundando meu rosto no travesseiro.

“Você sabe que ele pode chegar a qualquer momento. E vai ser uma coisa linda ele te encontrar de calça de moletom e uma blusa do Flash” Levantei o rosto do travesseiro e só então percebi a roupa que usava.  “Falando nisso, essa blusa já deveria ter sido aposentada.” Era certo que minha blusa de vermelha, estava quase rosa e que o raio amarelo já era quase inexistente, mas não precisava falar daquela maneira.

“Eu levanto se você parar de criticar as minhas roupas.” Negociei.

“Que pena. Eu até que estava gostando.” Ele sorriu debochado.

Muito a contragosto me levantei. Odiava ter que dar o braço a torcer, mas se eu ficasse ali para contrariá-lo, os resultados não seriam os melhores. Depois de um banho e de escovar os dentes, até que eu estava apresentável com uma calça jeans escura, uma camiseta cinza e um par de converse preto nos pés.

Depois de tomar um bom café da manhã, voltei para a sala. Nunca na minha vida eu achei que compraria uma casa. Sempre fui a favor de apartamentos; naqueles prédios cujos vizinhos se conhecem apenas pelo número do apartamento, nunca pelos nomes. Isso é, quando se conhecem. Mas ao ver aquela casa eu tinha me apaixonado. Ela era grande demais para mim, mas ao mesmo tempo era tão aconchegante. Tanto que me fazia ter ideias estranhas, como ter uma família.

Estranha porque as chances eram poucas.

Certo, talvez eu estivesse exagerando, afinal eu tinha apenas vinte e cinco anos. Mas se comparado às minhas amigas, eu estava bem atrasada. Então, era melhor me conformar com a ideia da solteirona cheia de gatos. Só que no meu caso não haveria gatos. Apenas um vampiro.

“Você não acha que essa roupa está inapropriada para uma reunião de negócios?” Anthony apareceu ao meu lado no sofá e eu pulei assustada. Ainda me lembro da primeira vez que o vi. Eu estava no meio do primeiro livro, sofrendo de uma pequena falta de inspiração, quando ele apareceu pela primeira vez. Sinceramente, eu pensei que estava esquizofrênica,mas eu li algo na internet sobre já ter passado da idade de risco ou alguma coisa do tipo.

“Subconsciente, você ta parecido demais com a Alice hoje.”

“É a convivência.” Ele apontou.   “Campainha.” Ele avisou.

“Jura, Gênio? Aproveita o modo Alice Masen e advinha quem está do outro lado. ” Comentei sarcástico. Sim, eu tinha dado o nome das minhas amigas aos meus personagens. E sim, eu fui obrigada a isso.

Quando abri a porta, eu congelei no meu lugar. Eu conhecia aqueles cabelos desalinhados, aquela cor estranha que ficava entre o bronze e o castanho, aqueles olhos verdes, aquele nariz anguloso e aquele sorriso capaz de hipnotizar qualquer mulher.

Edward Cullen estava parado na minha frente e eu procurava na minha mente se o motivo de não ter prestado atenção quando ele disse o nome dele na noite anterior. Ao mesmo tempo, eu pensava em como as fotos na casa dos Cullens não faziam jus a ele.

“Olá, eu sou...” Jesus! Aquilo que eu estava ouvindo era um sotaque britânico?

“Eu conheço você.” Dei voz aos meus pensamentos.

“Por essa eu não esperava, embora eu conheça você.” Ele sorriu. A mistura daquele sorriso, aquela voz musical e aquele sotaque, estava reavivando certas partes do meu corpo que eu nem lembrava mais que estavam vivas.   “De onde você me conhece?”

“Você é irmão da Alice, não é?”

“Você conhece a minha irmã?” Ele perguntou surpreso. Dei passagem para ele entrar, e o levei até a sala.

“Digamos que ela é meio que minha melhor amiga.” Expliquei, enquanto sentava no sofá. Edward ficou com a poltrona em frente.

“Ela nunca disse que tinha uma amiga que era uma escritora famosa.” Por favor, para de usar esse sorriso torto, senão eu vou pular em cima de você!

“Se serve de consolo, ela nunca me disse que tinha um irmão editor.” Sorri de volta. Àquela altura, eu já nem lembrava mais  o porquê eu estava receosa com a mudança. “Quando você voltou?”

“Ontem.” Ele respondeu e então eu lembrei de que Alice tinha comentado de ir buscar o irmão no aeroporto. Se eu soubesse que esse era o irmão em questão, eu tinha me voluntariado a ir buscá-lo.  “De onde você conhece ela?”

“Yale.”

“Ah, você é a Bella!” Ele exclamou e eu tive de me controlar para não encenar publicamente, a dancinha que eu estava fazendo em minha mente. Hum, ele sabe da minha existência. Isso é uma coisa boa, não é?

“Meu Deus! Ele é igualzinho a mim!” Não, isso não podia estar acontecendo agora. Olhei para o meu lado no sofá e vi que Anthony encarava Edward com uma expressão que eu só podia classificar como horrorizada.

“O que foi?” Edward perguntou ao notar minha desatenção.

“Pensei ter ouvido um barulho. Deve ser o cachorro da vizinha. Ele é muito inconveniente, sabe?” Sorri, tentando não encarar a visão ao meu lado.

“Ofende, mas não chama de cachorro.” Anthony resmungou.

“Srta. Swan...”

“Pode chamar de Bella.” Ofereci, com um sorriso.

“Então me chame de Edward.” Ele sorriu de volta.  “Enfim, a Tanya me informou que você está mais de um mês atrasada na entrega do manuscrito.”

“Já vi que as más notícias correm.” Forcei uma risada.

“Há algum problema específico?” Ele perguntou, agora assumindo uma postura profissional, bem parecida com aquela que ele tinha usado ontem ao telefone. 

“Não, só falta de inspiração mesmo.”

“Você não teria problema se ouvisse os meus conselhos.” Quem mais além do meu lindo personagem poderia ser tão inconveniente numa hora daquelas?

“Talvez eu possa ajudar.” Edward se ofereceu.

“Não é necessário.”

“Deixa de ser idiota e pensa nas maneiras que ele poderia te ajudar.” Anthony sorriu marotamente para mim. Sério, eu não precisava que ele colocasse pensamentos impuros na minha mente. Eu já tinha o suficiente desde que Edward apareceu à minha porta.

“Você está bem?” Preocupação lotou aqueles olhos verdes e eu tive que disfarçar um sorriso.

“Acho que estou começando a ficar com enxaqueca.” Menti.

“Agora fui reduzido à uma simples dor de cabeça.” Anthony murmurou.

“Srta. Sw...Bella, se você me entregar o que você tem pronto eu posso analisar o material e podemos trabalhar nisso juntos.”

“Atenção para as várias formas de se trabalhar juntos.” Se você não calar a boca, juro que começo a chamar você de Tony.

“Acho que prefiro terminar o livro e então te enviar o manuscrito.” Ofereci. Eu não gostava de mostrar a ninguém o meu trabalho, sem antes tê-lo finalizado.

“Acho que temos um impasse aqui.” Ele apontou.

“Pode apostar nisso.” Disse séria. Eu estava começando a me recordar do motivo de não querer ele ali.

“Mas eu ainda insisto para você me entregar o material, caso contrário minhas visitas serão mais freqüentes.” Ele ameaçou.

“Quão freqüentes?”

“Diárias, eu diria." Enquanto eu tomava a decisão, eu pesava os prós e os contras de vê-lo todos os dias. Contras? Que contras? meu corpo gritava. O cara é lindo, deve esconder um corpo perfeito por baixo daquele terno, tem um sorriso que desintegra qualquer calcinha e ainda têm sotaque inglês. E ainda por cima, é inteligente! O cara foi para Oxford!  Infelizmente, meu cérebro discordava do meu corpo, e estava mais disposto a evitar os embates diários do que contemplar aquela perfeição.

Sério, Esme e Carlisle deveriam ganhar um prêmio por terem feito o Edward. 

“Você venceu.”  Rendi-me e fui até o meu computador pegar o pen drive.  “Toma.” Entreguei o objeto.

“Entrarei em contato com você.” Ele avisou, se levantando.

“Ficarei aguardando ansiosamente.” Respondi sarcástica, mas uma parte de mim falava a verdade.

“Até mais.” Ele se despediu.

“Adeus.” Tentei ao máximo não suspirar enquanto fechava a porta.

“Você notou a semelhança?” Anthony reapareceu ao meu lado.

“Você foi baseado nele.”  Apontei o óbvio. Tinha sido no meu primeiro ano da faculdade, quando eu fui passar o Dia de Ação de Graças com os Cullens, que eu tinha visto a foto dele pela primeira vez e desde aquele dia eu tinha desenvolvido uma pequena - grande- queda por ele.

“Que tipo de escritora é você que não tem a capacidade de criar um personagem do zero?” Anthony reclamou.

“Agora eu tenho que aturar dois de você, ou dois deles, me atormentando; Eu vou acabar indo parar no hospício.” Concluí. Se eu já sofria com a cópia, imagina com o original?

Quando a minha campainha tocou à noite, eu gelei achando que já seria Edward de volta, apontando todas as possíveis melhoras que eu deveria fazer no livro.

“Eu pensei que teria uma semana até alguém aparecer na minha porta.” Sorri para  minha melhor amiga.

“Rose é mais paciente do que eu.” Ela revirou os olhos.   

“Jura?”  Na minha opinião, ambas eram impacientes e gostavam de meter os narizes onde não eram chamadas.   “O que você quer?”

“Como anda o livro?” Respondendo uma pergunta com outra? Isso não era típico da Alice.

“Ainda estou tendo alguns probleminhas no processo criativo.”

“Que tal você colocar uma cena bem fofa entre a Alice e o Jason no seu livro? Eu acho que eles não têm espaço suficiente na trama.”

“Ela é a melhor amiga da protagonista. Quer espaço maior que esse?”

“Cada livro poderia ter uma protagonista diferente, que tal?” Alice sempre gostava de dar palpites enquanto eu escrevia, mas ela parecia distraída demais enquanto falava.

“Vamos mudar de assunto, que tal?”

“Lembra da mensagem que eu te deixei dizendo que ia buscar meu irmão no aeroporto?” E como eu lembrava! Mas claro que não disse isso, eu apenas assenti em resposta.  ”Então, amanhã nós vamos sair para comemorar a volta dele.”

“Eu não acho uma boa idéia.” E realmente não era. A combinação Bella mais álcool era verbalmente perigoso.

“Você ainda nem o conhece e é uma maravilhosa maneira disso acontecer.”  Então, Edward ainda não tinha contado a novidade à irmã. Bem, se ele estava querendo fazer uma surpresa, eu bem que podia estragá-la. Mas ter que lidar com as perguntas da Alice estava  fora de questão .  “Um segundo.” Ela pediu ao ouvir o aparelho tocar.  “Oi, amor. Na casa da Bella. Já estou indo. Beijos.”  Alice desligou o telefone e eu continuei encarando-a. O timbre de voz dela estava mais alto que o normal.    “O que foi?”

“Você nervosa demais hoje.” Apontei.

“Impressão sua. É que o Jazz tem uma surpresa para mim, só isso.” Ela sorriu nervosa. Para Alice não conseguir mascarar, era uma coisa grande demais.

“Ele vive fazendo isso e você ama. É outra coisa.”

“Eu odeio quando você decide bancar o Sherlock.” Ela reclamou. Não pude deixar de sorrir ao ouvir a comparação com o meu detetive favorito, nem de me lembrar do meu Sherlock favorito- Benedict Cumberbatch, ou do seu sotaque inglês, que me lembrava o sotaque inglês do Edward.

“Isso faria de você o Watson e da Rose o Lestrade.” Analisei perdida nos meus pensamentos.

Eutôgrávida.” Alice falou num só fôlego.

“O quê?! O Jazz já sabe?” Eu estava em estado de choque com a notícia.

“Não.”  Ela suspirou e baixou os olhos.     “E se ele não quiser a criança?”

“O Jazz? O cara que é capaz de desistir do final de semana dele para tomar conta do filho do vizinho?” Não existia homem no mundo com mais vocação de pai do que Jasper Hale.

"Mas foi só uma vez. E ele é louco pelo Stephen."

"E como você acha que ele vai reagir com um filho dele?" Sério que ela não conseguia perceber isso.

"É diferente. A responsabilidade nem se compara."

"Dê um voto de confiança ao Jazz."

"Eu vou indo nessa." Ela murmurou. Acho que ela tinha ciência que não tinha mais como adiar o inadiável.

"Liga depois de dar a notícia." Pedi.

"Você vai atender?" Ela brincou.

"Claro que vou."

"Você vai amanhã?"

"E eu tenho escolha?" Encolhi os ombros. "Haja o que houver eu estou aqui." Disse abraçando-a.

"Tchau." Alice estava com lágrimas nos olhos, mas mesmo assim foi capaz de sorrir.

"Ela vai te abandonar." Anthony falou, assim que eu fechei a porta.

"O quê?" Eu tinha ouvido o que ele tinha falado, só me incomodava o fato dele expor meus medos assim, tão claramente.

"É sempre assim. Tudo começa com o casamento. Aí vêm os filhos, o mundo começa a girar em torno deles. Até as amizades dos pais."

"Isso é ridículo." Tentei parecer confiante, mas eu sabia que estava longe disso.

"Só estou expondo os seus próprios pensamentos." Anthony encolheu os ombros.

"A Alice não vai me abandonar."

"Não é difícil de abandonar uma amiga que se torna ausente." E mais uma vez, ele estava certo. Eu estava virando uma péssima amiga, toda essa reclusão estava me afastando da vida real.

"Eu já entendi o seu recado. Eu disse que vou sair amanhã, não disse?" Não pude evitar as lágrimas nos olhos, nem a voz embargada que saiu.

"Não fique assim." Anthony me abraçou.

"As vezes eu acho que minha vida não vai para frente, sabe?"

"Como assim? Você têm vinte e cinco anos e já conseguiu emplacar dois best-sellers." Eu sabia que ele estava tentando me animar. Mas do que adiantava ter realizado um sonho, se o vazio aqui dentro persistia?

"É mas e no campo pessoal? O que foi que eu fiz?" Perguntei, as lágrimas já caindo livremente.    "Quer saber? Esquece. Vou ler um pouco."

"Ele não ligou?"  Anthony perguntou. Eu não o tinha visto durante todo o dia e já estava meio que estranhando a falta dele.

"Não. Estranho, né?" Encarei-o através do espelho, finalizando minha maquiagem. "Do jeito que ele estava todo apressadinho eu esperava uma ligação dele, exigindo que eu fizesse mudanças imediatas."

"Talvez ele esteja esperando fazer isso frente a frente. Era o que eu faria." Claro que aquela simples colocação tinha um duplo sentido escondido entre as linhas. 

"Só que você não é ele. Quer dizer, apenas na aparência." Pausei um instante.  "E no fato de serem irritantes."

"Você está linda."

"Você só diz isso para eu não te matar no livro." Sorri para ele. "Promete ficar em casa hoje?"

"Farei o meu melhor." Ele sorriu torto e eu imaginei aquele sorriso no rosto de Edward.

Eu não tive problemas em achar o bar em questão, que pelo visto estava bem vazio por ser terça a noite. Melhor assim, pensei.

"Olha quem resolveu sair da toca."  Eu ainda estava perto da entrada quando Emmett gritou.

"Mais  dois milagres e o Edward vira santo." Rosalie sorriu quando eu me aproximei.

"Odeio vocês!" Confessei, juntando-me a eles à mesa. "Quais são as novidades?"

"Eu e a Rose descobrimos uma nova posição e é..."

"Emmett!" Ralhei. "Sabe quando as pessoas falam que intimidade é uma merda? Pois bem, aplica-se no seu caso."

"Essa doeu!" Ele fingiu-se de ofendido. "Já que sexo é uma coisa suja demais para seus puros ouvidos, sobre o que falaremos?"

"Eu cheguei! Eu cheguei!" Alice começou a gritar do outro lado do bar e Jasper apenas balançava a cabeça. Pelo visto ela já tinha decidido qual seria o próximo assunto assim que esticou sua mão esquerda para nós.  "Olhem só o meu anel!"

"Parabéns!" Eu, Rose e Emmett dissemos ao mesmo tempo e nos levantamos para abraçar o casal. Enquanto eu abaçava Alice, Rose felicitava o irmão e depois nós trocamos. Emmett por sua vez, esmago aos dois num de seus famosos abraços de urso.

"Eu só não vou falar nada, porque já dei o meu sermão quando formos comprar o anel." Emmett comentou com um sorriso.

"E você nem me falou sobre isso, ursão." Rose reclamou.

"Ele é o seu irmão. Vá reclamar com ele!" Aí estava uma coisa que era irritante e divertida ao mesmo tempo : ver Emmett e Rosalie discutindo. Eles me lembravam daqueles típicos casais de comédias românticas que passam o filme todo brigando, reprimindo toda aquela tensão, apenas para declararem  seu amor no final. A diferença deles é que o amor e as brigas andavam lado a lado.   

"Ainda tem mais," Jasper continuou." eu vou ser papai!" Ele comunicou todo orgulhoso e eu olhei para Alice, que exibia o maior sorriso do mundo. Eu sabia que Jasper Hale não ia me decepcionar. 

"Agora eu quebro a sua cara!" Emmett tentou parecer durão, mas não conseguiu enganar por muito tempo. E logo já estávamos nos abraçando novamente para comemorar mais essa notícia.

Eu tinha amigos muito afetuosos. Até demais, certas vezes.

"Boa noite!"  Eu não precisava me virar para saber quem tinha chegado. Com apenas um dia, eu já tinha decorado aquela voz, aquele sotaque. Mesmo assim eu olhei para ele e não fiquei desapontada pelo que vi. Homens de preto sempre tinham sido meu ponto fraco, mas nada se comparava a Edward Cullen em semelhantes trajes.

"E , meus parabéns, eu acho." Ele completou, provavelmente ele tinha ouvido toda a algazarra quando chegou ao bar.

"Para com esse sotaque inglês miserável!" Jasper falou com uma careta.

"As garotas ficam loucas." Edward piscou para o cunhado.

"Você está ainda mais gato desde a última vez que te vi. Será que escolhi o irmão errado?" Rosalie comentava enquanto abraçava o cunhado e ao mesmo tempo, olhava de soslaio para o Emmett.

"Ainda dá tempo de trocar." Ele resolveu entrar na provocação.

"Solta ela ou eu te dou um soco que vai fazer você parar do outro lado do Atlântico novamente." Como sempre todas as ameaças de Emmett logo se desmanchavam e não demorou muito até que ele abraçasse o irmão.

Quando se afastou de Emmett, Edward finalmente olhou em minha direção. Engoli em seco quando seus olhos verdes pairaram sobre os meus.

"Bella." Aquela voz pronunciando meu nome. Aquele sorriso.

"Olá." Sorri meu melhor sorriso e apertei a mão que ele me estendia.

"Vocês se conhecem?" Alice perguntou e eu percebi que todos os olhares estavam sobre nós.

"Eu sou o novo editor dela." Ele explicou.

"E por quê vocês não falaram nada?" Rosalie demandou.

"Sei lá. Eu pensei que ele fosse contar." Apontei para o Edward.

"Digo o mesmo." Ele me encarou e eu senti o silêncio aparecendo. Sabe aquela típica cena nos livros, em que tudo parece congelar e a única coisa que você consegue prestar atenção é a pessoa que está bem ali, na sua frente?

"Eu preciso de uma bebida." Emmett anunciou, assim que conseguimos finalmente nos sentar de novo à mesa.

De um lado da mesa estava eu, Emm e Rose. Enquanto do outro lado estavam Edward, Lice e Jas, nessa exata ordem.

Emmett levantou o braço e o garçom logo veio.

"Pois não?" O rapaz perguntou.

"Tequila para todos e água para a baixinha saltitante." Alice fez um biquinho resignado. Fazer o quê? A maternidade tinha suas alegrias e suas tristezas. 

"Quando vocês se conheceram?" Jasper perguntou, pelo visto o assunto Edward e Bella ainda estava em pauta.

"Ontem." Respondi.

"E você não me disse nada?" Alice perguntou com um biquinho, mas logo se voltou para o irmão."Maninho, já que você é o editor, bem que você pode contar algumas coisas do livro, né? Porque a Bella não conta nada."

"Desculpa. Mas eu preciso respeitar o sigilo editor-autora." Edward me encarou novamente e eu senti um calor se espalhando por todo o meu corpo. Se em dois dias ele já fazia isso comigo, eu nem queria ver seria o resto da semana.

"Essa bebida tá demorando demais. Vamos dançar?" Rosalie decidiu, e levantou-se, levando Emmett com ela.

"Vamos, Jazz." Alice também levantou e foi seguida pelo noivo.

"Nem adianta convidar, eu não danço." Comuniquei a Edward antes que ele pudesse dizer alguma coisa.

"Eu não ia."Ele se apressou em responder. "Mas para a sua informação, tudo depende de quem conduz."

"Você leu os meus livros." Disse sarcástica.

"Faz parte do meu trabalho." Ele deu de ombros. Edward levantou o olhar e ficou me analisando por um momento. "Então você realmente não dança."

"Pode-se dizer que qualquer movimento para mim é uma possível parada na emergência." Expliquei e ele me olhou duvidoso.   "Pergunte ao seu pai, sou sua paciente mais assídua."

"Você baseou a Bella do livro em você." Ele concluiu e eu levantei uma sobrancelha, inquirindo onde ele pretendia chegar com aquilo.  "Saber da sua inspiração ajuda a entender de o rumo das coisas."   Edward explicou.       "Rosalie e Alice também foram baseadas nas originais."

"Exato."

"Matt e Jason são Emmett e Jasper."

"Isso." Assenti, já temendo qual seria sua próxima pergunta.

"Eu me pergunto em quem você se baseou para escrever o Anthony." Mordi o meu lábio para tentar suprimir o riso e o medo que aquela pergunta me trazia.

"Acho que foi o único que eu realmente criei." Desviei o olhar do dele. Eu não conseguia mentir olhando nos olhos de uma pessoa. Parecia tão cruel.   "Não existe homem que se compare a ele."

"Talvez você precise sair mais." Ele sugeriu com um meio sorriso.

"Você não me disse o que achou do manuscrito." Mudei rapidamente de assunto. Eu não podia analisar aquela declaração dele naquele momento.      

"Que tal conversarmos isso, amanhã, na sua casa?"


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